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Trekking no Monte Kilimanjaro: a trilha mais famosa da África

O trekking no Monte Kilimanjaro é um dos mais famosos do mundo - considerada a montanha mais fácil dos 7 cumes e Patrimônio da Humanidade pela UNESCO.
Monte Kilimanjaro trekking
O trekking no Monte Kilimanjaro é um dos mais famosos do mundo - considerada a montanha mais fácil dos 7 cumes e Patrimônio da Humanidade pela UNESCO - esta trilha na Tanzânia, África, está ao alcance de qualquer um com tempo, dinheiro e fôlego para encarar esta grande aventura.  
Nós passamos todo o ano passado treinando com a esperança de conseguirmos fazer a trilha até o campo-base do Everest, que era o nosso sonho de 2020 (agora adiado para 2021). Quando vimos que o Nepal realmente não iria abrir as fronteiras em razão da pandemia, acabamos mudando os nossos planos, e fomos para o Quênia e a Tanzânia

Como tínhamos passado o ano todo falando do Everest, todo mundo que nos conhece pensou: 'garanto que os doidos vão fazer o trekking no Monte Kilimanjaro'!

E choveu gente querendo saber se íamos, e porque não íamos. Aqui neste post eu explico tudo sobre o trekking no Monte Kilimanjaro. 

Leia mais:


Monte Kilimanjaro trekking

Porque não fizemos o trekking no Monte Kilimanjaro

Vários fatores influenciaram na nossa decisão de não fazer o trekking no Monte Kilimanjaro - e não estou escrevendo este post para convencer ninguém de não ir, muito pelo contrário! A ideia é te explicar justamente os pros e contras para você ir bem preparado, quando for! 

Infelizmente, numa viagem como essa, precisamos fazer escolhas que caibam no nosso roteiro e, principalmente, no bolso. 

O trekking no Monte Kilimanjaro não é barato - as agências locais mais confiáveis que pesquisamos cobram no mínimo U$ 2000 por pessoa, sem falar nas gorjetas, que são pagas à parte. 

Leia mais sobre os custos de uma viagem à Tanzânia:


Além disso, as rotas mais curtas até o cume do Kilimanjaro levam de 5 a 7 dias - e eles recomendam veementemente fazer em no mínimo 7 dias, pois você aclimata melhor à altitude e tem mais chances de sucesso. O índice de sucesso na chegada ao cume na rota de 5 dias é bem baixo.

Se decidíssemos fazer o trekking no Kilimanjaro, teríamos que abrir mão ou dos safaris, ou de Zanzibar, ou do Quênia, pois não havia tempo de férias para tudo (e eu não estava pronta para abrir mão desses 3 itens da minha 'wishlist'). 

O safaris também não são baratos mas, mesmo somando os 3 safaris que fizemos, o custo não chegou aos mais de U$ 4000 que gastaríamos no trekking do Kilimanjaro!

Veja mais sobre os safaris que fizemos nestes posts que publiquei sobre cada um deles:
Nossa viagem pelo Quênia e Tanzânia durou 26 dias, foi intensamente aproveitada e, mesmo assim, não deu tempo de ver tudo que queríamos. 

Para fazermos o trekking no Monte Kilimanjaro, precisaríamos de, no mínimo, mais 8 dias de férias, que não tínhamos 😓  

Preferimos então investir nosso $$, energia e tempo de férias em 3 safaris maravilhosos (no total, visitamos 6 parques nacionais/reservas), cidades africanas famosas como Nairobi, Dar Es Salaam, Arusha e Stone Town, e praias paradisíacas em Zanzibar ❤

Infelizmente, o trekking no Monte Kilimanjaro não coube nem no nosso roteiro, nem no nosso orçamento. 

A época do ano em que tínhamos férias e podíamos viajar também não era a mais adequada para fazer o trekking no Monte Kilimanjaro. Pelo contrário: novembro, mês em que estivemos na Tanzânia, é praticamente um dos únicos meses do ano (junto com abril e maio) em que os trekkings no Kilimanjaro são desaconselhados, em função das péssimas condições climáticas na montanha. 

As melhores épocas para fazer o trekking no Monte Kilimanjaro são de dezembro à metade de março e da metade de junho até o final de outubro.
Monte Kilimanjaro trekking
tabela do site ultimateexpeditions.com

E, por último, como não poderia deixar de ser, bateu medinho. 

Medinho não, medão. 

Eu estava psicologicamente preparada para encarar a trilha ao Everest Base Camp. Acreditava que também estava fisicamente 'meio' preparada para este desafio. Mas aí comecei a ler que o grau de dificuldade do trekking no Monte Kilimanjaro é superior que a dificuldade de se chegar ao Everest Base Camp, e então amarelei. 

Enquanto no Everest Base Camp a altitude é de 5.364m, no cume do Monte Kilimanjaro a altitude é de 5.895m. 

A caminhada até a base do Everest é difícil por ser feita quase que toda ela em grandes altitudes, mas você tem mais tempo para se aclimatar, enquanto que a caminhada ao cume do Kilimanjaro começa fácil, mas você não tem tanto tempo para se aclimatar e o dia de cume no Kilimanjaro é mais difícil do que qualquer dia da trilha ao Everest, segundo minhas pesquisas.  

Então, considerando todos esses fatores (tempo, dinheiro, clima e preparo físico), concluímos que seria mais inteligente fazer 1º a trilha ao Everest Base Camp e depois, dependendo de como nos sairmos, voltaremos à Tanzânia para subir até o cume do Kili - até porque sempre haverão muitos motivos para voltar à Tanzânia e ao Quênia!

A verdade é que somos meio inconsequentes e, se tivéssemos mais 8 dias de férias, teríamos feito o trekking no Kilimanjaro sem pensar muito, porque falta de dinheiro e medo nunca conseguiram nos impedir de realizar sonhos hehehehe...

Somos do tipo de viajante que, se dá medo, vamos com medo mesmo!

Mas mesmo as viagens mais longas nunca são longas o suficiente para toda a nossa fome de mundo, e a falta de tempo pra tudo é sempre a nossa maior inimiga! 

Mas confesso que já fiquei agradecida o suficiente por ter visto o Kili e também o Mt Meru do avião, e depois novamente ter tido o Kilimanjaro como nosso vizinho de porta no Kibo Safari Camp, lodge maravilhoso onde nos hospedamos no Quênia.

vista da nossa tenda no Kibo Safari Camp - nesta foto sem zoom, o Kili está bem à direita, quase encoberto pelas nuvens

Muita gente vai à Tanzânia e passa vários dias na expectativa de que o Kilimanjaro saia de seu constante esconderijo entre as nuvens, e nós pudemos vê-lo de 2 lugares diferentes, então já me considero sortuda o suficiente!

E vimos também o Monte Meru - 2ª maior montanha da Tanzânia e 4ª maior do continente africano - lindo de morrer, no centro de Arusha, totalmente à mostra, tão nítido que dava para ver as árvores nas suas encostas!

Monte Kilimanjaro trekking
o Monte Meru pode ser visto até do centrinho de Arusha

Monte Kilimanjaro trekking
também é fácil avistá-lo da estrada que vai para a fronteira com o Quênia, em Namanga, e da estrada que vai em direção aos parques nacionais Tarangire e Lake Manyara

Monte Kilimanjaro trekking
Monte Meru, a 2ª montanha mais alta da Tanzânia

Como é o trekking no Monte Kilimanjaro

Como expliquei acima, decidimos não fazer o trekking no Monte Kilimanjaro, mas pesquisei bastante para chegar a essa decisão, e seria um grande desperdício não registrar aqui no blog tudo o que aprendi nas minhas pesquisas. 

Então leia as informações abaixo tendo em conta que colhi essas dicas na internet, lendo muitos sites diferentes, e que não fizemos o trekking pessoalmente!

Quantos dias são necessários para fazer o trekking no Kilimanjaro?

Como falei acima, as rotas mais curtas até o cume do Monte Kilimanjaro levam de 5 a 7 dias - mas eles recomendam veementemente fazer em no mínimo 7 dias, pois desta forma você aclimata melhor à altitude e tem mais chances de sucesso. 

Dizem que o índice de sucesso na chegada ao cume na rota de 5 dias é bem baixo.

Sendo assim, calcule no mínimo 7 dias para o trekking no Kilimanjaro, e depois coloque pelo menos mais uma semana no seu roteiro para fazer safarisvisitar uma tribo Massai ou esticar até as praias de Zanzibar - você certamente vai precisar de umas 'férias das férias' depois desta aventura!

Monte Kilimanjaro é a maior montanha da África, com 5.895m de altitude, e também a maior montanha isolada do mundo, a mais de 4.500m verticais acima das planícies das savanas! 

Ele fica situado no norte da Tanzânia, na fronteira com o Quênia, e nós tivemos a chance de vê-lo, em toda a sua grandiosidade, por cima e por baixo, quando estivemos no Quênia e na Tanzânia em novembro de 2020.

O Monte Kilimanjaro é uma área de preservação na Tanzânia - o Parque Nacional do Kilimanjaro - e é reconhecido também como Patrimônio da Humanidade pela UNESCO.

É um dos vulcões mais altos do mundo, e fica quase na linha do Equador. Ele possui aproximadamente 80Km de diâmetro na base, e 3 grandes crateras, Shira (4.140m no oeste), Mawenzi (5.280m no leste), e Kibo, a mais alta (5.895m), com neves eternas no centro.

O trekking no Kilimanjaro é considerado difícil. 

Apesar de não representar um grande desafio técnico, ele exige uma boa aclimatação e preparação física, com pelo menos 6 meses de treinos prévios, bastante resistência cardiorrespiratória e fortalecimento das pernas e articulações (joelhos, ombros, tornozelos e coluna), pois o dia de ataque ao cume é muito intenso, com mais de 10hs de atividade física acima dos 5.000m de altitude, chegando aos 5.895m, com um desnível vertical de mais de 1.000m.  

Os demais dias de trilha são bem mais tranquilos - a grande dificuldade está realmente no dia de cume. 

Não é preciso usar as mãos ou ter conhecimento técnico de escalada e, por isso, o Kilimanjaro é considerado a montanha mais fácil dos 7 cumes, projeto de montanhismo que consiste em escalar a montanha mais alta de cada continente.

Um fator que pode ser complicado para algumas pessoas é a enorme variação climática: a temperatura neste trekking varia de 25ºC no começo da trilha até -10ºC, no dia de cume.

A cidade-base de onde partem a maioria dos trekkings ao Monte Kilimanjaro é Moshi, situada perto do Aeroporto Internacional Kilimanjaro e de Arusha (de onde partem as viagens de safari).

Monte Kilimanjaro trekking
mapa com alguns dos principais pontos de referência no norte da Tanzânia

A gente só precisa carregar a 'daypack', com água, lanches, roupas extras para o dia, protetor solar, óculos, boné e lanterna de cabeça. O restante do equipamento é levado por carregadores da agência que você contrata para te levar, que também é responsável pelos acampamentos e alimentação.

Não é possível fazer este trekking por conta própria - você é obrigado a ir com uma agência/guia. 

Os grupos são sempre bem pequenos, pelo que me explicaram lá na Tanzânia alguns turistas que haviam feito o trekking recentemente. Eles me disseram que supostamente estava acertado que iriam com um grupo de 8 pessoas no trekking mas, na última hora, o 'grupo' era só o casal. 

Aparentemente, eles têm preferido formar mais 'grupos' diferentes do que agregar vários turistas em um mesmo grupo, pois assim dividem as gorjetas entre mais carregadores/cozinheiros/guias, já que, ultimamente, o número de turistas caiu drasticamente e os tanzanianos estão meio desesperados por trabalho. Ao que parece, dividir os grupos significa dar trabalho para mais gente. Foi o que me explicaram...

Algumas agências brasileiras, como a Pisa Trekking, a Grade 6, a Morgado Expedições e a Gente de Montanha fazem este trekking, e tenho certeza que o padrão de serviços deles é maravilhoso, mas os preços são de espantar. 

Recomendo seriamente que você procure uma agência local, pois são MUITO mais em conta. Não vou recomendar nenhuma, pois não experimentei nenhuma, mas é bem fácil encontrar boas recomendações pesquisando na internet!

Existem várias rotas para se chegar ao cume do Kilimanjaro, sendo as mais recomendadas a rota Rongai e a rota Machame, cada uma com seus pros e contras. 

O custo do trekking em cada uma dessas rotas varia bastante e, por razões óbvias, as mais baratas são também as mais populares e mais cheias de turistas.

rota Machame é considerada a mais cênica, e por isso acabou se tornando a rota mais popular de escalada no Kilimanjaro. Já a rota Rongai é mais vazia e também mais cara. 

Na rota Machame, que eu gostaria de fazer, a distância percorrida é de aproximadamente 60Km e a altimetria total acumulada é de mais de 5 mil metros!

O roteiro mais comum de trekking pela rota Machame do Monte Kilimanjaro é assim: 

1 Moshi - acampamento Machame (3000m, 4 a 6hs de caminhada, 11Km, 1240m de altimetria)

2 Machame - Shira Camp (3850m, 5hs de caminhada, 5Km, 890m de altimetria)

3 Shira Camp - Barranco Camp (3950m, 7hs de caminhada, 10Km, 800m de altimetria)

4 Barranco Camp - Karanga (4100m, 3 a 4hs de caminhada, 5Km, 410m de altimetria)

5 Karanga - Kosovo (4950m, 4hs de caminhada, 3,3Km, 600m de altimetria)

6 Kosovo - Cume - Millenium Camp, que é parte da rota Mweka (5895m, 5 a 8hs de caminhada até o cume e 7hs de descida até o Millenium Camp, 17Km, 1230m de altimetria)

7 Millenium Camp - Portão Mweka - Moshi (700m, 5 a 7hs de caminhada, 7,5Km, só descida).

Monte Kilimanjaro trekking
mapa das principais rotas até o cume do Monte Kilimanjaro

Monte Kilimanjaro trekking
mapa da rota Machame de trekking no Monte Kilimanjaro

Para ver o Monte Kilimanjaro da janelinha do avião

Ver o Monte Kilimanjaro era um sonho antigo, mas eu viajei preparada psicologicamente para a frustração de não vê-lo, já que a montanha + alta da África é famosa pela timidez: vive se escondendo entre nuvens. 

Li relatos de pessoas que fizeram o trekking de vários dias até o cume do Kilimanjaro e, mesmo assim, mal conseguiram enxergá-lo, pois estava sempre encoberto pelas nuvens/neblina! 

A todo mundo que foi ao Quênia e Tanzânia, a 1ª coisa que eu sempre perguntava era se tinham visto o Kili, e a resposta era quase sempre negativa. 

Então, tratei de me preparar psicologicamente para a decepção de voltar para casa sem vê-lo. 

Por via das dúvidas, optamos por fazer um safari no Quênia no Amboseli Park, justamente porque é o lugar de onde se tem aquelas vistas de cartão postal do Kili, com elefantes pastando na sua sombra. 

Sabe aquelas imagens que a gente vê em folhetos turísticos da África?

trekking monte kilimanjaro

Quando pensamos na África dos nossos sonhos, aquela clássica imagem do Kili com elefantes que vem à mente é justamente de Amboseli! Então incluí o parque no nosso roteiro para aumentar as nossas chances. 

Ora, qual não foi a minha surpresa quando, do lado esquerdo do avião, na nossa janelinha, vimos um cume de montanha despontando entre as nuvens à distância?? Fiquei tão emocionada no avião que nem sei como agradecer a São Pedro pelo presente!

Então a dica para ver o Monte Kilimanjaro da janelinha do avião, se você voar de Doha para o Kilimanjaro Airport na Tanzânia, é garantir uma janelinha do lado esquerdo da aeronave, para aumentar as suas chances! 


Até os comissários de bordo, que fazem essa rota diariamente, estavam querendo espiar pelas janelinhas naquele dia!

Monte Kilimanjaro
Monte Kilimanjaro visto da minha janelinha

E, como se ver o Monte Kilimanjaro fosse pouco, minutos depois apareceu, bem mais perto, o lindíssimo Monte Meru na minha janelinha! 

Assim o coração não aguenta ❤ 

2 pontos altos da viagem riscados da lista antes mesmo de pousarmos na África! Isso é o que eu chamo de começar bem! Obrigada, São Pedro, pela parceria de sempre!

Qual foi a coisa + impressionante que você já viu da janela do avião??

Monte Kilimanjaro trekking
Monte Meru passando ao lado do avião!

Veja aqui o 1º vídeo desta viagem maravilhosa pela Tanzânia, para despertar o seu apetite viajante:



Já esteve na Tanzânia? Fez o trekking no Monte Kilimanjaro? Conta pra gente! Deixe as suas dicas nos comentários! 

Para mais dicas da nossa viagem pela Tanzânia, Zanzibar e Quênia, veja #LipenaAfrica#PVnoQuenia e #PVnaTanzania nas redes sociais. 

Também fiz várias pastas de destaques desta viagem lá nos stories do Instagram, dê uma espiada lá!


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Claudia Rodrigues Pegoraro

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