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Ruanda: Kigali e o Parque Nacional dos Vulcões

Ruanda: o que você precisa saber para viajar a Kigali e o Parque Nacional dos Vulcões

Ruanda

Ruanda: o que você precisa saber para viajar a Kigali e o Parque Nacional dos Vulcões

Bem-vindo a Ruanda!

Depois de vivenciar Uganda ao máximo, era hora de cruzarmos a fronteira e visitarmos um país que surpreende a todos que o visitam. 

Assim que você atravessa a fronteira, a mudança é perceptível: as estradas estão em excelentes condições, o ambiente é extremamente limpo e a paisagem é simplesmente incrível!

Chamam Ruanda de país das 1000 colinas justificadamente - além das impressionantes montanhas Virunga, as colinas estão de fato por toda parte. Não existe lugar plano em Ruanda além dos lagos e, em cada encosta do pequeno território, há um vilarejo e plantações em terraços. 

As pessoas andam por todos os lados - é impressionante o tanto de gente que se vê caminhando na beira das estradas, nas montanhas, por todos os lugares. E os Ruandeses sorriem, muito e sempre, e nos sentimos super bem-vindos!

Em Ruanda, visitamos 2 destinos principais: 1º, fomos para a região dos Vulcões Virunga, onde Diane Fossey começou o seu trabalho de pesquisa com os gorilas das montanhas, no Parque Nacional dos Vulcões; depois, seguimos para Kigali, a capital do país, onde visitamos, dentre outros lugares super interessantes, o Museu do Genocídio.

Agora vou contar pra vocês mais sobre essas aventuras que vivemos em Ruanda aqui neste post 🦍

Vem comigo?

Comece por aqui:

Leia mais sobre as nossas aventuras na África aqui:

Outros links úteis para uma viagem à África:

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chegando à fronteira terrestre entre Uganda e Ruanda

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é impressionante o tanto de gente que se vê em Ruanda caminhando nas beiras das estradas, nas montanhas, por todos os lugares

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Montanhas Virunga vistas da sede do Parque Nacional dos Vulcões

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cédulas de francos ruandeses com o maior cartão postal de Ruanda: seus preciosos gorilas

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caminhada para ver os macacos dourados no Parque Nacional dos Vulcões

Porque ir a Ruanda

Um país bonito e brutalizado. 

Ruanda é conhecida no mundo inteiro por todas as razões erradas, mas acaba com todos os pre-conceitos dos viajantes depois que eles conhecem sua beleza natural entremeada de vulcões, as pessoas acolhedoras, os lendários gorilas das montanhas e outros primatas fofos, como os macacos dourados.

Embora Ruanda seja conhecida no mundo pela sua terrível guerra civil, associada ao genocídio que aconteceu no país, essa pequena nação africana exala vitalidade hoje em dia.

Le Pays des Milles Collines ('A Terra das Mil Colinas', como é conhecida) está cheia de vida: gorilas das montanhas vivem serelepes na floresta tropical virgem; campos que parecem colchas de retalhos estão pendurados em encostas íngremes de montanhas; e os ruandeses irradiam uma força e uma resistência notáveis, mesmo depois de tanto sofrimento recente.
A beleza de tudo isso acaba com quaisquer preconceitos, assim como as histórias do passado recente partem nossos corações.
Viajar por Ruanda pode ser incrivelmente gratificante, se você for de coração aberto - você vai ficar chocado de perceber como os ruandeses recuperaram o equilíbrio em um país totalmente dividido e estão avançando em direção a um futuro pacífico - uma lição muito atual pra todos nós!

O negócio é torcer para que essa nova geração - tão ansiosa para tirar fotos e praticar inglês com uma 'Mzungu' (estrangeira branca) - aos poucos abandone todos e quaisquer resquícios de suas identidades tribais - sem mais Tutsis ou Hutus - para se tornarem apenas Ruandeses. 

Só assim esse país tão sofrido vai caminhar para abandonar o passado genocida.

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 sem Tutsis nem Hutus - apenas Ruandeses

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Ruanda é conhecida como 'A Terra das Mil Colinas'

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Vulcões Virunga no Parque Nacional dos Vulcões em Ruanda

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os famosos macacos dourados de Ruanda, tristemente ameaçados de extinção

8 principais motivos para ir a Ruanda

  1. Compartilhar 1h muito feliz com os gorilas das montanhas ameaçados de extinção nas encostas cobertas de florestas tropicais do Parc National des Volcans
  2. Visitar o Ellen DeGeneres Campus of the Dian Fossey Gorilla Fund no Volcanoes National Park para conhecer melhor o legado dessa incrível mulher
  3. Rastrear os macacos dourados, que só existem nesta região do mundo, no Golden Monkey Hike, realizado no Parc National des Volcans 
  4. Visitar o túmulo de Dian Fossey e seu gorila favorito, o Digit, num longo trekking pelos Vulcões Virunga
  5. Conhecer o lado mais sombrio da humanidade no Genocide Memorial Centre em Kigali, um tributo assustador às vítimas do genocídio
  6. Jantar no restaurante indiano Khana Khazana em Kigali, um daqueles lugares que valem a viagem e que é como uma viagem à Índia dentro da viagem a Ruanda
  7. Sentar-se em um bar ou café em Kigali, pedir uma cerveja Primus e assistir o pôr do sol sobre uma das outras 999 colinas de Ruanda
  8. Lojinhas de souvenirs em Kigali - a capital tem ótimas lojas de souvenirs - se você curte umas comprinhas, vai querer encher a mala de lembranças!
Ellen DeGeneres Campus of the Dian Fossey Gorilla Fund
Ellen DeGeneres Campus of the Dian Fossey Gorilla Fund - não só o edifício é lindo, mas a sua localização, em meio às montanhas do Parque Nacional dos Vulcões em Ruanda, é maravilhosa

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Golden Monkey Hike em Ruanda

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não deixe de sentar em um café em Kigali e tomar uma cerveja assistindo ao pôr do sol sobre uma das outras 999 colinas de Ruanda

Qual dinheiro levar numa viagem a Ruanda

Numa viagem a Ruanda, as melhores moedas que você pode levar são U$ dólares e € euros, que você vai poder trocar pela moeda local e até usar para fazer alguns pagamentos, inclusive para gorjetas

Já no que toca a cartões de crédito e de débito, aí depende de para onde você vai viajar, capital ou interior - alguns lugares simplesmente não aceitam cartões de crédito ou de débito, ou cobram taxas de 5 a 10% a mais para pagamentos com cartões. 

De modo geral, cartões de crédito e de débito, como Nomad e Wise, são aceitos na capital Kigali e também em outros lugares um pouco mais turísticos, mas, como expliquei acima, é fundamental carregar também dinheiro vivo, de preferência em notas pequenas, para emergências com cartões ou para usar em quaisquer situações onde cartões não sejam aceitos, como em mercadinhos ou pequenos comércios, por exemplo, ou onde eles cobram taxas extras para pagamentos com cartões.

No interior do país, quase tudo o que você pagará será em dinheiro vivo, já que muitos locais - mesmo hotéis ou restaurantes - não aceitam cartões.
Sabendo disso, o melhor é levar o dinheiro que você acha que vai precisar para a viagem em dólares ou euros e em notas de 100 que sejam de boa qualidade e novas (pois, se forem velhas ou em mau estado de conservação, eles não aceitarão), e então trocar os seus U$ dólares e € euros pelas moedas locais e carregar a moeda local em notas pequenas.
E não deixe de levar o seu cartão de débito internacional, caso um dia precise sacar dinheiro em caixas eletrônicos, e o seu cartão de crédito internacional, para uma emergência ou despesa inesperada, e especialmente porque é fundamental em aluguéis de carros.

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casa de câmbio em Kigali onde trocamos U$ por francos ruandeses

Moeda em Ruanda

A cotação da moeda de Ruanda informada abaixo é de junho de 2024, época da nossa viagem:
U$ 1 = RWF 1337
R$ 1 = RWF 252
  • Moeda em Ruanda: Franco ruandês. 
  • O código da moeda é RWF.
  • O símbolo para o Franco ruandês é FRw ou RF.
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cédulas e moedas de francos ruandeses

Quanto custa viajar para Ruanda

Nós trocamos U$ 50 por RWF 66.850 (francos ruandeses) numa casa de câmbio no centro da capital Kigali. A cotação era de U$ 1 = RWF 1337.

Abaixo, fiz uma listinha de alguns custos que tivemos durante a nossa estadia em Ruanda, para que vocês possam ter uma ideia de quanto custa viajar ao país:
  • Ingresso museu Ellen DeGeneres Campus of the Dian Fossey Gorilla Fund: U$ 20 por pessoa (é possível pagar no cartão)
  • Cerveja Virunga no Da Vinci Gorilla Lodge - Volcanoes National Park: U$ 5
  • Taça de vinho no Da Vinci Gorilla Lodge - Volcanoes National Park: U$ 8
  • Golden Monkey Hike: U$ 100
  • Guided Forest Hike ao túmulo de Dian Fossey no antigo Karisoke Research Center: U$ 75
  • Gorilla Trekking: U$ 1500
  • 2 noites no One Click Hotel em Kigali com café da manhã em quarto duplo: R$ 554,00 (U$ 108)
  • Almoço no Rubia Coffee Roasters em Kigali: RWF 20.000
  • Táxi em Kigali: RWF 10.000
  • Táxi em Kigali: RWF 7.000
  • Cerveja Virunga ou Mützig grandes no bar do Hôtel des Milles Collines: RWF 6.500
  • Suco de maracujá no bar do Hôtel des Milles Collines: RWF 3.000
  • Belgian Peacekeepers Memorial: U$ 4 (doação voluntária)
  • Táxi para o Kigali Genocide Memorial: RWF 8.000
  • Visita ao Kigali Genocide Memorial: grátis (só paga RWF 20.000 se quiser alugar o audio-guia)
  • Táxi pro Cave Coffee: RWF 8.000
  • Almoço no Cave Coffee: RWF 26.500
  • Táxi pro hotel em Kigali: RWF 10.000
  • Jantar no restaurante indiano Khana Khazana: RWF 26.000
Com certeza devo ter esquecido de incluir alguns gastos nesta lista acima, mas já dá para ter uma boa idéia de quanto custa viajar por Ruanda, né?!

Para mais informações sobre os preços dos vistos, veja este post, onde expliquei tudo: Vistos Ruanda

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 bebidas no bar do Hôtel des Milles Collines

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cardápio do restaurante do Hôtel des Milles Collines

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cédula de franco ruandês

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cardápio de restaurante em Kigali


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conta do almoço no restaurante Cave Coffee

Como chegar a Ruanda

Nós cruzamos por terra a fronteira entre Uganda e Ruanda, com o nosso motorista e guia Charles, do safari que havíamos contratado em Uganda - leia mais detalhes aqui: Uganda, Ruanda, Etiópia e África do Sul: planejando uma aventura na África

O roteiro que estava no site da agência que contratamos incluía apenas Uganda e, no final do safari, o itinerário terminava na capital de Uganda, Kampala, mas, como era um tour privado, seria possível alterarmos tudo o que quiséssemos, inclusive o roteiro, e escolher as datas que fossem melhores para nós.

Sendo assim, pedi um roteiro que incluísse também Ruanda (além de Uganda), terminando em Kigali, e eles prontamente me ofereceram uma sugestão de roteiro que achei excelente, pelo mesmo valor, e no mesmo número de dias (7 noites/8 dias).

roteiro uganda ruanda
pedi que a agência alterasse o roteiro para incluir Ruanda e terminar em Kigali

Assim, depois que fizemos o trekking dos gorilas no Parque Nacional da Floresta Impenetrável de Bwindi em Uganda, seguimos em direção a Ruanda.

O nosso roteiro era assim: 

Gorilla Trekking - Cruzamos a fronteira com Ruanda - Transfer to Volcanoes National Park - Ellen DeGeneres Campus of the Dian Fossey Gorilla Fund - Hotel: Da Vinci Gorilla Lodge

Golden Monkey Hike (ou Guided Forest Hike to Dian Fossey's Grave at the Old Karisoke Research Center) - Transfer to Kigali - Passeios em Kigali por conta própria - Hotel: One Click Hotel

Passeios em Kigali por conta própria - Voo de volta a Cape Town à noite

No caminho em direção à fronteira entre Uganda e Ruanda, paramos em Kisoro, ainda em Uganda, para abastecer o carro e ir ao banheiro por volta das 12:30hs. 

Trocamos de carro ali, pois o carro de safari 4x4 em que estávamos viajando até então, com placa de Uganda, não tinha autorização para cruzar a fronteira com Ruanda.

Saímos de Kisoro aí por 13:20hs e logo já começamos a ver os vulcões do Volcanoes National Park em Ruanda, nosso próximo destino!

Na fronteira terrestre entre Uganda e Ruanda - Cyanika Border Post - a nossa saída de Uganda e a entrada em Ruanda foram bem simples. 

Como já tínhamos os vistos de Ruanda nos nossos passaportes, ou seja, os East Africa Tourist Visas, estava tudo certo! 

o East Africa Tourist Visa é válido para Ruanda, Uganda e Quênia

Nos fizeram as perguntas padrão de qualquer imigração (onde vão, quantos dias ficam, profissão) e imediatamente carimbaram nossos passaportes. 

Já para dar a entrada do carro em Ruanda foi uma baita função, uma papelada, o nosso motorista e guia Charles correu pra lá e pra cá um tempão. 

Cruzamos a fronteira a pé, enquanto o Charles fazia a papelada do carro!

Finalmente, às 14:20hs, pegamos a estrada em Ruanda.

Mas, em Ruanda, eles têm 1h a menos de fuso horário, então lá eram recém 13:20hs. 

Foi assim, portanto, que chegamos a Ruanda: vindo de Uganda de carro, e cruzando a fronteira terrestre em Cyanika Border Post.

Mas, obviamente, você pode facilmente chegar a Ruanda voando, através do Aeroporto Internacional de Kigali, na capital.

Num outro post aqui no blog já contei em detalhes como foi o nosso voo Ethiopian Airlines de Kigali em Ruanda para Cape Town na África do Sul e mostrei como é o aeroporto da capital ruandesa:
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trocamos de carro em Kisoro, quase chegando à fronteira, pois o carro de safari 4x4 com placa de Uganda em que estávamos viajando até então não tinha autorização para cruzar a fronteira com Ruanda

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cruzamos por terra a fronteira entre Uganda e Ruanda

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fronteira terrestre entre Uganda e Ruanda - Cyanika Border Post

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a nossa saída de Uganda e entrada em Ruanda via terrestre foram bem simples, pois já tínhamos os vistos de Ruanda nos nossos passaportes

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cruzamos a fronteira terrestre entre Uganda e Ruanda a pé, enquanto o nosso guia e motorista Charles corria atrás da papelada do carro!

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saímos de Ruanda pelo Aeroporto Internacional de Kigali

Vistos para Etiópia, Uganda e Ruanda

Já contei neste post tudo o que vocês precisam saber para providenciar vistos para viajar para a África Oriental (Uganda e Ruanda) e a Etiópia: Vistos Etiópia, Uganda, Ruanda e África do Sul


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carimbo de entrada em Ruanda

Melhor chip de celular para usar em Ruanda

Publiquei aqui no blog um post completíssimo sobre o melhor chip de celular para usar numa viagem pela África, então não vou repetir tudo aqui - confere lá que a dica é boa: Uganda, Ruanda, Etiópia e África do Sul: planejando uma aventura na África

Foi esse simcard que usamos em Ruanda, e funcionou perfeitamente!

chip de celular para usar na África
chip de celular para usar num safari na África

chip de celular para usar na África
em Ruanda, a rede que tinha melhor cobertura era a MTN

Filmes passados em Ruanda

Já tem um post aqui no blog listando 20 filmes sobre a África para inspirar sua viagem

Lá eu inclusive já mencionei alguns excelentes filmes passados em Ruanda que você simplesmente precisa assistir antes de viajar ao país. 

Mas, antes e depois desta viagem, acabei assistindo vários outros filmes e séries imperdíveis que se passam em Ruanda, e não posso deixar de recomendá-los aqui: 

Black Earth Rising: série no Netflix sobre o genocídio em Ruanda, espetacular. Assisti depois que voltei da viagem e me ajudou a entender muitas coisas que vi lá em Ruanda.  

Árvores da Paz: filme muito emocionante sobre 4 mulheres totalmente diferentes que ficam presas em um esconderijo durante o genocídio de Ruanda e acabam criando uma amizade inesperada - inspirado em uma história real. Tem no Netflix. 

Hotel Ruanda: filme de 2004 cuja história real se passa em Kigali, capital do país, em 1994, naquilo que ficou conhecido como o genocídio de Ruanda. Durante os conflitos políticos entre Hutus e Tutsis, que mataram quase um milhão de ruandeses, Paul Rusesabagina era gerente do Hotel des Mille Collines, da empresa belga Sabena, na capital, e tomou a decisão corajosa de abrigar no hotel mais de 1.200 pessoas durante o período. Depois que todos os estrangeiros abandonaram o hotel, resgatados por tropas das Nações Unidas, Rusesabagina comprou favores de militares e de milícias para proteger centenas de pessoas que procuravam abrigo no hotel. Não encontrei no Netflix.

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visitamos o verdadeiro "Hotel Ruanda" em Kigali, que se chama Hotel das Mil Colinas na vida real

Tiros em Ruanda: de embrulhar o estômago de raiva da ONU. Drama que se passa durante o genocídio de 1994, em Ruanda, quando um padre e um professor europeus se esforçam para proteger refugiados Tutsi no conflito com os Hutus, depois da retirada das forças da ONU do país, enfrentando a difícil decisão entre ficar e ajudar a salvar alguns Tutsis ou abandonar Ruanda e voltar para suas casas na Europa. Não encontrei no Netflix. 

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aprendemos mais sobre esse capítulo triste da história da humanidade quando visitamos o Memorial aos Soldados Belgas e o Memorial do Genocídio em Kigali

Virunga: história real, indicada ao Oscar, dos guardas que arriscam a vida para proteger o parque nacional mais precioso da África e seus gorilas em risco de extinção. Achei esse documentário maravilhoso!

Nas Montanhas dos Gorilas: um clássico imperdível! Filme de 1988 com a atriz Sigourney Weaver, adaptado da história real de Dian Fossey, uma antropóloga americana que dedicou sua vida à preservação dos gorilas das montanhas de Ruanda e da República Democrática do Congo, assassinada em 1985 em circunstâncias misteriosas. O seu trabalho de conservação de gorilas continua a inspirar pesquisadores até hoje. Assisti esse filme quando era criança e me apaixonei - lembrei muito do filme quando fizemos nosso trekking com os gorilas em Uganda e, depois, em Ruanda, visitei o museu dedicado à trajetória de Dian Fossey no local onde ela trabalhava! Em 1967, ela viajou para Ruanda, na África, e durante toda a vida se dedicou à preservação dos gorilas das montanhas, ameaçados de extinção em razão da caça indiscriminada. A primatologista foi aceita por eles como parte da comunidade nas montanhas de Ruanda, e não mediu esforços para proteger a espécie. Dian utilizou todos os meios possíveis para protegê-los, e esta luta acabou se tornando uma paixão tão obssessiva que nem mesmo Bob Campbell, seu namorado fotógrafo, conseguiu demovê-la dos seus objetivos. Não encontrei no Netflix.

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lembrei muito do filme Nas Montanhas dos Gorilas quando fizemos nosso trekking com os gorilas em Uganda

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me senti a própria Sigourney Weaver 'Nas Montanhas dos Gorilas' assistindo a essas cenas ao vivo e a cores

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visitando o Ellen DeGeneres Campus of the Dian Fossey Gorilla Fund em Ruanda, para aprender mais sobre os gorilas das montanhas

Outros filmes passados em lugares diferentes, também na África, que vale a pena assistir: 
  • Lágrimas do Sol (na Nigéria)
  • Beasts of No Nation (em Gana)
  • O Menino que Descobriu o Vento (no Malaui)
  • Adú (no norte da África - deserto do Saara, Líbia e Marrocos)
  • O Império dos Chimpanzés (série do Netflix em Uganda)
Filmes sobre Ruanda que quero muito assistir, mas ainda não consegui encontrar - se você souber onde posso assistir, me fale por favor: 

Nossa Senhora do Nilo: história sobre um grupo de meninas ruandesas em um internato católico administrado por belgas.

Abril Sangrento: um soldado Hutu tenta manter sua família em segurança durante o genocídio em Ruanda.

Aperte as mãos do diabo: o oficial canadense Romeo Dallaire é enviado a Ruanda pela ONU para tentar conter o genocídio. Quando se instala em Kigali e vê o tamanho do problema que tem pela frente, pede reforços, mas não recebe ajuda. Este militar canadense é uma figura um tanto controversa, como se pode ver pelo relato que fotografei abaixo, no Memorial aos Soldados Belgas em Kigali. 

Tensão em Ruanda: Bernard Valcourt se apaixona pela jovem Gentille ao fazer um documentário sobre a Aids em Kigali, Ruanda. Quando começa o genocídio dos Tutsis pelos Hutus, ele foge, mas não consegue levá-la para o Canadá. Retorna para procurá-la entre cadáveres e muita destruição.

Uma Incrível Aventura: história de 3 crianças de Ruanda que caminharam 4.800Km para assistir à abertura da Copa do Mundo da África do Sul.

Instinto: anos depois de desaparecer nas selvas da África, o antropólogo Ethan Powell ressurge quando é acusado de ter assassinado 2 caçadores que matavam os gorilas que ele estudava. Depois de passar um tempo vivendo com os primatas e sem qualquer contato humano, Powell parece estar desequilibrado. O psiquiatra Theo Caulder é chamado para tentar se comunicar com o homem retraído e irado, que pode ser mais sábio e mais saudável do que parece.

Munyurangabo: drama de 2007 dirigido por Lee Isaac Chung. Filmado inteiramente em Ruanda com atores locais, foi o 1º filme longa-metragem feito na língua local Kinyarwanda.

Memorial aos Soldados Belgas Kigali
relato da atuação do oficial canadense Romeo Dallaire que fotografei no Memorial aos Soldados Belgas em Kigali

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a maioria dos filmes e documentários feitos em Ruanda contam histórias do genocídio, o capítulo mais triste e também o mais conhecido da história do país

Bandeira de Ruanda

A bandeira de Ruanda tem 3 cores: azul, amarelo e verde. 

A faixa azul claro representa felicidade e paz, a faixa amarela simboliza o desenvolvimento econômico e a faixa verde simboliza a esperança de prosperidade. 

O sol amarelo com 24 raios representa a iluminação.

bandeiras africa
bandeira de Ruanda

Guias de viagem para Ruanda

Para pesquisar mais sobre os destinos que iríamos visitar nesta viagem, inclusive em Ruanda, usei os livros e guias que aparecem nas fotos abaixo:

planejar viagem africa
os guias de viagem da Lonely Planet são ótimos para pesquisar viagens à África

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Tomadas em Ruanda

As tomadas na África variam bastante. Leve um adaptador universal para não passar perrengue numa viagem pelo continente. 

Eu sempre levo um T: se o quarto do hotel tem apenas uma tomada, a gente conecta o T no adaptador e podemos usar as 3 entradas dele para carregar os nossos equipamentos. Desse jeito, preciso ter e carregar apenas um adaptador.
tomadas energia eletrica africa

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tomadas em Ruanda

Onde ficar em Kigali, Ruanda

Quando decidimos ir a Kigali, Ruanda, é ÓBVIO que o 1º hotel que pensei em reservar foi o famoso Hôtel des Milles Collines, cenário do ótimo filme Hotel Ruanda - se você ainda não viu, precisa assistir!

Infelizmente, quando pesquisei, as tarifas desse hotel não estavam pro nosso bico...mas, se você tem um orçamento de hospedagem mais folgado, essa seria sem dúvida a minha 1ª opção de onde ficar em Kigali, pela própria história do lugar! 

Sem falar que é realmente um ótimo hotel, com localização muito boa. Sim, claro que nós fomos até lá conhecer esse lugar que é também um importante ponto turístico da capital de Ruanda!

Não é necessário ser hóspede para frequentar o bar do hotel, num cenário bem gostoso à beira da piscina - pelo contrário: pelo que li, o bar do Hôtel des Milles Collines é um conhecido ponto de encontro de expats na cidade. 

Uma cerveja local Virunga ou Mützig grande custa 6000 francos lá, um suco de maracujá custa 3000 francos - preços bem razoáveis. É uma forma divertida e mais barata de conhecer esse lugar cheio de história. As diárias do hotel eram muito caras, não valiam o custo-benefício pra nós, mas as bebidas no bar a gente podia pagar kkkkk...

Dá para jantar lá também - tem um restaurante junto ao bar.

Foi muito legal sentar lá com o meu suco de 'passion fruit' e tentar imaginar como foi estar no hotel durante os conflitos políticos entre Hutus e Tutsis, que mataram quase um milhão de ruandeses no genocídio de 1994. Foi ali que Paul Rusesabagina, gerente do Hôtel des Milles Collines, tomou a decisão de abrigar no hotel mais de 1.200 refugiados Tutsis!

Hôtel des Milles Collines
Hôtel des Milles Collines em Kigali

Hôtel des Milles Collines
quando decidimos ir a Kigali, o 1º hotel que pensei em reservar foi o famoso Hôtel des Milles Collines

Hôtel des Milles Collines
o Hôtel des Milles Collines é o cenário do ótimo filme Hotel Ruanda que, se você ainda não viu, precisa assistir

Hôtel des Milles Collines
não é necessário ser hóspede para frequentar o bar do Hôtel des Milles Collines

Hôtel des Milles Collines
as tarifas do Hôtel des Milles Collines não estavam pro nosso bico...mas, se você tem um orçamento de hospedagem mais folgado, essa seria a minha 1ª opção de onde ficar em Kigali, pela história do lugar

Hôtel des Milles Collines
foi muito sentar lá com o meu suco de 'passion fruit' e tentar imaginar como foi estar no Hôtel des Milles Collines em Kigali em 1994

Hôtel des Milles Collines
tomar bebidas no bar do Hôtel des Milles Collines é uma forma divertida e mais barata de conhecer esse lugar cheio de história

Mas, se o seu orçamento de hospedagem for mais curto, como o nosso, ou você preferir ficar num hotel de redes hoteleiras mais conhecidas, veja algumas outras boas opções de hotéis que eu pesquisei em Kigali, a capital de Ruanda:


Tenho certeza de que você não vai ter dificuldades para escolher um hotel com bom custo-benefício na capital ruandesa, porque a oferta de hospedagem em Kigali é enorme.

onde ficar em kigali ruanda
a oferta de hospedagem em Kigali é enorme - nós optamos pelo One Click Hotel pelo bom custo-benefício e pela localização central

onde ficar em kigali ruanda
o Kigali Serena Hotel fica bem pertinho do Belgian Peacekeepers Memorial

onde ficar em kigali ruanda
o hotel Urban by CityBlue Kigali ficava ao lado do nosso One Click Hotel e tinha um restaurante chamado The Bistro no terraço que parecia excelente, sempre lotado 

One Click Hotel em Kigali, Ruanda

Escolhemos o One Click Hotel em Kigali pelo custo-benefício e pela localização central. 

Endereço: KN 37, ST 9, no bairro de Kiyovu, em Kigali.

Reservamos 2 noites neste hotel, embora fôssemos dormir lá apenas 1 noite, para podermos permanecer no quarto até as 22hs, horário que tínhamos que ir pro aeroporto, pois nosso voo era de madrugada. 

Se não tivéssemos pago a 2ª noite, teríamos que fazer check-out ainda pela manhã, passaríamos o dia inteiro passeando em Kigali e não poderíamos voltar ao hotel de noite para dar uma descansada e tomar um banho antes de irmos pro aeroporto, seria muito perrengue. Às vezes, até nós, que somos viajantes 'econômicos', temos que nos conceder esses pequenos "luxos", pra viagem não ficar muito cansativa!

One Click Hotel tinha transfer pro aeroporto (que nós usamos e foi muito bom) e café da manhã bem bom incluídos, uma recepção simpática 24hs, cancelamento gratuito, restaurante no hotel, nota 81 nas avaliações dos hóspedes no Booking e preço bom: pagamos R$ 554,00 (U$ 108) para 2 diárias em quarto duplo com o café da manhã incluído (em junho de 2024).

Nosso quarto não tinha frigobar, mas tinha ar-condicionado.

Gostei bastante da localização desse hotel, pois foi possível ir caminhando até o centro da cidade, no calçadão para pedestres chamado Imbuga City Walk - Kigali Car Free Zone, até o Hôtel des Milles Collines, até o Belgian Peacekeepers Memorial, até o restaurante indiano Khana Khazana...enfim, várias das coisas que queríamos fazer em Kigali eram 'walking distance' do One Click Hotel, o que foi muito prático!

onde ficar em kigali ruanda
nosso quarto no One Click Hotel em Kigali, Ruanda

onde ficar em kigali ruanda
banheiro do One Click Hotel em Kigali

onde ficar em kigali ruanda
escolhemos o One Click Hotel pelo custo-benefício e pela localização central em Kigali

onde ficar em kigali ruanda
café da manhã no One Click Hotel em Kigali

onde ficar em kigali ruanda
café da manhã no One Click Hotel

onde ficar em kigali ruanda
um típico café da manhã ruandês em Kigali

Que língua se fala em Ruanda

Os idiomas usados em Ruanda são Francês (por causa da colonização belga), Inglês (pros turistas), Swahili e, especialmente, a língua local, Kinyarwanda.

O Quiniaruanda ou Kinyarwanda é uma língua banta falada principalmente em Ruanda, onde é considerada uma das línguas oficiais junto com o inglês e o francês. Também é falado no sul de Uganda, no leste da República Democrática do Congo e no Burundi. 

Mas você sabe o que são "línguas bantas"?
A palavra Banto é usada pra designar um conjunto de povos e culturas da África Central que viviam nas regiões que hoje formam Angola, Congo e Gabão (região da África situada ao sul do Deserto do Saara), e que possuem em comum um mesmo grupo linguístico "banto", que inclui centenas de línguas africanas com determinadas características parecidas. 
A língua banta com o maior número de falantes atualmente é o Suaíli (Swahili). 

Outra língua banta importante é o Zulu

Apesar das diferenças étnicas (mais de 400 grupos étnicos diferentes falam línguas bantas), esses povos tinham todos o mesmo tronco linguístico: eram falantes das línguas bantas. 
É mais ou menos como ocorre com o latim: tanto o português, quanto o francês e o espanhol, por exemplo, se originaram do latim. O mesmo ocorre com o "banto", do qual se originaram centenas - mais de 500 - línguas e dialetos.

Antes de viajar, aprenda pelo menos a dizer Muraho, que significa Olá, em Kinyarwanda!

Kinyarwanda
placa escrita em Kinyarwanda em ponto turístico de Kigali

Genocídio em Ruanda: Tutsis e Hutus, uma longa história

Para a maioria das pessoas, Ruanda é sinônimo de uma terrível guerra tribal entre Hutus e Tutsis, que culminou no genocídio de 1994. 

É possivelmente uma das únicas coisas que o resto do mundo sabe sobre o país. Ruanda infelizmente é mais conhecida pelo genocídio dos Tutsis do que pelos gorilas das montanhas, seu maior tesouro. 

Então eu não poderia deixar de falar sobre o genocídio de 1994 aqui. 
Mas senta porque a história é longa: o genocídio de 94 tem suas origens pelo menos uns 200 anos antes, no século 18, houve o surgimento de uma certa rivalidade entre Tutsis e Hutus, ainda na época da formação do Reino de Ruanda.
Começando pelo começo: Ruanda é um pequeno país habitado há muito tempo por 3 etnias - Hutus e Tutsis, que representam a maior parcela da população ruandesa, e os Twa, representantes de uma minoria de pigmeus no país.

Na verdade, os habitantes originais de Ruanda, os pigmeus Twa, foram dominados por agricultores Hutus do sul e por pastores Tutsis do norte do século 16 em diante.

Até o início das colonizações alemã e belga na região, as etnias Tutsi e Hutu viviam em relativa harmonia no território que hoje é ocupado por Ruanda e Burundi.
Tutsis e Hutus partilham, em geral, da mesma cultura, têm tradições similares e falam o mesmo idioma, o Kinyaruanda. Não tinham maiores razões para brigar, ou diferenças entre si.
Mas, ainda na formação do Reino de Ruanda, no século 18, houve o surgimento de uma certa rivalidade entre Tutsis e Hutus: naquele momento, o governo do país estava nas mãos de um Rei Tutsi e a elite econômica do país era majoritariamente composta por Ttutsis criadores de gado. Nessa época, inclusive, a palavra 'Tutsi' tornou-se sinônimo de elite política e econômica do país.

Assim, a rivalidade entre Tutsis e Hutus vem de antes da colonização, mas hoje em dia não é mais segredo pra ninguém que o terrível conflito havido entre Tutsis e Hutus foi um efeito retardado da política colonial européia no continente africano, já que foi durante o período de dominação dos colonizadores que as hostilidades entre Tutsis e Hutus acentuaram-se.
O conflito foi gestado durante o período de colonização, especialmente por "culpa" dos alemães e belgas. Com o processo de neocolonialismo, a rivalidade entre os 2 grupos étnicos - Tutsi e Hutu - cresceu consideravelmente.
Vou explicar: os Tutsis eram predominantemente pastores, criadores de gado, e apresentavam maior estatura física. 

Já os Hutus, de pele mais escura, e menor estatura física, eram agricultores. 

Os primeiros colonizadores que se estabeleceram na região foram os alemães, ao final do século 19 - os alemães chegaram a Ruanda em 1894. Houve resistência inicial à colonização, mas sem muito sucesso.

O domínio dos alemães sobre Ruanda aconteceu em parceria com os Tutsis, que ocupavam os principais cargos da administração colonial e gozavam de uma série de privilégios.

Essa etnicização de Ruanda, dividindo Tutsis e Hutus cada vez mais, intensificou-se ainda mais quando os belgas assumiram a colonização do país a partir da década de 1910 - os Tutsis permaneceram como a classe possuidora de privilégios em detrimento dos Hutus, porque os europeus consideravam os Tutsis mais "europeizados", em razão de seus traços finos no rosto e da pele mais clara e, por isso, foram considerados "superiores" pelos belgas.

Em 1923, os belgas assumiram o território, depois do fracasso alemão na 1ª Guerra Mundial.
A separação étnica foi acentuada a partir da década de 1930, quando os belgas passaram a classificar o povo de Ruanda em Tutsis, Hutus e Twa (pigmeus), exigindo a emissão de carteiras de identidade que informavam a etnia dos habitantes de Ruanda. Aí foi que a coisa começou a degringolar de vez.
Qualquer família que tivesse mais de 10 vacas, era considerada Tutsi, independentemente da sua origem. Os que não tinham pelo menos 10 vacas, eram considerados Hutus. Um troço absurdo. 

A classificação do povo em diferentes grupos étnicos nesta época criou uma enorme divisão social.

Então, em resumo, a partir da colonização alemã, e depois belga, esses 2 povos tiveram sua organização social modificada: os Tutsis foram escolhidos para assumirem cargos da administração pública, fazerem treinamento militar, e tinham acesso exclusivo à educação, uma vez que as escolas pediam uma estatura mínima, visando justamente impedir o ingresso de Hutus. 

Assim, inicialmente os Tutsis eram claramente favorecidos pelos colonizadores.

Com o processo de descolonização da África, que ocorreu na década de 1950, os movimentos de independência ganharam força no país, liderados por Hutus, que desejavam a independência do país para dar um fim aos privilégios dos Tutsis. 

Durante esse processo revolucionário, surgiu no país um movimento supremacista, o qual defendia a prevalência dos Hutus - que eram a imensa maioria da população - sobre os Tutsis. 
Como eu já disse, os colonialistas belgas favoreceram os Tutsis durante a maior parte do seu governo colonial (que começou após a 1ª Guerra Mundial), mas mudaram de lado para favorecer os Hutus em 1956, quando os Tutsis tentaram conseguir a independência. Neste período, a partir de 1956, que antecedeu a independência em 1962, os belgas passaram a apoiar os Hutus, preparando o terreno para décadas de conflitos e brutalidades que se seguiriam.
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no Memorial aos Soldados Belgas em Kigali você entende o contexto que levou ao genocídio

Em 1959, os ressentimentos acumulados pelos Hutus, que eram bem prejudicados no período colonial, explodiram. Nesta 1ª rebelião, militares Tutsis foram aprisionados e tiveram seus pés cortados a golpes de facão, com o objetivo de diminuir a diferença de estatura - e simbolicamente, diminuir as diferenças sociais.

A independência do país veio em 1962, e a minoria Tutsi ficou então à mercê dos Hutus, sendo obrigados a migrar para Uganda, a fim de organizarem uma nova tomada de poder.

O próprio presidente eleito após a independência, Grégoire Kayibanda, deu início a uma política de perseguição aos Tutsis - uma verdadeira vingança - que levou milhares de Tutsis a se refugiarem e exilarem em países vizinhos, como Uganda e Burundi.

Entre 1959 e 1973, estima-se que quase um milhão de Tutsis foram para o exílio.

Em 1973, Juvénal Habyarimana assumiu o controle do país após um golpe militar. O Hutu Habyarimana manteve a perseguição aos Tutsis e liderou um governo extremamente corrupto e ditatorial. O governo de Habyarimana tinha o apoio dos governos francês e belga ao longo das décadas de 1970 e 1980.

As relações entre as 2 tribos permaneceram tensas ao longo das décadas de 1970 e 1980, e massacres periódicos eram comuns.

Durante o governo de Habyarimana, houve uma grande crise econômica que contribuiu para o crescimento do discurso de ódio contra Tutsis e para a exaltação dos Hutus com a ação de uma organização extremista chamada Akazu, que deu origem ao Poder Hutu, grupo responsável pelo genocídio dos Tutsis em 1994.

Esse grupo foi criado pela esposa do presidente Habyarimana, Agathe Habyarimana, e era composto por membros do governo e da elite econômica e política do país. 

O discurso de ódio foi disseminado pela Akazu por meio de um jornal governamental chamado Kangura e, a partir de 1993, foi também transmitido por um canal de televisão, chamado Radio Télévison Libre des Milles Collines - RTLM.

O barril de pólvora finalmente pegou fogo no início da década de 1990, quando a Frente Patriótica Ruandesa (RPF), composta por Tutsis, invadiu Ruanda, tentando derrubar o governo para permitir que os refugiados Tutsis em Uganda pudessem retornar ao país.
A RPF foi fundada em 1987 por Tutsis ruandeses que haviam migrado e estavam exilados em Uganda por causa da violência étnica que sofreram em Ruanda. Em 1990, a RPF (Ruanda Patriotic Front) iniciou a Guerra Civil Ruandesa na tentativa de derrubar o governo, que era então dominado pelos Hutus.
Ocorrida entre 1990 e 1994, a Guerra Civil em Ruanda começou quando tropas rebeldes formadas por Tutsis e Hutus moderados, refugiados que viviam no exílio em Uganda, iniciaram ataques contra as tropas do governo de Juvénal Habyarimana com uma milícia armada.

Mas o exército de Ruanda recebeu o apoio dos exércitos da Franca, da Bélgica e do Congo. Inicialmente, milhares de Tutsis e Hutus moderados que colaboraram com a invasão de Ruanda foram massacrados. Muitos foram presos em estádios de futebol superlotados, sem comida nem água. Mais Tutsis se refugiaram nos países vizinhos, e iniciou-se uma série de matanças de Tutsis em pequenas cidades. 

O ministro da defesa de Ruanda, Coronel Bagarosa, ajudou no treinamento da milícia chamada Interahamwe - “aqueles que lutam” - uma forma 'não-oficial' de matar os Tutsis. O exército francês também apoiou essa matança de Tutsis. As milícias Interahamwe receberam armamentos enviados pela França.

Em 1991, a RPF, com o apoio de Uganda, invadiu novamente Ruanda, desta vez melhor armados e treinados, e foram conquistando territórios no norte do país, até que, em 1993, já estavam próximos de Kigali. Os massacres esporádicos contra Tutsis em outras regiões foram se tornando cada vez mais frequentes.

A guerra civil se estendeu até 1993 sem muita definição, quando o Presidente Habyarimana aceitou assinar um cessar-fogo com a RPF e estabelecer alguns acordos entre as partes. Criou-se a Convenção de Arusha, na Tanzânia. Além do término do conflito, Habyarimana concordou com o retorno dos refugiados Tutsis para Ruanda. Também foi estabelecida a formação de um exército conjunto entre as tropas governamentais e a RPF, além de marcar novas eleições.

Esse breve período de 'paz', contudo, ficou marcado pelo enorme clima de tensão no país, com o 'Poder Hutu' disseminando discurso de ódio e incentivando a população Hutu a se armar. Nessa época foi registrado o desenvolvimento de inúmeras milícias populares - as Interahamwe - que se armavam de todas as maneiras possíveis. 
Tudo isso a olhos vistos e com o total conhecimento da ONU, que ignorou todos os avisos recebidos e não tomou absolutamente e nenhuma ação preventiva.
Conforme as conversações de paz iam se arrastando, uma minoria de extremistas do governo, dominado pelos Hutus, decidiu levar a cabo uma espécie de solução final para o problema Tutsi. Acho que já ouvimos falar de "solução" parecida para o "problema" judeu, não é?

A assinatura do cessar-fogo de Arusha irritou grupos de extremistas Hutus, que passaram acusar o presidente de traição.

Então os Presidentes de Ruanda e do Burundi, que eram Hutus, foram mortos em abril de 1994 num atentado que derrubou o avião onde viajavam juntos, voltando da Tanzânia. O avião foi atacado nas proximidades do aeroporto da capital Kigali: a aeronave estava prestes a aterrissar quando foi derrubada por um míssil.

Como resultado desse incidente, em que todos os tripulantes do avião morreram, o Poder Hutu imediatamente acusou os Tutsis de terem realizado o ataque contra o Presidente. Isso foi utilizado como pretexto para retomar os conflitos e incitar a população Hutu a promover ataques contra os Tutsis.
Hoje em dia, muitos acreditam que provavelmente o avião em que eles viajavam foi abatido por extremistas Hutus, que já estavam com o genocídio cuidadosamente planejado, justamente para colocar lenha na fogueira, fazendo todos acreditarem que o atentado foi planejado por Tutsis. 
Ninguém nunca vai saber com exatidão o que de fato aconteceu naquele dia de abril de 1994, mas foi o estopim para o genocídio de Tutsis pelos Hutus, com quase 1 milhão de mortos e mais de 2 milhões de refugiados.
Nos 100 dias de sede de sangue e de terror que se seguiram à queda do avião e à morte do Presidente Habyarimana, calcula-se que cerca de 800 mil pessoas, entre Tutsis e seus apoiadores, inclusive Hutus moderados, perderam a vida, enquanto o mundo - e a ONU - assistiam inertes.
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no Memorial aos Soldados Belgas você entende como o discurso de ódio foi disseminado pelo canal de televisão Radio Télévison Libre des Milles Collines - RTLM, que incentivava os Hutus a eliminarem as "baratas Tutsi"

Os extremistas Hutus tomaram o poder e promoveram um grande genocídio no país. Armados principalmente com facões, martelos e porretes, realizaram uma perseguição horrível contra os Tutsis e efetuaram grandes massacres por todo o território de Ruanda. 

Matavam inclusive Hutus moderados que davam abrigo aos Tutsis. Vizinhos matavam vizinhos, amigos de anos. Hutus que não participavam das matanças eram acusados de traição e eram assassinados também. 

No Memorial do Genocídio em Kigali ficamos sabendo de histórias horrendas. 
O discurso de ódio era tão terrível que Hutus eram convencidos a matar os padrinhos Tutsis dos seus filhos.
Os Tutsis eram desumanizados, chamados de 'baratas'. 

Em todo o país, estradas foram fechadas por milícias, e todos que passavam deveriam mostrar suas identidades - que, àquela época - já registravam a etnia, por imposição dos belgas, lembra? As milícias Hutus tinham listas de pessoas Tutsi que deveriam ser presas e assassinadas. 

Hoje em dia se sabe que foi tudo meticulosamente planejado nos meses que antecederam à "queda" do avião do Presidente.

Vilas Tutsi inteiras foram atacadas e arrasadas por tropas Hutus - com informações que o próprio governo Hutu fornecia para ajudar a localizar e matar Tutsis. 

No interior do país a situação era ainda pior do que na capital Kigali, pois todos se conheciam e sabiam quem deveria morrer, sabiam quem era Tutsi e quem era Hutu. 

Dados do governo da RPF dizem que 90% dos Hutus participaram do genocídio, 5% ficaram neutros e 5% colaboraram.
Viajando pelo interior de Ruanda, passamos por muitos 'memoriais do genocídio' - praticamente todas as igrejas e escolas do país onde vítimas Tutsis tentaram encontrar abrigo foram alvos de massacres e têm placas hoje em dia contando as terríveis histórias que ocorreram nos 4 cantos do país. 
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o Hôtel des Milles Collines em Kigali foi um dos milhares de lugares onde Tutsis procuraram abrigo durante o genocídio de 1994

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placa da UNESCO no Memorial do Genocídio em Kigali, que homenageia 250 mil vítimas do genocídio de 1994 que faleceram na capital e estão sepultadas em covas coletivas na área externa do museu

Na igreja de Nyamata, 6 mil pessoas estavam lá dentro e mais de 4 mil do lado de fora. Pessoas que buscavam abrigo, já que, em 1992, muita gente tinha conseguido se salvar se abrigando ali. Mas estes não tiveram a mesma sorte. Alguns morreram esmagados com o tumulto. Homens se posicionaram na entrada da igreja para proteger quem estava lá dentro, mas a barreira humana durou muito pouco, pois foram lançadas granadas - as marcas dos estilhaços podem ser vistas ainda hoje no chão, nas paredes, no portão e no toldo da igreja.

Histórias como a da igreja de Nyamata aconteceram às dezenas por todo o país. 

Em alguns locais, os próprios padres colaboraram na execução de seus fiéis. 

E não adiantava só matar, a morte tinha que ser cruel

Os assassinos cortavam os tendões das vítimas para que não pudessem fugir. Homens com Aids estupravam mulheres. 

Histórias de estupros coletivos de mulheres Tutsis. 
Acho que nem em Auschwitz eu ouvi histórias tão horrendas - embora, como eles mesmos ensinam no memorial, seja impossível comparar genocídios para estabelecer qual o "pior". 
Extremistas Hutus cortavam as barrigas de mulheres grávidas para matar os seus bebês Tutsis. 

Maridos eram obrigados a matar suas mulheres antes de serem assassinados. Mulheres eram obrigadas a matar seus filhos antes de serem mortas - e, obviamente, o faziam porque sabiam que era preferível dar aos filhos uma morte rápida do que deixá-los à própria sorte para terem uma morte cruel nas mãos das milícias Hutus. 

Matar um filho como ato de amor - alguém pode imaginar algo mais terrível, cruel e bárbaro do que isso?

Crianças eram forçadas a participar dos massacres também.
Mas o PIOR de tudo foi que, durante todo esse período de 100 dias de barbárie - e nos vários meses que antecederam as matanças, quando haviam inúmeros sinais claros do que estava prestes a acontecer - não houve nenhum tipo de mobilização internacional para impedir o genocídio em curso. 
A ONU não moveu uma palha, mesmo estando em Ruanda na época com os seus boinas azuis - forças supostamente de manutenção da paz das Nações Unidas.

Funcionários da Organização das Nações Unidas que estavam 'in loco' tentaram avisar sobre o que estava por acontecer, mas nada foi feito.

Li em vários lugares que, mesmo as pequenas tropas que foram designadas para salvar os estrangeiros - principalmente europeus que se encontravam em Ruanda na época, seja a turismo ou trabalho humanitário, funcionários de embaixadas, etc - teriam sido suficientes para evitar o genocídio, se tivessem esse foco.

Mas não: nos caminhões enviados pela ONU para resgates, só permitiam que subissem pessoas brancas, independentemente de nacionalidade.

Ruanda
na capital Kigali, no Memorial aos Soldados Belgas, há um extrato do "Fax do Genocídio" enviado pelo militar Romeo Dallaire à ONU, em NYC, ainda em janeiro de 1994, 3 meses antes do início do genocídio, alertando sobre os planos da milícia Hutu Interahamwe para a exterminação dos Tutsis

Os massacres promovidos pelos Hutus somente tiveram um fim depois de 100 dias, quando a guerrilha da RPF finalmente conseguiu tomar Kigali e conquistar outros territórios, destituindo os extremistas do poder, e fazendo com que o exército e a milícia fugissem para o Congo.

Claro que, depois disso, nos anos seguintes, foram os Hutus que se tornaram refugiados. Foram registrados muitos ataques de Tutsis contra Hutus em represália, contabilizando-se pelo menos 60 mil Hutus mortos.

Os Tutsis afirmavam que os Hutus que voltassem a Ruanda seria mortos, em revanche. A Interahamwe, milícia Hutu então refugiada no Congo, fazia ataques a partir da fronteira.

Calcula-se que cerca de 1 milhão de pessoas tenham morrido no período de 1990 até 1994. 

O governo Tutsi instalado pela RPF em Ruanda proibiu as divisões étnicas no país depois do genocídio. Paul Kagame era o líder da guerrilha Tutsi que tomou o poder após o genocídio.

Em 1996, o novo governo Tutsi da RPF empreendeu várias incursões na República Democrática do Congo, num esforço para expulsar extremistas que ali se escondiam - mas acabou desencadeando longas guerras civis na RDC, que depois ceifaram 4 milhões de vidas.

Em julho de 1998, foi elaborado um acordo de cessar-fogo, com o estabelecimento de um governo formado por representantes Tutsis e Hutus.

Um tribunal internacional foi criado em Arusha, na Tanzânia, para julgar os responsáveis ​​pelo genocídio, e muitos foram condenados, mas muitos não foram sequer levados à Justiça. Até hoje. 

Muitos responsáveis foram julgados, mas alguns conseguiram asilo em outros países. 

Os tribunais não deram conta de tantos julgamentos. Reativaram a Gacaca, uma forma tribal de julgar problemas pequenos - tipo um juizado de pequenas causas. Até hoje são realizadas Gacacas: se o réu confessa o que fez, pega pena de prestação de serviços à comunidade; se não confessa, pode pegar prisão perpétua. 

Só assim algumas famílias conseguiram encontrar e enterrar os seus parentes. Muitas famílias foram separadas.

Milhares de crianças ficaram órfãs. 

Muitas famílias morreram inteiras, sem sobrar ninguém para contar a história.

Hoje em dia, pode-se dizer que Ruanda percorreu um longo caminho na estrada da reconciliação, e está provavelmente em melhor forma do que qualquer um poderia ter imaginado em 1994, logo após o genocídio.

Se você lembrar que, em termos históricos, 1994 foi ontem, e a maioria dos Tutsis que sobreviveram ao genocídio estão andando hoje pelas ruas de Ruanda, cruzando com os assassinos Hutus de suas famílias, é difícil entender como eles conseguem manter essa convivência pacífica, sem divisionismos, sem polarizações. 

O Presidente Kagame se empenhou justamente em promover essa nova identidade ruandesa, livre das divisões tribais do passado, sem Hutus, sem Tutsis, apenas Ruandeses

Pode parecer um tanto idealista, mas, na realidade, é o único caminho a seguir neste país traumatizado, e parece que tem dado certo!

Ruanda
Memorial do Genocídio em Kigali

Ruanda
Memorial aos Soldados Belgas em Kigali

Onde é melhor ver os gorilas - Uganda ou Ruanda

Um safari de trekking com gorilas é um encontro único com a vida selvagem, e era um dos grandes sonhos das nossas vidas (meu e do Peg), uma lembrança pra guardar no coração para a vida inteira e pra contar pros netos! 

Imagine ficar cara a cara com um gorila da montanha, com um silverback, no seu habitat natural 😜

Uma grande parte do que torna os gorilas tão especiais é que esses grandes primatas estão intimamente relacionados aos humanos - a diferença no DNA é de apenas 1,6%! Mas o habitat natural dos gorilas está restrito a uma área relativamente pequena do planeta, numa região historicamente turbulenta. Esta região se estabilizou mais recentemente, e o turismo está aumentando por lá, o que torna os passeios com gorilas cada vez mais "possíveis" - e caros!
A perda de habitat é hoje em dia o principal obstáculo à sobrevivência dos gorilas, assim como de várias outras espécies, e o dinheiro gasto no turismo com gorilas contribui muito para garantir a sua preservação. Se você for lá, vai ouvir inúmeras vezes que, se não fosse pelo interesse turístico que estes animais despertam, eles já teriam sido completamente dizimados pelos caçadores e a espécie estaria extinta - se não está, se o número de gorilas na natureza está de fato aumentando nos últimos anos, é justamente em razão do interesse dos turistas e de todo o $$ que o turismo gera à população desta região. 
Até onde eu pesquisei, é possível fazer trekkings para ver gorilas em 3 países diferentes:
  1. Uganda - especialmente no Parque Nacional da Floresta Impenetrável de Bwindi
  2. Ruanda - no Parque Nacional dos Vulcões
  3. Congo - no Parque Nacional de Virunga
Cerca de 1000 gorilas das montanhas vagam hoje em dia pelas florestas das Montanhas Virunga, ao longo das fronteiras da RDC (Congo), Uganda e Ruanda.
A principal diferença entre fazer trekkings (eles preferem usar a expressão 'tracking', de 'rastrear' gorilas) em cada um destes parques nacionais são os preços cobrados pelas taxas e a facilidade/segurança para viajar.
Com relação ao Congo, preciso alertar que o país tem agitação civil contínua, e os turistas não são aconselhados a se aventurar lá atualmente.

Restam na lista, então, Uganda e Ruanda. 

Nestes 2 países, todos os grupos de rastreamento de gorilas estão limitados a 8 pessoas e são liderados por soldados do Exército e guarda-parques/guias dos respectivos parques nacionais, além de alguns rastreadores especializados.

As licenças precisam ser pré-reservadas, e custam:
  • U$ 1500 em Ruanda
  • U$ 800 em Uganda
Acho que agora ficou fácil de entender porque escolhemos rastrear gorilas em Uganda, ao invés de Ruanda, né?

Ruanda
nossa experiência com os gorilas foi nada menos que excepcional!

Ruanda
um trekking com gorilas é um encontro único com a vida selvagem, uma lembrança pra guardar no coração para a vida inteira e pra contar aos netos

planejar viagem africa
as regras do rastreamento de gorilas são exatamente as mesmas em Uganda e Ruanda

Uganda tem um turismo voltado para seres humanos mais - digamos - 'normais'.

Ruanda está totalmente focada em atrair turistas de alto nível, eles têm como alvo atrair um público interessado em turismo de luxo, que não se importa de pagar praticamente o dobro (U$ 1500) para fazer rigorosamente a mesma atividade!
A vantagem que Ruanda tem sobre Uganda (mas que, no nosso caso, não justificava pagarmos U$ 700 a mais por isso) são as boas estradas e a facilidade de acesso: enquanto que em Uganda você fica horas sem fim sacolejando por estradinhas de terra infindáveis e cheias de curvas para chegar até o Parque Nacional Bwindi (são 9h30min/472Km da capital Kampala até Rushaga), em Ruanda o Aeroporto Internacional de Kigali fica a apenas 2h45min/116Km da sede do Parque Nacional dos Vulcões, por boas estradas completamente asfaltadas. 
É importante lembrar que grande parte das taxas cobradas vão justamente para conservação, pesquisa, pagamentos de funcionários dos parques nacionais e apoio às comunidades locais.

Graças a diversos projetos de conservação da vida selvagem, à intervenção governamental e ao turismo responsável e estritamente regulamentado, a população de gorilas das montanhas em Ruanda e Uganda está aumentando - passou de 'Criticamente em Perigo' para 'Em Perigo' em 2018. 
O dinheiro gerado a partir deste turismo contribui muito para a sua protecção contínua - fazendo um trekking para ver gorilas, você estará de fato fazendo a sua parte para garantir que nenhum gorila seja novamente colocado em risco.
Considerando que, em Ruanda, o valor da taxa para o trekking com gorilas era praticamente o dobro (U$ 1500) do valor cobrado em Uganda (U$ 800), não tivemos dúvidas em escolher Uganda para o nosso trekking. Até porque, de qualquer forma, iríamos ter que encarar as temíveis estradas de terra de Uganda no restante do safari! 

E decidimos incluir no nosso roteiro uma passagem pelo Parque Nacional dos Vulcões em Ruanda de qualquer jeito, mesmo que não fosse para ver gorilas, pois não tínhamos condições de pagar as salgadíssimas taxas nos 2 países, ou nosso orçamento ia explodir! 

Mas, mesmo que você decida como nós, por ver os gorilas em Uganda, onde a experiência fica mais em conta, eu recomendo demais que você inclua o Parque Nacional dos Vulcões de Ruanda no seu roteiro, porque tem muitas outras atividades legais para fazer lá, que custam mais barato do que ver os gorilas hehehehe...

Para saber mais sobre os esforços de preservação de gorilas, ou para adotar um gorila, veja aqui:
Para adotar um gorila doando apenas U$ 10 por mês: Virunga

Ellen DeGeneres Campus of the Dian Fossey Gorilla Fund
no Ellen DeGeneres Campus of the Dian Fossey Gorilla Fund em Ruanda, você vai ter oportunidade de aprender muito mais sobre o habitat dos gorilas na África

Ruanda
recomendo demais que você inclua o Parque Nacional dos Vulcões de Ruanda no seu roteiro

Melhor época para visitar Ruanda

A melhor época para visitar Ruanda é de meados de maio a meados de março, para evitar as chuvas prolongadas, época em que o clima é mais seco e os dias mais ensolarados, com menos chuvas. Mesmo assim, lembre que tanto Uganda como Ruanda estão localizados na altura da linha do Equador e, por isso, as chuvas são muito comuns. Vá preparado!

Visitamos Ruanda e Uganda em junho e o clima estava perfeito, sem chuvas e sem muito calor - pelo contrário: em Kigali a temperatura estava bem agradável e, nas montanhas do Parque Nacional dos Vulcões, fazia bastante frio à noite, tanto que eles faziam fogo na lareira do nosso quarto no lodge e levavam bolsas de água quente para esquentar as camas!

Viajamos no início da alta temporada - eles nos diziam que, em junho, o movimento estava apenas começando, e ficaria mais intenso em julho, agosto e setembro, meses mais cobiçados por europeus e norte-americanos, que também viajam muito ao país de meados de novembro ao começo de março. 

Ressalto que, nas capitais, como Kigali e Kampala, por exemplo, é fácil encontrar acomodações com ar-condicionado se você fizer questão, mas, no interior, ar-condicionado não é comum, pois a energia elétrica e o gás são, de um modo geral, artigos de alto luxo na África, e eles usam majoritariamente o fogo (lenha e carvão) para aquecimento. 

Mas todos os alojamentos onde nos hospedamos durante essa viagem tinham ventiladores.

Ruanda
visitamos Ruanda em junho e o clima estava perfeito

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nas montanhas do Parque Nacional dos Vulcões fazia frio à noite, tanto que eles faziam fogo na lareira do nosso quarto no lodge

7 motivos para voltar a Ruanda

Vou deixar registrados aqui alguns lugares que eu gostaria de ter conhecido em Ruanda, mas não tínhamos mais tempo de viagem para isso - se você for lá, por favor me conte como foi!

Meus motivos para voltar a Ruanda:
  1. O Museu Nacional em Butare, com uma das melhores exposições etnográficas da África
  2. Papyrus gonolek e outras espécies de aves raras nos pântanos de Nyabarongo
  3. Elefantes, búfalos e girafas na savana aberta do Parc National de l'Akagera
  4. O Palácio Real restaurado do Rei Yuhi V Musinga em Nyanza
  5. O Lago Kivu, na fronteira com o Congo, cuja cidade-base é Gisenyi - é conhecido como o balneário de Ruanda, onde os ruandeses ricos passam férias, com suas praias intocadas e águas cristalinas
  6. Chimpanzés, macacos de L'Hoest e tropas de colobus na floresta Afromontana do Parc National Nyungwe
  7. Nyamata, lugar onde ocorreu um massacre terrível durante o genocídio, em uma igreja onde milhares de pessoas estavam se abrigando
Ruanda
o território de Ruanda é pequeno, mas cheio de atrações turísticas

Ruanda
vimos chimpanzés na natureza em Uganda e na Tanzânia, e eu adoraria vê-los novamente em Ruanda

Vale a pena visitar Kigali?

O 'highlight' de qualquer viagem à África são os parques de safaris. 

Dificilmente alguém se empolga para fazer uma viagem à África com a finalidade de visitar Adis Abeba (Etiópia), Kampala (Uganda), Nairobi (Quênia), Dar es Salam (Tanzânia), Windhoek (Namíbia) ou Johannesburgo (África do Sul).

Li em vários lugares que Kigali (eles pronunciam "Tchigali"), a capital ruandesa, seria apenas um ponto de chegada e partida de Ruanda, sem nada para oferecer ao turista. 

Por sorte, eu não confio cegamente em influenciadores de viagens e blogueiros que fazem esse tipo de afirmação, e resolvi conferir Kigali por conta própria, reservando mais de 1 dia do nosso roteiro à cidade, e não me arrependi!!

Fica a dica: nunca confie cegamente em blogueiros e Instagrammers, a menos que você os acompanhe há muito tempo e conheça o estilo de viagem da pessoa e saiba que é compatível com o seu! 

O que é legal/interessante para alguém pode não ser pra você. Cada viajante é diferente! 
Se você tem interesse por história e por outras culturas, a capital ruandesa tem muito a oferecer pra que você possa entender um pouco mais da história desse país tão sofrido.
Sei que muitos turistas vão a Ruanda, desembarcam no Aeroporto Internacional de Kigali, correm para ver os gorilas e correm de volta pro aeroporto. 

Eu não conseguiria sequer cogitar visitar Ruanda e não ir ao Kigali Genocide Memorial, ao Belgian Peacekeepers Memorial, ao Ellen DeGeneres Campus of the Dian Fossey Gorilla Fund...

Enfim, essa é a viajante que EU sou, e acredito que o mais importante pra você planejar roteiros de sucesso para suas viagens é - não copiar outros viajantes - e sim saber reconhecer o tipo de viajante que você é e, simultaneamente, estudar qual é o tipo de viagem mais adequada à cada lugar.
  • Motorhome? Nova Zelândia, EUA, Canadá;
  • Viagem de trem? Japão, Europa;
  • Camping? Namíbia, Islândia;
  • Navio? Caribe;
  • Mochilão? Bolívia, Peru, Sudeste Asiático;
  • Roadtrip? Alaska, Patagônia...
Cada lugar tem o seu "melhor jeito" de viajar, tem que descobrir qual é a melhor forma de explorar o destino dos seus sonhos e adaptar ao seu estilo pessoal.

Mesmo na África, ao longo das nossas viagens, descobri que cada país tem as suas particularidades e o "melhor jeito" de viajar: 
  • Roadtrip no Marrocos e na África do Sul; 
  • Cruzeiro no Nilo no Egito; 
  • Camping safari na Tanzânia...
Descubra o seu!

Mas acabei fugindo do assunto Kigali! 

A capital ruandesa nos impressionou muito positivamente! Além de ser conhecida como a capital mais segura e verde do continente africano, certamente é também a mais limpa e organizada. 

O trânsito é ótimo, a cidade é toda asfaltada, com ciclovias, meio-fio das calçadas bem pintadinho, sinalização, tudo arrumadinho...um oásis para visitar depois do caos de Kampala e Adis Abeba, por exemplo.

Impressionante como a área próxima do aeroporto, por exemplo, é toda bonitona! Kigali surpreendeu demais - em algumas áreas, a capital ruandesa parece uma cidade de 1º mundo!

Embora tenha sido gravemente danificada durante os muitos anos de conflitos e, principalmente, na época do genocídio - para não falar dos milhares de residentes da capital massacrados nas ruas de Kigali - a cidade está novamente de pé. 

A maior parte da agitação da vida diária acontece no centro da cidade, mas, à noite, o movimento maior é nos subúrbios de Kiyovu (onde ficava nosso hotel) e Kacyiru

Vários restaurantes chiques, bares badalados e casas noturnas fazem a fama de Kigali como uma cidade mais divertida à noite do que durante o dia.

Atenção: em qualquer lugar onde você for entrar em Kigali, terá que passar por um detector de metais - é assim no Hôtel des Milles Collines, no Belgian Peacekeepers Memorial, no Genocide Memorial, para entrar no aeroporto - então não leve muita tralha na sua mochila, para não ficar apitando em tudo que é lugar.

Ruanda
o trânsito é ótimo na capital Kigali, a cidade é toda asfaltada, com meio-fio das calçadas bem pintadinho, sinalização, tudo arrumadinho

Quem diria que voltaríamos pra casa com as melhores lembranças de Kigali?! 

Ainda esses dias me perguntaram nas redes sociais "mas não é perigoso ir lá? Esses países não vivem tendo conflitos?"

Pessoal, como já mencionei acima, o conflito (terrível) que aconteceu em Ruanda foi em 1994!!

Hoje em dia, a capital Kigali é considerada a mais segura do continente africano!! Se vocês não acreditam em mim, perguntem pro Google 😜

Quem está aqui há mais tempo, já me ouviu dizer isso, mas pensem bem: o número de homicídios no Brasil em 2022 foi de 52.391. Em 2023, o Brasil registrou 47.722 assassinatos em um ano, 10,4% do total mundial. 

O Brasil LIDERA o ranking MUNDIAL de homicídios em números absolutos. Do total de 458 mil homicídios ocorridos em todo o mundo, 10,4% deles ocorreram no Brasil. Mais pessoas foram mortas por homicídio do que por conflitos armados e terrorismo juntos 🤷‍♀️

E vocês estão preocupados com a segurança em Kigali??

Sabe qual é o maior problema de segurança em Ruanda hoje? Pequenos furtos, batedores e carteira. Não há sério risco de violência

Entendam: brasileiros estão mais seguros em praticamente qualquer lugar do mundo do que em casa. É só olhar as estatísticas pra ver que vocês estariam mais seguros na Ucrânia e em Israel do que em São Paulo, Rio de Janeiro, Maceió ou Porto Alegre. 

Eu sei, ando amarga kkkkk...voltar de viagem dá esse ranço. Mas...acordem 😳

Kigali
a capital ruandesa nos impressionou muito positivamente

Ruanda
Kigali é conhecida como a capital mais segura e verde do continente africano, e dá para andar a pé pelas ruas da capital à noite tranquilamente

Como se deslocar em Kigali, Ruanda

Com colinas por todos os lados, não é fácil se deslocar por Kigali à pé, então usamos bastante táxis, porque andar de boda-boda (moto-táxi) é meio perigoso.

Pois é, nós andamos muito de moto-táxis na Ásia, em países como o Camboja e o Vietnam, onde, assim como nessa região da África, as motos são o meio de transporte mais comum. 

Chegamos a andar eu e o Peg, ou o Peg e o Lipe, com o mesmo moto-taxista, o que é bem comum em Hanoi, por exemplo, ou no Laos. 

A diferença é que, na Ásia, o trânsito, embora pareça completamente doido e assustador, é bem lento e, por isso, não é tão perigoso para andar de moto. Justamente por essa razão é que eles não têm tantos acidentes de moto fatais: porque todos andam naquele ritmo lento e constante, de formiguinha. 

Mas, em Kigali, onde a boda-boda também é o meio de transporte mais em conta (mesmo que pegássemos 2 moto-táxis, saía mais barato do que pegar um táxi!), o trânsito é rápido, normal de uma cidade grande, e aí eu já acho perigoso circular de moto quando você não conhece o motorista e não sabe se o cara é ou não cuidadoso - sem falar que me dá um certo nojinho de usar esses capacetes que passam por dezenas de cabeças por dia hehehe...

Eu nem sou dessas coisas de ter nojinho de tudo, mas um capacete que passa em dezenas de cabeças suadas por dia me dá uma certa aflição - me julguem! 😂

Para uma dica de taxista de confiança em Kigali, recomendado pelo hotel: John Baptiste - WhatsApp +250782109505.

Kigali, Ruanda
 dica de taxista de confiança em Kigali, recomendado pelo hotel - mas sempre negocie o valor da corrida antecipadamente!

Kigali, Ruanda
estacionamento de boda-bodas - só pegue um moto-táxi que tenha um capacete extra pro passageiro e que use o colete azul e amarelo do uniforme deles - esses são os regularizados 

O que fazer em Kigali, Ruanda

Passeios imperdíveis em Kigali, Ruanda:
  • Kigali Genocide Memorial
  • Hôtel des Milles Collines
  • Belgian Peacekeepers Memorial
  • Restaurante indiano Khana Khazana
Outras dicas de passeios em Kigali - não tão imperdíveis assim:
  • Imbuga City Walk (calçadão de pedestres no centro)
  • Presidential Palace Museum
  • Inema Arts Center (exibições de arte africana contemporânea)
  • Kandt House Natural History Museum
  • Bairro Nyamirambo (mesquitas e street food)
  • Kigali Convention Centre (arquitetura moderna)
  • Rebero Hill (vistas panorâmicas)
  • Kigali City Tower - KCT (arquitetura moderna)
  • Kigali Centenary Park (parque)
Compras: 
  • Caplaki Craft Village - lojas de souvenirs bem voltadas para turistas
  • Kimironko Market - mercado de frutas, comidas, etc, voltado para locais
  • Bancas de souvenirs e artesanato no calçadão Imbuga City Walk - melhor lugar para compras
Lugares para comer: 
  • Afrika Bite: buffet de culinária regional, com várias opções de pratos locais e salada com preço bom
  • Repub Lounge: um pouco mais caro, com um menu à la carte bem variado
  • Rubia Coffee Roasters (veja mais abaixo)
  • Khana Khazana Indian Restaurant (veja mais abaixo)
  • Cave Coffee (veja mais abaixo)
Kigali, Ruanda
banca de souvenirs e artesanato no calçadão Imbuga City Walk

Kigali, Ruanda
Rubia Coffee Roasters, um café bem recomendado em Kigali

Dia 1 em Kigali

Primeira parada em Kigali: trocar dinheiro no centro da capital, numa casa de câmbio FOREX chamada Shahanshah.

Trocamos U$ 50 por 66.850 francos ruandeses. A cotação em junho de 2024 era de 1337 francos ruandeses por U$ 1.

Segunda parada em Kigali: almoço no Rubia Coffee Roasters. Custou 20.000 francos e foi ótimo, com wifi.

Terceira parada: Hôtel des Milles Collines, onde se passou a história que é contada no filme 'Hotel Ruanda', como já comentei acima.

Pegamos 2 táxis para dar essas voltas: o 1º táxi custou 10.000 francos e o 2º táxi custou 7.000 francos.

Voltamos à pé pro nosso hotel, que ficava a uns 800m de distância do Hôtel des Milles Collines, e achamos super tranquilo para caminhar à noite, pois Kigali é considerada a capital mais segura da África, e realmente nos sentimos muitos seguros lá, pelos menos no bairro de Kiyovu, nos arredores do nosso hotel.

Kigali Ruanda
almoço no Rubia Coffee Roasters em Kigali

Kigali Ruanda
tudo o que comemos no Rubia Coffee Roasters estava bom

Kigali Ruanda
café à venda no Rubia Coffee Roasters

Kigali Ruanda
cardápio do Rubia Coffee Roasters em Kigali

Kigali Ruanda
em Kigali fomos conhecer o famoso Hôtel des Milles Collines

Kigali Ruanda
o Hôtel des Milles Collines é o lugar onde se passou a história que é contada no filme 'Hotel Ruanda'

Dia 2 em Kigali

No dia seguinte em Kigali, as nossas paradas foram:
  • Imbuga City Walk
  • Memorial aos Soldados Belgas
  • Kigali Genocide Memorial Centre
  • Almoço no Cave Coffee
  • Janta no restaurante indiano Khana Khazana
Kigali Ruanda
calçadão Imbuga City Walk em Kigali

Kigali Ruanda
Cave Coffee em Kigali

Imbuga City Walk

A 1ª parada do dia foi no Imbuga City Walk - Kigali Car Free Zone, que é um calçadão para pedestres no centro da cidade, onde fica o grande letreiro de "Kigali". 

Ali eles têm várias bancas vendendo souvenirs e artesanato. Tem também casas de câmbio, farmácias, etc.

Fomos do hotel até lá a pé e, de lá, seguimos também a pé pro Memorial aos Soldados Belgas.

Ruanda
o Imbuga City Walk - Kigali Car Free Zone é um calçadão para pedestres no centro da cidade

Ruanda
 letreiro de "Kigali"

Ruanda
banca de souvenirs e artesanato no calçadão Imbuga City Walk

Ruanda
caminhamos do hotel ao centro e, de lá, até o Memorial aos Soldados Belgas 

Memorial aos Soldados Belgas em Camp Kigali

Esse memorial tem nomes diferentes nos guias e no Google Maps - você vai encontrar pelos nomes Belgian Peacekeepers MemorialMémorial de Camp Kigali ou ainda outros nomes, mas é tudo a mesma coisa, o mesmo lugar. 

Como falei, fomos do hotel até lá a pé, passando antes pelo centro da capital - veja aqui o nosso percurso no Strava.

A entrada no memorial é grátis, deixe uma doação só se você quiser. Tem um soldado corrupto lá que fica exigindo 'doações' dos turistas e, desta vez, a gente resolveu deixar uma gorjeta pra ele para não nos incomodarmos, mas reitero que não é obrigatório. 

Você vai precisar de uns 30min (ou mais) para essa visita.

Este memorial é dedicado a 10 soldados boinas azuis belgas da UNAMIR, força de paz da ONU, que foram incumbidos de fazer a segurança da 1ª ministra ruandesa em abril de 1994, logo após o atentado contra o avião do Presidente de Ruanda (no dia seguinte, 7 de abril). 
UNAMIR (abreviatura de United Nations Assistance Mission for Rwanda) era a Missão de Assistência das Nações Unidas para Ruanda, uma missão de paz da ONU criada especialmente para supervisionar a implementação da Convenção de Arusha, que mencionei antes. As operações da UNAMIR tiveram início em Ruanda em outubro de 1993.
Esses 10 soldados belgas da UNAMIR, enquanto escoltavam a 1ª ministra ruandesa e seu marido, foram cercados por soldados das FAR - Forças Armadas Ruandesas, que defendiam os interesses do governo Hutu, e foi determinado a eles que entregassem suas armas, pois assim teriam garantida passagem segura pelo exército ruandês para uma base da ONU. 

Ocorre que, ao invés de serem levados à base da ONU como prometido, os 10 comandos belgas foram levados a um complexo militar das Forças Armadas de Ruanda, local onde hoje se encontra o memorial. 

A 1ª ministra e seu marido foram mortos por tiros disparados à queima-roupa. Fiquei curiosa para saber porque o exército ruandês haveria de matar a 1ª ministra, e então me explicaram que Agathe Uwilingiyimana era vista pelos extremistas Hutus como responsável ​​por fazer concessões à RPF e como obstáculo à instalação de uma nova configuração política, composta apenas por apoiantes do Poder Hutu. Esses políticos estavam costurando acordos com os Tutsis (RPF), porque eram mais moderados e já tinham entendido a necessidade de acabar com décadas de conflitos, inclusive por meio da Convenção de Arusha, o que não era do interesse do exército, milícias e extremistas Hutus. 

E, embora os soldados belgas tenham entregado às FAR (a maior parte das) armas, eles também foram mortos mais tarde naquele mesmo dia. Foram atacados por uma força avassaladora de mais de 100 soldados Hutus ruandeses e ainda conseguiram se refugiar neste edifício crivado de balas que aparece nas fotos abaixo, em Camp Kigali. 

Durante horas, enquanto esperavam pela chegada de reforços que nunca vieram, lutaram e resistiram bravamente com apenas 2 pistolas que haviam conseguido manter. Foram mortos, no final, com o uso de granadas explosivas que foram jogadas por um buraco no telhado do prédio. 

Memorial aos Soldados Belgas Kigali
edifício onde os soldados belgas se refugiaram e resistiram por horas, aguardando por reforços da ONU que nunca vieram

Muito já foi dito sobre os comos e os porquês disso ter acontecido.

A maior parte da culpa recaiu sobre Kofi Annan, então secretário-geral da ONU, que ignorou telegramas alarmantes sobre a situação em Ruanda. 

A ONU instruiu o oficial canadense Romeo Dallaire, que chefiou a força de manutenção da paz das Nações Unidas em Ruanda, a não intervir. Dallaire pedia mais tropas para reprimir a escalada da violência em Ruanda, mas, ao invés de lhe enviarem mais soldados, foi determinada a evacuação das tropas da ONU - depois de resgatarem os gringos brancos que se encontravam no país, claro!
A sensação que os ruandeses têm hoje é a de que, mais do que se omitir, pior do que não ajudar, foi o fato de que a presença da ONU em Ruanda durante os meses que antecederam o genocídio só atrapalhou, pois inicialmente a presença dos boinas azuis proporcionou uma falsa sensação de segurança a muitos ruandeses, que, não fosse por isso, teriam fugido, procurado exílio, e se salvado do genocídio que viria a seguir. Ficaram lá porque estavam confiantes de que as Nações Unidas iriam protegê-los e, na hora H, os soldados da ONU deram no pé, deixando os Tutsis à própria sorte.
O legado da ONU em Ruanda é de fato terrível. 

Mas estou tergiversando (de novo). 

Neste episódio dos soldados belgas, em especial, teve mais 💩- um oficial superior da ONU ordenou aos comandos belgas que entregassem as suas armas, o que nunca deveriam ter feito.  

A nacionalidade dos soldados - que eram belgas - também pode ter sido um dos fatores determinantes, pois o governo belga, já há algum tempo, havia se distanciado dos Hutus - ao contrário dos franceses, que ficaram abraçados ao lado dos genocidas até o final. 

(E até hoje não assumem o que fizeram em Ruanda.)
De qualquer forma, os últimos obstáculos - a força de paz da ONU - que impediam o genocídio foram eliminados naquele momento. O assassinato dos soldados belgas foi claramente planejado com o intuito de que a ONU se mandasse de Ruanda de um todo. E o plano dos extremistas Hutus foi um sucesso - os poucos soldados da UNAMIR que ainda estavam em Ruanda foram ordenados a evacuar imediatamente. As comportas agora estavam abertas. Os Tutsis estavam entregues aos genocidas. Durante os 100 dias seguintes, centenas de milhares de pessoas pacíficas, mulheres e crianças, foram massacradas.
Pra mim, em resumo, o mais impressionante dessa história toda é saber que:
  • Não haviam diferenças étnicas importantes entre Tutsis e Hutus, e a única coisa que os distinguia era o número de VACAS que cada um tinha! Foram os estúpidos colonizadores belgas e alemães que criaram a 💩 toda!
  • A ONU não servia pra nada em 1994, e continua não servindo pra nada hoje, 30 anos depois - que organização podre e inútil 🤬
Memorial aos Soldados Belgas Kigali
Memorial aos Soldados Belgas em Camp Kigali

Memorial aos Soldados Belgas Kigali
homenagem aos 10 soldados belgas assassinados em Kigali em 1994, enquanto trabalhavam na missão de paz da ONU em Ruanda

Memorial aos Soldados Belgas Kigali
o Memorial aos Soldados Belgas em Kigali é um lugar muito comovente

Memorial aos Soldados Belgas Kigali
sala do prédio onde os soldados belgas se refugiaram para lutar contra as forças ruandesas em Kigali

Memorial aos Soldados Belgas Kigali
você vai precisar de pelo menos uns 30min para visitar o Memorial aos Soldados Belgas em Kigali se quiser ler todas as informações que eles têm lá

Memorial aos Soldados Belgas Kigali
note que tudo isso aconteceu no dia seguinte ao atentado contra o avião do Presidente de Ruanda

Kigali Genocide Memorial Centre

Depois da visita ao Memorial dos Soldados Belgas, já bem abalados com tudo o que ficamos sabendo lá, pegamos um táxi e fomos pro Kigali Genocide Memorial Centre

Que triste idéia! Podíamos ter dividido a maldade em 2 dias 😥

Esse Memorial do Genocídio - não só de Ruanda, mas de vários outros genocídios mundo afora - é de passar mal, de doer o estômago, de partir o coração.

A entrada no Kigali Genocide Memorial Centre é grátis e você só paga o audio-guide se quiser (RWF 20.000).

Não achei necessário pegar o audio-guia (e é muito caro), porque o museu tem MUITA informação, e eu prefiro LER do que OUVIR (gravo melhor as informações lendo). Você precisa de, no mínimo, 2hs para visitar o Memorial. 

Infelizmente não pode fotografar nem filmar dentro do Memorial, na área interna do museu, então vocês terão que ir a Kigali para ver esse lugar com os próprios olhos, como já dizia Amyr Klink.

As fotos abaixo são apenas da área externa do memorial, onde é permitido fotografar. 

Nós já visitamos museus memoriais terríveis mundo afora, como os museus do holocausto em Jerusalém e em Washington DC, o museu da bomba atômica em Hiroshima, os campos de concentração de Dachau na Alemanha e de Auschwitz na Polônia, lugares relacionados à guerra da Bósnia em Sarajevo...enfim, só para citar alguns lugares que reviram o estômago da gente e nos abalam profundamente...mas esse memorial é um verdadeiro soco no estômago. 
Sem grandes exibições, sem dourar a pílula - que você é forçado a engolir horrivelmente amarga como ela é - e sem ficar procurando culpados, o Kigali Genocide Memorial apenas conta, de forma até singela, eu diria, a história de uma guerra civil que aconteceu no nosso tempo de vida - eu era adolescente em 94 - e que o mundo escolheu fechar os olhos e não ver um milhão de pessoas sendo assassinadas à sua frente, quando teria sido FÁCIL para a ONU terminar com o genocídio.
Logo na chegada, eles passam um vídeo com depoimentos de vítimas do genocídio - não deixe de assistir!

O local também tem um café, banheiros, wifi e uma loja de souvenirs e livros.

O que achei mais interessante é que, além de aprender mais sobre o genocídio que aconteceu em Ruanda em 1994, nesse Memorial a gente aprende também sobre outros genocídios que aconteceram pelo mundo, como o genocídio dos Hereros na Namíbia, o Holocausto dos judeus na 2ª Guerra Mundial, o genocídio no Camboja, nos Bálcãs...é muito, mas muito interessante!

Funciona diariamente, das 9 às 17hs, com última entrada às 16hs.

Depois de ver os 'mass graves' de 250 mil vítimas do genocídio de 94 contra os Tutsis do lado de fora do memorial - como falei, existem dezenas de outros memoriais espalhados pelo país, pois foram aproximadamente 1 milhão de pessoas assassinadas - saímos de lá arrasados para pegar um táxi (RWF 8.000) e ir almoçar, com o estômago embrulhado.

Kigali Genocide Memorial
existem dezenas de memoriais do genocídio de 1994 espalhados por Ruanda, praticamente um ou mais em cada vilarejo

Kigali Genocide Memorial
mapa do Kigali Genocide Memorial

Kigali Genocide Memorial, para lembrar e para aprender

Kigali Genocide Memorial
recepção do Kigali Genocide Memorial

Ruanda
covas coletivas no Kigali Genocide Memorial

Kigali Genocide Memorial
Kigali Genocide Memorial

Kigali Genocide Memorial
250 mil vítimas do genocídio de 1994 estão enterradas nestas valas comuns em Kigali

Kigali Genocide Memorial
parede com os nomes das vítimas conhecidas do genocídio em Kigali

Kigali Genocide Memorial
Kwibuka flame, ou Light for Hope, no Kigali Genocide Memorial

Cave Coffee em Kigali

Fomos almoçar no Cave Coffee, um café bacaninha com vista para uma das mil colinas de Ruanda - mas a comida do Rubia Coffee Roasters, onde tínhamos almoçado no dia anterior, é melhor.

Pagamos RWF 26.500 pelo almoço com cervejas.

Táxi de volta pro hotel: RWF 10.000.

Cave Coffee em Kigali
Cave Coffee em Kigali

Cave Coffee em Kigali
cardápio do Cave Coffee em Kigali

Cave Coffee em Kigali
almoçamos no Cave Coffee em Kigali

Cave Coffee em Kigali
o ambiente e as vistas do Cave Coffee em Kigali são bem lindos

Cave Coffee em Kigali
Cave Coffee em Kigali

Cave Coffee em Kigali
um país colonizado por belgas e alemães teria que herdar, pelo menos, uma boa cerveja, não é!?

Restaurante indiano Khana Khazana

Saímos à noite na capital ruandesa para jantar no Khana Khazana, o melhor restaurante indiano tandoori de Kigali, e ficamos tristes! Voltamos tristes pro hotel depois do jantar por saber que provavelmente nunca voltaremos a Kigali para comer lá de novo!

Aquele restaurante que vale a viagem, que tinha que estar localizado na esquina da minha casa - que banzo que me deu pensar que não posso voltar lá amanhã 😔

Pagamos RWF 26.000 (U$ 20).

Khana Khazana Kigali
o Khana Khazana é o melhor restaurante indiano tandoori de Kigali

Khana Khazana Kigali
o cardápio do restaurante indiano Khana Khazana em Kigali é praticamente infinito

Khana Khazana Kigali
restaurante indiano Khana Khazana em Kigali

Khana Khazana Kigali
nosso jantar no restaurante indiano Khana Khazana em Kigali

Khana Khazana Kigali
acompanhados de uma boa cerveja Virunga Gold!

Diário de bordo de Ruanda

Nosso roteiro de 3 dias em Ruanda foi assim:

Gorilla Trekking em Uganda - Cruzamos a fronteira com Ruanda - Transfer para o Volcanoes National Park - Ellen DeGeneres Campus of the Dian Fossey Gorilla Fund - Apresentações de músicas e danças típicas de Ruanda - Hotel: Da Vinci Gorilla Lodge

Golden Monkey Hike - Transfer para Kigali - Passeios em Kigali - Hotel: One Click Hotel

Passeios em Kigali - Voo para Cape Town à noite

Logo que cruzamos a fronteira terrestre entre Uganda e Ruanda e pegamos as estradas ruandesas, notamos a diferença e a semelhança com Uganda: as estradas em Ruanda são muito melhores, mas a quantidade absurda de gente caminhando pelos acostamentos era a mesma de Uganda!

O tanto de gente que caminha - aparentemente a esmo - pelas estradas é impressionante, e isso dificulta que a gente possa pegar uma velocidade maior na estrada, porque o motorista tem que ir sempre dirigindo com muito cuidado para não atropelar um doido caminhando pelas estradas! 

A mão de direção em Ruanda é normal (não é mão inglesa como em Uganda) e é tudo mais bonito, sinalizado, arborizado...outro padrão!

As casas TODAS têm tijolinhos furados na fachada, tipo um cobogó! Imagino eu que seja para ventilar as moradias, para sair o calor, que sempre fica na parte alta - o ar quente sobe, não é?🤷‍♀️

Logo chegamos em Kinigi, Ruanda, por estradas bem arborizadas e asfaltadas. É neste vilarejo que fica situada a sede do Volcanoes National Park, nosso 1º destino em Ruanda, e também o lodge onde ficamos hospedados na nossa 1ª noite no país.

Veja também: Roteiro de viagem 21 dias África do Sul, Etiópia, Uganda e Ruanda

Ruanda
as estradas em Ruanda são ótimas, mas a quantidade de gente andando pelos acostamentos é impressionante

Ruanda
todas as casas em Ruanda têm tijolinhos furados na fachada, tipo um cobogó

Ruanda
em Kinigi, Ruanda, fica a sede do Volcanoes National Park, nosso 1º destino em Ruanda

Da Vinci Gorilla Lodge no Volcanoes National Park

Pernoitamos no Da Vinci Gorilla Lodge, em Kinigi, Ruanda, o alojamento com o cachorro mais fofo do continente africano, o Sparky!

O Volcanoes National Park em Ruanda não possui alojamentos DENTRO do parque nacional - você nem entra de carro dentro do parque. 

O jeito é se hospedar em algum dos muitos lodges que existem ali pelos arredores, e nós ficamos no Da Vinci Gorilla Lodge, que eu recomendo muito, porque, além de ser um hotel muito bom, também fica BEM pertinho - a apenas uns 300m - do Ellen DeGeneres Campus of the Dian Fossey Gorilla Fund, o museu sobre Dian Fossey e os gorilas que eu queria muito visitar. Fui caminhando! Foi excelente!

Fomos recebidos com as toalhas umedecidas e suquinhos de frutas naturais de sempre. 

Nosso quarto era enorme, com direito a lareira e bolsa de água quente na cama, atendimento excessivamente simpático de sempre, chuveiro muito bom, um smoothie de avocado maravilhoso, apresentação de músicas e danças típicas ruandesas, cerveja local Virunga caríssima (U$ 5), artesanato à venda e muitas crianças locais pelos arredores 💙

Vale lembrar que o aquecimento na África é quase sempre à base de fogo, como no caso deste alojamento que, embora caro e chique, não tem ar-condicionado: o friozinho noturno é aplacado com lareiras!

Na África, poucos têm $$ para bancar contas altas de energia elétrica ou gás.

Ali pertinho tem também o One&Only Gorilla's Nest, que é um hotel 5 estrelas bem famoso. Se você puder esbanjar uma grana alta em hospedagem, é o seu lugar!

Da Vinci Gorilla Lodge Ruanda
Da Vinci Gorilla Lodge no Volcanoes National Park

Da Vinci Gorilla Lodge Ruanda
o Da Vinci Gorilla Lodge fica situado em Kinigi, Ruanda, nos arredores do parque nacional

Da Vinci Gorilla Lodge Ruanda
o Da Vinci Gorilla Lodge, em Ruanda, é o hotel com o cachorro mais fofo do continente africano, o Sparky

Da Vinci Gorilla Lodge Ruanda
nosso quarto no Da Vinci Gorilla Lodge, em Ruanda

Da Vinci Gorilla Lodge Ruanda
nosso quarto no Da Vinci Gorilla Lodge era enorme, com direito a lareira

Da Vinci Gorilla Lodge Ruanda
quarto no Da Vinci Gorilla Lodge, em Ruanda

Da Vinci Gorilla Lodge Ruanda
entrada do nosso quarto no Da Vinci Gorilla Lodge em Ruanda

Da Vinci Gorilla Lodge Ruanda
banheiro do nosso quarto no Da Vinci Gorilla Lodge em Ruanda

Da Vinci Gorilla Lodge Ruanda
banheiro do nosso quarto no Da Vinci Gorilla Lodge em Ruanda

Da Vinci Gorilla Lodge Ruanda
banheiro no Da Vinci Gorilla Lodge em Ruanda

Da Vinci Gorilla Lodge Ruanda
os quartos de hotel em Ruanda sempre têm garrafas de água como cortesia e jarra elétrica - levamos café solúvel e adoçante e sempre podíamos fazer um café quando dava vontade

Da Vinci Gorilla Lodge Ruanda
estes são os quartos no Da Vinci Gorilla Lodge, em Ruanda

Da Vinci Gorilla Lodge Ruanda
nosso quarto no Da Vinci Gorilla Lodge

Da Vinci Gorilla Lodge Ruanda
o Da Vinci Gorilla Lodge também oferece quartos estilo barraca de safari, com a área do banheiro de alvenaria

Da Vinci Gorilla Lodge Ruanda
área comum no Da Vinci Gorilla Lodge em Ruanda

Da Vinci Gorilla Lodge Ruanda
lounge do Da Vinci Gorilla Lodge em Ruanda - note como todas as áreas comuns do hotel têm lareiras

Da Vinci Gorilla Lodge Ruanda
área da recepção do Da Vinci Gorilla Lodge em Ruanda

Da Vinci Gorilla Lodge Ruanda
o Da Vinci Gorilla Lodge, além de ser um hotel muito bom, fica situado a apenas 300m do museu sobre Dian Fossey e os gorilas

Da Vinci Gorilla Lodge Ruanda
o Da Vinci Gorilla Lodge não tem ar-condicionado nos quartos, mas tem bolsas de água quente nas camas

Da Vinci Gorilla Lodge Ruanda
um suco de abacate e um por do sol nas Montanhas Virunga no Da Vinci Gorilla Lodge em Ruanda

Da Vinci Gorilla Lodge Ruanda
área de café da manhã do Da Vinci Gorilla Lodge em Ruanda

Da Vinci Gorilla Lodge no Volcanoes National Park
café da manhã no Da Vinci Gorilla Lodge em Ruanda - nos alojamentos de Ruanda e de Uganda, todos os cafés da manhã e refeições em geral são escolhidos em um cardápio na véspera

Ellen DeGeneres Campus of the Dian Fossey Gorilla Fund

Tenho certeza que poucas pessoas já ouviram falar deste lugar. Eu mesma só fui saber da sua existência pesquisando para esta viagem! 

Chegando em Kinigi, vilarejo que fica situado na porta de entrada do Parque Nacional dos Vulcões em Ruanda, mal fiz check-in no hotel e fui correndo conhecer o Ellen DeGeneres Campus of the Dian Fossey Gorilla Fund

O Ellen DeGeneres Campus é a nova sede do centro de pesquisas do Dian Fossey Gorilla Fund, uma fundação criada em 1967 pela própria Dian Fossey, com a missão de pesquisar e proteger os gorilas das montanhas.

A construção do campus foi possível graças a doações da atriz norte-americana Ellen DeGeneres e de Portia de Rossi, e ao apoio de doadores em todo o mundo. O museu foi inaugurado em 2022. 

O ingresso custa U$ 20, que você pode pagar com cartão de débito - é caro, eu sei, mas vale a pena! Ainda mais se você considerar que o valor dos ingressos é revertido para o Dian Fossey Gorilla Fund, fundo de pesquisas sobre os gorilas.

O museu fecha às 17hs, e você vai querer ficar pelo menos umas 2hs lá dentro, então não chegue tarde!

Tem cinema 360º e até um simulador de realidade virtual fantástico (um passeio pela floresta com os gorilas), coisa de 1° mundo, alto padrão. Um lugar do tipo que eu não esperaria encontrar perdido num vilarejo num canto de Ruanda, mas sim em Londres ou Chicago 😆

Sou muito fã da Dian Fossey e foi emocionante aprender mais sobre ela e sobre os gorilas que ela tanto amava e trabalhou para proteger (para que nós pudéssemos estar lá agora). Sem falar na maravilhosa arquitetura do prédio e nos vulcões na paisagem por todos os lados!

Até as cartas que a Dian Fossey escrevia pro Dr. Leakey estão expostas lá! Fiquei encantada lendo tudo aquilo❤️

Como já mencionei, esse lugar que eu AMEI fica a apenas uns 300m do hotel onde nos hospedamos, o Da Vinci Gorilla Lodge

Foi maravilhoso visitar este museu incrível para fechar com chave de ouro o capítulo dos gorilas na minha história!

Ellen DeGeneres Campus of the Dian Fossey Gorilla Fund
Ellen DeGeneres Campus of the Dian Fossey Gorilla Fund

Ellen DeGeneres Campus of the Dian Fossey Gorilla Fund
os gorilas das montanhas têm sido monitorados e estudados de perto desde que Dian Fossey começou seu trabalho em 1967

Ellen DeGeneres Campus of the Dian Fossey Gorilla Fund
o campus é enorme, lindo, e tem algumas pequenas trilhas, café e loja de souvenirs

Ellen DeGeneres Campus of the Dian Fossey Gorilla Fund
a maravilhosa arquitetura do prédio do Dian Fossey Gorilla Fund

Ellen DeGeneres Campus of the Dian Fossey Gorilla Fund
arquitetura integrada à natureza e vulcões na paisagem por todos os lados

Ellen DeGeneres Campus of the Dian Fossey Gorilla Fund
você sabia que os gorilas são identificados pelos cientistas pela sua impressão nasal?

Ellen DeGeneres Campus of the Dian Fossey Gorilla Fund
entrada do museu no Dian Fossey Gorilla Fund

Ellen DeGeneres Campus of the Dian Fossey Gorilla Fund
o museu conta a história de Dian Fossey desde suas origens até a criação do Gorilla Fund

Ellen DeGeneres Campus of the Dian Fossey Gorilla Fund
todas as informações no museu vêm em inglês e também em kinyarwanda

Ellen DeGeneres Campus of the Dian Fossey Gorilla Fund
no museu você fica sabendo a história pessoal de cada um dos gorilas que Dian Fossey estudou 

Ellen DeGeneres Campus of the Dian Fossey Gorilla Fund
linha do tempo da história de Dian Fossey e dos gorilas que ela amava

Ellen DeGeneres Campus of the Dian Fossey Gorilla Fund
quem lembra do cartaz do filme 'Nas Montanhas dos Gorilas' e desta capa da revista National Geographic?

Ellen DeGeneres Campus of the Dian Fossey Gorilla Fund
no museu existe inclusive uma réplica da cabana onde Fossey vivia nas montanhas

Ellen DeGeneres Campus of the Dian Fossey Gorilla Fund
até as cartas que a Dian Fossey escrevia pro Dr. Leakey estão expostas lá

Ellen DeGeneres Campus of the Dian Fossey Gorilla Fund
nas cartas que Dian Fossey escrevia pro Dr. Leakey, é possível sentir a empolgação dela com os progressos que fazia com os gorilas

Ellen DeGeneres Campus of the Dian Fossey Gorilla Fund
o museu é dedicado a Dian Fossey e sua história de amor aos gorilas das montanhas em Ruanda

Ellen DeGeneres Campus of the Dian Fossey Gorilla Fund
 réplica da cabana onde Fossey vivia, no centro de pesquisas que ela mesma construiu nas montanhas, chamado Old Karisoke Research Center 

Ellen DeGeneres Campus of the Dian Fossey Gorilla Fund
você vai encontrar informações interessantíssimas sobre os gorilas, inclusive sobre as diferenças e semelhanças com seres humanos

Ellen DeGeneres Campus of the Dian Fossey Gorilla Fund
você sabia que mais de 98% do nosso DNA é idêntico ao dos gorilas?

Ellen DeGeneres Campus of the Dian Fossey Gorilla Fund
o ingresso custa U$ 20 - é caro, eu sei, mas vale a pena, ainda mais se você considerar que o valor é revertido para o Dian Fossey Gorilla Fund, fundo de pesquisas sobre os gorilas

Ellen DeGeneres Campus of the Dian Fossey Gorilla Fund
comparando o tamanho da minha mão com o tamanho da mão de um gorila silverback

Ellen DeGeneres Campus of the Dian Fossey Gorilla Fund
o museu fecha às 17hs, e você vai querer ficar pelo menos umas 2hs lá dentro, então não chegue tarde!

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sou muito fã da Dian Fossey e foi emocionante aprender mais sobre ela e sobre os gorilas que ela tanto amava e trabalhou para proteger

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Digit e Poppy eram alguns dos gorilas favoritos de Fossey - quem viu o filme 'Nas Montanhas dos Gorilas' deve lembrar deles

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alguns dos gorilas, como Titus, que morreu em 2009, ficaram tão famosos que hoje estampam até cédulas de francos ruandeses

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esse museu é do tipo que eu não esperaria encontrar perdido num vilarejo num canto de Ruanda, mas sim em Londres ou Chicago

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o museu tem um cinema 360º e até um simulador de realidade virtual fantástico, coisa de 1° mundo, alto padrão

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no local há ainda um café e uma loja de presentes

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não deixe de experimentar este fantástico simulador de realidade virtual, que simula um passeio pela floresta com os gorilas

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foi maravilhoso visitar este museu incrível para fechar com chave de ouro o capítulo dos gorilas na minha história!

Apresentações de músicas e danças típicas de Ruanda

Jantamos no Da Vinci Gorilla Lodge e assistimos a uma apresentação de músicas e danças típicas ruandesas

A estas alturas, eu já tinha perdido as contas de quantas apresentações de música e danças locais já assistimos! Você não precisa procurar muito para encontrar uma apresentação folclórica em Ruanda e em Uganda! Eles adoram, e os hotéis sempre oferecem essas apresentações aí pelas 19:30hs.

Importante: pelo que entendi, os hotéis não pagam nada a esses grupos folclóricos para eles se apresentarem - eles apenas "permitem" que o grupo faça a sua apresentação no hotel, o que significa que eles fazem isso simplesmente pelas gorjetas. Muitas pessoas que vivem nesta região sobrevivem das gorjetas destas apresentações para os turistas. Por isso, não seja muquirana: se você assistiu a apresentação, e gostou a ponto de tirar fotos e filmar, faça um favor e deixe uma gorjeta decente! 

Os grupos que se apresentam nos hotéis normalmente são grandes, formados por pelo menos 10 músicos/dançarinos, e eles dividem as gorjetas recebidas entre eles. 

Você pode colocar na caixinha tanto euros, quanto dólares, quanto francos ruandeses, mas, se for deixar dólares, procure deixar apenas notas bem novinhas, porque notas velhas, amassadas, riscadas ou rasgadinhas de dólar não têm nenhum valor em Ruanda, e eles não conseguem trocar por francos ruandeses depois.   

Lembre que eles dependem disso e que a continuidade desses "shows gratuitos" para os próximos turistas que forem lá depende apenas da sua generosidade. 

Esta apresentação no Da Vinci Gorilla Lodge em Ruanda foi bem diferente de outras que eu tinha visto nos dias anteriores em Uganda, dos pigmeus Batwa! 

Embora as músicas e danças sejam parecidas em Uganda e em Ruanda, você vai notar as diferenças na música, nos instrumentos, nos passos e até nas roupas e apetrechos que eles usam nas apresentações 👌

Apresentações de músicas e danças típicas de Ruanda
apresentação de músicas e danças típicas de Ruanda no Da Vinci Gorilla Lodge

Apresentações de músicas e danças típicas de Ruanda
não seja muquirana: se você assistiu a apresentação, e gostou a ponto de tirar fotos e filmar, faça um favor e deixe uma gorjeta decente

Apresentações de músicas e danças típicas de Ruanda
embora as músicas e danças sejam parecidas em Uganda e Ruanda, você vai notar as diferenças na música, nos passos e até nas roupas e apetrechos que eles usam nas apresentações

a cerveja local Virunga é bem boa - como eu já disse, num país com colonização belga, a cerveja local não poderia ser ruim, né?!

jantar no restaurante do Da Vinci Gorilla Lodge

Golden Monkey Hike

No 2º dia do nosso roteiro em Ruanda, tínhamos prevista uma caminhada guiada pela floresta até o túmulo de Dian Fossey, no antigo centro de pesquisas construído por Fossey, chamado Karisoke Research Center

Fossey criou o nome 'Karisoke' para seu centro de pesquisas, que começou com apenas 2 barracas no meio das montanhas, unindo sílabas dos nomes de 2 dos vulcões onde estavam situados: Mt. Karisimbi e Mt. Bisoke.

Mt. Karisimbi + Mt. Bisoke = Karisoke

Essa é uma das atividades mais populares para se fazer no Parque Nacional dos Vulcões em Ruanda - os 'permits' para esta caminhada com guia custam U$ 75/pessoa e têm que ser reservados com antecedência. 

Mas, a estas alturas da viagem, nosso guia e motorista Charles já tinha percebido nossa paixão por primatas, afinal, já tínhamos feitos trekkings específicos para ver chimpanzés, gorilas e não foram poucas as vezes que pedimos pra ele parar nas estradas e nos safaris para vermos tropas de babuínos, macacos Colobos em preto e branco e quaisquer outras espécies de macacos que cruzassem pelo nosso caminho. 

Então, o Charles nos fez uma sugestão irrecusável: ele perguntou se, ao invés de fazermos o trekking que estava previsto no nosso roteiro, não preferíamos fazer o Golden Monkey Hike, uma caminhada guiada pela floresta para encontrarmos os macacos dourados, uma espécie em risco de extinção que só vive nesta região. 

Essa é outra das atividades oferecidas no Parque Nacional dos Vulcões - o Golden Monkey Hike - e é claro que já ficamos loucos de vontade de trocar a caminhada até o túmulo da Dian Fossey pela caminhada dos macacos dourados. 

Ocorre que esta caminhada com os macacos dourados é ainda mais disputada, e os nossos permits eram para o trekking do Karisoke Research Center, e não para o Golden Monkey Hike - são necessários permits diferentes para cada atividade, até porque o 'permit' dos macacos dourados é mais caro: custa U$ 100/pessoa. 

Quando finalmente confirmamos pro Charles que pagaríamos a diferença e gostaríamos de trocar o nosso trekking pela caminhada dos macacos dourados, na véspera da atividade, o Charles tentou obter nossos permits e não conseguiu: as autorizações para essa atividade estavam esgotadas para o dia seguinte 😕

Ficamos chateados, porque o Charles tinha nos sugerido a troca de atividades no dia anterior e nós nos enrolamos para decidir e acabamos ficando sem permits, mas o Charles, sempre superrrr solícito e desenrolado, disse que ia "tentar a sorte" na manhã seguinte. 

Então, no dia seguinte, tomamos um café da manhã bem reforçado no Da Vinci Gorilla Lodge em Ruanda às 6hs para sairmos às 6:30hs e chegarmos à sede do parque nacional antes de todo mundo, para colocarmos nossos nomes numa lista de espera. Caso houvesse alguma desistência, sobrariam permits pra nós, pois éramos os primeiros da lista de espera!

Ruanda
chegamos à sede do parque nacional antes de todo mundo, para colocarmos nossos nomes numa lista de espera

Ruanda
sede do Volcanoes National Park em Ruanda

Fomos para a sede do Volcanoes National Park, de onde partem todas as atividades do parque nacional - hikes, trekkings nos vulcões, rastreamento de gorilas, Golden Monkeys, etc - esperando conseguir trocar nossos permits, que eram para a caminhada guiada até o túmulo de Dian Fossey no Karisoke Research Center (U$ 75/pessoa) por permits para o Golden Monkey Hike (U$ 100/pessoa). 

Depois de muita falacão com os militares e guarda-parques organizadores das atividades e correria pra lá e pra cá, não é que o Charles conseguiu mesmo as autorizações pra nós!!? Fiquei muitooo feliz, porque a caminhada ao túmulo da Dian Fossey teria sido legal e interessante, mas não tanto quanto os Golden Monkeys!!!

Eu tinha muita vontade de fazer o trekking até o túmulo dela no Karisoke Research Center, o centro de pesquisas que ela construiu, e que hoje está abandonado. 

Ela foi enterrada ao lado do Digit, o seu gorila preferido, que ela viu crescer e foi assassinado por caçadores😔mas acabamos optando pelos macacos dourados e fiquei feliz por ter, pelo menos, aprendido tudo o que aprendi no museu na véspera.

Ellen DeGeneres Campus of the Dian Fossey Gorilla Fund
no museu você vai ver fotos do cemitério onde Fossey enterrava seus gorilas, e onde hoje ela mesma está enterrada, perto do seu centro de pesquisas nas montanhas, chamado Old Karisoke Research Center

Ellen DeGeneres Campus of the Dian Fossey Gorilla Fund
no parque nacional você pode fazer uma longa caminhada até o local onde a antropóloga foi enterrada, ao lado de Digit, um dos seus mais amados gorilas

Chegamos na sede do parque às 6:40hs e o troço só se desenrolou às 8hs, porque tínhamos que esperar pra ver se alguém iria desistir para sobrar 'permits' pra nós.

Daí o Charles ainda nos levou de carro até o início da trilha dos macacos dourados, que fica a uns 20min da sede. 

Quando chegamos, o briefing já estava acabando, e saímos para a caminhada 8:30hs. Voltamos 11:30hs, ou seja, foram 3hs de atividade no total, e 1h com os macacos dourados na floresta de bamboo. Isso porque o povo é MUITO lento, pois dava tranquilamente para fazer a caminhada de ida e volta até a floresta em 1h, ao invés de 2hs! 

No total, entre ida e volta, não chegou a 4Km de caminhada! Pouca altimetria também. A altitude, nessa parte do parque nacional, também não é nada demais: 2536m. 

A maior parte da caminhada é pelo meio de plantações, até chegar nos limites do parque nacional. Depois que entramos de fato dentro da floresta de bamboo, não precisamos caminhar nem 5min para ver os macacos dourados. E, a partir daí, tivemos 1h para ficar curtindo eles dentro da floresta. 

golden monkey hike ruanda
quando chegamos ao local de início da trilha dos macacos dourados, o briefing já estava acabando

golden monkey hike ruanda
a maior parte da caminhada até a floresta onde vivem os macacos dourados é pelo meio de plantações

golden monkey hike ruanda
lindas paisagens dos Vulcões Virunga ao fundo

golden monkey hike ruanda
caminhamos pelo meio de plantações, até chegarmos aos limites do parque nacional

golden monkey hike ruanda
na trilha dos macacos dourados

golden monkey hike ruanda
foram 3hs de atividade no total, e 1h com os macacos dourados na floresta de bamboo

golden monkey hike ruanda
depois que entramos de fato dentro da floresta de bamboo, não precisamos caminhar nem 5min para encontrar os macacos dourados

golden monkey hike ruanda
tivemos 1h para ficar curtindo os macacos dourados dentro da floresta em Ruanda

golden monkey hike ruanda
a caminhada ao túmulo da Dian Fossey teria sido legal e interessante, mas não tanto quanto os Golden Monkeys

golden monkey hike ruanda
o Golden Monkey Hike é uma caminhada guiada pela floresta de Ruanda para encontrarmos os macacos dourados

golden monkey hike ruanda
os macacos dourados são uma espécie em risco de extinção que só vive nesta região

golden monkey hike ruanda
a caminhada com os macacos dourados é bem disputada - são necessários 'permits' que custam U$ 100 por pessoa

golden monkey hike ruanda
macaco dourado em Ruanda

No meio da floresta de bamboo - habitat dos macacos dourados - tem urtigas doloridas, então proteja bem as suas pernas, seja com gaiters, perneiras ou meias altas! 

O solo na floresta é meio embarrado, então seus tênis vão ficar embarrados, não tem como evitar! 

No resto, o dress code para esta caminhada é igual ao das trilhas dos gorilas e dos chimpanzés: calça e blusa de manga longa de cores neutras, para proteger os braços e as pernas, tênis com boas agarradeiras para não escorregar e muito protetor solar/óculos de sol/boné. 

Esta trilha é muito mais tranquila que as dos chimpanzés e gorilas. Aliás, pela minha experiência, as trilhas para ver chimpanzés são sempre as mais complicadas, por causa dos lugares onde eles vivem, mas também porque eles se movimentam muito mais rápido.

O legal desse trekking é que, diferentemente dos chimpanzés e gorilas, a gente fica livre pra andar pela floresta depois que encontramos os macaquinhos, e dá pra se aproximar mais deles, sem medo. 

Um deles até passou pelo meio das pernas do Peg!

Somos acompanhados na caminhada por guias e também por rastreadores, que são os funcionários do parque nacional (do Exército de Ruanda) que acompanham os macacos e sabem onde eles estão. Tenha dinheiro trocado para dar gorjetas a eles. Se você só tiver uma nota grande, pode dar a gorjeta a um deles, que eles se dividem. 

golden monkey hike ruanda
esta trilha dos macacos dourados em Ruanda é muito mais tranquila do que as trilhas dos chimpanzés e gorilas

golden monkey hike ruanda
como o Peg não estava levando fé que conseguiríamos os permits, estava com o dress code todo errado: jeans, camiseta de manga curta e tênis claro (que ficou todo embarrado, óbvio!)

golden monkey hike ruanda
o legal desse trekking é que a gente fica livre para andar pela floresta depois que encontramos os macaquinhos, e dá pra se aproximar mais deles, sem medo

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um dos macacos dourados até passou pelo meio das pernas do Peg!

golden monkey hike ruanda
leve dinheiro trocado na caminhada para dar gorjetas aos guias e rastreadores

Garanto que a maioria de vocês nunca tinha ouvido falar dos macacos dourados de Ruanda! Eu mesma nunca tinha ouvido falar neles até o Charles nos sugerir esse trekking 🐵

O trekking é realizado numa floresta de bamboo nas terras altas (como falei, chegamos aos 2536m de altitude) do Parque Nacional dos Vulcões em Ruanda, especialmente para podermos encontrar essa espécie de macaquinhos muito especiais! 

Essa atividade é tão especial justamente porque essa espécie de primatas só existe nessa região do planeta, e está tristemente ameaçada de extinção. 

O macaco dourado - Golden Monkey - é uma subespécie do macaco azul. É um macaco do Velho Mundo encontrado apenas nas montanhas vulcânicas de Virunga, na África Central, incluindo 4 parques nacionais: Mgahinga, em Uganda; Vulcões, em Ruanda (onde estávamos); Virunga e Kahuzi-Biéga, na República Democrática do Congo. 

Seu habitat é restrito às florestas de terras altas, especialmente perto do bambu.

O macaco dourado tem uma mancha laranja-dourada na parte superior dos flancos e nas costas. Quando bate um raio de sol no macaquinho, filtrado entre os galhos da floresta, rapidamente a gente entende porque essa espécie ganhou esse nome.

Eles vivem em grupos sociais de até 30 indivíduos, e sua dieta consiste principalmente de bambu, folhas e frutas, embora também comam insetos.

Devido à destruição gradual do seu habitat natural e às recentes guerras que ocorreram na única região onde vivem, o macaco dourado está listado como ameaçado de extinção 😔

Visitar o Parque Nacional dos Vulcões em Ruanda e pagar a taxa de U$ 100 cobrada por essa experiência não só vai te render memórias maravilhosas pro resto da vida, mas também vai ajudar no esforço de conservação dessa espécie, para que nossos netos e as futuras gerações possam ir até lá e sentir a mesma alegria que eu senti dividindo a floresta de bambu com eles!

golden monkey hike ruanda
a floresta de bamboo é o habitat dos macacos dourados

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o trekking é realizado numa floresta de bamboo nas terras altas, aos 2536m de altitude, no Parque Nacional dos Vulcões em Ruanda

golden monkey hike ruanda
floresta de bamboo no Parque Nacional dos Vulcões em Ruanda

golden monkey hike ruanda
os macacos dourados são tão importantes em Ruanda que estão estampados até nas cédulas de francos ruandeses

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eu nunca tinha ouvido falar nos macacos dourados de Ruanda até o Charles nos sugerir esse trekking

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esta espécie de macaquinhos é tão especial porque só existe nessa região do planeta

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os macacos dourados estão ameaçados de extinção

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quando bate um raio de sol nos macaquinhos dourados, a gente entende porque essa espécie ganhou este nome

golden monkey hike ruanda
o macaco dourado tem uma mancha laranja-dourada na parte superior dos flancos e nas costas

Mas, nesta experiência toda que tivemos em Ruanda, o que mais nos impressionou foi o mercado de turismo de luxo em Ruanda, coisa totalmente inesperada pra mim. 

Os mesmos permits que estão custando U$ 800 para ver os gorilas em Uganda, custam U$ 1500 em Ruanda. Aí perguntei para um dos soldados: e por que os turistas vêm aqui e pagam o dobro para ver os mesmos gorilas que, ali em Uganda, do outro lado da fronteira, custam metade? 

Eles me explicaram que é tudo uma questão de marketing do governo de Ruanda, que está divulgando muito o Visit Rwanda, propagandeando o país como um lugar mais seguro (que Uganda e o Congo) para ver gorilas (o que nem é verdade). 

A única grande vantagem que eu vi em Ruanda é que as estradas são muitoooo melhores, e o acesso ao parque nacional, onde vivem os gorilas das montanhas, é muito mais fácil, comparado ao parque de Bwindi em Uganda! Em Ruanda, tu pegas uma estrada asfaltada no aeroporto e, em 2hs, estás com os gorilas. Em Uganda, para chegar aos gorilas, precisa pegar uma estrada sacolejante infinita pela Floresta 'Impenetrável' de Bwindi - o nome já diz tudo!

Mas ficamos muito impressionados com o público em Ruanda - só gente rica! 

É fácil perceber, pelas roupas, equipamentos, etc. Só os chapéus que eles usam custam U$ 1500 - ninguém ali se importa de desembolsar U$ 1500 pelos 'permits' para ver os gorilas. 

Vimos gorjetas de U$ 100 rolando soltas para os rastreadores de 'golden monkeys' (o que me deixou feliz, porque eles merecem). A gente fica até constrangidos com as nossas gorjetas de U$ 5 ou U$ 10!

O lado chato é que obviamente esses turistas não tinham nenhum costume de andar no mato! Acho que nunca andaram muito além de shopping centers, na verdade! 
Era um tal de passar protetor solar, passar repelente, pegar bastão de caminhada, colocar luva, contratar 'porter' para dar a mão e carregar a mochila com 3Kg. Iam ali onde mijam as velhas ver uns macaquinhos no mato, mas parecia que estavam indo para a 3ª Guerra Mundial, pelo nível de ansiedade e preparação 😠
Simmm, é possível contratar um carregador para te dar a mão no mato e para carregar a tua mochila. 

No trekking dos gorilas, que é um pouco mais difícil, e ninguém quer arriscar o $$ que pagou pelos 'permits' desistindo no meio da trilha, eu até compreendo investir na contratação de um 'porter', mas, na trilha dos macacos dourados, parece até piada tu pagar alguém para carregar uma mochilinha micro e para te dar a mão pra pular umas poças de barro. 

Sério: se tu não pode carregar a tua mochila com 3Kg e desviar de uma poça de lama, então nem sai de casa!😝

Dá #medo dessa geração de pessoas. 

Fico pensando o que será de nós com essa gente fraca e medrosa e desajeitada no comando do planeta kkkkk...

O Visit Rwanda está realmente focado em atrair esse público de luxo, o turista high-end, e fazem muito bem. Está dando certo, porque a sede do parque estava lotada e os 'permits' totalmente esgotados. Isso no começo de junho, que ainda nem era o auge da alta temporada! Reserve com antecedência!

Acredito inclusive que a própria Ellen De Generes ajudou muito nisso, fazendo divulgação e levando para Ruanda a sua turma de Hollywood e entorno, todos milionários!

golden monkey hike ruanda
os turistas de luxo em Ruanda obviamente não tinham nenhum costume de andar no mato, nenhuma intimidade com a floresta, e muito menos com mochilas kkkk...

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somos acompanhados na caminhada por guias e também por rastreadores, que são os funcionários do parque nacional (do Exército de Ruanda) que acompanham os macacos e sabem onde eles estão

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devido à destruição gradual do seu habitat natural e às recentes guerras que ocorreram na única região onde vivem, o macaco dourado está listado como ameaçado de extinção

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eles vivem em grupos sociais de até 30 indivíduos, e sua dieta consiste principalmente de bambu, folhas e frutas, embora também comam insetos

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o habitat dos macacos dourados é restrito às florestas de terras altas, especialmente perto do bambu

Na ida para Kigali, passamos novamente pela cidade-base para quem quer visitar o Parc des Vulcans de modo independente, e não tem o seu próprio meio de transporte - Ruhengeri. Você consegue chegar lá usando transporte público e, de lá, consegue transporte pro parque.

Chegamos na capital Kigali pouco antes das 14hs. Nos despedimos do Charles lá, pois lá terminou o nosso tour com a Ngoni Safaris. Ele voltou de Kigali para Kampala, em Uganda.

golden monkey hike ruanda
nos despedimos do nosso guia e motorista Charles em Kigali, pois lá terminou o nosso tour com a Ngoni Safaris

Cerimônia de batizado de bebês-gorilas

Praticamente ao lado da sede do Parque Nacional dos Vulcões, passamos no local onde acontecem as cerimônias de "batizado" dos bebês-gorilas, quando são dados nomes a cada novo bebê-gorila, numa solenidade muito importante. 

Essa famosa cerimônia de nomeação de gorilas em Ruanda se iniciou há quase 20 anos. 

Dar nome a um bebê humano recém-nascido faz parte de uma tradição ruandesa há séculos, mas nomear bebês gorilas é uma tradição relativamente nova. 

A cerimônia se chama Kwita Izina, que significa literalmente “Dar um Nome”. Foi criada como mais uma forma de o Conselho de Desenvolvimento de Ruanda proteger os gorilas das montanhas e o seu habitat e, claro, também atrair mais atenção e turismo para Ruanda. 

O Turismo de Ruanda não brinca em serviço e, numa das últimas cerimônias de nomeação, estava presente, por exemplo, a supermodelo britânica Naomi Campbell - quer encontrar um jeito melhor de atrair a atenção do mundo para o turismo de Ruanda?!

Importante: nestas cerimônias você não verá nenhum gorila! 

Ao contrário das cerimônias tradicionais de batismo de crianças na sua igreja local, o bebê-primata não precisa de estar presente para receber o seu nome. 

Os gorilas são criaturas selvagens que vivem nas florestas de grande altitude e não estão acostumados com multidões. Eles podem facilmente contrair doenças de humanos e, por esse motivo, nunca são levados ao local de nomeação/batismo.

cerimônia de batizado dos bebês-gorilas
local onde acontece a cerimônia de batizado dos bebês-gorilas

cerimônia de batizado dos bebês-gorilas
os bebês-gorilas não são levados à cerimônia de batizado

Os Ruandeses

O tamanho do território de Ruanda é tão pequeno, que é equivalente a 0,3% do tamanho do Brasil! Não chega nem perto de 1% do tamanho do Brasil, pensa!

Mas, embora seja de fato um pequeno país, Ruanda pode competir com os grandes da África em beleza natural e atrações. 

Além de as distâncias entre um local de interesse e outro serem curtas, devido ao pequeno tamanho do país, as estradas também são bem melhores que as dos países vizinhos, o que torna mais fácil se deslocar em Ruanda do que em Uganda, por exemplo. 

Contudo, por mais pequeno que seja, Ruanda é um dos países mais densamente povoados da África, com mais de 300 habitantes por Km2. 

E, desses, mais de 80% são Hutus. Os Tutsis representam apenas 15% da população. Menos de 1% da população é de pigmeus Twa.

Apresentações de músicas e danças típicas de Ruanda
apresentação de músicas e danças típicas de Ruanda

Ruanda
sorrisos ruandeses

Para entender Ruanda

Literatura: 'Gostaríamos de informá-lo de que amanhã seremos mortos com nossas famílias', de Philip Gourevitch, livro que detalha os horrores do genocídio de 1994 e mostra como a comunidade internacional falhou em Ruanda

Música: Jean-Paul Samputu, um artista premiado internacionalmente, famoso por sua música neotradicional ruandesa

Bebida típica: Icyayi (chá doce com leite)

Gastronomia: Tilápia grelhada do Nilo e brochettes de cabra com ugali (mingau de milho)

Gostaríamos de informá-lo de que amanhã seremos mortos com nossas famílias
mesclando testemunho e reflexão sobre o genocídio, o livro mostra como a distância entre civilização e barbárie pode ser curta

Kigali
aproveitamos para experimentar vários pratos típicos de Ruanda no café da manhã do nosso hotel em Kigali

Marcas registradas e curiosidades de Ruanda

O que você sabia sobre Ruanda antes de começar a ler este texto aqui no blog? 

Ruanda é um país tão pequeno e pouco conhecido nos confins da África, que a maioria das pessoas só sabe alguma coisa sobre o genocídio ou sobre os seus gorilas.

Estas são algumas das marcas registradas de Ruanda, algumas das coisas sobre o país das quais você possivelmente já tenha ouvido falar:
  • Gorilas da montanha
  • Genocídio apocalíptico de 1994
  • Vulcões Virunga
  • Le Pays des Milles Collines, ou Terra das Mil Colinas
  • Campos verdes que parecem uma colcha de retalhos
  • Nascente mais distante do Rio Nilo
  • Cerveja Primus, que começou a ser produzida em 1959 e, até 1987, era a única cerveja de Ruanda
Ruanda tem um pequeno território, com elevadas montanhas vulcânicas e clima tropical de altitude. 

Não é à toa que é conhecido como Le Pays des Milles Collines: as colinas de Ruanda se estendem até o horizonte infinito em todas as direções, fazendo com que qualquer viagem pelas estradas do país pareça um ziguezague infinito. 

A oeste fica o litoral do Lago Kivu, com as suas baías escondidas, falésias e praias. No leste, as colinas finalmente diminuem em direção à Tanzânia, e a terra se transforma nas planícies gramadas e nas acácias do Parque Nacional Akagera.

Ruanda faz fronteira com a República Democrática do Congo (ex-Zaire), Uganda, Burundi e Tanzânia. 

Ruanda
Ruanda faz fronteira com RDCongo, Uganda, Burundi e Tanzânia

Ruanda
no cantinho noroeste de Ruanda onde fica situado o Parque Nacional dos Vulcões, estávamos em uma tríplice fronteira, entre Uganda, Ruanda e a RDCongo

O genocídio de 1994 em Ruanda não só teve efeitos sobre a população, mas também foi um duro golpe na pequena economia do país. 

O turismo era uma das maiores fontes de renda antes do genocídio, graças justamente aos preciosos gorilas das montanhas, mas, por razões óbvias, cessou completamente durante um longo período após o genocídio. 

Felizmente, agora o turismo de luxo em Ruanda está mais forte do que nunca, como comentei acima, contudo, a agricultura continua a ser o principal empregador do país, com cerca de 90% da população vivendo da terra. 

Quase cada cm2 do país é cultivado, e os terraços são construídos, de forma aparentemente impossível, nas encostas das montanhas, onde os agricultores ganham a vida plantando em lugares tão íngremes quanto pistas de esqui!

Café e chá são os maiores negócios, junto com o piretro, um inseticida natural produzido em grande escala em Ruanda. 

golden monkey hike ruanda
as plantações em Ruanda se estendem até os limites do Parque Nacional dos Vulcões

golden monkey hike ruanda
no País das 1000 Colinas, nenhum pedacinho de terra arável pode ser desperdiçado

Ellen DeGeneres Campus of the Dian Fossey Gorilla Fund
o turismo com gorilas sempre foi parte importante da economia de Ruanda

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Claudia Rodrigues Pegoraro

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