A cidade está espalhada por 7 colinas como Roma, mas as comparações com a linda capital italiana terminam por aí.
Depois de pesquisar o que tinha de mais interessante para ver em Kampala, cheguei à conclusão que os 2 pontos turísticos de Kamapala que mais me interessavam eram o Owino Market e a Mesquita Nacional de Gaddafi.
Até porque eu não queria ficar correndo de um ponto pro outro e perdendo tempo em deslocamentos - o que eu queria mesmo era simplesmente passear a pé pelo centro de Kampala e ver se a cidade era mesmo tão caótica como todo mundo dizia.
Então, depois de fazermos check-in no hotel, trocarmos dinheiro num shopping situado na frente do nosso hotel e de almoçarmos o típico Rolex de Uganda, saí a bater perna pela capital do país, Kampala.
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começando o dia em Kampala com uma cerveja ugandense Nile Special, a melhorzinha do país |
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almoçarmos o típico fast-food de Uganda, um wrap chamado "Rolex" |
Owino Market
A 1ª parada em Kampala foi no Owino Market, que ficava BEM pertinho do hotel (pouco mais de uma quadra!).
Esse mercado típico ugandense é tão avassalador e cheio de entretenimento que eu poderia ter ficado o dia inteiro lá! A gente fica até sem saber para onde olhar, de tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo!
Espalhado ao redor do Estádio Nakivubo, o Mercado Owino tem de tudo - TUDO mesmo - desde medicamentos tradicionais até televisões.
É mais famoso pelo seu setor de roupas de 2ª mão, mas você também pode comprar tecidos e encomendar alguma roupa a um dos alfaiates!
Eu sempre gosto de visitar as áreas que vendem comidas, temperos, frutas - pra mim, essas são sempre as partes mais interessantes de qualquer mercado africano.
A moça da foto abaixo comigo me chamou para ajudar ela nos negócios. No mínimo, achou que uma "mzungu" (como eles chamam as pessoas brancas, gringas, como eu) atrairia mais clientes para a sua loja kkkkkk...
Onde quer que a gente vá em Uganda, só ouvimos os chamados de "mzungu" - é definitivamente um lugar onde é impossível um branco passar despercebido 😅
Você certamente passará muito tempo nesse mercado, não só porque é divertido (repito, como experiência antropológica, muito mais do que turística), mas também porque, uma vez perdido lá dentro, é muito difícil encontrar a saída!
Importante: não tire foto de ninguém sem pedir antes - embora não pareça, porque eles não ficam posando e, às vezes, parecem até estar com caras de poucos amigos nas minhas fotos, eu SEMPRE pergunto antes se posso tirar fotos! E é até engraçado, porque eles estão rindo e brincando comigo, super simpáticos, me chamando de "mzungu", e aí, quando eu puxo o celular, e pergunto se posso tirar fotos, eles autorizam e então fazem uma cara bem séria! É como se tirar fotos fosse uma coisa muito séria, ninguém sai sorrindo em fotos!
A tática para se dar bem, fazer amizades e conseguir interagir nesses lugares? Sorrir! Sorrisos verdadeiros abrem portas! As mulheres mais mal-encaradas do mercado não resistem a um sorriso honesto e um "hello"! Só não vá sair sorrindo para os homens, né!?
Quando mostrei nos stories do
Instagram as minhas andanças pelos mercados de Kampala ou de Adis Abeba, na Etiópia, muitos me perguntaram se eu não me sinto "desconfortável" ou "estranha" perambulando por esses lugares não-turísticos, onde 99% das vezes eu sou a única pessoa branca num raio de quilômetros, e todos ficam gritando e me chamando "mzungu", que se traduz por "estrangeiro", mas, ao pé da letra, significa justamente "pessoa branca".
E a minha resposta é não.
Pode parecer mentira, mas eu raramente me sinto desconfortável viajando e me enfronhando em lugares assim; pelo contrário: eu me sinto em casa. Parece que foi pra isso que eu vim ao mundo, me sinto totalmente "na minha pele", no meu lugar.
Desconfortável, estranha, eu me sinto quando chego em casa - colocando roupas para lavar na máquina, tirando o lixo, lavando louça, fazendo compras no supermercado.
ESSA não sou eu, me sinto totalmente desconectada de mim mesma fazendo essas coisas que a gente faz todo dia, na vida cotidiana, quase que sem pensar, sem nenhum prazer, por pura obrigação e necessidade.
#Verdades #RealityBites
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Owino Market, Kampala |
Mesquita Nacional de Uganda
Quando finalmente encontrei a saída do Owino Market, corri para ir conhecer a Mesquita Nacional de Uganda, também conhecida localmente como Mesquita de Gaddafi.
Localizada em Kampala Hill, na área de Old Kampala, ela foi um "presentinho" de ditador pra ditador: do Coronel Muammar Gaddafi da Líbia, que a deu como presente à população muçulmana de Uganda, pois ele era muito amigo do ditador de Uganda, Idi Amin.
A mesquita tem capacidade para 15 mil fiéis (homens, que ficam na parte de baixo) e pode acomodar outras 1.100 mulheres na galeria (as mulheres ficam separadas dos homens, numa área bemmm menor da mesquita), enquanto o terraço acomoda outros 3.500 fiéis.
Como eu estava usando uma calça legging (roupa justa), as mulheres de lá me "vestiram" com 2 lenços, um como saia, por cima das minhas calças, e outro na cabeça, cobrindo os cabelos.
E, para entrar na mesquita, tem que tirar os sapatos.
O ingresso custou UGX 25 mil (aproximadamente U$ 6), e dá direito à visita guiada pela área interna da mesquita, com um guia local, e também a subir na torre da mesquita, com ótimas vistas de 360° das 7 colinas de Kampala.
Do terraço no alto da torre da mesquita eu conseguia ver até o meu hotel e o Estádio Nakivubo, e só então eu percebi o quanto eu havia andado caminhando por Kampala para chegar até lá!
Registrei o meu "passeio" em Kampala no aplicativo Strava e deu quase 9Km!
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Mesquita Nacional de Uganda |
Onde ficar em Kampala: Victoria Mews Hotel
Em
Kampala, escolhemos o
Victoria Mews Hotel, pela localização no meio da muvuca do centro da cidade, que era exatamente o que eu queria - como teríamos pouco tempo para explorar a capital de Uganda (dormimos apenas 1 noite na cidade), eu queria ficar hospedada num hotel bem central, perto dos lugares que eu queria conhecer, para poder 'sentir' o famoso caos de Kampala! 😅
E, nesse sentido, não poderia ter feito escolha melhor hahaha...o Victoria Mews Hotel fica situado no lugar mais caótico de cidade, no meio de toda a confusão, mas, assim que você entra no hotel, é como se estivesse num oásis de calmaria no meio da muvuca.
Bem o que eu queria!
Pagamos, por 1 diária em junho de 2024, em quarto duplo, com café da manhã incluído, R$ 227,00 = U$ 47.
Endereço: Nakivubo Mews Road Mews Link Road, Kampala.
O hotel tinha nota 83 nas avaliações dos hóspedes no
Booking, recepção super simpática 24hs e uma ótima vista do terraço da muvuca de Kampala - se não quiser nem sair do hotel, dá para ficar espiando a bagunça toda da janela kkkkk...mas não deixe de subir para ver a vista do terraço no 9° andar!
No
Victoria Mews Hotel, nosso quarto enorme (35m²) tinha cama de casal, vista da cidade, banheiro privativo, TV de tela plana, produtos de higiene pessoal, mesa de trabalho, ventilador, ar-condicionado, serviço de despertar, elevador e o wifi funcionava bem.
A corrida do Aeroporto Internacional de Entebbe ao hotel custa U$ 40 - a cidade de Entebbe, onde fica situado o aeroporto internacional de Uganda, está para a capital Kampala assim como Guarulhos está para SP - fica distante 40Km/1h!
O hotel oferece transfer por esse valor, mas nós não precisamos usar, porque o transfer do aeroporto ao hotel já estava incluído no pacote do nosso safari.
O café da manhã, que era incluído na hospedagem, nós infelizmente também não experimentamos, porque queríamos sair para o safari às 6hs, antes de o café começar a ser servido, para fugir do (péssimo) trânsito de Kampala antes que piorasse (dizem que piora muito a partir das 7hs), e para chegarmos cedo ao santuário dos rinocerontes, que seria a nossa 1ª parada do safari do dia!
Mas nós almoçamos e jantamos no restaurante do hotel, de tanto que gostamos do "Rolex" de lá - recomendamos muito!
O Rolex é o fast food mais típico de Uganda, não deixe de experimentar, e o Rolex do Victoria Mews Hotel, embora tenha demorado mais do que deveria, estava delicioso!
O único problema do restaurante do hotel - que é um problema comum a TODOS os restaurantes de Uganda - é que a cerveja nunca está gelada como deveria 😜
Pagamos pelo almoço de Rolex e pelas cervejas no hotel em Kampala UGX 40.000.
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Victoria Mews Hotel em Kampala, Uganda |
Como se deslocar em Kampala, Uganda
Se vocês leram o post que eu escrevi sobre
Ruanda e sua capital Kigali, certamente viram que eu escrevi lá que achei perigoso andar de boda-boda (moto-táxi) na capital ruandesa. Preferimos explorar a cidade de táxi.
Nós andamos muito de moto-táxis na Ásia, em países como o Camboja e o Vietnam, onde, assim como nessa região da África, as motos são o meio de transporte mais comum.
Chegamos a andar eu e o Peg, ou o Peg e o Lipe, com o mesmo moto-taxista, o que é bem comum em Hanoi, por exemplo, ou no Laos.
A diferença é que, na Ásia, o trânsito, embora pareça completamente doido e assustador, é bem lento e, por isso, não é tão perigoso para andar de moto. Justamente por essa razão é que eles não têm tantos acidentes de moto fatais: porque todos andam naquele ritmo lento e constante, de formiguinha.
Em Kigali, assim como em Kampala, onde a boda-boda também é o meio de transporte mais em conta (mesmo que pegássemos 2 moto-táxis, saía mais barato do que pegar um táxi!), o trânsito é rápido, normal de uma cidade grande, e aí eu já acho perigoso circular de moto quando você não conhece o motorista e não sabe se o cara é ou não cuidadoso - sem falar que me dá um certo nojinho de usar esses capacetes que passam por dezenas de cabeças por dia hehehe...
Eu nem sou dessas coisas de ter nojinho de tudo, mas um capacete que passa em dezenas de cabeças suadas por dia me dá uma certa aflição - me julguem! 😂
Mas...mesmo com tudo isso, ainda assim acabei encarando uma boda-boda em Kampala!
Pois é, embora tenha achado perigoso e não muito recomendável, é BEMMM difícil se deslocar pelo centro de Kampala de táxi, porque, como já comentei, os congestionamentos na área central da capital de Uganda são quase uma lenda urbana, como eu pude testemunhar de perto - e até mostrei nos stories do
Instagram.
Em determinados momentos do dia, tudo para, parece que o nó não vai se desfazer nunca mais e ninguém vai conseguir sair do lugar - me dava nervoso só de ver o trânsito completamente travado.
Se de moto já é difícil enfrentar o trânsito de Kampala, imagina de carro! O jeito é se locomover de boda-boda, que são moto-táxis!
Então...andei bastante a pé para ver o que eu queria no centro de Kampala, mas, ao final da minha caminhada pela cidade, já cansada, suada e suja, querendo desesperadamente voltar pro hotel no fim do dia e tomar um banho, acabei encarando uma boda-boda e, além de barato e rápido, foi bem tranquila a corrida!
Paguei UGX 5.000 pela corrida de boda-boda em Kampala.
Depois de experimentar uma corrida de boda-boda, acabei percebendo que outra grande diferença do trânsito e do caos de Kampala para a Índia/Nepal/Vietnam, por exemplo, é que lá, mesmo com todo o caos que existe, o trânsito flui, lentamente, mas anda. Em Uganda não, fica tudo completamente parado 😳
Dica do pequeno viajante: fale pro motorista que você "morre de medo" de andar de moto e peça para ele ir bem devagar!
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estacionamento de moto-táxis em Kampala |
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além dos boda-boda, outro meio de transporte muito comum em Uganda são os Matatu (também chamados Dala-dala, como na Tanzânia) - que são vans de passageiros |
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os congestionamentos na área central de Kampala são quase uma lenda urbana |
Segurança em Kampala
Sobre a questão de segurança, várias pessoas, inclusive um guardinha, no centro de Kampala, vieram me dizer para ter muito cuidado com o celular/passaporte/dinheiro e cartões. Mas, se vocês olharem as estatísticas, Kampala é MUITO mais segura do que o Rio de Janeiro ou Porto Alegre.
Se eles soubessem que me sinto muito mais segura passeando a pé pelas ruas de Kampala do que no BR...
A verdade é que o caos de Kampala é de fato meio assustador, mas, se você tomar os cuidados que tomaria no centro de São Paulo ou de Porto Alegre, ninguém vai levar nada seu usando de violência. Só não dá pra ficar de boca-berta! Hoje em dia não dá pra ficar de boca-berta nem em Paris, né! Minha mãe teve a mala furtada no metrô de Londres...então não é em Kampala que eu vou ficar mongueando...
Já estive em MUITOS lugares caóticos mundo afora, mas posso assegurar pra vocês que Kampala é "hors concours" no quesito caos urbano - Mumbai e Varanasi me parecem oásis de tranquilidade comparadas com aquilo lá! 😳
Gastos em Kampala, Uganda
Nós trocamos € (euros) por UGX (Xelins ugandenses) em Kampala no shopping em frente ao nosso hotel - o City Shopping Mall.
As cotações das moedas informadas abaixo são de junho de 2024, época da nossa viagem:
- U$ 1 = UGX 3765
- R$ 1 = UGX 733
- € 1 = UGX 4010
Gastos em Kampala, Uganda:
- Almoço Rolex e cervejas no hotel em Kampala: UGX 40.000
- Boda-boda (moto-táxi): UGX 5.000
- Ingresso Mesquita Gaddafi: UGX 25.000
- Garrafa 1l de água: UGX 2.000
- Janta Rolex e cerveja no hotel: UGX 23.000
- Hotel em Kampala: UGX 176.000 (U$ 47)
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