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As 10 melhores trilhas do mundo: lista de sonhos de trekking

Descubra quais são as 10 melhores trilhas do mundo - uma lista de sonhos de viagens de trekking.
melhores trilhas do mundo

Descubra quais são as 10 melhores trilhas do mundo - uma lista de sonhos de viagens de trekking.

Vocês já devem ter percebido que passei os últimos meses contando aqui no blog sobre viagens passadas (e ainda há tanto para contar!) - sobrevivi à abstinência de viagens da pandemia relembrando viagens passadas. 

Mas tive um prazer ainda maior durante a quarentena do que dar dicas das nossas viagens passadas: planejar novas viagens!

Eu estou sempre, constantemente, planejando roteiros de futuras viagens e, nesse tempo de confinamento, não foi diferente: planejei dezenas de roteiros na minha cabeça e no Google Maps, da Ucrânia ao Afeganistão!

No momento, a nossa lista de desejos se voltou para viagens de trekking - muitas trilhas famosas mundo afora que sempre estiveram na minha 'bucketlist' e nunca pude realizar, ou porque o Lipe era muito pequeno e não podíamos levar ele junto conosco, ou porque não nos sentíamos confortáveis de passar mais do que 2 semanas longe dele - e a maioria dos trekkings mais bonitos do mundo são longos!

Já estivemos em alguns dos melhores lugares do mundo para fazer trekking, como a Nova Zelândia,  as Montanhas Rochosas Canadenses, NoruegaPatagônia, Atacamaparques nacionais americanosIslândia e Alaska, por exemplo, e sempre fazíamos todas as trilhas curtas de 1 dia possíveis, e ficava sempre aquele gostinho eterno de "quero mais"!

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trekking no Glaciar Perito Moreno, na Argentina

O nosso plano em 2020, agora adiado para 2021 - e temos treinado para isso com muita esperança de dar certo - era fazer a trilha até o Everest Base Camp no Nepal. 

Essa trilha é um clássico dos trekkings, faz parte de todas as listas de melhores trilhas de trekking do mundo, e está na nossa lista de desejos desde que fomos ao Nepal pela 1ª vez, em 2004! 

Voltamos ao Nepal em 2011 e, de novo, o Lipe estava com 2 aninhos recém completados, e era impossível fazermos a trilha então. Agora estamos com fé de que a pandemia dê um arrego e nos permita caminhar até o campo-base do Everest ainda este ano (o Nepal está com as fronteiras abertas e já tem alguns grupos de brasileiros fazendo trilhas por lá neste momento)!

Mas a vontade de fazer outras trilhas pelo mundo só tem aumentado e, como o Lipe já está maior, nos encorajamos para ficar até 3 semanas longe dele, então temos pesquisado muitos trekkings que queremos fazer nos próximos anos - e quero deixar as nossas pesquisas sobre as melhores trilhas do mundo registradas aqui.

Já fizemos 2 trekkings de longa distância no Peru: a clássica Trilha Inca até Machu Picchu e a trilha alternativa de Salkantay.

Também já fizemos dezenas de trilhas mundo afora, como comentei acima, dos parques nacionais americanos e canadenses ao Atacama e à Patagônia; da Nova Zelândia à Croácia; de Fernando de Noronha à Grécia; da Noruega à Islândia.

Veja algumas das trilhas curtas que fizemos (muitas delas com o Lipe):

Vamos então à minha lista de melhores trilhas do mundo??

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a Trilha Preikestolen, na Noruega, foi a melhor trilha que fizemos em família

Diferença entre trekking, hiking e caminhada

Começando pelo começo, para esclarecer quem ainda não sabe, vale a pena explicar a diferença entre esses termos.

Existem diferenças entre os conceitos de "trekking" e de "hiking", dependendo da região do mundo onde você está. 

Em alguns lugares, uma expressão é mais usada do que a outra e, às vezes, usa-se simplesmente a palavra "walking". 

Na Nova Zelândia, eles usam bastante a expressão "tramping" para caminhadas de longa distância na natureza, que significa algo como "vagando". 

Mas, no Brasil, de um modo geral, a grande diferença mesmo entre um 'trekking' e um 'hiking' é o período de tempo empregado na atividade. 

Ambos são esportes caracterizados pela caminhada de longas distâncias praticada em ambientes naturais, em trilhas autoguiadas, mas, geralmente, um hiking é uma caminhada de curta duração, de poucas horas, em que não é necessário acampar ou se alojar em algum lugar. 

Já o trekking implica em dormir em abrigos ou barracas, pois é uma caminhada de vários dias.

Entendeu a diferença?

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Palccoyo ou Tres Rainbows, no Peru, foi um dos melhores 'hikings' que já fizemos

As melhores trilhas de trekking do mundo 

Todo aventureiro tem a sua lista de melhores trilhas do mundo, aquelas que a gente sonha um dia na vida percorrer.

Veja um exemplo aqui neste artigo da Lonely Planet.

Selecionei 10 trekkings que eu considero serem aqueles que todo 'trekker' deveria percorrer uma vez na vida, seja pelas culturas, história ou pelas paisagens.

Escolhi aquelas que, na minha opinião, são as 10 trilhas mais clássicas do mundo, as que eu quero muito conhecer um dia - e todas elas requerem uma dose de experiência em caminhadas, bons pulmões, pernas fortes e muita força de vontade. 

Vocês vão notar também que deixei de fora da minha lista algumas trilhas de trekking famosas - lugares que nós já conhecemos, como a Islândia, Petra, o Grand Canyon, Alaska, Yosemite, Zion, a Noruega, as Montanhas Rochosas Canadenses, o norte da Suécia, etc - lembre-se que esta é a MINHA lista de sonhos, então listei aqui os lugares que EU quero muito conhecer (e não os que já conheci!) - vou adorar conhecer a SUA bucketlist de trekking, deixe a sua lista nos comentários!

Também deixei de fora outras trilhas famosas que eu não tenho vontade ou capacidade/expectativa de um dia conseguir fazer, como a Larapinta Trail (223Km), Kungsleden, Queen Charlotte Track, Great Himalayan Trail (1.700Km), Pacific Crest Trail (PCT - 4.270Km), Great Divide Trail (GDT - 1.130Km), Appalachian Trail (AT - 3.540Km), Travessia da Serra Fina, Te Araroa (3.000Km), trilha ao acampamento-base do K2 no Paquistão, etc. 

Por último, ainda acrescentei as Trilhas Inca e Salkantay, no Peru, que nós já fizemos (ambas).

Outra coisa que vocês vão perceber é que, sobre algumas trilhas, coloquei muito mais informação do que sobre outras - é que algumas estão mais em cima na minha lista dos sonhos, e o grau de pesquisa e planejamento já está mais avançado 😝

Aliás, veja que eu não fiz estas trilhas (com exceção das trilhas incas), então as informações do post, como quilometragens e altitudes, por exemplo, podem conter alguns equívocos, pois são todas fruto de pesquisas que fiz em livros, guias e online - não são fruto das nossas próprias experiências, como costumam ser os posts aqui no blog!

Se você se aventurar numa destas trilhas, certamente será bem recompensado com paisagens naturais incríveis e memórias maravilhosas pro resto da vida. 

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não faltam listas de melhores trilhas do mundo - todo aventureiro tem a sua!

1 Everest Base Camp, Nepal

Melhor época: março, abril e outubro, novembro

Empresa brasileira recomendada: Morgado Expedições

Quantos dias: 13 a 15 dias, aproximadamente (coloque mais uns 4 dias no seu roteiro pelo Nepal para aproveitar Katmandu e as demais cidades do Vale do Katmandu, como Patan e Bakhtapur) 

Contando com os voos de ida e volta do Brasil, você vai precisar de uns 23 dias de férias para fazer esta viagem/trilha.

O trekking até o acampamento-base do Monte Everest povoa os meus sonhos desde 2004, quando estivemos no Nepal pela 1ª vez. 

Você voa para a capital do Nepal (Kathmandu) e, de lá, pega um outro voo de apenas 25min num aviãozinho pequeno até Lukla, situada já na Cordilheira do Himalaia, a 2.860m de altura, onde começa a trilha até o EBC (Everest Base Camp). 

São aproximadamente 135Km de trilhas, atingindo uma altitude máxima de 5.545m no Kala Pattar, uma montanha de onde se tem as melhores vistas do Everest, já que do próprio acampamento-base da montanha mais alta do mundo não é possível ver o seu topo (o 'base camp' do Everest fica a 5.364m de altitude).  

A caminhada passa por cenários espetaculares, como vales, florestas, glaciares, pontes suspensas, monastérios budistas, vilarejos e montanhas, como o maravilhoso Ama Dablam. 

As trilhas são usadas há centenas de anos pela população local, os Sherpas, pois são a única forma de se locomover nas montanhas do Nepal. 

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o sorridente povo nepalês


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quando estivemos em Pokhara, no Nepal, tivemos oportunidade de ver 3 picos acima de 8.000m de altitude, que podem ser vistos da cidade, o Dhaulagiri, o Manaslu e o Annapurna, na foto acima

Você vai cruzar com muitos Yaks nestas trilhas - são os bovinos adaptados às altas altitudes do Himalaia, que carregam grandes cargas até os vilarejos situados no caminho. 

A maior dificuldade da trilha até o acampamento-base do Monte Everest é a aclimatação à altitude. Ao longo do caminho, é necessário fazer caminhadas de aclimatação para chegar a altitudes que serão as que dormiremos nas noites subsequentes. 

O lema é "hike high, sleep low". 

É obrigatório ter um seguro que cubra resgate de helicóptero e pagar por permissões para a trilha e entrada no Parque Nacional Sagarmatha, reconhecido como Patrimônio da Humanidade pela UNESCO, onde fica localizada a trilha. 

Você não precisa levar equipamento de camping, pois ao longo de todo o caminho existem 'teahouses' onde poderá pernoitar - as casas de chá funcionam como pequenas pousadas gerenciadas pelos Sherpas, o povo local. 

Também não é necessário carregar todo o peso da sua mochila, pois você pode contratar 'porters' (carregadores) para te ajudar a carregar parte do peso da sua mochila durante a trilha. 

É possível fazer essa trilha totalmente por conta própria, em grupos com agências ou contratando apenas carregador e/ou guia. Não é imprescindível fazer reservas antecipadas nos 'lodges' para pernoitar, mas sempre há o risco de chegar tarde num determinado vilarejo e não haver mais camas disponíveis! 

Leia mais: Trilha ao Everest Base Camp em família: a aventura do Clan Wander no Nepal

O roteiro clássico da trilha até o Everest Base Camp é assim:

1 Voo de Katmandu a Lukla e caminhada até Monjo

2 Monjo - Namche Bazaar

3 Namche Bazaar - caminhada de aclimatação

4 Namche Bazaar - Tengboche

5 Tengboche - Dimboche

6 Dimboche - caminhada de aclimatação

7 Dimboche - Lobuche

8 Lobuche - Gorak Shep - Kala Patar - Gorak Shep

9 Gorak Shep - Campo Base do Everest - Gorak Shep

10 Gorak Shep - Periche

11 Periche - Namche Bazaar

12 Namche Bazaar - Lukla

13 Voo de Lukla a Katmandu

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rodas de oração tibetanas em Katmandu

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num dos nossos voos pelos céus do Nepal, conseguimos avistar o Everest e grande parte da Cordilheira do Himalaia - foi uma emoção absurda!

2 Tour du Mont Blanc, França-Itália-Suíça

Melhor época: julho a setembro

Empresas recomendadas: Alpine Exploratory, Morgado Expedições, Pisa Trekking, MacsAdventure

Quantos dias: 12 dias, aproximadamente (coloque mais uns 3 dias no seu roteiro de viagem para aproveitar e conhecer Genebra e Chamonix, e fazer o clássico passeio de teleférico até a Agulha de Midi)

Contando com os voos de ida e volta do Brasil, você vai precisar de uns 18 dias de férias para fazer esta viagem/trilha. Se quiser, é possível fazer em menos tempo, cortando alguns trechos da trilha. 

O Tour du Mont Blanc é a caminhada mais clássica dos Alpes, a oportunidade de fazer a volta completa no maciço de uma das principais montanhas da Europa, por 180Km, em 12 dias de caminhada. 

Esta trilha, que está sempre em todas as listas de melhores trekkings do mundo, passa por 3 países (região da Alta Saboia na França, Vale de Aosta na Itália e Cantão de Valais na Suíça), e tem paisagens fantásticas de vales, campos, montanhas nevadas de até 4.808m de altura e picos em forma de agulhas de rocha. 

Sabe aquelas paisagens de cartão postal que costumamos ver nas embalagens de chocolates suíços? Assim!

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a queridona Marcela, do Instagram @tripsandroadtrips, não só me deu o guia do trekking do TMB como também muitas dicas - agora só falta a Europa abrir as fronteiras!

No caminho você se hospeda em pequenas vilas do interior e vivencia o espírito de montanha da região, por onde já passaram os maiores escaladores do montanhismo mundial. Não é necessário levar equipamento de camping, pois existem hospedagens, estilo refúgios nas montanhas, onde você pode pernoitar todas as noites.

Também não é necessário carregar mochila pesada, pois você pode 'despachar' o seu mochilão de um ponto a outro da trilha através de empresas que oferecem esse serviço, levando nas costas apenas a sua 'daypack'. 

É possível fazer essa trilha totalmente por conta própria, em grupos com agências ou contratando agências apenas para organizar as suas reservas em hospedagens e despachar as suas bagagens de um ponto a outro da trilha. 

Não é imprescindível fazer reservas antecipadas nos 'lodges' para pernoitar, mas sempre há o risco de chegar tarde num determinado vilarejo e não haver mais camas disponíveis!

Para fazer reservas antecipadas por conta própria, o site oficial é Auto Tour du Mont Blanc.

É uma trilha sem grandes dificuldades técnicas, mas muito desafiadora pela sua longa duração e pelos desníveis acumulados durante o percurso. 

No mesmo dia, você pode chegar a subir 1.000m e descer outros 1.000m, em questão de 6hs, totalizando mais de 10.000m de altimetria e mais de 60hs de caminhada! Mas, diferente da trilha até o EBC (acima), o trekking do TMB (Tour du Mont Blanc) não gera problemas de aclimatação, pois a altitude máxima que você vai enfrentar é de 2.665m.

O ponto de partida mais comum é a cidade francesa de Chamonix

Como regra, as pessoas voam até Genebra, na Suíça, e de lá seguem de ônibus até Chamonix, na França (é aproximadamente 1h de viagem). 

O ponto inicial/final da trilha é o vilarejo de Les Houches, pertinho de Chamonix, mas há quem prefira começar o TMB em Courmayer, na Itália, voando para Milão. 

Não esquecer de fazer seguro de saúde (assim como em qualquer outra trilha). 

O roteiro clássico do Tour du Mont Blanc é assim:

1 Chamonix (dia de passeios)

2 Les Houches - Les Contamines (19Km/6h30min)

3 Les Contamines - Les Chapieux (21Km/8hs)

4 Les Chapieux - Rifugio Elisabetta (Itália - 16Km/5h30min)

5 Rifugio Elisabetta - Courmayer (17Km/6hs)

6 Dia livre de descanso em Courmayer

7 Courmayer - Rifugio Bonatti (14Km/7hs)

8 Rifugio Bonatti - La Fouly (Suíça - 19Km/6h30min)

9 La Fouly - Champex (15,5Km/5hs)

10 Champex - Trient (18,5Km/5h30min)

11 Trient - Argentière (França - 15Km/6hs)

12 Argentière - La Flégère (10Km/5h30min)

13 La Flégère - Les Houches (15,5Km/7h30min)

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o livro-guia do Elias Luiz, do portal Extremos, também é ótimo para planejar este trekking

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mapa do Tour du Mont Blanc

3 Travessia Quebrada Santa Cruz na Cordilheira Blanca, Peru

Melhor época: entre maio e setembro

Empresa recomendada: Akilpo

Quantos dias: 8 dias, aproximadamente (4 dias de passeios de aclimatação e 4 dias na Quebrada Santa Cruz)

Contando com os voos de ida e volta do Brasil, você vai precisar de uns 11 dias de férias para fazer esta viagem/trilha.

No interior do Peru, a pouco mais de 600Km de Lima, fica situada uma das trilhas mais bonitas do mundo: a Travessia Santa Cruz-Llanganuco, na Cordilheira Blanca. 

Quando fizemos a Trilha Inca e a Trilha de Salkantay, ouvimos muitas vezes que tínhamos que voltar ao Peru para fazer trekking na Cordilheira Branca, no Parque Nacional Huascarán, tombado como Patrimônio Natural da Humanidade pela UNESCO.

O ponto de partida para essa trilha é a cidade de Huaraz, localizada a 9hs de ônibus da capital Lima. É o ponto estratégico para conhecer a Cordilheira Branca e as atrações localizadas dentro do Parque Huascarán, uma região cheia de montanhas nevadas e lagos de cor turquesa. 

É necessário adquirir o ingresso válido para todos os dias que você estiver dentro do parque nacional. 

A Cordilheira Blanca tem dezenas de cumes acima dos 5.500m de altitude, incluindo a maior montanha do Peru, o nevado Huascarán, com 6.800m. 

As trilhas chegam até os 4.800m, então um dos desafios é a aclimatação à altitude. Não é recomendado chegar a Huaraz, que fica acima dos 3.100m, e já partir direto para as trilhas mais puxadas. O negócio é chegar lá e ficar os primeiros dias fazendo passeios mais leves, para se aclimatar à altitude. 

Os passeios de aclimatação mais famosos e imperdíveis em Huaraz são:

1 Laguna Parot (Paramount)
2 Glacial Pastoruri
3 Lagunas Llanganuco
4 Laguna Parón
5 Laguna Verde
6 Huandoy Viewpoint
7 Laguna 69 
8 Laguna Churup (dá para fazer por conta própria com transporte público)

Depois então você pode partir para o trekking de 4 dias e 55Km pela Cordilheira Branca, com altitudes entre 2.900 e 4.800m.

O ideal é fazer como na Trilha de Salkantay: contratar uma agência que organiza a alimentação, acampamentos, guia, transporte e burros para carregar o peso extra das mochilas. 

Há também um outro trekking super famoso nessa região, o Circuito Huayhuash, feito em 10 dias, a maior parte do tempo caminhando acima dos 4.000m. São 113Km, com altitudes entre 3.459 e 5.000m.

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a Laguna Humantay é o ponto alto da Trilha Salkantay no Peru e, pelo que sei, as lagunas da Cordilheira Branca são ainda mais espetaculares

4 Caminho de Santiago de Compostela, Espanha

Melhor época: primavera ou outono, quando o caminho é mais vazio do que no verão e o clima é mais agradável do que no inverno (evitar o mês de agosto, de alta temporada)

Quantos dias: 35 dias, aproximadamente (coloque uns dias extras de descanso no seu roteiro, caso você tenha problemas de bolhas nos pés)

Contando com os voos de ida e volta do Brasil, você vai precisar de uns 40 dias de férias para fazer o Caminho de Santiago, tendo em vista que provavelmente vai querer passar uns dias turistando em Madrid ou no Porto, por exemplo, dependendo de onde forem os seus voos e de como será o seu transporte no início e no final do Caminho.

É possível escolher rotas mais curtas, ou fazer apenas algumas etapas de uma determinada rota. 

Existem várias rotas de peregrinação até Santiago de Compostela, mas a mais famosa e tradicional é o Caminho Francês, que sai do sul da França e chega até Santiago de Compostela, na Espanha (podendo ser extendida até Finisterre). 

São aproximadamente 773Km de caminhada entre Saint-Jean-Pied-de-Port, na França, onde começa o Caminho Francês, e Santiago de Compostela, na Espanha, que levam, em média, 35 dias para serem completados. 

Meu plano é fazer desta caminhada o meu 1º projeto de aposentadoria!

As rotas que levam a Santiago de Compostela são diversos caminhos criados por peregrinos desde o século 9, todos eles com destino à Catedral de Santiago Compostela, que nós conhecemos há alguns anos, numa viagem de carro pelo Caminho Português até Santiago. 

Veja mais:

A UNESCO reconheceu o Caminho de Santiago como Patrimônio Mundial da Humanidade.

Não é um trekking muito difícil, nem exige conhecimentos de montanhismo. Todo o percurso é bem sinalizado e tem uma infraestrutura relativamente boa de hospedagens e locais para alimentação, não necessitando levar equipamento de camping, nem contratar guia. 

Todo mundo pode fazer o 'Camino' por conta própria. A maior dificuldade é mesmo percorrer uma média de mais de 27Km/dia - os pés sofrem!

As mochilas mais pesadas podem ser transportadas de um ponto a outro do caminho por empresas que prestam esse tipo de serviço - veja aqui, por exemplo. 

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símbolo do Caminho de Santiago

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chegamos até Santiago de Compostela do jeito 'fácil' - na próxima vez, quero chegar lá peregrinando de verdade!

5 Circuito W em Torres del Paine, Chile

Melhor época: outubro a abril

Quantos dias: 8 dias (5 dias de caminhada e 2 ou 3 dias de deslocamento desde o Brasil)

Se você quiser aproveitar para turistar em Punta Arenas e/ou Santiago, vai precisar de uns 12 dias de férias

Torres del Paine é um parque nacional no Chile cheio de glaciares, lagos e montanhas de granito, com trilhas espetaculares, e a mais famosa delas é o Circuito W, que leva esse nome pelo trajeto se assemelhar à letra W, passando por 3 vales de paisagens totalmente diferentes, no decorrer de 5 dias de caminhada.

É uma das trilhas que sempre fazem parte das listas de melhores trekkings do mundo!

Fazendo o Circuito W você conhecerá os vales Las Torres, Francês e Glaciar Grey, lagos, glaciares e bosques patagônicos. Existe também a opção do Circuito O, que dá a volta toda no parque, e é um trekking mais longo. 

Essa é uma viagem que pode ser estendida à Argentina, para conhecer o Glaciar Perito Moreno em El Calafate e fazer trilhas incríveis em El Chaltén

Conhecemos Puerto Natales, o Parque Nacional Torres del Paine, El Calafate e El Chaltén há alguns anos e escrevi vários posts sobre os nossos passeios pela região - mas não fizemos o Circuito W naquela viagem, pois o Lipe era muito pequeno, e então fizemos apenas algumas trilhas mais curtas, de 1 dia:

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o Maciço Paine é uma das paisagens mais lindas que eu vi na vida

A infraestrutura do parque nacional é muito boa - se não quiser acampar nem carregar o peso da sua comida, você pode encontrar alimentação e hospedagem dentro do parque Torres del Paine. 

O acesso é por Puerto Natales, a 150Km (2h30min) do parque nacional. 

O jeito mais fácil de chegar é voar a Punta Arenas (com escala em Santiago) e, de lá, seguir de ônibus até Puerto Natales e depois até o parque. 

Vi algumas pessoas mais recentemente recomendando a companhia aérea SKY Airline, que tem voos 'low cost' para esses destinos. 

São 3 portarias de entrada no Parque Nacional Torres del Paine (PNTDP), sendo que a Portaria Laguna Amarga é a mais utilizada por quem vai fazer o Circuito W.

Gostei muito do esquema que o pessoal do blog 'Pegadas na Estrada' fez, um "Circuito W com conforto", ficando em boas hospedagens e comendo nos alojamentos existentes dentro do parque nacional (assim não tiveram que carregar comida e material de camping): Circuito W em Torres del Paine

É recomendado reservar as hospedagens logo que as reservas abrem - com 6 meses de antecedência - se você quiser ficar em alguns dos acampamentos e refúgios mais concorridos. 

As reservas são feitas diretamente através dos sites das empresas que gerenciam os alojamentos, que são a Vertice e a Fantástico Sur.

Tem que comprar os ingressos para o parque nacional e ter um seguro saúde. 

Quanto às mochilas, tem que carregar tudo o que você vai precisar para os dias de trekking, sendo possível deixar o restante das suas coisas armazenadas no Hotel Las Torres, onde vai começar e terminar a trilha. 

Também existe a possibilidade de contratar carregadores que levam o seu peso extra de uma hospedagem à outra. 

Dependendo do horário da chegada do seu voo em Punta Arenas, ou se você estiver vindo de El Calafate, talvez consiga chegar ao parque Torres del Paine no mesmo dia (dia 1). Assim, no dia 2 você já começa o trekking até a base das torres mais cedo, para fazer esta trilha com calma. Mas, se o seu voo chegar mais tarde em Punta Arenas e você chegar a Puerto Natales depois da partida do último ônibus para Torres del Paine (normalmente às 14hs), vai ter que deixar esse trecho para o dia seguinte.

O roteiro do Circuito W tradicional é assim: 

1 Brasil - Punta Arenas e viagem de ônibus para Puerto Natales

2 Viagem de Puerto Natales para Torres del Paine e trilha até a base das torres (Hotel Las Torres ou Refúgio Torre Central): o caminho pelo Vale Ascencio até a base das Torres del Paine são cerca de 9hs, com 18,5Km e 900m de desnível. É o dia mais difícil do percurso.

3 Caminhada pelo Lago Nordenskjöld até Los Cuernos (Cabanas Los Cuernos full board ou Refúgio Los Cuernos): 5hs de caminhada - 11,6Km

4 Los Cuernos - Vale do Francês - Mirador Britânico - Paine Grande (Refúgio Paine Grande full board): 11hs - 24,5Km

5 Paine Grande - Glaciar Grey (Refúgio Grey full board): 21Km - 10hs

6 Glaciar Grey - Paine Grande - Pudeto - Laguna Amarga (Hotel Las Torres): 11Km - 4hs

7 Hotel Las Torres - Puerto Natales - Punta Arenas - Brasil

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fazer a trilha até o Mirador Lago Grey com este pequeno viajante já foi bem puxado hehehe, imagina fazer um trekking de longa distância...ficou para a próxima!

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além dos magníficos pilares de granito Los Cuernos, em Torres del Paine você também terá 'close encounters' com vizcachas (lebres), zorros colorados, flamingos, muitos guanacos, ñandús (emas), pássaros de todo tipo (até o condor andino!)...parece um safári...só o puma que é mais difícil de encontrar!

6 Monte Roraima, entre Venezuela e Brasil

Melhor época: entre novembro e março

Quantos dias: 7 dias (coloque mais uns 2 dias no seu roteiro para turistar em Boa Vista e na cidade fronteiriça na Guiana

Contando com os voos de ida e volta até Boa Vista, você vai precisar de uns 11 dias de férias para fazer esta viagem.

As 2 agências mais recomendadas são a Clube Native e a Roraima Adventures

O Monte Roraima, na divisa entre Brasil, Venezuela e Guiana, é considerado um dos lugares mais antigos do planeta, o 'mundo perdido', além de apresentar uma grande biodiversidade, com serras, florestas, 'tepuys' e a cultura indígena de 116 etnias diferentes no Estado de Roraima. 

Os imensos platôs, com quase 3.000m de altitude, são chamados pelos índios de 'tepuys'.

Sem dúvida, esta é a melhor trilha de trekking do Brasil, na minha opinião!

Diferente do que eu pensava, a maior parte da única trilha que dá acesso ao topo do Monte Roraima fica situada na Venezuela, e não no Brasil. A moeda lá é o 'Bolivar'. 

É necessário levar o cartão de vacinação contra a febre amarela e um seguro de viagem. 

É obrigatório ter um guia para subir o Monte Roraima, não pode ir por conta própria. Sendo assim, o melhor é fazer a trilha com uma agência que organiza os acampamentos, alimentação, guia, transporte e equipamentos. 

É possível também contratar o serviço de um carregador durante a trilha, para te ajudar com o peso extra da mochila. 

O roteiro mais comum até o topo do Monte Roraima é o seguinte:

1 Viagem de 4x4 de Boa Vista (Roraima) até Santa Elena do Uairén (Venezuela), a 12Km da fronteira com o Brasil, capital do conselho da Gran Sabana, a 900m. Viagem de Santa Elena até Paraitepuy (cerca de 1h30min), onde se inicia o trekking até o acampamento Rio Ték (12Km, 5hs).

2 Trekking até a base do Monte Roraima (11 Km, 5hs).

3 Trekking até o topo (da base até o topo são 4Km de subida, 5hs). Pernoite em cavernas que são chamadas de 'hotéis', a 2.800m de altitude. 

4 Dia de passeios no topo do Monte Roraima.

5 Dia de passeios no topo do Monte Roraima (Jacuzzis, Abismo, Mmuseu, La Ventana, Vale dos Cristais, Pedra Maverick).

6 Trekking de volta ao acampamento Rio Ték.

7 Trekking de volta a Paraitepuy e volta de 4x4 a Santa Elena de Uairén e depois volta a Boa Vista.

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enquanto a Venezuela não abre as fronteiras, vamos treinando na Serra Gaúcha

7 West Highland Way, Escócia

Melhor época: de junho a setembro

Quantos dias: 7 dias (coloque mais uma semana no seu roteiro para turistar em Edimburgo, Glasgow, Inverness, a Ilha de Skye e o restante das 'Highlands' escocesas) 

Contando com os voos de ida e volta do Brasil até a Escócia, você vai precisar de uns 18 dias de férias para fazer esta viagem.

A West Highland Way é a trilha de longa distância mais famosa da Escócia, um roteiro clássico de trekking nas 'Highlands' escocesas, totalizando 150Km desde Milngavie (pertinho de Glasgow) até Fort William.

A rota deste trekking segue pela margem do Loch Lomond, atravessa a região de Rannoch Moor, passa pelas paisagens incríveis do Glencoe, chega ao passo Devil´s Staircase e termina em Fort William, aos pés do Ben Nevis, a montanha mais alta do Reino Unido. ´

Montanhas (Lomond, Lui e Dorain), vales (Strath Fillan), vilarejos, castelos cheios de lendas, construções da Idade da Pedra, os picos afiados da Black Mount, os caminhos pedregosos da Escadaria do Diabo, os pântanos de Rannoch Moor, os mirantes do vale Glencoe e do Loch Lomond explicam o porquê desta ser uma das trilhas mais bonitas do mundo - é um trekking que vai do Império Romano até os 'Highlanders', com seus 'kilts' e gaitas de foles.

Não deixe de visitar também os arredores de Glasgow, uma região linda e de grande importância histórica para a Escócia. Terra de heróis nacionais, como Willian Wallace, é um roteiro perfeito para quem amou o filme 'Coração Valente' ou a série 'Outlander'.  

E mais: visite o Castelo de Stirling, residência dos antigos Reis Stuart e local onde Mary, 'Queen of Scots', foi coroada; passeie pelo Parque Nacional Trossachs e, por último, conheça o Loch Lomond.

Não é necessário carregar equipamento de camping e nem alimentação ao fazer o trekking pelo West Highland Way, pois os pernoites são em 'bed & breakfasts' nos vilarejos pelo caminho, e você poderá fazer as refeições em autênticos 'pubs' escoceses. 

O roteiro clássico do West Highland Way é assim:

1 Glasgow - Milngavie - Drymen (19Km, 6hs, 210m de altimetria)

2 Drymen - Garadhban Forest - Loch Lomond - Rowardennan (21Km, 6hs, 430m de altimetria)

3 Rowardennan - Invernarnan (23Km, 7hs, 475m de altimetria)

4 Invernarnan - Glen Falloch - Strath Fillan - Tyndrum (22Km, 7hs, 475m de altimetria)

5 Tundrum - Bridge of Orchy - Inveroran - Rannoch Moor - Glencoe (30Km, 9hs, 644m de altimetria)

6 Glencoe - Devil´s Staircase - Kinlochleven (14Km, 6hs, 430m de altimetria)

7 Kinlochleven - Glen Nevis - Fort William (22Km, 7hs, 475m de altimetria)

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se nos arredores da capital Edimburgo nós já encontramos paisagens assim, imagine como não serão as Highlands escocesas!

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um trekking pela West Highland Way é certeza de encontrar muitos 'Highlanders', com seus 'kilts' e gaitas de foles

8 Routeburn Track, Nova Zelândia

Melhor época: outubro a abril

Quantos dias: 4 dias (coloque o máximo de tempo extra que puder no seu roteiro para viajar de campervan pela Nova Zelândia)

Dá para fazer esta trilha na Ilha Sul da Nova Zelândia em 3 dias e 1/2 de caminhada - são 32Km percorridos. 

O trekking Routeburn Track passa por 2 dos mais bonitos parques nacionais neozelandeses: Fiordland e Mt Aspiring

Entre os pontos altos da trilha estão Harris Saddle, Conical Hill - de onde é possível ver as ondas quebrando no mar em Martins Bay, e Key Summit. 

Os pontos inicial e final da trilha são Glenorchy (que nós conhecemos na nossa viagem à Nova Zelândia alguns anos atrás) e Divide, sendo possível começar e terminar o trekking por qualquer um deles. 

Leia mais: Roteiro de viagem de motorhome na Nova Zelândia

A maior dificuldade nesta trilha é conseguir uma vaga, pois existe um limite de permissões por temporada, feitas através de um sistema de reservas online: greatwalksbooking@doc.govt.nz ou www.doc.govt.nz. 

Você compra um passe chamado Great Walks Huts Pass, que te permite pernoitar nas 4 cabanas que existem ao longo da trilha, então não é necessário levar equipamento de camping.  

O roteiro clássico do Routeburn Track é assim:

1 Routeburn Shelter - Flats Hut - Falls Hut (4hs)

2 Falls Hut - Mackenzie Hut (6hs)

3 Mackenzie Hut - Howden Hut (4hs)

4 Howden Hut - Divide (1h30min)

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a caminho de Glenorchy, onde inicia o trekking Routeburn Track

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como não podíamos fazer trekkings de longa distância com nosso pequeno viajante a tiracolo, fazíamos apenas trilhas de 1 dia: esta foi um trekking no gelo no Fox Glacier

9 Monte Kilimanjaro, Tanzânia

Melhor época: de dezembro à metade de março e da metade de junho até o final de outubro

Quantos dias: 7 dias (coloque no mínimo mais uma semana no seu roteiro para fazer safaris, visitar uma tribo Massai ou esticar até as praias de Zanzibar

O Monte Kilimanjaro é a maior montanha da África, com 5.895m de altitude, e também a maior montanha isolada do mundo, a mais de 4.500m verticais acima das planícies das savanas! 

Ele fica situado no norte da Tanzânia, na fronteira com o Quênia, e nós tivemos a chance de vê-lo, em toda a sua grandiosidade, por cima e por baixo, quando estivemos no Quênia e na Tanzânia em novembro de 2020.

Para saber porque não fizemos o trekking no Kilimankaro quando estivemos lá no ano passado, veja este post, onde contei todos os detalhes tristes: Trekking no Monte Kilimanjaro, a trilha mais famosa da África

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um dos melhores lugares de onde avistar o Monte Kilimanjaro é o Parque Amboseli, no Quênia

O Monte Kilimanjaro é uma área de preservação na Tanzânia - o Parque Nacional do Kilimanjaro - e é reconhecido como Patrimônio da Humanidade pela UNESCO.

É um dos vulcões mais altos do mundo, e fica quase na linha do Equador. Ele possui aproximadamente 80Km de diâmetro na base, e 3 grandes crateras, Shira (4.140m no oeste), Mawenzi (5.280m no leste), e Kibo, a mais alta (5.895m), com neves eternas no centro.

O trekking no Kilimanjaro é difícil. Apesar de não representar um grande desafio técnico, ele exige uma boa aclimatação e preparação física, com pelo menos 6 meses de treinos prévios, bastante resistência cardiorrespiratória e fortalecimento das pernas e articulações (joelhos, ombros, tornozelos e coluna), pois o dia de ataque ao cume é muito intenso, com mais de 10hs de atividade física acima dos 5.000m de altitude, chegando aos 5.895m, com um desnível vertical de mais de 1.000m.  

Os demais dias de trilha são bem mais tranquilos - a grande dificuldade está realmente no dia de cume. 

Não é preciso usar as mãos ou ter conhecimento técnico de escalada e, por isso, o Kilimanjaro é considerado a montanha mais fácil dos 7 cumes, projeto de montanhismo que consiste em escalar a montanha mais alta de cada continente.

Um fator que pode ser complicado para algumas pessoas é a enorme variação climática: a temperatura neste trekking varia de 25ºC no começo da trilha até -10ºC, no dia de cume.

A cidade-base de onde partem a maioria dos trekkings ao Monte Kilimanjaro é Moshi, situada perto do Aeroporto Internacional Kilimanjaro e de Arusha (de onde partem as viagens de safari).

A gente só precisa carregar a 'daypack', com água, lanches, roupas extras para o dia, protetor solar, óculos, boné e lanterna de cabeça. O restante do equipamento é levado por carregadores da agência que você contrata para te levar, que também é responsável pelos acampamentos e alimentação.

Não é possível fazer este trekking por conta própria - você é obrigado a ir com uma agência/guia. 

Os grupos são sempre bem pequenos, pelo que me explicaram lá na Tanzânia alguns turistas que haviam feito o trekking recentemente. Eles me disseram que supostamente estava acertado que iriam com um grupo de 8 pessoas no trekking mas, na última hora, o 'grupo' era só o casal. 

Aparentemente, eles têm preferido formar mais 'grupos' diferentes do que agregar vários turistas em um mesmo grupo, pois assim dividem as gorjetas entre mais carregadores/cozinheiros/guias, já que, ultimamente, o número de turistas caiu drasticamente e os tanzanianos estão meio desesperados por trabalho. Ao que parece, dividir os grupos significa dar trabalho para mais gente. Foi o que me explicaram...

Algumas agências brasileiras, como a Pisa Trekking, a Grade 6, a Morgado Expedições e a Gente de Montanha fazem este trekking, e tenho certeza que o padrão deles é maravilhoso, mas os preços são de espantar. Recomendo seriamente que você procure uma agência local, pois são MUITO mais em conta. Não vou recomendar nenhuma, pois não experimentei nenhuma, mas é bem fácil encontrar boas recomendações pesquisando na internet!

Existem várias rotas para se chegar ao cume do Kilimanjaro, sendo as mais recomendadas a rota Rongai e a rota Machame, cada uma com seus pros e contras.

O custo do trekking em cada uma dessas rotas varia bastante e, por razões óbvias, as mais baratas são também as mais populares e mais cheias de turistas.

A rota Machame é considerada a mais cênica, e por isso acabou se tornando a rota mais popular de escalada no Kilimanjaro. Já a rota Rongai é mais vazia e também mais cara.

Na rota Machame, que eu gostaria de fazer, a distância percorrida é de aproximadamente 60Km e a altimetria total acumulada é de mais de 5 mil metros!

O roteiro mais comum de trekking pela rota Machame do Monte Kilimanjaro é assim:

1 Moshi - acampamento Machame (3000m, 4 a 6hs de caminhada, 11Km, 1240m de altimetria)

2 Machame - Shira Camp (3850m, 5hs de caminhada, 5Km, 890m de altimetria)

3 Shira Camp - Barranco Camp (3950m, 7hs de caminhada, 10Km, 800m de altimetria)

4 Barranco Camp - Karanga (4100m, 3 a 4hs de caminhada, 5Km, 410m de altimetria)

5 Karanga - Kosovo (4950m, 4hs de caminhada, 3,3Km, 600m de altimetria)

6 Kosovo - Cume - Millenium Camp, que é parte da rota Mweka (5895m, 5 a 8hs de caminhada até o cume e 7hs de descida até o Millenium Camp, 17Km, 1230m de altimetria)

7 Millenium Camp - Portão Mweka - Moshi (700m, 5 a 7hs de caminhada, 7,5Km, só descida).

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Monte Kilimanjaro visto da nossa barraca no Kibo Safari Camp, no Quênia

10 Trilhas Inca e Salkantay, Peru

Melhor época: entre abril e setembro (estação seca)

Quantos dias: 5 dias (coloque no mínimo mais uns 3 ou 4 dias no seu roteiro para turistar nos arredores de Cuzco e se aclimatar) 

Para encerrar a minha lista das 10 melhores trilhas de trekking do mundo, uma das trilhas mais percorridas do mundo: o Camino Inca, antiga rota pelos Andes usada pelos Incas para chegar até Machu Picchu. 

É a trilha mais famosa da América do Sul, e certamente uma das trilhas mais famosas do mundo. 

A Trilha Inca leva uma média de 4 a 5 dias para ser concluída, passando por aldeias e ruínas que variam de altitudes entre os 2.300m e os 4.200m acima do nível do mar.

Esta trilha de 45Km, criada séculos atrás pelos Incas é, ainda hoje, percorrida por milhares de turistas todos os anos.

A trilha começa no Vale Sagrado e segue até Machu Picchu por um caminho sinuoso, subindo, descendo e contornando montanhas, com 3 'pasos' de montanha em altas altitudes, sendo o mais alto deles o 'Paso da Mulher Morta', ou 'Warmi Wañusqa'. 

As vistas de montanhas nevadas, sítios arqueológicos, florestas e vales encobertos pela neblina são espetaculares, mas o grande prêmio nesta trilha é, de fato, a chegada espetacular em Machu Picchu

O mal de altitude é o principal desafio para quem resolve encarar a Trilha Inca - a variação de altitude chega a alcançar mais de 1.000m em um único dia! Para nós, o melhor remédio para o chamado 'soroche' foi mesmo mascar folhas de coca e tomar muito chá de coca!

Parece mentira, mas, pra mim, as folhas de coca, mesmo com todo aquele amargor e gosto ruim que deixam na boca, funcionavam que era uma beleza: me tiravam a dor de cabeça e me davam um certo ânimo extra - e dê-lhe mascar folhas de coca a trilha inteira!

Fizemos a clássica Trilha Inca até Machu Picchu em fevereiro de 2005, no meio de um mochilão de 31 dias pela América do Sul, passando pelo Peru, Bolívia e Chile. Como já estávamos viajando por altas altitudes há alguns dias, foi mais fácil nos aclimatarmos.

Depois de alguns dias fazendo os passeios imperdíveis nos arredores de Cuzco, começamos o Camino Inca em Ollantay. Caminhamos por 3 dias e chegamos a Machu Picchu ao amanhecer do 4º dia. Ainda ficamos mais uma noite em Aguas Calientes, onde o trekking termina, e voltamos de trem para Cuzco no 5º dia. 

Leia mais: Roteiro de 2 semanas no Peru, com trilha até Machu Picchu

Hoje em dia, as vagas para fazer a Trilha Inca clássica são limitadas, e você precisa reservar a sua viagem com, no mínimo, 3 meses de antecedência, para garantir uma vaga.  

Uma alternativa para quem não quer esperar tanto tempo, ou não conseguir uma vaga, é fazer a Trilha de Salkantay.

Nós mesmos, anos depois de fazer a Trilha Inca, e querendo mais um pouco de aventura, decidimos fazer a famosa trilha 'alternativa' até Machu Picchu, a Trilha de Salkantay, de 5 dias e 4 noites caminhando e pernoitando nas montanhas peruanas.

Esta trilha tem 64Km, com altitudes que variam entre os 2.300m de Machu Picchu e os 4.630m no Paso Salkantay, ponto mais alto desta trilha.

Contei todos os detalhes da Trilha de Salkantay num post aqui no blog, inclusive com dicas para enfrentar o 'mal de montaña', o que levar, a agência que escolhemos, como funciona a logística desta trilha, o roteiro, quanto custou, etc. 

Veja aqui: Salkantay: a trilha alternativa até Machu Picchu

o Peg foi meu herói na Trilha Inca, carregando minha mochila boa parte do caminho!


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na Trilha Salkantay, anos mais tarde, eu já estava mais "experiente"

E você, já fez alguma destas 10 trilhas dos sonhos? Qual a sua trilha de trekking favorita? Tem alguma trilha na sua 'buckelist' que não esteja na minha lista acima?

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Claudia Rodrigues Pegoraro

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1 comentários:

  1. Também gosto muito de incluir alguma trilha nas viagens. Dá um toque de aventura que sempre se destaca em qualquer roteiro, e nos dá a chance de ter contato com a natureza como em poucas experiências.

    Tivemos grande satisfação nas trilhas que fizemos na Nova Zelândia, principalmente do Tongariro National Park, e até postamos aqui no blog, o relato detalhado de como foi.

    Também temos muita saudade das trilhas ao redor de Lake Louise, nas Montanhas Rochosas do Canadá! Esperamos poder ter saúde para voltar, em algum momento do futuro!

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