Riga, Letônia: o que você precisa saber (relato de viagem)
Eu conheci a Estônia há muitos anos atrás e, desde então, estou com a Letônia e a Lituânia na minha bucketlist.
Quando a Daniela Censon comentou comigo que havia acabado de chegar de lá, é óbvio que pedi a ela que escrevesse um relato da viagem dela a Riga, capital da Letônia, para publicarmos no blog, especialmente com dicas do que fazer em Riga, Letônia.
Adorei as dicas dela, que só fizeram aumentar a minha vontade de conhecer o país!
Com vocês, as dicas da Daniela de Riga, Letônia:
Riga, Letônia: o que você precisa saber
Gostaria de começar me apresentando: sou Daniela Censon e leitora/seguidora da Claudia desde 2014. À época, estava pesquisando sobre viagens de motorhome nos EUA, encontrei esse post no blog da Claudia e segui à risca o passo a passo do aluguel do RV (e foi tudo sem erro!).
Agora vou contar um pouco como foi a minha rápida passagem por Riga, na Letônia, em agosto de 2024.
Viajamos de Latam, meu marido e eu, do Brasil para a Europa, por Madrid. De lá, embarcamos para Riga em um voo de 4 horas da Air Baltic (que foi operado pela Carpatair).
Nos hospedamos em um hotel bem no centrinho histórico de Riga, o que foi bem conveniente, pois conseguimos fazer tudo a pé.
Depois de uma boa noite de sono, fiquei surpresa com a variedade dos produtos servidos no café da manhã: além do básico - pão, iogurte, frutas, sucos; tinha também muita salada, arenque, atum, etc.
Temos o hábito de caminhar muito nas cidades que visitamos, em Riga não foi diferente. Tudo foi feito a pé!
Começamos pelo mercado de pulgas Latgale Market que, na minha opinião, não vale a visita. O que vimos por lá foram poucos vendedores e muita bagunça.
Logo em frente ao Latgale Market há uma pequena praça com o Memorial do Holocausto, onde se encontrava uma Sinagoga construída em 1871 que foi incendiada, com pessoas dentro, após a invasão nazista de 1941.
No caminho de volta, passamos em frente ao Palácio da Cultura e Ciência, que eu não encontrei informações sobre visitas, mas mesmo assim vale a visita, ainda que pelo lado de fora, pois é um edifício muito bonito.
Já de volta à região central, Old Riga, passamos pela Igreja de São Pedro e chegamos na praça do famoso cartão postal da cidade: a Casa dos Cabeças Negras.
Na praça - Plac Ratuszowy - de um lado fica a Prefeitura, e de outro, a Casa das Cabeças Negras.
O espaço, originalmente erguido como um armazém, ao longo do tempo passou por várias reformas e também foi utilizado como uma espécie de associação comercial da época. Em 1941, foi praticamente destruído em um bombardeio entre o exército alemão e soviético. Foi reinaugurado em 1999, após reconstrução.
O nome “Casa das Cabeças Pretas” se deve ao fato de o edifício ter sido utilizado pela irmandade dos Cabeças Negras, um grupo de mercadores solteiros, armadores e estrangeiros por volta do século XV.
Depois disso, a ideia era visitar a Biblioteca Nacional, mas eu não me atentei ao horário de funcionamento e, quando chegamos lá, já estava fechada. O prédio em si já chama a atenção pela grandiosidade.
Terminamos o dia na Livu Square, uma praça rodeada de edifícios fofinhos e vários bares e restaurantes, cheia de vida.
Aproveitamos para relaxar e experimentar um chopp Letão com hamburguer.
No geral, achei que os preços de alimentação estavam com um valor intermediário para os padrões europeus - mais barato do que na Holanda, por exemplo, e mais caro do que na Espanha e em Portugal, baseados na minha experiência.
No 2º dia, começamos o passeio pelos Os 3 irmãos, um trio de prédios residenciais e históricos, localizados em Old Riga, cada um construído em um século diferente, sendo o mais antigo de 1490.
Ali, hoje, funciona um pequeno museu que eu optei por não visitar.
Depois fomos à icônica rua Alberta iela, cheia de prédios com fachadas Art Nouveau, onde nenhuma das minhas fotos ficaram boas.
Chegamos praticamente junto com vários grupos de excursão, e deu até para escutar alguns guias explicando sobre a arquitetura do lugar.
Na continuidade, acidentalmente, presenciamos a troca da guarda aos pés do monumento da liberdade.
Visitei a Catedral Ortodoxa da Natividade, uma igreja cheia de cúpulas douradas, que me lembrou bastante a minha viagem à Rússia em 2017.
Se vocês repararam bem, ainda não mencionei nenhum museu nessa viagem. Isso porque não sou uma pessoa com muito interesse nas artes, por isso eu costumo pular alguns museus quando viajo. Porém, se o assunto for história, a conversa é outra...
Em Riga, visitamos 2 museus:
- Museu da Guerra
- Museu da KGB
No 1º, com entrada gratuita, vimos uma grande exposição sobre guerras, tanto do passado, quanto atuais (2024). Algumas exposições me chamaram mais atenção nesse museu.
Por toda a região que caminhei, é nítida a posição da Letônia em relação ao conflito Rússia/Ucrânia. Acredito que o passado/história do país possa explicar isso, e nesse museu fica ainda mais evidenciado.
Logo na entrada tem um salão todo dedicado a homenagear os combatentes da Ucrânia.
Outro assunto muito abordado era a liberdade de expressão e pensamento, com relatos muitos fortes de fatos ocorridos durante o regime Russo.
No 2º museu, onde foi necessário comprar o ingresso pela internet com antecedência, fizemos um passeio guiado em inglês, com um simpático senhor Letão que ia nos contando como funcionava aquele antigo escritório da KGB.
Chegamos aproximadamente uns 30min antes do nosso horário de agendamento, e esperamos em um salão cheio de painéis que vão nos contando um pouco dos acontecimentos do passado.
Depois de conhecer salas de interrogatórios, celas, cozinha e pátio, nosso guia nos contou que poucas pessoas saíam vivas dali, e muitos presos condenados com penas que chegavam a 25 anos, eram enviados para a prisão da Sibéria, onde também não resistiam, devido ao clima inóspito.
No final da visita, pra nos deixar pensando, o guia nos disse que somente após a queda do regime Soviético, em 1991, as pessoas voltaram a ter a sua liberdade de ir e vir, e finalmente ele pôde conhecer a França, algo com que tanto sonhava.
A visita a esse museu foi emocionante porque pudemos conhecer a história contada por quem viveu parte dela.
No final desse 2º dia, fomos ao Riga Central Market, um complexo de pavilhões, que no passado eram usados como hangares de dirigíveis, e hoje abrigam um grande mercado, com produtos alimentícios, flores, artesanato e várias opções de petiscos e cervejas artesanais que podem ser consumidos ali mesmo.
Diferente do Latgale Market, que mencionei antes, a visita ao Riga Central Market vale a pena porque, além das lojinhas, ainda tem a área dedicada a alimentação e bebidas, e quem fica triste com cerveja?!?
No dia seguinte, pegamos o ônibus na rodoviária que fica em frente ao mercado central e fomos para Talin!
Baseada na minha experiência, essas são as considerações finais sobre Riga:
O centro histórico é todo muito limpo, organizado e perfeitinho.
Todas as pessoas que eu precisei me comunicar, falavam muito bem o inglês, desde o atendente do hotel até o caixa do mercadinho.
Na região central, toda a comunicação de anúncios e cardápios, por exemplo, estava em 3 línguas: Letão, Russo (que é a única língua falada por aproximadamente 1/4 da população) e Inglês. Ao nos afastarmos bem pouco do centrinho, só sobra o Letão e o Russo.
Por causa do passado da Letônia, eu esperava encontrar uma arquitetura mais parecida com a da Rússia, porém, na realidade, se parecia mais com uma Europa Ocidental.
Me considero uma turista rápida nas visitas, então achei que 2 dias inteiros foram suficientes para conhecer os principais pontos de Riga. Dependendo do seu ritmo, considere um dia a mais.
pão de alho Letão |
Adorei saber mais de Riga! Vou também colocar na minha bucketlist!
ResponderExcluirAdorei saber mais sobre Riga, também já coloquei na minha bucketlist!
ResponderExcluirEu simplesmente viajei nas sua viajem, que texto delicioso de ler.
ResponderExcluirObrigada por compartilhar e continue escrevendo o mundo precisa ler suas experiências...bjs Py Larrahona
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirÓtimo post! Muito bem detalhado e com ótimas dicas!
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