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Relato de viagem de motorhome pela Nova Zelândia: Dias 30 e 31 - Monte Cook

Monte Cook, Nova Zelândia

* Este post é parte de uma série de postagens super completa sobre a viagem de 38 dias dos amigos Rodrigo e Elis à Nova Zelândia.

Veremos, nesta postagem, os 2 dias em que nossos amigos seguiram o caminho do litoral de Otago e, após, seguindo novamente para o interior da Ilha Sul, foram até a mais alta das montanhas da Nova Zelândia, o Monte Cook, também chamado Aoraki.

Para rever o que já foi publicado antes aqui no blog sobre esta viagem, seguem os links baixo - recomendo que você leia um por um, em ordem, para entender a sequência da viagem e não perder nenhuma dica!


30º dia – 25/outubro/2017 – território de Waitaki


Iniciamos este dia, nos despedindo de Dunedin.

Hoje estamos de volta às estradas e entrando no território de Waitaki, ao norte da região de Otago, que abrange os lugares por onde passamos neste dia!

Pegamos muita chuva hoje.

Moeraki Boulders Scenic Reserve

Seguindo pela Highway 1, a 78 Km ao norte de Dunedin, encontramos as Moeraki Boulders.

É possível chegar até as pedras através de uma pequena caminhada pela areia da praia, como fizemos, ou descendo a partir de um e um restaurante, também existente ali.

A diferença é que a partir do estacionamento público do DOC é necessário fazer uma pequena caminhada de uns 300 metros pela praia até chegar nas pedras, enquanto na Cafeteria e Gift Shop, deve-se pagar 2 dólares de acesso à praia (conforme diversos comentários que lemos no google), bastando, porém, descer uma escada para o acesso à praia direto no lugar das pedras.


Vindo da estrada principal, o acesso ao estacionamento público é seguindo reto. Virando à esquerda, segue-se para a Cafeteria e Gift Shop das Moeraki Boulders

Optamos por parar no estacionamento público para não ter que pagar nada. Coordenadas: -45.351234, 170.828198 

As moeraki bolders são rochas com formato redondo, com até 4 m de circunferência que se espalham por uma faixa de areia de 50 m.





Essas formações geológicas, realmente são bastante estranhas e diferentes.

Tivemos que conhecer com chuva mesmo. Mas, em determinadas condições, como no nascer do sol, devem compor um visual muito bonito e místico.

Vídeo: as estranhas pedras Moeraki Bolders

Prosseguimos viagem rumo ao norte, até chegar à pequena cidade de Oamaru .


Oamaru

Centro de prestação de serviços a um rico interior agrícola, Oamaru é uma bonita pequena cidade, que assim se revelou logo ao chegarmos. 

A primeira coisa bem cuidada que conhecemos foram os Public Gardens.

Public Gardens

Information Center de Oamaru

Oamaru tem ruas largas, galerias, praias e o mais bem preservado conjunto de prédios históricos comerciais e públicos da NZ, feitos com pedra Oamaru, um calcário creme fácil de cortar e entalhar.








Oamaru também é um local de referência para quem quiser observar pinguins! 

Há um passeio pago, em que se podem observar pinguins de olho azul, os menores do mundo. 


E há, ainda, outra opção (gratuita!) de pinguins de olho amarelo, que podem ser observados (em geral antes das 9 ou depois das 15 hs) a partir de uma trilha feita em Bushy Beach

Chegamos a dirigir até lá, mas havia umas pessoas voltando e dizendo que não havia pinguins para ver naquele momento. 

Acho que deveria haver também um horário mais favorável para vê-los, e que não havíamos pesquisado. 

Então, como chovia forte, nem fizemos a trilha. Como estava chovendo muito, apenas demos uma volta a pé pela parte central de Oamaru, para ter uma ideia de como é a cidade. 

Percorremos a Thames Street apreciando as construções, em arquitetura vitoriana.



Oamaru também tem muitas galerias de arte que produzem muitas coisas surreais, não apenas pintura

Muitas dessas galerias estão presentes no Victorian Heritage Precinct, uma rua histórica que fica bem próxima do I-Site.





Também interessante, bem ao lado do I-Site, em 6 Itchen Street, há Oamaru Heritage Radio, uma radio FM onde a gente pode entrar gratuitamente e ainda apreciar um museu de rádios antigos.


vídeo: Oamaru Heritage Radio


Oamaru Steampunk


A cidade é tão vibrante artisticamente que tem mais uma atração surreal para uma cidade pequena: um museu de arte com temática Steampunk, que é um estilo artístico ao mesmo tempo futurista e retrô, com presença de máquinas a vapor e design de filme de ficção científica. 

Há muitos filmes com essa estética.




É bem fácil achar o local, pois tem, logo em frente, uma locomotiva que dispara labaredas de fogo ao se colocar uma moedinha.

Acabei me arrependendo de não ter visitado. Mas é que tínhamos, ainda, um bom pedaço de estrada pela frente, e precisávamos seguir viagem.


Omarama


Saímos do litoral e adentramos, novamente, o interior da Ilha Sul. Ao final da tarde, chegamos à pequena Omarama, um lugar que oferece atividades de voo livre em planadores, e onde passamos a noite em um Top 10 Holiday Park.

Uma surpresa inesperada, porém, em Omarama, e que nos alegrou bastante neste fim de dia chuvoso, foi poder, finalmente, ver de perto uma ovelha! Sim!


Estávamos há quase um mês inteiro percorrendo estradas, sempre vendo as ovelhas nos terrenos cercados, e nunca havia uma condição boa para parar o motorhome e ver, de perto, um bicho desses. Já estávamos pensando que a oportunidade havia sido lá no Agrodome, em Rotorua. 

Mas, logo ali neste camping, quando não esperávamos mais nada neste dia, um pequeno filhote de 1 mês apenas, a ovelhinha, que pertencia ao dono do camping, apareceu correndo logo que nos viu.




Um bichinho desses é alegria garantida até em um dia chuvoso!
O senhor que cuida da recepção do Top 10, então nos perguntou se gostaríamos de dar mamadeira com leite quente pro bichinho! É claro que sim! 

Experiência simples, porém inesquecível da NZ, que tivemos por pura sorte!







olhem esse vídeo.... Perguntamos se a ovelhinha queria voltar conosco para o Brasil.... na mesma hora ela larga o leite e começa a andar em círculos... parece assustada com a ideia!

esses Camping Top 10 são ótimos porque sempre contam com uma cozinha bem equipada. É interessante de ver os turistas de outros países fazendo as comidas típicas deles. A gente fez um arroz e feijão com batatas, pra terminar bem o dia!



31º dia – 26/outubro/2017 – Mount Cook


Iniciamos um novo dia, e a sorte voltou! Céu azul! 

Mas, o que mais teve pra ver em Omarama além da ovelhinha? Os Clay Cliffs! 

Saímos do Top 10 e fomos direto para lá!

Omarama Clay Cliffs



Os Clay Cliffs são notáveis formações geológicas em material pedregoso semelhante a argila, em forma de enormes pináculos. 

Estão localizados em terras privadas, e, para chegar lá, foram necessários aproximadamente 18 km. Coordenadas: -44.488790, 169.872142.

Saímos de Omarama para o norte em direção a Twizel. Pegamos a primeira estrada à esquerda a cerca de 2 km após a Ponte Ahuriri, a rota é por uma estrada de chão, mas está bem sinalizada. 

Ao chegar a uma porteira, é necessário pagar 5 NZD por veículo para ingressar na área, que deve ser depositado dentro de uma caixinha.

Tudo funciona mesmo na base da honestidade, pois não há ninguém vigiando.


vídeo: entrando na propriedade onde estão os Clay Cliffs


O estacionamento fica bem próximo dessas bonitas formações geológicas.

Ao chegarmos, andamos até entrar entre os penhascos. Não há trilhas sinalizadas. É entrar e achar um caminho por conta própria.





Há passagens bem íngremes, estreitas e escorregadias!

Até tentamos subir um pouco pelos caminhos, para ver até onde chegava, mas desistimos ao perceber que era bem íngreme e deslizante. Melhor não arriscar... e daí, voltamos.



vídeo: caminhando por entre os Clay Cliffs



Mas a experiência foi fantástica, em um cenário bem diferente bem no meio de uma região sem nada parecido ao redor.


foto panorâmica dos Clay Cliffs

Região de Mackenzie

Voltamos ao motorhome e iniciamos o percurso em direção às maiores montanhas da Ilha Sul! 

Primeiramente, voltamos à SH 8. Seguimos rumo ao norte.



As montanhas já começam a aparecer no horizonte...

Entramos no Distrito de Mackenzie

Entramos na belíssima região de Mackenzie, região de dois belíssimos lagos: Pukaki e Tekapo, e também é por onde se tem o melhor acesso para mais alta montanha da NZ, o Aoraki Monte Cook, com 3724 metros de altitude.

A região do Parque Nacional Aoraki Mount Cook tem 23 montanhas com mais de 3 mil metros de altura, porém é facilmente acessível por uma ótima estrada plana.


Um pouco adiante, entramos na Mount Cook Road (SH 80), estrada que segue às margens do belíssimo Lago Pukaki. Acredito que, de todas as estradas cênicas em que andamos na NZ, esta é a mais bonita!

Fizemos o caminho de ida ao Mount Cook, e de lá voltamos pela mesma estrada, passando por aqui, então, duas vezes.


Lake Pukaki


No caminho para o Monte Cook, este lago, o maior de toda a região, se revela à direita da estrada. Chama a atenção pela cor de sua água azul, devido ele ser alimentado pelo rio Tasman, proveniente do desgelo de glaciais. Desde o início desta estrada, já era possível ver o Monte Cook ao fundo.


Esta é a Mount Cook Road, passando na margem do Lago Pukaki

O percurso na Mount Cook Road, até chegar à Mt Cook Village é de aproximadamente 56 km. No meio do caminho há belíssimos mirantes.

vídeo: Dirigindo pela Mount Cook Road, nas margens do Lake Pukaki

Peter’s Lookout


Um mirante na beira do lago Pukaki, quando as montanhas ainda estão distantes é o Peter’s Lookout, com um bom recuo da estrada para estacionar. A foto tirada aqui terá o lago Pukaki e as monhanhas com neve ao fundo. As coordenadas são: (-44.089147, 170.135792).

Se você assistir ao vídeo logo acima, verá que passamos direto justamente por este mirante, na ida. E foi uma decisão acertada, pois se gastássemos tempo aqui, teríamos prejuízo no tempo para fazer a trilha que estava programada ainda hoje, do Hooker Valley. Em compensação, passamos por aqui na volta.

Os melhores pontos, no entanto, para tirar aquela foto linda, da estrada indo reto toda vida com o Monte Cook no horizonte, logo no final da estrada, aparecem uns 5Km logo depois que termina o lago. 

Nessa hora, aproveitamos que estávamos com um tripé, montamos a câmera com zoom, e caprichamos naquela foto para relevar para um porta-retratos!



O Mount Cook já é visível a dezenas de quilômetros de distância, já a partir da Mount Cook Road

Pra quem gosta de dirigir por estradas cênicas, a Mount Cook Road é um prato cheio!


Mais adiante, quase chegando, encontramos uma pequena base aérea, de onde partem pequenos aviões e helicópteros que fazem passeio em sobrevoo sobre as montanhas.



Logo em seguida, chegamos à Mount Cook Village.



Mount Cook Village
É uma localidade pequena, com vários hotéis e pousadas destinados a receber os visitantes do Parque Nacional Aoraki Mount Cook.


Aoraki/Mount Cook Information Center


Demos uma rápida parada para passar no I-Site da vila de Mount Cook (um dos melhores da NZ!), que tem em sua parte subsolo um ótimo museu sobre montanhismo e sobre a região.

Curiosidade: O nome Aoraki é como o povo Maori chama a montanha. O nome foi oficialmente incorporado em 1998, em reconhecimento pelo Governo da NZ. Segundo a lenda, Aoraki e seus irmãos, filhos de Rakinui, viajavam em uma canoa que encalhou em um recife. Ao subirem na canoa, o vento frio os transformou em pedra. E então, seus espíritos estão naquelas montanhas. 


O Information Center traz esta representação de Aoraki e seus irmãos

Uma foto aérea da região...

...e a visão pelo mapa, temos ideia de como é o lugar. Há dois vales. O da esquerda é onde vamos andar hoje, e também onde será nosso local de dormir. Temos dois lagos, o Mueller e o Hooker. Deste vale é que temos a visão do Mount Cook. No dia seguinte iremos ao vale do lado direito, onde temos o Tasman Lake e o Tasman Glacier. Bem atrás das montanhas, dá pra ver a West Coast, onde passamos há quase duas semanas indo para o sul

Também no Information Center foi possível pagar o camping em que dormiríamos a noite (White Horse Hill Campground, que também serve como estacionamento para a trilha de Hooker Valley). Voltaríamos ao Village no dia seguinte.

Buscamos, também, informações sobre a meteorologia, para confirmar sobre o tempo de hoje e do dia seguinte. Tempo firme! Ótimo! Ainda dava tempo de fazer uma das trilhas mais aguardadas da viagem!

Tínhamos um pouco de pressa naquele momento, pois estava no meio da tarde, e queríamos fazer a trilha e voltar antes do sol se pôr, porque nesta hora a temperatura nesta região de montanhas despenca!


vídeo: Saindo do Village e seguindo para White Horse Hill, base para o Hooker Valley


Hooker Valley Track


A Hooker Valley Track é uma trilha que, embora tenha percurso de 10 km, já considerando a ida e a volta, é bem fácil de se fazer.

Levamos em torno de 5 horas para fazer isso tudo (começando às 15:40 hs e terminando às 20:40 hs, já anoitecendo).

Com lindas vistas das montanhas, a trilha começa no estacionamento White Horse Hill, onde há banheiros públicos. Caminhamos dentro do Vale Hooker, cercado por picos e montanhas nevadas.


O início da trilha
Logo após o início, há um pequeno desvio onde se pode ver o Alpine Memorial, um monumento feito de pedras em formato de pirâmide, homenageando os que morreram na região.


O Alpine Memorial fica no alto de uma colina




Vídeo: Alpine Memorial


Adiante, chegamos a um mirante com vista para o Lago Mueller, originado a partir do degelo de geleiras. 

Deste mirante, já podemos ver a primeira de 3 pontes suspensas que passaremos ao longo da trilha!

O Mueller Lake, um dos dois lagos originados pelas geleiras, que encontramos nesta trilha

A primeira ponte atravessa um rio que deságua do Mueller Lake

Atravessando a primeira ponte, sobre um rio de águas claras

 vídeo: Mueller Lake, visto a partir da primeira ponte da Hooker Valley Track



Após a primeira ponte, a trilha segue próxima das margens do Mueller Lake, até se afastar...

... e logo em seguida, temos a segunda ponte


Continuamos seguindo a trilha, sempre muito bem marcada e sem grandes variações de nível com relação a subidas e descidas.

E, de repente, o céu vai limpando e o cume do Mount Cook vai ficando livre de nuvens. Muita sorte nossa!

a trilha passa por outros rios derivados das geleiras vindas das montanhas

e, de repente, visão livre da grande montanha que tanto queríamos ver, desde a Costa Oeste - desta vez, conseguimos!

Pequenas flores alpinas

Em muitos pontos da trilha foi possível ver pequenas flores alpinas, como pequenas margaridas, que contribuem ainda mais para a beleza do lugar!
Isso aqui tá bom demais!


Cenário alpino tão belo quanto o Tongariro, a grande trilha que havíamos feito na Ilha Norte!

Chegando à terceira ponte!


Mount Cook cada vez mais próximo!


Atravessada a terceira ponte, fizemos mais uns 15 minutos de caminhada...

... uma subida leve, e então....
...finalmente, chegamos! Há um mirante com uma mesa onde se pode fazer um pique nique com esta bela vista do Hooker Lake, com o Mount Cook ao fundo!

Há uma espécie de praia na beira do lago, e resolvemos descer até lá

O lago estava cheio de icebergs, e nem havíamos percebido isso logo ao chegar... porque os pedaços maiores de gelo estavam cobertos de pó de rocha... são os blocos escuros no meio do lago, que parecem pedras.

vídeo: nas margens do Hooker Lake

pescando um pequeno iceberg

o gelo das montanhas em nossas mãos!

a visão da beira do Hooker Lake

Ao final, chega-se ao Hooker Lake, um lago com icebergs que se desprendem do Hooker Glacier, ao final do lago. Alguns pedaços de gelo estavam fáceis de pegar! Então ficamos ali nos divertindo com uma coisa assim tão diferente para nós! 

Vivemos momentos de muita alegria ali, ao ver os últimos minutos de sol incidindo no lago e o Monte Cook totalmente descoberto de nuvens!!!

Foi o contrário do que houve no Lake Matheson, na Costa Oeste, quando não conseguimos ver nada de montanhas. Aqui, tivemos a melhor vista possível do Aoraki!


Uma foto tirada com a câmera de zoom... Desafio para os montanhistas!
O sol se pondo, e o lago já na sombra.... daqui a pouco vai ficar de noite aqui... Alô Mount Cook, aquele abraço!




Últimos minutos de contemplação.... Um cenário de outro mundo!

vídeo: começando a retornar, antes que anoiteça na montanha!


Voltamos ao acampamento apressando o passo, e lá chegamos quase de noite, em tempo de ainda poder ver as montanhas. 

Na região também há umas lebres que aparecem nesta hora do anoitecer! Como esses bichinhos aguentam tanto frio!

White Horse Hill


Terminamos o dia dormindo ali naquele lugar cercado de montanhas. 

O White Horse Hill é um camping mantido pelo DOC, e que requer o pagamento de 13 NZD por pessoa para o pernoite, que já havíamos pago no Information Center, no Village.


De volta ao camping. Chegamos quase ao anoitecer!

É um camping no mesmo estilo daquele em que ficamos próximo do Milford Sound.

Embora público, deve-se pagar para permanecer ali. E a fiscalização passa aqui para ver quem pagou e deixou o recibo no para-brisas.

O White Horse Hill tem até uma cabana com um espaço para servir de cozinha (não é uma cozinha equipada como a do Top 10, longe disso!) e uns banheiros. 

Um lugar privilegiado, sobretudo, pela vista tão próxima das montanhas! 

Na próxima postagem, continuaremos descobrindo as belezas dos lagos e montanhas desta região da Nova Zelândia!
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Rodrigo

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