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Safari na Tanzânia e no Quênia: tudo que você precisa saber para organizar a sua viagem

Safari na Tanzânia e no Quênia: descubra tudo que você precisa saber para organizar a sua viagem de safari na África.

Safari na Tanzânia e no Quênia

Tudo o que você precisa saber para organizar o seu safari na Tanzânia e no Quênia: descubra quais são os melhores parques nacionais, como são os campings e veículos de safari, qual a melhor época para fazer safari, etc.  

Anos atrás, fizemos safaris por conta própria no Kruger Park, na África do Sul, no Etosha National Park e na Otjitotongwe Cheetah Farm, na Namíbia, e contei como foram esses safaris aqui no blog:

  1. Etosha National Park: fazendo safari por conta própria na Namíbia
  2. Safari dos guepardos em Otjitotongwe Cheetah Farm na Namíbia: emoção e perrengue do ano
  3. Kruger National Park na África do Sul

Mas, até a nossa última viagem à África, nunca tínhamos feito um safari em grupo, de vários dias, acampando dentro das reservas, num típico veículo de safari, com teto aberto. 

Tivemos várias experiências de safari bem diferentes no Quênia e na Tanzânia, visitando 6 parques/reservas.

No sul do Quênia, fizemos safari por conta própria no Amboseli Park, num carro alugado, como já tínhamos feito no Etosha e no Kruger Park, e nos hospedamos num 'safari camp' todo bacana, o Kibo Safari Camp, com vista para o Monte Kilimanjaro

  1. Amboseli Park: safari no Quênia
  2. Trekking no Monte Kilimanjaro: a trilha mais famosa da África

No oeste da Tanzânia, fizemos um incrível trekking safari para ver chimpanzés, na fronteira com o Congo e Burundi, às margens do Lago Tanganyika, no parque Gombe Stream.

  1. Trekking com chimpanzés na Tanzânia: safari no Gombe Stream National Park
  2. Gombe, o parque dos chimpanzés na Tanzânia: vídeo de viagem

E, ainda, fizemos uma viagem de safari de 5 dias em grupo pelos 4 principais parques nacionais do norte da Tanzânia.

Agora terminei de publicar aqui no blog uma série de posts sobre os safaris que fizemos nestas 4 reservas de vida selvagem na África - é o nosso "diário de bordo", com as dicas práticas e tudo o que você precisa saber para que o seu safari seja um sucesso:

  1. Tarangire National Park: safari na Tanzânia parte 1
  2. Serengeti National Park: safari na Tanzânia parte 2
  3. Cratera Ngorongoro: safari na Tanzânia parte 3
  4. Lake Manyara National Park: safari na Tanzânia parte 4

Mesmo que você não pretenda fazer safari num destes parques específicos - muita gente com menos tempo de férias abre mão dos safaris no Tarangire ou Lake Manyara em favor do Serengeti e do Ngorongoro - eu recomendo fortemente que você leia todos os posts desta série na ordem, para ir absorvendo todas as nossas dicas de safari e não perder nenhuma informação. 

Para completar os relatos, ainda escrevi um post sobre a nossa visita a uma tribo Masai no norte da Tanzânia (os Masai vivem entre o norte da Tanzânia e o sul do Quênia):


Para saber mais sobre os custos destes safaris e os cuidados de saúde que você precisa tomar antes de uma viagem como esta, leia estes 2 posts:


Leia mais posts sobre essa viagem aqui:

Agora, neste post, vou responder às perguntas mais frequentes sobre safari que me fizeram antes, durante e depois da nossa viagem pela África:

  • O que é um safari e um 'game drive'
  • O que são os 'Big Five' africanos
  • Como fazer um safari na África
  • Quanto custa fazer um safari na África
  • Onde se faz safari na África
  • Qual safari fazer na Tanzânia
  • Qual safari fazer no Quênia
  • O que levar num safari na África
  • Quantos dias de safari é o ideal
  • Qual é a melhor época para fazer safari
  • O que é a Grande Migração
  • Safari com crianças, etc
Safari na Tanzânia e no Quênia
nosso veículo de safari na Tanzânia por dentro

Safari na Tanzânia e no Quênia
fazendo safari na espetacular Cratera do Ngorongoro

Parques nacionais na Tanzânia e no Quênia

Quando decidimos viajar para a Tanzânia e o Quênia, eu só sabia que queria conhecer o Serengeti e Ngorongoro na Tanzânia, e o Masai Mara e Amboseli no Quênia. 

Esses eram os 4 parques nacionais dos quais eu já tinha ouvido falar, até começar a pesquisar mais especificamente para a nossa viagem.

Aí, comecei a pesquisar, e descobri muitos outros parques e reservas que eu também queria conhecer, e a coisa virou um problema, porque tivemos que começar a fazer escolhas difíceis.

Acabamos escolhendo fazer um safari pelos 4 principais parques de safaris do norte da Tanzânia, que considero imperdíveis (Serengeti, Ngorongoro, Tarangire e Lake Manyara), porque a logística para visitá-los é ótima para organizar o roteiro. 
Além disso, no Quênia, escolhemos o Amboseli Park, porque também cabia redondinho no nosso roteiro. 

E, para realizar um grande sonho, ainda fizemos caber no roteiro um trekking safari para ver chimpanzés, no Gombe Stream National ParkTrekking com chimpanzés na Tanzânia

Claro que eu sou suspeita para falar, mas acho que, para o tempo de férias que tínhamos, fizemos escolhas acertadíssimas. Eu não mudaria nada no nosso roteiro, que ficou redondinho mesmo! 

Se tivesse mais 2 dias de viagem, incluiria safaris no Arusha National Park na Tanzânia (que fica bem pertinho de Arusha, é super acessível) e no Nairobi National Park, no Quênia, que tem a peculiaridade de ser uma reserva localizada dentro de uma grande capital africana - você olha atrás das zebras e girafas e vê os arranha-céus de Nairobi - é surreal! 

Mais adiante eu explico porque excluímos o Masai Mara do nosso roteiro. 

Safari na Tanzânia e no Quênia
felinos no Serengeti National Park

Onde fazer safari na Tanzânia

A Tanzânia tem 13 parques e reservas onde você pode fazer safari, espalhados por todo o país:
Os safaris mais famosos e acessíveis são nos parques nacionais que ficam no norte da Tanzânia, próximos de Arusha, que é a cidade-base de onde partem todas as viagens de safari: 
Safari na Tanzânia e no Quênia
girafa em safari na Tanzânia

Onde fazer safari no Quênia

O Quênia tem 26 parques e reservas espalhados pelo país onde você pode fazer safari e ver animais selvagens.

Os mais famosos são:
  • Amboseli Park
  • Nairobi National Park
  • Lake Nakuru National Park
  • Lake Turkana
  • Masai Mara National Reserve
  • Hell's Gate National Park
  • Laikipia Plateau
  • Samburu National Reserve
  • Buffalo Springs National Reserve
  • Tsavo East National Park
  • Tsavo West National Park
  • Meru National Park
Safari na Tanzânia e no Quênia
zebras no Amboseli Park, Quênia

Roteiro de safari no norte da Tanzânia

Vou colocar aqui resumidamente como foi o nosso roteiro de 5 dias de safari pelos parques nacionais do norte da Tanzânia - não esqueça que nos posts de cada parque o roteiro está bem detalhadinho:

1. Arusha - Tarangire (almoço e game drives) - pernoite no Twiga Campsite em Mto Wa Mbu
2. Mto Wa Mbu - Serengeti (almoço e game drives) - pernoite no Nguchiro Campsite dentro do Serengeti
3. Game drives no Serengeti - pernoite no Simba Camsite no Ngorongoro
4. Cratera Ngorongoro (game drive) - almoço no Simba Camsite no Ngorongoro - pernoite no Twiga Campsite em Mto Wa Mbu
5. Mto Wa Mbu - Lago Manyara (almoço e game drives) - visita à Masai Village - Arusha

Para ver como foi o roteiro do nosso trekking safari dos chimpanzésGombe Stream National Park

Safari na Tanzânia e no Quênia
roteiro de 5 dias de safari pelos parques nacionais do norte da Tanzânia

História das reservas no Quênia e Tanzânia 

As autoridades alemãs e britânicas que colonizaram a Tanzânia e o Quênia não eram totalmente insensíveis ao problema da conservação ambiental - logo perceberam que a população Masai crescia e o número dos seus animais domésticos crescia ainda mais, e então resolveram estabelecer áreas protegidas, também para frear os abusivos safaris de caça dos europeus, tão em moda naquela época. 

Os alemães foram os primeiros a estabelecer áreas protegidas em Tanganyka (hoje Tanzânia, depois da independência e da anexação da ilha de Zanzibar), incluindo o Serengeti e o Ngorongoro

Os britânicos, nos anos 50 e no começo dos 1960, estabeleceram (ou confirmaram) várias reservas de vida selvagem e parques nacionais em ambas as colônias (Quênia e Tanzânia). 

Assim foi que nasceram, entre outros, os parques Nakuru, Amboseli, Masai Mara e Tarangire

O número de áreas protegidas no Quênia é grande, mas, na sua maior parte, são áreas pequenas. Na Tanzânia existem bem menos - apenas 13 áreas de proteção ambiental - mas são bem maiores.

Todas as categorias de áreas protegidas da Tanzânia abarcam 10% do seu território, enquanto que as áreas protegidas do Quênia cobrem apenas 7,8% de seu território, e a Reserva Masai Mara possui apenas 151 mil hectares, ou seja, é uma área protegida relativamente pequena. Para fins de comparação, o Parque Nacional Tarangire na Tanzânia tem uns 250 mil hectares.

A fauna do Quênia só sobrevive porque a área de proteção ambiental queniana está conectada ao grande Parque Nacional Serengeti, da Tanzânia, que é a continuação do ecossistema de savana de Masai Mara, e tem cerca de 4 milhões de hectares. 

Também conectada ao Serengeti fica a Ngorongoro Conservation Area, com seus 828 mil hectares (a cratera em si tem 26.400 hectares). 

A pecuária é permitida dentro da área de conservação do Ngorongoro. Já dentro da cratera só é permitido que o gado tenha acesso à água. 

Os parques da Tanzânia são administrados pelo Serviço de Parques Nacionais, mas a área do Ngorongoro tem uma autoridade autônoma. 

Todas essas áreas, protegidas ou não, tanto no Quênia como na Tanzânia, formam parte do espaço onde ocorre a famosa migração dos gnus

Atualmente, grande parte da área originalmente protegida na forma de reservas de vida selvagem está sendo devolvida aos Masai, ou sendo considerada "área de conservação", onde o pastoreio de gado é permitido ou, ao menos, tolerado.

Afinal, ao mesmo tempo em que é necessário proteger o espaço da fauna, também é preciso garantir a sobrevivência dos Masai, que dependem da pecuária para a sobrevivência das tribos e precisam ter acesso às fontes de água para os seus rebanhos. 

Eles, que eram os "donos" originais destas terras, foram empurrados para fora dos parques nacionais pelos colonizadores, passando a viver nas "bordas" destas áreas, cada vez mais pressionados entre as cidades/civilização e as áreas de proteção ambiental. 
É uma equação complicada de resolver, já que o turismo depende da manutenção de grandes números de animais selvagens para serem avistados nos safaris, e os Masai cada vez mais também dependem do turismo. 

Outro problema comum a todos os parques nacionais é o destino do dinheiro cobrado dos visitantes - é óbvio que esses recursos não são reinvestidos nas áreas de proteção. A corrupção por lá é estilo Brasil. Com exceção dos guardas, a manutenção dos parques é mínima (apenas estradas e banheiros), e os valores cobrados pelos ingressos são altíssimos.

A falta de cuidado é visível até no Serengeti, onde aparentemente os próprios funcionários do parque nacional provocam queimadas em enormes extensões de savana, para garantir o retorno dos gnus que, por sua vez, garantem as visitas dos turistas. 

Incêndios intencionais criados pelos funcionários + incêndios provocados pelos vizinhos do parque e caçadores ilegais + incêndios de origem natural = calamidade.

Safari na Tanzânia e no Quênia
a sobrevivência do povo Masai cada vez mais depende do turismo

Porque não fizemos safari no famoso Masai Mara no Quênia

Como falei antes, quando decidimos viajar para a Tanzânia e o Quênia, eu só sabia que queria conhecer o Serengeti e a Cratera Ngorongoro na Tanzânia, e os parques Masai Mara e Amboseli no Quênia. 

Esses eram os 4 parques nacionais dos quais eu já tinha ouvido falar, até começar a pesquisar para a nossa viagem. 

E então porque acabamos deixando o famoso Masai Mara de fora do nosso roteiro pelo Quênia?

Em primeiro lugar, quando comecei a pesquisar o que fazer no Quênia, descobri que o turismo é pessimamente gerenciado no Parque Masai Mara

Li que, nessa reserva, os veículos de turismo não respeitam nada e não existe ninguém para fazer cumprir as regras. Usando rádios ou telefones celulares, os motoristas-guias das companhias de safari fazem verdadeiras corridas na tentativa de mostrar os melhores espetáculos aos seus cientes, pois disso dependem as boas gorjetas. 

Nos locais de travessias do Rio Mara, por onde migram os gnus, ou em locais onde são avistadas cheetahs ou leões, principalmente se algum deles está caçando, se acumulam dezenas de veículos, numa bagunça total. 

Assim, as trilhas dos veículos 'off road' vão se multiplicando e causando sérios danos à vegetação. A poeira levantada e o barulho de motores e de seres humanos prejudicam os animais e o próprio turismo. 

Não que isso não ocorra em menor escala na Tanzânia, mas, pelo que pesquisei, nos parques da Tanzânia a situação é comparativamente muito mais controlada, sendo raro ver veículos de safari fora das trilhas oficiais - e de fato, pela nossa experiência na Tanzânia, achamos os safaris muito organizados lá! 

Não vimos ninguém descumprindo as regras nos parques tanzanianos, andando off road sem permissão ou perturbando animais.

A administração do Parque Masai Mara é atualmente inteiramente Masai e, ao que parece, isso é parte do problema. Seja em virtude de relações pessoais ou de obrigações para com a tribo, há muito desrespeito às leis ambientais, e os guarda-parques não fazem cumprir as regras - só cobram pelos ingressos e aplicam multas, principalmente aos seus desafetos. 

Já na Tanzânia, onde a administração dos parques nacionais é do governo, os guarda-parques são muito mais atuantes, tendo até conseguido, por exemplo, recuperar áreas ao oeste do Parque Nacional Serengueti que os caçadores tinham ocupado, depois de muitas brigas. 

Esses caçadores, que não são Masais, já mataram vários guarda-parques, usando até flechas envenenadas! O governo precisou construir uma verdadeira fortaleza nesse setor do parque, com altas muralhas, onde os guarda-parques vivem protegidos dos caçadores e fiscalizam a área.

Eu não sei se tudo isso é só uma opinião "politizada" de alguém que considera a administração Masai ruim - li isso em artigos, não tenho conhecimento para dar uma opinião pessoal minha. Mas o fato é que, lendo tudo isso, lembrei que, nos EUA, os parques nacionais administrados pelo governo também são infinitamente mais organizados e limpos do que os parques administrados pela tribo Navajo - não sei se é um bom parâmetro de comparação, mas o fato é que esses parques de fato merecem uma administração mais profissional, desvinculada de interesses financeiros ou tribais. 

Sabendo de tudo isso, e tendo que optar por visitar apenas um dos parques, pois, como em qualquer viagem, o tempo de férias nunca é suficiente para vermos tudo aquilo que gostaríamos de conhecer, optamos por visitar o Serengeti, do lado da Tanzânia, onde dizem que a paisagem e a fauna são muito parecidas com o Masai Mara, que é considerado uma extensão do próprio Serengeti.

Sim, o Serengeti faz parte de um ecossistema transfronteiriço, que inclui a Área de Conservação do Ngorongoro (NCA), o Masai Mara no Quênia, e várias reservas de caça menores.

Os animais se movimentam entre estas áreas livremente, durante a grande migração, e os povos nativos que vivem nesta região, como os Masai, sequer precisam documentar a sua passagem de um país para o outro (quando migram entre o Serengeti na Tanzânia e o Masai Mara no Quênia).

É como se fosse tudo uma coisa só (para os nativos, é claro!).

Para os não-nativos, essa regra obviamente não se aplica, e não é possível, para um turista, cruzar do Serengeti direto para o Masai Mara, pois não há nenhuma fronteira por ali, então os turistas precisam voltar todo o longooooo caminho até Namanga Border Post, perto de Arusha, para fazer a imigração e poder cruzar de um país a outro - tudo, é claro, para complicar a vida do turista...😛

No Quênia, então, optamos por visitar o Amboseli Park que, sendo vizinho do Monte Kilimanjaro, já tem uma paisagem bem diferente dos outros parques que visitamos no norte da Tanzânia! Assim, conseguimos aproveitar um pouquinho do melhor de cada país!

Em resumo: 1) considerando que você tem que escolher apenas alguns parques por falta de tempo para ver todos; 2) considerando que o Masai Mara é mais desorganizado que o Serengeti; 3) considerando que o Masai Mara e o Serengeti são muito parecidos (fauna, flora, paisagem), sendo o Masai Mara praticamente uma "continuação" do Serengeti; e 4) considerando que o Masai Mara ficava bem fora de mão no nosso roteiro; chegamos à conclusão que era mais negócio conhecer o Serengeti e o Amboseli e deixar o Masai Mara de fora. 

Na minha opinião, depois de muito pesquisar, cheguei à conclusão de que só vale a pena ir até o Masai Mara se for para ver a Grande Migração e a travessia do Rio Mara - mas, para isso, você tem que estar lá na época certa do ano, que não era o nosso caso - explicarei tudo sobre a Grande Migração e as travessias dos rios no Serengeti e Masai Mara mais adiante, ok?

Safari na Tanzânia e no Quênia
no Quênia, preferimos conhecer a paisagem espetacular e bem diferente do Amboseli Park

O que são os Big Five Africanos

No meu primeiro safari, há 17 anos atrás, no Kruger Park, na África do Sul, ouvi muitas vezes a expressão 'Big Five' e não fazia a menor ideia do que se tratava, até que um guarda-parques em Skukuza nos explicou - os Big Five africanos são 5 mamíferos selvagens de grande porte muito difíceis de caçar:
  1. Búfalo
  2. Rinoceronte
  3. Elefante africano
  4. Leopardo
  5. Leão
Eles são os mamíferos selvagens mais difíceis de serem caçados pelo homem, e não necessariamente os mais perigosos ou maiores - a nomenclatura 'Big Five' (Grandes 5) foi escolhida pela dificuldade de serem caçados, e não pelo tamanho ou grau de periculosidade dos animais, tanto que os gigantes e perigosíssimos hipopótamos não estão na lista, e sim o leopardo, que nem é tão "big" assim.

Safari na Tanzânia e no Quênia
os gigantes e perigosíssimos hipopótamos não estão na lista dos Big 5

O termo, originalmente criado no início do século 19 por exploradores que foram para a África para colonizar as terras e, mais tarde, para caçar por esporte, se referia àquilo que era considerado um "feito" pelos caçadores de troféus: conseguir caçar e levar para casa um exemplar de cada uma destas grandes espécies de mamíferos africanos. 

Desde presidentes americanos até a realeza europeia, todos viajavam para a África em abusivos safaris de caça, tão em moda naquela época, para caçar esses animais. Quanto mais difíceis de serem rastreados e caçados, maior o "troféu". 

Felizmente os proprietários das reservas em que essas expedições eram realizadas se deram conta a tempo que estavam matando a galinha dos ovos de ouro, sacrificando seus maiores tesouros, e foi justamente aí que perceberam a necessidade de criação dos parques nacionais, como expliquei acima. 

Esses proprietários de terras recorreram então ao turismo e a era dos grandes caçadores abriu caminho para uma nova era de conservação ambiental.

Hoje em dia, a grande alegria em qualquer safari é conseguir encontrar todos os "Grandes 5", e mais zebras, girafas, wildbeast, hienas, o pumba, gazelas, avestruzes, flamingos, cheetahs e tantos outros animais da savana africana.

Safari na Tanzânia e no Quênia
a 1ª vez que ouvimos falar nos Big 5 foi no nosso 1º safari, em 2004, no Kruger Park, na África do Sul, quando esses 2 rinocerontes enormes empacaram nosso caminho

O que é um safari e um game drive

Outras palavrinhas muito comuns em qualquer viagem à África são safari e game drive.

Originalmente, a palavra safari significa jornada na língua Swahili que, por sua vez, vem do árabe سفر (safara), que significa viagem.


Antigamente, as expedições de caça de animais selvagens que mencionei acima eram chamadas de safari.

Hoje em dia, a palavra safari é usada para designar a observação, a pé ou em veículos, de animais selvagens na savana ou na selva africana. Um safári, então, é uma expedição por terra em lugares selvagens, uma jornada para observação e fotografia da vida selvagem típica da savana e selva africanas.

Pra mim, o mais incrível em um safari é que ali as coisas se invertem completamente: estamos acostumados a ver animais selvagens em jaulas ou cercados de zoológicos e, num safari, somos nós que ficamos "enjaulados" dentro de um veículo, e os animais estão livres. É maravilhoso!

Mas você também vai ouvir muitas vezes a expressão game drive, praticamente como um sinônimo de safari - o 'game drive' é justamente a atividade de sair passeando em algum veículo pelos parques e reservas atrás de animais selvagens, para observá-los e fotografá-los. Quando você sai passeando pelas estradinhas dos parques atrás dos bichões, você está em um 'game drive'!

'Game', em inglês, também significa "caça", ou seja, um 'game drive' é um passeio motorizado para ver "caças"! E o grande prêmio em um 'game drive' é justamente conseguir ver os 'Big Five' de que falávamos acima. 

Entendeu tudo?

PS. Também já fizemos "safaris" de barco nos Everglades na Flórida (jacarés), no Canadá (ursos e orcas), em Zanzibar (golfinhos); "trekking safaris" no Parque Nacional Periyar na Índia (elefantes e tigres); safaris a camelo no Marrocos, safaris de carro na Patagônia (vicunhas, alpacas, lhamas) e de ônibus no Parque Nacional Denali no Alaska (ursos). Todos esses passeios, cuja finalidade principal é observar animais selvagens, podem ser chamados de safari, mas neste post vamos combinar que estamos falando dos safaris que acontecem na África, né!

Safari na Tanzânia e no Quênia
game drive no Lake Manyara National Park

15 regrinhas básicas em um safari feliz

  1. Não é possível acampar nos parques nacionais e reservas fora dos campings;
  2. Não é permitido andar de carro pelos parques antes do sol nascer ou depois de o sol se por, a não ser que você esteja em um 'night game drive' autorizado;
  3. Não é permitido sair das estradas e fazer off road;
  4. O limite de velocidade dentro dos parques é, de regra, entre 40 e 60Km/h;
  5. Animais de estimação não são permitidos;
  6. Permaneça todo o tempo dentro do seu veículo durante os game drives (animais selvagens são perigosos e podem estar camuflados);
  7. Deixe tudo do jeito que encontrou, o que inclui não deixar nenhum tipo de lixo nos parques;
  8. Não faça barulho para não espantar (nem atrair a atenção) os animais;
  9. Tenha muito cuidado para não causar incêndios, não use fogo;
  10. Muito cuidado nas estradas, para não machucar nenhum animal;
  11. Nem pense em alimentar algum animal;
  12. Use roupas leves e confortáveis, repelente e protetor solar;
  13. Se tiver, leve um binóculos, um powerbank e uma câmera com bom zoom;
  14. Use apenas os banheiros "oficiais" nas 'rest areas' - nem pense em ir ao banheiro "no matinho";
  15. Siga todas as instruções dos guias e mantenha a calma sempre.  

Safari na Tanzânia e no Quênia
a regra principal: permaneça todo o tempo dentro do seu veículo durante os game drives

Como fazer um safari na África

Existem muitas formas de fazer safari: a pé, de barco, de avião, de quadriciclo, em veículos 4x4, de balão, a cavalo, em 'game drives' organizados, em 'self drive', etc. 

Nesta nossa última viagem à África, fizemos um maravilhoso trekking safari, ou seja, um safari a pé: Trekking com chimpanzés na Tanzânia: safari no Gombe Stream National Park

Também fizemos um self drive safari no Quênia, ou seja, alugamos um carro e fizemos o safari por conta própria, no Amboseli Park

Mas, quando chegou a hora de decidir como faríamos os nossos safaris pelos parques nacionais do norte da Tanzânia, chegamos à conclusão de que não valia a pena fazer self drive safari na Tanzânia (mais adiante eu explico porquê) e, depois de muito ler e pesquisar, concluímos que o melhor lugar para pesquisar safaris organizados na África inteira é o site Safari Bookings, que apelidei de 'Booking dos safaris': um site onde dá para comparar e entrar em contato com praticamente todas as companhias e agências que organizam safaris na África - desde as agências mais luxuosas até as mais simples.

Eles têm várias opções de filtros, e você consegue ir filtrando ali até encontrar o safari ideal para você - seja em grupo baratex, ficando em campings; seja privativo e chiquérrimo, se hospedando em 'safari camps' luxuosíssimos - ali você encontra de tudo!

Nós escolhemos um safari de 5 dias/4 noites da Suricata Safaris no estilo 'shared budget camping tour', que são os tours mais baratos, com acomodações em acampamentos e carros de safari compartilhados, com um grupo de, no máximo, 6 pessoas (incluindo nós 2). 

Já contei todos os detalhes deste safari organizado em grupo aqui (recomendo muito!):
  1. Tarangire National Park: safari na Tanzânia parte 1
  2. Serengeti National Park: safari na Tanzânia parte 2
  3. Cratera Ngorongoro: safari na Tanzânia parte 3
  4. Lake Manyara National Park: safari na Tanzânia parte 4
Também tem um outro jeito de fazer safari que eu nunca fiz, então não sei dar maiores detalhes: aquele tipo de safari em que você se hospeda dentro de um parque e fica ali hospedado 2 ou 3 dias fazendo game drives com guias em veículos adaptados especialmente para esse tipo de passeio. Ou então você chega na portaria de um parque e contrata um safari guiado. 

Estes safaris em grupos maiores normalmente são feitos em veículos que cabem até umas 12 pessoas, mais ou menos, que não levantam o teto, mas têm as laterais mais baixas, e cada passageiro garante um assento na janela. 

São veículos diferentes daqueles usados pelos grupos organizados de safari que viajam por alguns dias juntos pelas estradas e parques de um ou mais países africanos (como o nosso) - vou mostrar todos os detalhes do nosso veículo de safari mais adiante. 

Veja um exemplo do que estou falando na foto abaixo (este nós fotografamos no Parque Amboseli, Quênia):

Safari na Tanzânia e no Quênia
estes veículos são usados nos parques nacionais africanos para fazer os game drives (passeios pagos) com grupos maiores de turistas hospedados dentro ou nos arredores de um parque - são passeios contratados individualmente ou incluídos na hospedagem, e não uma "viagem de safari" - entende a diferença?

Self drive safari

A pergunta mais repetida nas nossas redes sociais durante a viagem foi "qual agência vocês contrataram para organizar o safari"? 

Ou então "mas vocês estão fazendo safari por conta própria, sem guia? E pode isso"?

É claro quem sim, gente! Eu não sei nem porquê algumas pessoas têm essa dúvida! É claro que é possível fazer safari por conta própria, sem guia, nem agência: basta alugar um carro, pagar o ingresso para entrar no parque nacional ou reserva e sair fazendo o seu 'game drive'! 

Não tem mistério nenhum fazer safari de forma totalmente independente - já fizemos assim no Kruger Park, na África do Sul, no Etosha Park, na Namíbia e, no Quênia, no Amboseli Park, e nunca tivemos qualquer problema ou dificuldade para encontrar os animais! 

Ao contrário: sou uma pessoa que não curte muito ser guiada, prefiro sempre fazer as coisas por conta própria, no nosso tempo, sem ninguém nos dizendo onde ir ou a hora de ir e, por isso, o nosso perfil de viajantes é muito mais de self drive safari do que de fazer safari em grupos, com guia/motorista. 

Adoramos fazer safari assim, autoguiados (self-drive) e nunca tínhamos experimentado um safari guiado!

Claro que eu sei que o lado bom do safari com guia é que os guarda-parques são fera em encontrar os animais e também em explicar detalhes sobre os costumes deles, mas ainda acredito que os pontos positivos de fazer self drive safari (que são os safaris independentes autoguiados) superam os negativos!

E vocês, gostariam de fazer um safari por conta própria? Ou iriam preferir ir com um guia?


Mais adiante vou explicar direitinho pra vocês porque optamos por não fazer self drive safaris na Tanzânia.

Safari na Tanzânia e no Quênia
o problema do self drive safari é que o nosso motorista fica que não sabe se dirige ou se fotografa!

Quanto custa fazer safari na Tanzânia e no Quênia

É caro, bem caro, na minha opinião - especialmente na Tanzânia.

Muitas pessoas me perguntam o custo desta viagem pela África e não posso negar: no início do meu planejamento, quando comecei a pesquisar os preços de safaris na Tanzânia, meio que me apavorei! Mas aí já tínhamos comprado as passagens aéreas e só tínhamos que encarar o prejuízo!

De início, tive a impressão que fazer safari na Tanzânia era mais ou menos como ir ao Butão - o típico "turismo para ricos".

Acho que eles não têm muito interesse em atrair mochileiros com orçamento mais apertado. Já comentei com vocês que qualquer trekking no Monte Kilimanjaro não baixa de U$ 2000.


Se quiser fazer safari de 5 dias se hospedando em lodges, o preço não baixa de U$ 3500 por casal, podendo tranquilamente chegar aos U$ 35.000. Pro nosso bolso, é caro demais.

Quando cogitei fazer o safari por conta própria, aí sim que quase desisti, pois os preços das taxas dos parques nacionais, especialmente na Cratera do Ngorongoro e no Serengeti, são abusivos. Realmente fica carérrimo fazer por conta própria, pois você ainda tem que pagar taxas extras para entrar lá de carro (explico melhor abaixo).

Então, se os safaris em 'lodges' eram absurdamente caros (eles têm como alvo europeus que recebem em €€€€ né!), e fazer safaris por conta própria ficava mais caro ainda, como resolver essa equação??

Ora, pesquisando um safari 'budget', com acomodações em campings, e compartilhando o carro 4x4 com outros turistas, para dividir os custos! Foi justamente o que fizemos!

Vocês acharam que eu ia aceitar a derrota e desistir da viagem?!

E, no fim das contas, o meu apavoramento inicial não se confirmou: conseguimos fazer tudo de uma forma econômica e acabamos até voltando com uns dólares para casa! 😃

Além disso, tenho que dizer que realmente não é uma viagem barata, mas assistir ao almoço de um leopardo é o tipo de coisa que não tem preço!!!

Então vou explicar pra vocês a nossa estratégia para economizar em safaris na Tanzânia

Como já falei acima, o melhor lugar para pesquisar safaris na África é o site Safari Bookings.

Escolhemos ali um safari baratex pelos parques nacionais que queríamos conhecer no norte da Tanzânia de 5 dias/4 noites da Suricata Safaris no estilo 'shared budget camping tour': estes são os tours mais baratos, com acomodações em acampamentos e carros de safari compartilhados, com grupos de, no máximo, 6 pessoas (incluindo nós 2), que é o número de pessoas que cabem nos veículos de safari que estas agências utilizam. 

Optamos por um roteiro que incluía os 4 parques que tínhamos decidido visitar: Serengeti, Cratera Ngorongoro, Lake Manyara e Tarangire, além de uma visita a uma tribo Masai. 

É possível escolher ou adaptar o roteiro que você quiser: dá para fazer só Serengeti e Ngorongoro, dá para incluir outros parques, enfim...eles são bem flexíveis!

Safari na Tanzânia e no Quênia
safari em grupo que escolhemos no norte da Tanzânia

Depois, escolhemos um outro safari (chimpanzé trekking) de 3 dias/2 noites da Gombe Safaris no mesmo estilo econômico ('budget', em inglês).
Então acabamos fazendo estes 2 safaris na Tanzânia, o 1º de 5 dias por U$ 850 e o 2º (dos chimpanzés) de 3 dias por U$ 800 (valores por pessoa). 
Vale pedir desconto ao Hilary (da Suricata) e ao Joshua (da Gombe Safaris) durante a negociação.

O safari de 5 dias mais em conta que encontrei no site Safari Bookings foi justamente o nosso, da Suricata Safaris, acampando em barracas, por U$ 1800 o casal - depois que pedi desconto, acabou ficando por U$ 1700 (U$ 850 por pessoa).

Vou deixar aqui pra vocês os WhatsApp deles, mas acho que vale a pena fazer o contato inicial através do site Safari Bookings, por email. 

Eu fiz o contato inicial por email, através do site, e depois que negociei e acertei tudo com eles por email, segui mantendo contato e tirando dúvidas por WhatsApp. 

👉 Hilary (safari nos parques nacionais do norte da Tanzânia): +255763222293

👉 Joshua (trekking dos chimpanzés): +255756086577

Acho mais seguro ter sempre tudo documentado por email, especialmente sobre o que está ou não incluído no pacote do safari.

Acertei tudo com eles na véspera de embarcarmos para a Tanzânia, mas não fiz nenhum pagamento - só fui pagar (em dólares) quando chegamos lá em Arusha, e nos encontramos pessoalmente (vou explicar melhor essa história mais abaixo) - tudo para economizar, pois no cartão de crédito tudo fica mais caro (eles cobram taxas extras para pagamento no Visa).

É importante ressaltar que nestes safaris é TUDO incluído (todos os transportes, passeios, pernoites e alimentação). Nos 8 dias em que estávamos fazendo safari com estas agências, não gastamos praticamente nada por fora - só as cervejas!

Safari na Tanzânia e no Quênia
trekking safari com chimpanzés que fizemos no Gombe Park

Já no Quênia, os self drive safaris tinham preços mais acessíveis. 

Além destes 2 safaris acima, que contratamos com essas agências na Tanzânia, também fizemos um self drive safari no Amboseli Park no Quênia - só que daí é mais difícil saber o custo total, pois você vai ter que somar o preço do aluguel do carro, a gasolina, a hospedagem, a alimentação e os ingressos no parque, dentre outros gastos. 

Para que vocês tenham uma ideia aproximada: U$ 1 = 105 KSh (Schillings Quenianos)
  • Aluguel carro 3 dias: U$ 204 + U$ 90 de taxa para pegar o carro em Namanga (tem que depositar mais U$ 500 reembolsáveis referentes ao seguro)
  • Água: 60 cada (1,5l)
  • Gasolina: 4.450 por 41,3l (107,8 por litro)
  • Ingressos do Amboseli Park válidos por 24hs: U$ 35 cada pessoa + U$ 3 do carro = U$ 73
  • Bebidas no Kibo Safari Camp: 1.400
  • Estadia no Kibo Safari Camp: o preço médio das diárias para casal com 3 refeições incluídas fica entre R$ 1.200,00 e R$ 1.500,00
Preciso acrescentar que foi muito legal nos hospedarmos no Kibo Safari Camp

Embora seja um tipo de hospedagem muito mais caro do que costumamos ficar, acho que realmente é meio sem graça ir à África e não se hospedar pelo menos uma noite num lodge bacana, até porque a hospedagem nos 'safari camps' faz parte da experiência do safari como um todo. 

Nós já tínhamos tido uma experiência muito boa anos antes num alojamento bacana na Namíbia. 


Mas confesso que ficamos lá apenas uma noite, pela experiência, e eu não saberia dizer se fazer um safari de 5 dias se hospedando em lodges de luxo o tempo todo realmente compensa na relação custo-benefício

Claro que é maravilhoso ficar em lugares de sonho como o Kibo Safari Camp, mas a verdade é que, neste tipo de hospedagem, não dá nem vontade de sair para o safari!! 😌

No nosso caso, que queríamos passar os dias inteiros fazendo safari e chegar à noite para tomar um banho e dormir, realmente acho que não compensava pagar tão caro apenas para pernoitar - porque em um safari você não aproveita o hotel...

E mais: o fato de ter o almoço incluído no seu alojamento também complica um pouco a logística, porque você terá que interromper o game drive no meio do dia para voltar ao hotel para almoçar. 

Isso pode ser bacana para quem curte mais essa coisa "slow travel" de voltar ao hotel para sestear no meio do dia, mas, para quem é fominha como nós, que tínhamos um ingresso de 24hs para aproveitar os game drives no Amboseli Park ao máximo, isso de voltar ao hotel para o almoço atrapalha a logística sim!

Você fica com 2 corações: não querendo largar o game drive para ir almoçar e não querendo trocar aqueles almoços maravilhosos por um sanduíche e um punhado de castanhas! Um dia espero deixar de ser o típico turista #mãodevaca e me tornar uma viajante #slowtravel. 

Um dia...

Por isso, se você não tem grana para esbanjamentos, recomendo fazer exatamente o que fizemos: reserve uma diária num 'safari camp' bacanoso para passar o dia todo lá curtindo, e depois faça safari no modo #mãodevaca. 

Aliás, recomendo demais o Kibo Safari Camp!! Se você optar por ele, não vai se arrepender. 

Para quem quer saber quanto custa viajar para a África, escrevi este post completo com todos os custos detalhados da nossa viagem inteira: Quanto custa viajar pela Tanzânia, Zanzibar e Quênia

Safari na Tanzânia e no Quênia
felizes da vida numa estadia maravilhosa no Kibo Safari Camp no Quênia

Como funcionam as gorjetas nos safaris

O único gasto importante 'extra' que deve ser computado em um safari são as gorjetas: no final de qualquer safari, assim como nas expedições de trekking, sempre é esperado que se dê gorjetas aos guias/motoristas e cozinheiros.

O 'procedimento padrão', pelo que nos informaram, é entregar o valor total pro guia, que depois eles se dividem entre eles. Pelo que entendi, o guia tem 'direito' de ficar com uma porcentagem um pouquinho superior da gorjeta que o cozinheiro, algo tipo 60-40%.

Nestes safaris mais baratex, como o nosso, de camping, costuma-se calcular em torno de U$ 10 por dia/por pessoa.

Sendo assim, entre eu e o Peg, no safari de 5 dias pelo norte da Tanzânia demos U$ 100 de gorjeta a eles (calculamos U$ 10 por dia/por 5 dias/por 2 pessoas).

No 2º safari que fizemos, como foram 2 dias de trekking com chimpanzés estilo "budget", demos U$ 40 de gorjeta (U$ 10 por dia/por 2 dias/por 2 pessoas).


Nos safaris mais chiques, em que os turistas ficam hospedados em 'lodges', o valor mínimo diário de gorjeta esperado é entre U$ 15 e 20, dependendo do serviço oferecido. Esse, como eu disse, é o valor mínimo esperado - o céu é o limite!

Para ler mais sobre os custos destes safaris: Quanto custa viajar pela Tanzânia, Zanzibar e Quênia

Safari na Tanzânia e no Quênia
nosso guia Frederick era excelente

Dá para confiar nessas agências da Tanzânia?

Como comentei acima, negociamos e acertamos tudo sobre os nossos 2 safaris com as 2 agências (Suricata Safaris do Hilary para os safaris no norte da Tanzânia e Gombe Safaris do Joshua para o trekking dos chimps) por email e WhatsApp na véspera de embarcarmos no voo para a Tanzânia, mas não fizemos nenhum pagamento - só fomos pagar pelos pacotes de safari que havíamos contratado (em dólares) quando chegamos lá em Arusha, e nos encontramos pessoalmente com o Hilary e o Joshua.

A minha "desculpa oficial" para pagar tudo em cash pessoalmente era a economia que isso geraria, mas obviamente também estava com um pé atrás de pagar um monte de dinheiro antecipadamente para umas agências das quais eu nunca tinha ouvido falar, sem garantia nenhuma de que não era tudo uma grande picaretagem. 

Coisa de quem não está acostumada a fazer viagens através de agências, que sempre organiza as viagens por conta própria, né...

Mas e aí, será que dá para confiar nessas empresas que organizam safaris na Tanzânia??

Sim! A coisa lá parece meio informal - se você quiser (e tiver tempo), pode deixar inclusive para acertar tudo somente quando chegar em Arusha, de última hora - mas eles sempre entregam o que prometem! Pelo menos essa foi a nossa experiência com eles. 

Explico:

Vocês lembram quando eu contei nos stories do Instagram que um dia estávamos perdidos à noite no meio da escuridão em Arusha e "fomos encontrados" por um homem que estávamos indo encontrar?

Pois este homem era justamente o Joshua, proprietário da Gombe Track Safaris & Tours, com quem havíamos combinado via mensagens de WhatsApp o nosso safari no parque nacional Gombe!

Quando chegamos em Arusha pela 2ª vez, depois de viajarmos pelo Quênia, combinamos encontrar com o Joshua no hotel, para fazer o pagamento em dinheiro do trekking safari com chimpanzés, e ele nos viu no meio da noite, perdidos no meio do nada, e parou para oferecer ajuda, para só depois descobrirmos que era a nós mesmos que ele estava indo encontrar kkkk...

Pois entregamos U$ 1600 na mão dele, sem garantia nenhuma de que ele cumpriria o prometido e, como sempre nesta viagem pela Tanzânia, ele cumpriu todo o combinado!

Acertei com ele de fazer o pagamento "ao vivo" em dinheiro porque assim evitaríamos pagar as taxas extras que eles cobram para pagamentos online e o IOF do Visa. Esse pagamento em cash nos economizou mais de 10% do custo total do safari!

Aqui eu expliquei mais como funcionam as coisas na Tanzânia: Quanto custa viajar pela Tanzânia, Zanzibar e Quênia

Esses U$ 1600 eram o valor total do safari de 3 dias para 2 pessoas (800 dólares por pessoa), e incluíam passagens aéreas ida e volta de Dar Es Salaam para Kigoma, transfers de/para aeroportos, viagem de barco ida e volta de Kigoma ao Gombe Stream National Park, alojamento no parque nacional, hotel em Kigoma (2 noites), visita ao museu em Ujiji e todas as refeições.

Quando estávamos pesquisando os safaris que gostaríamos de fazer na Tanzânia no site Safari Bookings, nos demos de cara com esse trekking dos chimpanzés, e na mesma hora ele entrou para a 'wishlist', pois eu imediatamente lembrei de tudo o que já tinha lido sobre a Dra. Jane Goodall.
 
Os gorilas são incríveis, sem dúvidas, mas somos apaixonados por chimpanzés desde que li sobre os estudos da Dra. Jane. Uma verdadeira paixão! Quando descobri que havia, na Tanzânia, um parque nacional específico para a proteção desses animais, na fronteira com o Congo e Burundi, não tive dúvidas, precisávamos ir conhecer esse lugar.

Não é uma brincadeira barata (ainda mais considerando que já havíamos acertado um safari de 5 dias com a Suricata Safaris), pois envolve voos ida e volta Dar Es Salaam - Kigoma e uma viagem de barco ida e volta pelo Lago Tanganyika, além de 2 noites de hotel, alimentação, guias para os trekkings (obrigatórios), passeios e transfers.

Mas, em resumo, entregamos o $$ na mão do Joshua em Arusha e a única referência que tínhamos eram as resenhas positivas no site Safari Bookings sobre a reputação da empresa dele.

Não tínhamos passagens aéreas na mão nem nada, até a véspera do nosso voo para Kigoma, quando ele mandou um WhatsApp avisando que o motorista Juma nos buscaria no dia seguinte no hotel de Dar Es Salaam em que estávamos hospedados para nos levar ao aeroporto às 5hs da manhã.

Foi o próprio motorista Juma quem nos entregou as nossas passagens aéreas na hora do embarque e nos avisou que teria alguém nos esperando no Aeroporto em Kigoma!! E lá fomos nós, rumo ao desconhecido, sem ter muita certeza do que nos aguardava!

Tudo no melhor estilo tanzaniano: pode confiar, que eles sempre entregam o prometido! Tem que ter um pouco de nervos fortes, pois você não recebe passagens, reservas, nem nada com antecedência, mas, na hora, tudo acaba dando certo!

Com o Hilary, da Suricata Safaris, foi a mesma coisa: pagamos pessoalmente em dinheiro vivo o valor combinado quando chegamos em Arusha pela 1ª vez, ainda antes de irmos para o Quênia e, na véspera de começarmos o nosso safari pela Tanzânia, depois que voltamos da viagem pelo Quênia, o Hilary foi pessoalmente até o hotel onde estávamos hospedados em Arusha para tomar um café e fazer um 'briefing' conosco, tirar nossas dúvidas e lembrar alguns itens que deveríamos levar na mochila para o safari. 

Ele entregou tudo o que havíamos combinado, inclusive os transfers de/para o aerporto, e o serviço foi tão "conforme o combinado", e tudo deu tão certinho, que acabei achando até justo (e não caro) o valor pago, no fim das contas. 

Safari na Tanzânia e no Quênia
quem organizou o nosso safari de 5 dias pelo norte da Tanzânia foi o Hilary, essa simpatia conosco na foto, proprietário da Suricata Safaris

Porque não fizemos o safari dos chimpanzés por conta própria

Eu sei que muita gente nem cogitaria organizar um safari por conta própria, mas nós estamos acostumados a fazer tudo de forma independente, sem intermediação de agências, então é óbvio que o meu 1º plano era organizar nosso trekking com chimpanzés na Tanzânia também por conta própria. 

Ocorre que, além das dificuldades que encontrei para organizar tudo sozinha, devido à mínima informação disponível na internet sobre o parque Gombe, ainda acabei concluindo que, se fizéssemos tudo sozinhos por nossa conta, acabaríamos pagando mais caro do que se contratássemos a agência do Joshua! 

É verdade: quando fui somar os valores das passagens aéreas ida e volta Dar-Kigoma-Dar, mais a noite de hospedagem em hotel, mais o barco ida e volta Kigoma-Gombe-Kigoma, rapidinho cheguei a U$ 500. 

E ainda tinha que somar os custos de todos os transfers, guias, ingressos no parque nacional e alimentação - sem falar que eu não tenho nem ideia de como poderíamos ter arranjado a questão da alimentação por conta própria, já que não existem restaurantes no parque nacional - o Joshua mandou um cozinheiro conosco, que foi quem cozinhou as nossas refeições lá! 

Só o ingresso no parque (conservation fee) custava U$ 118 por pessoa, e ainda teríamos que pagar a tarifa do guia do trekking (U$ 23,60 por pessoa), e mais a taxa de acomodação na pousada (U$ 23,60 por pessoa)...

Sei que algumas pessoas de fato vão por conta própria, mas não sei de onde tiram comida nesse caso, e nem acredito que ir por conta própria ajude a diminuir os custos - pelo contrário, deve sair mais caro! 

Acabei me convencendo de que, mesmo que pudesse economizar um pouquinho fazendo tudo por conta própria, não valeria a pena o perrengue de ter que pesquisar e organizar tudo sozinha. Sem falar que, eventualmente, é bom ter alguém organizando tudo pra ti, te levando pela mão...né? Não estou acostumada, mas achei bem bom hehehehe... 

Então a conclusão desta pessoa que adora fazer tudo por conta própria é que, no caso do safari dos chimpanzés, compensou pagar pelo conforto de ter alguém organizando tudo pra nós!

Safari na Tanzânia e no Quênia
o trekking com chimpanzés no Gombe Park é tão difícil de organizar quanto de sobreviver na selva hehehe...

Das vantagens de fazer safari guiado

No safari que fizemos com a agência Suricata Safaris pelos parques nacionais do norte da Tanzânia também chegamos à conclusão que a experiência valeu muito a pena. 

Optamos por esse tipo de safari em "excursão" exclusivamente pela economia que ele representava, como eu explico em detalhes abaixo, mas de brinde acabamos descobrindo outros bônus de fazer safaris através de agências, tão diferentes dos safaris self drive com que tínhamos nos acostumado no Kruger Park, Etosha e Amboseli (nunca tínhamos feito um safari com guia antes).   

O principal bônus do safari guiado era justamente o guia/motorista! 

Era legal porque, quando não conhecíamos um determinado animal, o nosso guia Frederick puxava o livro dele e nos mostrava todos os detalhes - assim que eu sei, por exemplo, que o Pumba (lembram do personagem no filme 'O Rei Leão'?) se chama 'Common Warthog', em inglês, ou 'Ngiri' em Swahili.

Existem inúmeras espécies de antílopes por lá - sem a experiência do Frederick, jamais conseguiríamos identificá-los. 

Essa é a maior vantagem de ter um guia no safari: o Frederick nos contava tudo sobre os hábitos de cada animal, contava histórias, e tinha um faro incrível para ver animais que nós não víamos, embrenhados no meio do mato! 

Além do mais, ele sabia em que áreas dos parques ir para ver determinados animais - sabia, por exemplo, onde os leões costumam estar, onde ir para procurar hipopótamos, etc. Não é que não seja possível descobrir isso num mapa, ou no centro de informações do parque, e ir por conta própria, mas, com o guia, você ganha todas as informações mastigadinhas

Além disso, ele nos ensinava os nomes dos animais em Swahili, e são sempre super fofos:

  1. Girafa = Twiga
  2. Zebra = Pundamilia
  3. Leão = Simba
  4. Elefante = Tembo

Veja também: Playlist de músicas e minidicionário de Suaíli para uma viagem à África

Safari na Tanzânia e no Quênia
o principal bônus do safari guiado é justamente o guia/motorista - o Frederick nos dava verdadeiras aulas sobre a fauna africana! 

Outra vantagem de ter um guia liderando o safari era que, quando encontrávamos um animal que não é tão comum de se ver, como cheetahs, leopardos ou leões, os guias se comunicavam entre eles, via rádio, e logo começavam a chegar outros veículos de safari - quando a gente percebia, já tinha uma aglomeração de carros ao nosso redor, disputando o melhor espaço nas estreitas estradinhas dos parques nacionais. 

Outras vezes, a gente percebia que o nosso guia/motorista aumentava de repente a velocidade do carro - e supúnhamos que algum outro guia, colega dele, havia dado dica via rádio de onde poderíamos ver algum desses carnívoros - não dava outra: logo chegávamos a alguma dessas aglomerações de veículos de safari, onde já haviam outros grupos de turistas vendo algum animal raro!

Era engraçado porque o guia não nos dizia algo tipo "apertem os cintos", que vamos correr atrás de um leão - a curtição dele era justamente "fazer surpresa" pra nós - imagino que a maioria dos guias faça o mesmo...até para se exibir que foram eles que encontraram tal animal para nos mostrar kkkkk...

Então, se um dia você estiver fazendo self drive safari, e avistar alguma aglomeração de carros de safari em algum lugar, pode correr para lá imediatamente, que é certeza de ver algum animal interessante!

Safari na Tanzânia e no Quênia
engarrafamento nas estreitas estradinhas do Serengeti

Outro bônus desse tipo de safari é o fato de que as refeições estão 100% incluídas, e tivemos a sorte de ter um cozinheiro maravilhoso para o nosso grupo! 

Durante todo o nosso safari de 5 dias, eu não cansava de me impressionar como o nosso cozinheiro Charles fazia comidas tão saborosas com tão pouco, e em condições tão adversas. 

No dia em que fizemos game drive no Tarangire, por exemplo, acho que o Charles já tinha cozinhado nosso almoço de manhã cedo, antes mesmo de acordarmos para o café da manhã, pois, quando chegamos na área de piquenique para almoçar, o guia Frederick simplesmente sacou das profundezas do nosso carro de safari aquelas viandas e panelas cheias de comida boa saída não sei de onde - e estava tudo quentinho! 

Não sei explicar que mágica eles faziam...

Devo alertar, contudo, que achamos a comida no safari dos chimpanzés bem mais fraquinha do que no safari da Suricata Safaris. Não sei se é um padrão, ou se depende de ter sorte com o cozinheiro. A comida do Charles, cozinheiro da Suricata, era excelente, mas a comida feita pelo cozinheiro da Gombe Safaris era meramente para matar a fome.

Safari na Tanzânia e no Quênia
era impressionante como eles surgiam com aquela comida deliciosa do nada!

Safari na Tanzânia e no Quênia
nosso cozinheiro do safari, o Charles, fazia comidas super simples, mas muito saborosas

Além disso, o Charles não apenas cozinhava, mas, junto com o guia Frederick, montava e desmontava as barracas, carregava e descarregava as bagagens do nosso veículo, enfim...sobrava bem pouco pra gente fazer: às vezes, conseguíamos carregar nossos colchonetes e sacos de dormir para as barracas, ou colocar a mesa para o jantar...mas, se de fato queríamos ajudar, tínhamos que ser rápidos, se não, quando a gente via, eles já tinham organizado tudo.

Faça o possível para ajudar - não seja aquele brasileiro mal educado da turma que não se mexe pra nada 😉 

Então, por este lado, era bem legal chegar à tardinha nos acampamentos, podres de cansados depois de um longo dia de safari, e saber que teríamos barracas montadas e um bom jantar esperando por nós! Isso era um verdadeiro luxo!

E outro ponto que o Peg destacou (já que, normalmente, ele é o nosso motorista): dirigir cansa, e passar o dia todo dirigindo um veículo de safari com um olho na estrada ao mesmo tempo em que você procura pelos animais com o outro olho é bemmm cansativo. 

Ele achou maravilhoso ter alguém dirigindo por ele uma vez na vida, e poder manter os 2 olhos nos animais! Passava o dia inteiro com a máquina fotográfica na mão hehehehe...e de meias, para poder ficar de pé nos assentos do carro!

De novo, não seja o brasileiro mal educado que sobe de tênis nos assentos do veículo de safari!

Em resumo, continuo amando fazer safari por conta própria, em carro alugado, nós mesmos dirigindo, mas achamos essa experiência de fazer safari em "excursão" bem legal! 

Embora não estejamos acostumados a ter um guia escolhendo os caminhos por nós, achamos o Frederick ótimo guia, super paciente com as nossas intermináveis perguntas sobre os animais, fotos e vídeos, parava sempre que a gente pedia, dava todas as explicações necessárias, encontrava animais que não havíamos visto, nos emprestava os binóculos (que não levamos)...sem falar que, como o Peg lembrou, é um conforto ter alguém dirigindo o veículo, enquanto você se preocupa só em curtir os animais! 

Self drive safari tem seus pros e contras, como tudo na vida - e eu continuo curtindo fazer tudo por conta própria, mas, nesta experiência, consegui ver a parte positiva de fazer safari com um guia também!

Sem falar que tivemos muita sorte em ter um grupo bem legal de ótimos companheiros de safari, de quem acabamos ficando bons amigos e com quem nos divertimos bastante ao longo dos 5 dias que passamos juntos!

Safari na Tanzânia e no Quênia
o Peg amou não ter que se preocupar em dirigir!

Safari na Tanzânia e no Quênia
o Frederick e o Charles (guia/motorista e cozinheiro, respectivamente) cuidavam de tudo - achei bem bom não precisar me preocupar com nada!

Quanto custa fazer safari por conta própria no Serengeti e Ngorongoro

Como prometi acima, vou explicar porque desistimos de fazer self drive safari na Tanzânia: é praticamente impossível fazer safari independente por lá, porque os custos são altíssimos, então tivemos que apelar para um safari guiado para poder dividir os custos com outros turistas e assim baratear a nossa aventura! 

Foi a nossa 1ª vez num safari em grupo, num veículo de safari com motorista/guia, e gostamos muito da experiência!

Como todos os ingressos e taxas estavam incluídos no custo total do nosso safari all inclusive, não sei informar exatamente qual o valor que o guia pagou por cada um de nós - mas posso adiantar que são bem caros! 

Lembro que, quando estava pesquisando para fazer estes safaris por conta própria, de carro 4x4 alugado, no início do meu planejamento, descobri os custos para fazer self drive safari no Serengeti e no Ngorongoro, e os valores cobrados por cada pessoa/carro eram absurdamente altos...tão altos que desistimos de fazer o safari de forma independente e resolvemos nos juntar a um grupo organizado por uma agência, que seria o jeito de economizar, pois, desta forma, os custos são divididos pelas 6 pessoas que vão dentro do mesmo veículo

Para ler mais sobre os custos do nosso safari baratex: Quanto custa viajar pela Tanzânia, Zanzibar e Quênia

De acordo com o ótimo site Roadtrip Africa, os preços por pessoa (no ano de 2021) são os seguintes:
  • Ingresso para a Área de Conservação de Ngorongoro - U$ 70,80
  • Ingresso pro Serengeti - U$ 70,80
As taxas são cobradas por pessoa, incluindo impostos, para entradas múltiplas, por até 12hs com um passe diário ou por 24hs quando dormir dentro do parque.

Isto significa que, se você entrar no Ngorongoro num dia as 14hs, terá que sair no máximo até as 14hs do dia seguinte para não ter que pagar outro ingresso, isso se pernoitar em um camping dentro da área de preservação. É por isso que todas as agências montam os seus roteiros de forma a que os turistas passem exatamente 24hs dentro do Serengeti e do Ngorongoro, para aproveitar ao máximo os preços dos ingressos. 

Eles já têm esse know-how, e organizam tudo de forma a otimizar os horários/ingressos. 

E note que o tempo de estrada que você roda por dentro da NCA (Ngorongoro Conservation Area) tem que ser calculado dentro destas 24hs, senão você acabará tendo que pagar outro ingresso! 

Por exemplo: são aproximadamente de 3 a 4hs de estrada do Simba Public Campsite até o Portão Naabi (que é a entrada no Serengeti e também a saída da NCA). Portanto, se você quiser evitar pagar o ingresso do Ngorongoro 2 vezes, terá que programar bem a sua visita e levar em conta o tempo de viagem de 3-4 horas para sair da NCA. 

Entendeu??
É necessário ter todo um planejamento logístico e uma matemática estilo planilha de Excel que eu detesto ter que fazer!
Mas isso não é tudo - existem ainda várias outras taxas obrigatórias cobradas pela TANAPA (Tanzania National Parks):

A taxa de entrada de um veículo alugado registrado localmente (com placas da Tanzânia) é de 41.300 TSH (U$ 20) por dia para um Landcruiser, válida para entradas múltiplas.

Pelo que me informaram, não é possível entrar nos parques nacionais da Tanzânia com carros alugados no Quênia e vice-versa. 

Os campings públicos, administrados pela TANAPA, custam U$ 35,40 por pessoa/noite. 

Os acampamentos especiais custam U$ 59 por pessoa/noite.

Se você estiver hospedado em um alojamento ou acampamento móvel privado dentro dos parques nacionais da TANAPA, você também precisará pagar uma taxa de concessão única. São mais U$ 59/pessoa/noite para o Serengeti. 

Muito importante: se você for por conta própria, lembre de verificar com o alojamento que você reservou se as taxas de concessão estão incluídas no preço!!

Safari na Tanzânia e no Quênia
camping público na área de conservação do Ngorongoro

Como mencionei acima, a taxa para entrar na Área de Conservação de Ngorongoro é de U$ 70,80 por pessoa por 24 horas, mais a taxa de veículo que já citei acima. 

Também já mencionei que, se você quiser visitar o Serengeti, precisará cruzar por dentro da NCA (Ngorongoro Conservation Area) e, mesmo estando apenas em trânsito pela região, terá que pagar a taxa da NCA 2 vezes: no seu caminho de ida para o Serengeti e no seu retorno do Serengeti. 

E agora vem o pior: para entrar na Cratera do Ngorongoro para um game drive dentro da cratera (imperdível), você terá que desembolsar uma salgadíssima taxa adicional de U$ 295 por veículo cada vez que descer a cratera!!

Ah, e para entrar na cratera, é obrigatório levar um guia com você (dá para pegar um guia no prédio da sede da NCA) - e o custo de contratação de um 'ranger' é de U$ 20, que você paga em dinheiro diretamente ao guia. 

Ou seja: é simplesmente impossível fazer safari de forma independente no Ngorongoro, pois você terá que, necessariamente, estar acompanhado de um guia, mesmo se estiver dirigindo o seu próprio carro alugado!

E tem mais...para conseguir as autorizações de entrada no Ngorongoro para um safari de carro, você precisa 1º obter um orçamento de entrada ('entrance quote') no escritório da NCA, antes de chegar ao portão do parque nacional para comprar e pagar pela sua entrada.

Os escritórios da NCA ficam situados em Arusha e Karatu, e funcionam de segunda a sexta-feira. Não é possível fazer um orçamento de entrada na NCA online - você precisa visitar o escritório deles pessoalmente (só empresas de turismo têm acesso ao sistema de reservas online).

E note que eu nem coloquei aqui os custos de aluguel de carros 4x4, que também são caríssimos na Tanzânia! Na Cratera Ngorongoro, por exemplo, só pode descer em veículos 4x4, então para fazer um safari por lá o 4x4 é imprescindível. 

Veja mais informações neste site: Roadtrip Tanzania

Depois que eu descobri todas essas taxas e custos, decidimos na mesma hora modificar nossos planos - inicialmente, pretendíamos alugar um carro 4x4 e fazer self drive safari, como havíamos feito na África do Sul e na Namíbia, tudo por conta própria, mas, na Tanzânia, esse plano inicial acabou se revelando impagável!

Fazendo os cálculos, chegamos à conclusão que o valor que pagamos pelo nosso safari com tudo incluído através da Suricata Safaris foi até barato! 😌 


Safari na Tanzânia e no Quênia
um veículo 4x4 é fundamental, especialmente no Ngorongoro

Onde fazer safari por conta própria

Como já falei antes, a minha recomendação é que você faça um safari por conta própria no Amboseli Park, no Quênia, como nós fizemos.

Mas se, mesmo depois de tudo o que expliquei acima, você continua desembestado querendo fazer um safari por conta própria na Tanzânia, sem guia, nem grupo, alugando e dirigindo o seu próprio carro, a melhor opção, na minha opinião, é o Parque Nacional do Lago Manyara.

Acima eu já expliquei porque é muito complicado fazer safari por conta própria na Cratera Ngorongoro e no Serengeti (os custos são altíssimos e a logística é complicada), mas o Lake Manyara e também o Parque Tarangire são 2 boas opções de lugares para se fazer self drive safari na Tanzânia.

Se você não tem experiência nenhuma de fazer safari por conta própria, o Parque Nacional Lake Manyara é um bom local para começar. As estradinhas são bem mantidas e não são difíceis de encarar.

Além disso, são apenas 120Km/2hs de carro de Arusha até lá, por uma boa estrada asfaltada. Mas a melhor base para visitar o Parque Nacional do Lago Manyara por conta própria é mesmo Mto Wa Mbu, uma vila tropical animada e turística - eles dizem que cerca de 120 tribos tanzanianas vivem nesta aldeia, em perfeita harmonia.

As melhores opções de lugares para se hospedar por ali são: Migombani Camp e Africa Safari Lake Manyara.

Safari na Tanzânia e no Quênia
fazendo self drive safari em carro alugado no Amboseli Park, no Quênia

Upgrade nos alojamentos do safari

Nos dias de safari em que a inglesa Lisa estava conosco (uma das nossas companheiras do grupo de safari), no final do dia levávamos ela até os alojamentos "chiques" dela, que normalmente ficavam bem perto dos nossos campings.

Ela fez um 'upgrade' no safari, e ficou hospedada em alojamentos mais bacaninhas, e não em barracas de camping como nós - isso é perfeitamente possível, basta pagar a diferença de preço entre as hospedagens.

Quando você estiver negociando o custo do seu safari, verifique esta opção! 

Se você não curte acampar, ou tem muito medo de dormir em barracas junto dos leões e hienas, essa pode ser uma boa opção de se hospedar em lodges um pouco mais econômicos, sem precisar acampar e, ainda assim, não ter que vender o rim no mercado negro para pagar pelo seu safari! 

Posso adiantar a vocês que ela não me disse exatamente quanto pagou pelo safari com o upgrade de hospedagens, mas me disse que foi bem, bemmmmm mais caro que o 'preço original' do safari, que nós pagamos! 😝


Mas, se você tiver bastante grana para esbanjar, e dinheiro não for uma preocupação, pode também escolher se hospedar nos alojamentos 5 estrelas altamente luxuosos que existem dentro de todos os parques nacionais, como o Melia Serengeti Lodge e o Four Seasons Safari Lodge, no Serengeti, por exemplo.

Safari na Tanzânia e no Quênia
um dos safari camps "chiques" onde ficou hospedada a Lisa, nossa companheira de safari que fez upgrade nos alojamentos, no Serengeti

Encontros noturnos nos campings não cercados

Os campings públicos de Nguchiro em Seronera (região do Serengeti) e Simba em Ngorongoro têm cozinhas, banheiros, e a conexão de internet funciona meia boca...só não têm cercas!

Devo ser meio inconsequente na vida, porque, antes de viajarmos para a Tanzânia, realmente não me preocupei nem um pouco com o fato de que os nossos campings no safari não seriam cercados - especialmente no Serengeti, com sua super população de felinos! 

Acho que a ficha ainda não tinha caído direito...mas, quando o nosso guia começou a nos alertar que não nos afastássemos da área das barracas, aí sim bateu um medinho. E, quando deitamos para dormir, e começamos a ouvir hienas e zebras fazendo uma barulheira, bateu um medão! 

Dizem que as zebras e hienas são as visitas mais frequentes à noite nestes campings, mas, poucos dias antes, havia tido uma briga entre 2 leões bem no meio das barracas...e foi inevitável ir dormir imaginando essa cena! 

Muita gente nos perguntava como fazíamos para ir ao banheiro durante a noite, especialmente depois de tomarmos várias cervejas - ora, tivemos a genial ideia de cortar pela metade, com o providencial canivete suíço do Peg, uma garrafa de água mineral 2l que havíamos consumido...acho que nem preciso dar mais detalhes de como funcionava o nosso personal-banheiro-Tabajara-improvisadex à noite, né?? 😬

Tomar cerveja de noite realmente piorou a minha situação - recomendo veementemente, nestes casos, apelar para a garrafa plástica cortada!

Uma coisa deve ser dita: os dias de safari são tão, mas tãooo intensos, que cada dia parecia valer por 3! Ficávamos tão exaustos e esgotados das emoções do dia que, quando apagávamos à noite na nossa barraca, esquecíamos completamente de todos os perigos ao nosso redor, e dormíamos o sono dos bons e justos...mas não nego que dá um certo medinho, sim, de acampar num camping não cercado no meio da savana africana! 

Leve isso em consideração quando optar por esse tipo de safari econômico!

Na noite que passamos acampando no Serengeti, por exemplo, só quando o despertador tocou, às 5hs da manhã, para nos acordar para o 1º game drive do dia, foi que pude confirmar as minhas suspeitas com o nosso guia e o resto do grupo: tivemos 2 leões nos visitando no acampamento de madrugada 😱 ouvimos rugidos, mas até então estava tentando me convencer que era loucura da minha cabeça...eu que não ia colocar a cabeça pra fora da barraca para conferir, né!

Não sei dizer a que distância eles estiveram da nossa barraca - espero que bemmmm longe, pois sobrevivemos à noite e aos leões e hienas! 💪

Aliás, enquanto nós comentávamos impressionadíssimos sobre os rugidos noturnos com os nossos companheiros de safari, que também tinham ouvido, os guias não pareciam nem um pouco preocupados - aquilo para eles é absolutamente normal, acontece todo dia, não é nada fora do comum ouvir rugidos de leão nos campings! 

Eles nos explicaram que os animais aproveitam que está tudo quieto à noite para vir "especular" o que está acontecendo ali, dar aquela fiscalizada noturna básica, sem maiores intenções! Durante o dia, é muito difícil algum animal selvagem vir perambular pelo camping, enquanto há barulho e movimento de pessoas. 

Ainda sobre esse assunto, para não alarmar ninguém, vale dizer que não ouvi nenhum relato de ataques noturnos a humanos nos campings da Tanzânia

A fauna é muito equilibrada no Serengeti, os predadores têm alimento à disposição na cadeia alimentar deles, e não precisam avançar num humano para garantir o jantar - as gazelas devem ser bem mais apetitosas do que o meu tecido adiposo! 

Eles só vão atacar se se sentirem incomodados ou ameaçados, para se proteger, especialmente se estiverem com filhotes por perto.  

Também aproveito para registrar aqui que o banho/chuveiro não é quente no camping do Serengeti, mas, como não faz frio lá, até que dá para encarar um banho geladinho, ou então simplesmente usar lencinhos higiênicos para dar aquela tapeada e pular o banho kkkk...até porque, no dia seguinte, no camping do Ngorongoro, há um ótimo banho quente!

Dava até medo de entrar nos banheiros depois que escurecia, e me dar de cara com uma hiena pintada lá dentro...mas a verdade é que nunca encontrei nenhum animal selvagem no caminho para os banheiros!

Quanto ao fato de os campings públicos dentro dos parques nacionais da Tanzânia não serem cercados, preciso esclarecer, contudo, que isso não é exclusividade dos campsites: a maioria dos lodges, mesmo os de alto luxo, também não são cercados! 

A única diferença é que, nos alojamentos luxuosos, eles têm guardas armados, normalmente Masais, que te acompanham entre a tua tenda chique e a tenda-refeitório - tu marcas o horário que vais querer jantar e tomar o café da manhã e a "escolta" vai te buscar na tua tenda hehehe...já nos campings não há escolta, nem armada, nem desarmada!
Se você acha que não conseguirá dormir com rugidos de animais selvagens por perto, é melhor nem ir para a savana africana, porque não tem muita opção!
Nos campings, a dor nas cadeiras de dormir em colchonetes é garantida (embora o colchonete fornecido fosse bem bom), mas, no restante, eu não trocaria o nosso 'budget camping safari' por nada!

A nossa companheira de safari que fez upgrade e estava ficando hospedada em camps luxuosos (como expliquei acima) nos contou que, numa certa noite, simplesmente não conseguiu dormir, porque um casal de elefantes passou horas ao lado da tenda dela, e ela não conseguia pregar os olhos, com medo que os elefantes "atropelassem" a tenda chique onde ela estava dormindo 😱 

A estas alturas, a Lisa já estava até querendo abandonar os lodges chiques pelos quais ela havia pago uma grana preta e ficar conosco nos campings baratex mesmo, que era bem mais divertido, com direito a música pop tanzaniana no jantar, vinho barato e dancing 😂

Safari na Tanzânia e no Quênia
nossa única "proteção" contra os animais selvagens à noite era a nossa barraca

Quantos dias de safari é o ideal no norte da Tanzânia?

Eu já tive a opinião de que 2 dias de safari estavam de bom tamanho, mas isso considerando apenas um parque. 

Por exemplo, se você for à África do Sul, acho que 2 dias no Kruger Park já estaria bom. Indo à Namíbia, 2 dias no Etosha está ótimo. 

Mas na Tanzânia, onde você tem 13 reservas incríveis para escolher qual visitar, fica difícil fazer um roteiro de safari tão enxuto, porque os parques são próximos entre si mas bem diferentes na fauna, flora e paisagem, e eu não queria deixar de conhecer nenhum dos parques nacionais mais top. 

Então, na minha opinião, o ideal na Tanzânia são 5 dias de safari - exatamente o que nós fizemos - para poder conhecer pelo menos os 4 principais parques nacionais do norte do país:
Com menos dias, teríamos que cortar um deles do roteiro, e eu não gostaria de cortar nenhum! 

Por outro lado, fazendo safari por mais de 5 dias no esquema de acampamento, acho que começa a ficar meio cansativo. Para fazer por mais de 5 dias, teria que pensar em incluir algumas acomodações em lodges, o que triplicaria o preço do safari - e essa não era uma opção para nós.

Então considero que 5 dias é o mínimo ideal - mais do que isso já começa a ficar meio repetitivo, você já não acha tanta graça a cada zebra ou girafa que vê pelo caminho!

Safari na Tanzânia e no Quênia
depois de 5 dias de safari, você já não acha tanta graça a cada zebra ou girafa que vê pelo caminho!

Dá para fazer safari com crianças?

Esta semana publiquei um post explicando como fazer safari com crianças na África, quanto custa o safari com crianças, porque não levamos o Lipe na nossa última viagem de safari e ainda deixamos muitas dicas divertidas para o seu safari com crianças na África - leia tudo aqui: 


Outros amigos já fizeram safari na África com crianças, inclusive de motorhome! 

Veja as dicas deles também:
Safari na Tanzânia e no Quênia
fazendo safari com o Lipe no Etosha Park, na Namíbia

Os Masai

Escrevi um post específico sobre a nossa visita a uma aldeia Masai nos arredores de Mto Wa Mbu durante o safari pelo norte da Tanzânia - para ler mais sobre este povo e como foi o nosso passeio com os Masai, veja:

Não vá pensando que você vai fazer um tour cultural "visitando os Masai'', como se eles fossem um item da sua 'bucketlist' para conhecer, e ainda assim ter uma experiência muito genuína.

Não dá, certamente não será uma coisa muito autêntica, é um passeio para turista ver, sem dúvidas. Mas, se você fizer uma visita a um povoado Masai com um bom guia, com certeza pelo menos aprenderá muito sobre este povo tão único e interessante.

Safari na Tanzânia e no Quênia
visitando uma aldeia Masai em Mto Wa Mbu

Safari na Tanzânia e no Quênia
embora seja inegavelmente um programa super turístico, foi muito interessante e concluímos que valeu a pena!

Guias de viagem e sites sobre safaris no Quênia e Tanzânia

O site Safari Bookings é o 'Booking dos safaris', um site onde dá para comparar e entrar em contato com praticamente todas as companhias de safari da África. É uma ótima fonte onde pesquisar roteiros de safaris, ter ideias do que você quer fazer na sua viagem e comparar preços. 

Clique nas áreas específicas dos safaris no Quênia e Tanzânia.

Eu também comprei o guia da África Oriental da Lonely Planet (foto abaixo) - paguei R$ 149,81 e encontrei para comprar aqui.

Site recomendado para para planejar viagens de carro: Roadtrip Africa 

Sobre parques nacionais e reservas da Tanzânia: Tanzania Parks

Sobre parque nacionais de reservas do Quênia: Kenya Wildlife Service

Safari na Tanzânia e no Quênia
guia da África Oriental da Lonely Planet

A ordem dos fatores não altera o produto num safari

Quando você for planejar o seu roteiro de safari junto a uma agência, saiba que a ordem dos fatores não altera o produto. 

Explico:

Se você escolhe fazer um roteiro básico em grupo de 5 dias pelos 4 principais parques nacionais do norte da Tanzânia - como era o nosso caso - a 1ª coisa que você precisa saber é que a ordem dos parques a serem visitados pode ser alterada durante a viagem. 

De acordo com o nosso roteiro, visitaríamos no 1º dia de safari pela Tanzânia o Tarangire National Park, no 2º dia o Lake Manyara, e depois seguiríamos para o Serengeti e Ngorongoro. 

Ocorre que o guia pode vir a adaptar o roteiro do safari de acordo com as datas de viagem dos demais integrantes do seu grupo, que será de, no máximo, 6 pessoas. 

No nosso caso, as 2 meninas francesas que iriam fazer o safari conosco já haviam começado a viagem delas no dia anterior, e já tinham visitado o Lake Manyara. Então o que eles fizeram?? Adaptaram o nosso roteiro, deixando para fazermos (eu e o Peg) o safari no Lake Manyara (que elas já haviam conhecido no dia anterior) no nosso último de safari (depois de nos despedirmos delas). 

Deu para entender? 

Se você for acomodado num grupo que já esteve no Lake Manyara e no Tarangire, por exemplo, de repente você já vai começar o seu safari indo direto pro Serengeti e para a Cratera Ngorongoro, e deixando o Lake Manyara e o Tarangire para o final do seu safari!

Concluímos que eles "usam" os safaris nos parques Lake Manyara e Tarangire como "coringas" para conseguir colocar mais clientes em um mesmo grupo/carro (os carros de safari são para 6 passageiros). 

Se você olhar no mapa, verá que essa estratégia deles faz mesmo bastante sentido, já que o Tarangire e o Lake Manyara são os parques mais próximos de Arusha, que podem ser visitados tanto no caminho de ida (no início do roteiro), quanto na volta (no final do seu safari), sem que ninguém saia perdendo com isso. 

Como eles não avisam isso pra gente antes, acabamos ficando meio perdidos, sem entender direito o que estava acontecendo com o nosso roteiro programado, mas o importante de frisar é que, com estas alterações no roteiro, ninguém sai perdendo, pois no final acaba dando na mesma: tanto faz por qual parque você começa ou termina o seu safari, o que importa é visitar todos estes 4 parques nacionais imperdíveis na Tanzânia.

Safari na Tanzânia e no Quênia
o roteiro básico de safari de 5 dias no norte da Tanzânia inclui visitas aos 4 principais parques nacionais do país, partindo de Arusha

Safari na Tanzânia e no Quênia
o roteiro vai mudando e os companheiros de viagem vão se alternando ao longo do safari na Tanzânia

O veículo de safari

Os carros que eles usam para esses safaris em grupo na África são sempre muito parecidos. 

Quando você faz apenas um game drive pago (passeio para ver animais) dentro de um parque nacional, é muito provável que você vá num daqueles veículos que cabem até 12 pessoas, mais ou menos. 

São veículos que normalmente não levantam o teto, mas têm as laterais mais baixas, completamente abertas, e cada passageiro garante um assento na janela. 

Veja um exemplo na foto abaixo (este nós fotografamos no Parque Etosha, na Namíbia):

Safari na Tanzânia e no Quênia
estes veículos são usados nos parques nacionais africanos para fazer os game drives (passeios pagos) com grupos de turistas

Safari na Tanzânia e no Quênia

Estes NÃO são os mesmos veículos usados nos grupos de safari que viajam por alguns dias juntos pelas estradas e parques da Tanzânia. Note que esses veículos das fotos acima, além de serem totalmente abertos, sequer possuem porta-malas! 

Eles não seriam adequados para uma viagem de vários dias, incluindo diversos trechos de estradas fora dos parques nacionais. 

Os carros que eles utilizam para esse tipo de safari em grupo que nós fizemos são veículos para apenas 6 passageiros (cada um ganha uma janela), além do guia e do cozinheiro, que vão lá na frente. Cada grupo de safari com 6 turistas tem um guia/motorista (o nosso era o Frederick) e um cozinheiro (o nosso era o Charles), que, juntos, também montam e desmontam as barracas e organizam todo o safari. 

Esses veículos são mais confortáveis do que eu imaginava, têm uma tomada e uma entrada USB exclusiva para cada um de nós, água gelada liberada numa pequena geladeira portátil e vários bolsos porta-objetos para guardarmos nossas traquifâncias.

não é possível carregar powerbanks nas tomadas dos veículos, pois eles consomem muita energia e aí dá pane no sistema elétrico do carro. Uma colega de safari tentou carregar o powerbank dela no veículo e aí ninguém mais do grupo conseguia carregar os seus equipamentos, deu 'pane' em todas as tomadas. Então nem tente: carregue os seus equipamentos nas tomadas e entradas USB do carro e deixe para carregar o seu powerbank na cozinha do acampamento, onde sempre existem tomadas.

O Peg acabou de editar um vídeo muito bom, mostrando todos os detalhes do nosso carro de safari e também como são os acampamentos do safari no Serengeti. 

Assista clicando na foto abaixo:

Safari na Tanzânia e no Quênia

Para assistir no YouTube, clique aqui.

Quer ver a nossa playlist de vídeos de safaris que fizemos na África? É só clicar aqui!

O teto do carro permanecia fechado enquanto estávamos na estrada e, assim que chegávamos a um parque e começávamos a fazer um 'game drive' (passeio em busca de animais), eles então levantavam o teto e a gente conseguia se movimentar dentro do carro com muita liberdade, e até subir em pé nos assentos, para enxergar melhor. 

Nesse caso, lembre de tirar os sapatos, óbvio!

Suricata Safaris
modelo de veículos usados para safaris em grupo, como o que nós fizemos, para apenas 6 passageiros

Suricata Safaris
nosso carro de safari na Tanzânia - veja que é exatamente igual ao modelo usado pela outra empresa que também aparece na foto

Suricata Safaris
tínhamos uma tomada e uma entrada USB exclusiva para cada um de nós - mas elas não servem para carregar powerbanks, que demandam muita energia no seu carregamento (carregue seu powerbank nos campings)

Suricata Safaris
conseguíamos nos movimentar dentro do veículo de safari com muita liberdade, e até subir em pé nos assentos para enxergar melhor - nesse caso, lembre de sempre tirar os sapatos

Suricata Safaris
os carros de safari sempre têm vários bolsos porta-objetos para guardarmos nossas traquifâncias (como garrafas de água mineral, protetor solar, câmeras, celular, carregadores de baterias, etc)

Suricata Safaris
os veículos que eles usam para esses safaris em grupo na África são sempre muito parecidos, seja um safari super-luxo ou um safari baratex como o nosso

Suricata Safaris
não tem como ficar mal acomodado num veículo de safari, pois qualquer assento é bom e espaçoso, e todos os 6 passageiros têm janelas, mas eu diria que, de um modo geral, os assentos mais da frente são os melhores, pois ali o carro sacoleja menos

Outra coisa importante de alertar sobre estas viagens de safari em grupo é o seguinte: assim como a ordem de visitação aos parques pode ser alterada no seu roteiro no meio da viagem, como já expliquei acima, os seus companheiros de safari também podem mudar: você pode começar o seu safari pelo Parque Tarangire com um grupo de pessoas que esteja fazendo o safari no Tarangire como último dia dos seus roteiros e, no dia seguinte, você poderá ter um grupo completamente novo para seguir viagem até o Serengeti e o Ngorongoro e, na volta, ter ainda outros companheiros para fazer o game drive no Lake Manyara. 

Como expliquei antes, eles 'usam' os safaris no Manyara e no Tarangire como 'coringas' para acomodar outros clientes no mesmo veículo, o que se torna mais econômico para a agência que organiza o safari (e, como consequência, para nós mesmos). 

É uma forma de 'baratear' o safari.  

E mais uma dica importante: não é possível mexer no seu mochilão no porta-malas do veículo de safari durante o dia! 

Lembre de levar algum agasalho com você nos dias de safari em que for passar pelas terras altas do Ngorongoro, pois, embora as bagagens estejam todas dentro do veículo de safari, eles não têm como desarrumar todo o porta-malas no meio do dia para você pegar uma jaqueta na sua mochila - quando você sai do acampamento/lodge de manhã, já precisa levar consigo numa daypack tudo o que vai precisar para aquele dia

Nos dias em que passamos pelas 'highlands' do Ngorongoro, devido à altitude de 2300m, fez um friozinho! Foi o único dia/noite no safari em que realmente precisamos usar um fleece/jaqueta!

Safari na Tanzânia e no Quênia
não é fácil arrumar todo o carregamento do grupo de safari no porta-malas do veículo, então não venha querer mexer na sua mala durante o dia, porque não vai rolar...

O que levar num safari na África

Publiquei esta semana um post super completo com todas as dicas práticas do que você precisa levar para um safari na África, inclusive equipamentos para fotos e vídeos e dicas do melhor tipo de roupa para usar em um safari. 

É um checklist completo para você usar na hora de arrumar a sua mochila de safari na África, não perca:

O que levar para um safari na África: dicas de como arrumar a sua mochila

Suricata Safaris
é bom avisar que o ideal num safari é levar uma mochila pequena - malas grandes e duras não são a bagagem mais adequada para safaris!

Receita de safari feliz: paciência e persistência

Não foi uma nem 2 vezes que rodamos mais de 1h dentro dos parques nacionais da Tanzânia praticamente sem ver animais!

Muitas vezes víamos zebras, gnus, girafas, antílopes e elefantes, mas, no 4º dia de safari, ver zebras e gnus já não despertava mais tanta emoção, de tantos milhares (sim, milhares!) que já tínhamos visto, e já estávamos querendo ver só felinos ou animais diferentes, que ainda não tivéssemos visto.

Chega um ponto, lá pelo 3° dia de safari, em que a gente já diz "olha, mais uma girafa", e dá de ombros, sem sequer pegar a máquina fotográfica.

Já li que, nos horários mais quentes do dia, os animais selvagens ficam quietos na sombra, dormindo depois de se alimentar, e por isso seria mais fácil vê-los de manhã cedo ou no final do dia, quando estão mais ativos, em busca de água - o que realmente parece bem lógico.

Mas eu não posso afirmar que isso seja uma regra, pois tivemos dias de safari em que também vimos muitos animais nos horários mais quentes do dia, justamente entre as 10 e as 14hs - e a conclusão a que eu cheguei é que realmente não existe uma regra: o jeito é ter muita paciência e persistência, a receita de um safari feliz, que então os animais mais incríveis aparecem!

Um safari é realmente uma caixinha de surpresas!

Quando a gente já está quase desistindo, achando que não vai mais encontrar animais naquele dia, eles começam a pipocar na frente do nosso veículo! 

Tenha fé 💪

Safari na Tanzânia e no Quênia
as cenas mais lindas do safari pertencem aos mais persistentes!

Safari na Tanzânia e no Quênia

Melhor época para fazer safari na Tanzânia e Quênia

Em quase todos os lugares em que a gente pesquisa, eles dizem que a melhor época para fazer safari na Tanzânia e no Quênia é a estação seca, aproximadamente entre o final de junho e outubro. 

Aliás, de um modo geral, as estações secas são sempre as melhores épocas para fazer safari em qualquer lugar, seja na Tanzânia e Quênia, seja na África do Sul ou na Namíbia, pois é quando os animais não têm muita água à disposição e são obrigados a se movimentar atrás de água, e assim acabam "aparecendo" mais durante os 'game drives', concentrados perto de fontes de água. 

Quando chove muito, os animais ficam mais dispersos, pois têm água à disposição em mais lugares. 

Além disso, nas épocas do ano mais secas, a vegetação dos parques nacionais também fica menos densa, facilitando o avistamento de animais. 

Acontece que a própria estação seca pode variar bastante de um parque nacional para outro: em alguns lugares, eles falam de junho a novembro; em outros, mencionam o período de agosto a outubro como sendo o melhor. 

Acho que, no final das contas, tudo depende do ano...assim como em qualquer lugar do mundo, já que o clima anda louco no mundo inteiro!

O que eu posso dizer com certeza, da nossa experiência, é que aconteceram diversas pancadas de chuva durante o nosso safari na Tanzânia, mas, incrivelmente, elas não atrapalharam em absolutamente nada a nossa viagem! 

As chuvas rápidas de novembro na Tanzânia vêm fraquinhas, ou muito fortes, e vão embora alguns minutos depois, de repente, assim como chegaram! 

E pensar que eu cheguei a cogitar em não ir para a Tanzânia e Quênia nas nossas férias em novembro, porque li em inúmeros lugares que novembro era um mês de 'short rains'...e eu muito preocupada, pensando que as tais chuvas curtas poderiam tornar a nossa viagem uma 💩

Que nada, era até bom quando a chuvinha caía, já que dava uma aliviada no calorão! 

Não sei se é sempre assim, ou se foi o meu pacto com São Pedro em ação, mas o fato é que as 'short rains' de novembro na Tanzânia não atrapalharam em nada o nosso safari! 

Por isso é que eu digo que, se você não puder ir na estação seca, entre o final de junho e outubro, vá em novembro bem tranquilo!

Claro que sempre é bom se informar sobre a melhor época para viajar para cada lugar, até para não ser pego desprevenido pelo clima ruim, mas, na minha experiência, a melhor época para ir a qualquer lugar é quando nós temos férias!

Já viajei para lugares em épocas muito pouco recomendadas e tive uma baita sorte com o clima, ao mesmo tempo em que fui para outros lugares nas épocas mais recomendadas do ano e pegamos clima péssimo. 

O negócio é combinar tudo com São Pedro e apostar na sorte!

Claro que não vai dar certo tentar ver a Grande Migração no Serengeti em fevereiro, assim como não é uma boa ideia ir caçar aurora boreal na Islândia em julho, mas também não adianta ficar naquele desespero de ter que visitar todos os lugares na época "certa", e acabar não conseguindo ir a lugar nenhum.

Se as suas férias são na época "errada", organize o seu roteiro de outra forma, leve capa de chuva, mas não deixe de ir ao lugar dos seus sonhos!

#MinhaOpinião

tivemos dias maravilhosos de safari em pleno mês das 'short rains'!

A Grande Migração e as travessias dos rios

Logo depois que cruzamos o portão que divide a Ngorongoro Conservation Area do Parque Nacional Serengeti, por volta das 14hs, vimos um grupo de milhares de gnus migrando.

Esses animais feiosos e desengonçados, junto com as zebras, são as grandes estrelas de um dos maiores fenômenos da natureza, conhecido como "Grande Migração".

Eles se chamam 'wildebeest', palavra em Afrikaans que significa besta selvagem, mas são mais conhecidos pelo seu nome Swahili, "GNU".

Todos os anos essa espécie de antílope cumpre um ciclo migratório atrás de grama para pastar entre o Serengeti e o Parque Masai Mara, no Quênia, que é considerado um dos mais incríveis espetáculos da natureza.

Ao cruzar o Rio Mara, a caminho do Quênia, muitos deles são mortos, atacados por crocodilos, e por isso às vezes eles ficam semanas a fio reunidos nas margens do rio, aguardando o melhor momento para a travessia, que pode ser fatal, especialmente para os filhotes.

O guia nos disse que certamente tinha mais de 3 mil wildebeest naquele grupo que nós vimos logo que chegamos ao Serengeti!!

De acordo com ele, na época do ano em que estivemos lá (novembro), os gnus vêm para a parte sul do Parque Serengeti para as fêmeas parirem ali!

As bestas selvagens formam uma grande e interminável fila de muitos quilômetros de comprimento quando estão migrando! Onde os primeiros passam, os outros sabem que é seguro passar, e por isso a fila - já que os predadores, como os leões, seguem seus passos atentamente. Quando eles chegam no local aonde pretendem parar, aí eles desmancham a fila e se espalham.

A Grande Migração de gnus, que chega a mais de 1,3 milhão desses animais, acompanhados por um grande número de zebras e um número menor de gazelas, elãs e impalas, segue um padrão igual todos os anos, sempre em busca de pastagens frescas e água.

É uma cena inesquecível, emocionante, o maior espetáculo da vida selvagem no planeta Terra, sem dúvida! E nós ficamos totalmente surpresos e emocionados com esse presente completamente inesperado, pois não esperávamos ver a Grande Migração acontecendo bem na frente dos nossos olhos em pleno mês de novembro!

a Grande Migração de gnus acontecendo bem na frente dos nossos olhos em pleno mês de novembro!

Antes de viajar, é claro que eu pesquisei, e aprendi que a época do ano mais indicada para ver a Grande Migração é no período que vai de junho a setembro - então como explicar essa 'grande migração' que vimos acontecendo justamente no mês de novembro??

Bom, a 1ª coisa que eu preciso esclarecer é que uma coisa é a Grande Migração, que acontece praticamente o ano todo, e outra coisa, completamente distinta, são as travessias dos rios Grumeti e Mara! Quando as pessoas falam em 'Grande Migração', normalmente estão querendo se referir às travessias dos rios, e daí a confusão!

O Serengeti é famoso justamente por sua migração anual de gnus - e muitas pessoas me perguntam se vale a pena planejar a sua viagem em torno da migração no Serengeti.

Na minha opinião, é tudo uma questão de possibilidades e oportunidades. Explico:

Os guias nos explicaram que é muito difícil acertar exatamente as datas das travessias do Rio Mara, onde acontece o grande show. Mas, ao mesmo tempo, não é difícil encontrar bandos enormes, de milhares de gnus migrando, como nós encontramos, em pleno mês de novembro!

De acordo com as chuvas, o padrão da Grande Migração seria assim:
  • Dezembro a maio: sudeste (Seronera, Ndutu)
  • Maio a julho: corredor oeste
  • Julho a outubro: Rio Mara
  • Outubro a novembro: área do Lobo
Ou seja: a migração acontece o ano inteiro! Esses animais vivem em constante migração! Basta que o seu guia de safari tenha boa vontade para ir atrás deles dentro da imensidão que é o Serengeti!

Nós tivemos sorte de vê-los, em pleno mês de novembro, no sul do parque!

A grande dificuldade é conseguir estar lá justamente na época certa para assistir a travessia do Rio Mara - mas eu já fiquei bem satisfeita com o que vimos! Na nossa experiência, independentemente da época do ano, o Serengeti sempre vai oferecer excelentes oportunidades de visualização da vida selvagem.

Além disso, pelo que pesquisei, eu nem teria coragem de pagar os preços exorbitantes cobrados pelos acampamentos móveis que se reúnem perto das travessias dos rios - sem falar nas centenas de outros veículos de safari que estarão se amontoando na beira dos rios junto com você, disputando as melhores "vagas" para assistir às travessias...a época da Grande Migração é obviamente a altíssima temporada de safaris, quando tudo fica muito mais caro e superlotado.

Por outro lado, é claro que ver os rebanhos impressionantes da migração de gnus cruzando o Grumeti e o Rio Mara deve ser realmente uma cena espetacular - tudo tem seus pros e contras - é uma questão de escolha.

O site Expert Africa é uma excelente referência para descobrir a localização da migração de gnus em uma determinada época do ano em mapas - dá uma olhada lá se você quiser conferir onde estará ocorrendo a migração na época da sua viagem.

este mapa que encontrei no site oficial do Serengeti da rota de migração dos gnus é bem explicativo!

No corredor oeste, o pico da migração ocorre entre o final de maio e julho, quando mais de 1 milhão de gnus migram para o norte, em uma fila barulhenta de até 40Km de comprimento!

O principal obstáculo enfrentado pelos gnus nesta migração é a travessia das águas cheias de crocodilos do Rio Grumeti.

As travessias normalmente acontecem de junho ao início de julho, e o 1º rebanho a cruzar geralmente corre os maiores riscos. Por isso, essa travessia pode levar até semanas, desde a chegada do 1º gnu à margem sul do rio, para que a verdadeira travessia comece.

Milhares de gnus começam a se juntar nas margens do rio, mas podem demorar muito tempo para criar a coragem necessária - ou encontrar o momento certo de descuido dos crocodilos - para a travessia acontecer de fato.

Vi muitos vídeos dessas travessias de rios no YouTube: é um caos, uma confusão, cenas de verdadeiro pânico entre os pobres gnus e zebras!

Já no Rio Mara, que fica perto da fronteira com o Quênia, mais ao norte, as travessias normalmente acontecem entre agosto e setembro.

Mas garanto a vocês que simplesmente assistir os gnus e zebras se deslocando em filas intermináveis, por quilômetros e mais quilômetros, num grupo de mais de 3 mil animais selvagens, foi uma das imagens mais espetaculares que vimos na vida!

Escrevendo sobre o fenômeno da Grande Migração, lembrei dessa música maravilhosa do Jorge Drexler, que se chama 'Movimiento' - vocês conhecem?

Vale escutar no Spotify, especialmente o parágrafo do meio! ❤

'Apenas nos pusimos en dos pies
Comenzamos a migrar por la sabana
Siguiendo la manada de bisontes
Más allá del horizonte, a nuevas tierras lejanas
Los niños a la espalda y expectantes
Los ojos en alerta, todo oídos
Olfateando aquel desconcertante
Paisaje nuevo, desconocido
Somos una especie en viaje
No tenemos pertenencias, sino equipaje
Vamos con el polen en el viento
Estamos vivos porque estamos en movimiento
Es más mío lo que sueño que lo que toco
Yo no soy de aquí, pero tú tampoco
De ningún lado del todo y, de todos lados un poco
Atravesamos desierto, glaciares, continentes
El mundo entero de extremo a extremo
Empecinados, supervivientes
El ojo en el viento y en las corrientes
La mano firme en el remo
Y así ha sido desde siempre, desde el infinito
Fuimos la gota de agua, viajando en el meteorito
Cruzamos galaxias, vacío, milenios
Buscábamos oxígeno, encontramos sueños'

Veja também: Playlist de músicas e minidicionário de Suaíli para uma viagem à África

gnus migrando no Serengeti

Nunca menospreze um banheiro num safari na África

Para ir finalizando esse post interminável, uma diquinha de ouro: num safari, nunca menospreze um banheiro!

Nas áreas de piquenique dos parques nacionais da Tanzânia e do Quênia sempre existem bons banheiros públicos - aproveite!

Aliás, na maioria dos parques nacionais da Tanzânia e do Quênia, você vai encontrar os 2 tipos de banheiros nas áreas de piquenique: os turcos, que são aqueles com um buraco no chão, e os vasos sanitários comuns, que estamos acostumados.

Safari na Tanzânia e no Quênia
banheiros turcos são muito comuns por toda a Tanzânia

E, por incrível que pareça, na maioria das vezes os banheiros dos parques nacionais estão limpos e têm papel higiênico. Eu levei um rolo inteiro de PH na mochila e não chegamos a gastar esse rolo entre eu e o Peg, durante a viagem inteira!

Mas a dica importante, que deve ser vista como uma verdadeira regra durante todos os dias do seu safari, é a seguinte: vá ao banheiro em todas as paradas do safari, mesmo que não esteja com muita vontade naquele momento, pois a próxima parada no game drive certamente vai demorar mais algumas horas, e o guia/motorista não pode simplesmente parar o carro em qualquer lugar para você fazer xixi no matinho...pois pode haver um leão ali no matinho inocente!
 
Em alguns parques, existem inclusive multas pesadíssimas pros guias/agências que permitirem que algum cliente desembarque do veículo de safari, pois é muito perigoso, tanto para os humanos, quanto para os animais!
 
Lembre-se que, nos parques nacionais da África, os animais selvagens são livres, estão no território deles, e você é quem está preso na jaula = carro de safari.

Safari na Tanzânia e no Quênia
acostume-se com a ideia de que, na África, os animais selvagens são livres, e você é quem está preso no veículo de safari

Usando banheiros turcos na África

Como mencionei acima, os banheiros públicos na Tanzânia normalmente são do tipo "turco", daqueles de agachar, com um "buraco no chão" - e acho que vale a pena esclarecer que esse tipo de banheiro não é tão ruim, tão difícil de usar quanto parece!

Durante a nossa viagem, sempre apareciam alguns comentários de espanto quando eu mostrava esses banheiros nos 'stories' no Instagram - e eu mostrava justamente pro pessoal ir se acostumando com a ideia de que, lá na Tanzânia, isso é o mais comum, embora também seja possível encontrar banheiros de sentar, com vasos sanitários comuns, especialmente em hotéis internacionais.

Aliás, se você for para a Tanzânia e se hospedar apenas em hotéis 5 estrelas, e fizer um safari de luxo, provavelmente só vai ver banheiros de sentar, feitos especialmente para os turistas.

Mas vale dizer que esses banheiros - chamados "banheiros turcos" - são bem comuns em várias partes do mundo, especialmente na Ásia e na África e, depois que a gente se acostuma a usá-los, acabamos descobrindo que, na verdade, eles são beeem "anatômicos", especialmente para fazer o nº 2, pois a posição de cócoras sabidamente favorece hehehehe...😜

Pelo que eu lembro, até os banheiros públicos da praça da minha cidade (Jaguarão - RS) eram desse tipo na minha infância, não sei se continuam assim - mas quem cresceu acampando no Forte de Santa Tereza, no Uruguai, sabe que "squat toilets", ou "banheiros turcos", são bem comuns inclusive na América do Sul, ou seja, não são uma exclusividade africana!

Quem aí já usou um 'squat toilet'?? Achou anatômico ou não curtiu?

Safari na Tanzânia e no Quênia
você já usou um banheiro turco?

Como lavar e carregar as roupas sujas do safari na África

Até chegarmos ao Gombe Stream National Park, ainda não havíamos sentido muita necessidade de lavar as roupas sujas desta viagem. Tínhamos suficientes peças de roupas limpas nas nossas mochilas para não precisarmos nos preocupar com isso, e íamos lavando meias, calcinhas, sutiãs e cuecas nas pias dos hotéis ou chuveiros quando necessário.

Mas, no final do nosso safari dos chimpanzés, tínhamos tantas roupas imundas dos trekkings na selva e nas montanhas da Tanzânia nas nossas mochilas, que não tínhamos ideia do que fazer com aquilo - e nem tempo suficiente para lavar tudo e esperar secar no banheiro do hotel...sendo assim, como íamos carregar aquelas roupas podres de sujas nas nossas mochilas, sem correr o risco de imundiciar as poucas peças de roupas limpas que ainda tínhamos para vestir, considerando que não existem sacos plásticos na Tanzânia???
Pois é, os sacos e canudinhos plásticos foram abolidos por lei na Tanzânia há alguns anos...
Acabei mostrando como carregamos as nossas roupas imundas do trekking com chimpanzés lá nos 'stories' do Instagram: viramos tudo do avesso, que também estava imundiciado, fizemos uma 'trouxa' e carregamos as roupas sujas como bagagem de mão dentro das capas das nossas mochilas!

Não quis colocar tudo dentro do mochilão junto com as poucas peças de roupas limpas que ainda nos restavam porque estava tudo úmido de chuva e de suor, e fedendo ainda...se misturasse, íamos acabar ficando com as poucas roupas limpas fedidas também!

Vale o aviso: numa viagem de safari, especialmente se for um trekking safari na selva, leve roupas de secagem rápida, com pouco algodão! As roupas sujam muito com o calor (terra, poeira, suor) e, mesmo que a gente lave roupas insandecidamente nas pias dos hotéis, elas demoram muito a secar, por causa da constante umidade!

E leve também algum tipo de saco ou embalagem para poder carregar, separadas das peças limpas, as roupas sujas - chega um momento na viagem em que dá um certo desespero não conseguir um saco plástico sequer para colocar as roupas sujas ou mesmo o lixo!

Até procuramos lavanderias (já usamos lavanderias em muitas viagens para lavar as nossas roupas), ou uma simples máquina de lavar roupas, mas não encontramos nada que fosse barato, que valesse a pena - só lavanderias de hotéis, que cobram por peça de roupa lavada, a preços de hotel 5 estrelas! 😡

E vocês, costumam lavar as roupas sujas nas viagens? Como fazem? Contem pra gente nos comentários!

Safari na Tanzânia e no Quênia
carregamos as nossas roupas sujas como bagagem de mão dentro da capa da mochila!

Já esteve na Tanzânia ou no Quênia? Fez algum safari? Conta pra gente! Deixe as suas dicas nos comentários! 

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Também fiz várias pastas de destaques desta viagem lá nos stories do Instagram, dê uma espiada lá!


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Tarangire National Park: safari na Tanzânia parte 1


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Safari na Tanzânia e no Quênia

Safari na Tanzânia e no Quênia

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Claudia Rodrigues Pegoraro

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