Eu adoraria ter explorado mais a Etiópia, mas, como comentei antes, além de não termos muito tempo - a Etiópia é um país bem grande, com estradas beeem ruins, o que significa que as viagens por terra para o interior do país são loooongas, quase infinitas, pelo que li kkkk...- no momento em que planejamos a nossa viagem as condições de segurança não eram boas: tanto a região norte da Etiópia estava sofrendo com conflitos étnicos, quanto a região ao sul também não estava muito segura para viajantes, e as estradas para o Djibouti estavam terríveis.
Pois é, há uma tríplice fronteira entre o Sudão do Sul, Quênia e Etiópia em que eles vivem em pé de guerra por causa de brigas por água pro gado. Os etíopes também já tiveram guerras ou conflitos armados com o Sudão do Sul, Somália e Eritréia, ou seja, com todos os vizinhos 😞
Mas é claro que eu pesquisei TUDO o que eu gostaria de conhecer na Etiópia, até para descobrir se era possível fazer algo, e vou deixar tudo registrado aqui para mim mesma - no caso de eu ter a sorte de poder voltar à Etiópia em tempos mais pacíficos, ou com mais tempo, ou com mais dinheiro, para poder viajar de avião - sim, existem voos domésticos que "encurtam" consideravelmente as viagens para o interior do país!
👉Aliás, quero deixar registrada aqui uma dica MUITO importante para você que pretende se aventurar pelo interior da Etiópia: eu soube que, se você chega na Etiópia através de um voo da Ethiopian Airlines, você automaticamente terá direito a desconto nos seus voos domésticos da mesma companhia aérea!
Mas, para isso, você tem que ir pessoalmente, com dinheiro vivo (birr), numa loja da Ethiopian Airlines em Adis Abeba para comprar os seus bilhetes de voos domésticos!
Vale muito a pena, pois os descontos são de 50%! E, se você tiver trocado os seus dólares no câmbio paralelo, como expliquei acima, a economia será dupla!!!
Bom, pelo que pesquisei, o chamado Circuito Histórico é a principal atração da Etiópia.
Ao contrário da maioria dos países africanos, onde é a vida selvagem que comanda o show, na Etiópia, de maneira geral, a natureza fica quase que relegada a um 2º plano, mas, ainda, assim, crocodilos, hienas e os Ibex Walia me deixaram sonhando em voltar à Etiópia.
Fiz apenas uma lista de 10 coisas para fazer na Etiópia - recomendo que vocês dêem um Google e pesquisem mais sobre cada uma das incríveis atrações da minha wishlist etíope:
1 Visitar a igreja mais precariamente posicionada de Tigray - Abuna Yemata Guh - conhecida como a igreja mais inacessível do mundo.
2 Fazer uma expedição ao lago de lava de Erta Ale na Depressão de Danakil, que fica abaixo do nível do mar, e conhecer o Deserto de Sal e Dallol - no norte, perto da Eritréia. Esses passeios são realizados por agências com escoltas armadas (por isso custam caro).
Cuidado: aventurar-se na Depressão de Danakil é um assunto sério e que deve ter tratado com bastante cuidado, pois as temperaturas diurnas podem ultrapassar os 50°C.
3 Conhecer Lalibela, a principal atração turística da Etiópia, e suas 11 igrejas medievais do século 13 escavadas e esculpidas na rocha de granito rosa - como a Igreja de São Jorge - um local sagrado do cristianismo ortodoxo etíope.
4 Curtir o ambiente durante uma tradicional cerimônia de café.
5 Conhecer os endêmicos Ibex Walia, parentes distantes das cabras, ameaçados de extinção, que vivem apenas no Parque Nacional das Montanhas Simien, nas terras altas do norte da Etiópia.
6 Visitar as tribos nativas do Vale do Rio Omo, no sul da Etiópia, conhecer as mulheres que usam os impressionantes alongadores labiais Mursi (também chamados de botoque ou disco labial), e os povos das etnias Mursi, Hamer, Karo ou Arbore, que representam alguns dos últimos povos nativos da África com pouca influência da cultura ocidental.
7 Viajar até a 'Camelot da África' para conhecer os castelos africanos do século 17 construídos por imperadores em Gondar.
8 Ir no mercado de crocodilos de Lake Chamo.
9 Ver as hienas se alimentando do lado de fora dos lendários portões da cidade murada de Harar.
10 Conhecer as tumbas Axumitas e as estelas da antiga civilização de Axum, considerada hoje Patrimônio Mundial da Humanidade pela UNESCO.
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a Etiópia é um país bem grande, com estradas ruins e frequentes conflitos étnicos |
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eu adoraria visitar as tribos nativas do Vale do Rio Omo, que usam estes "travesseiros" |
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os povos das etnias Mursi, Hamer, Karo ou Arbore representam alguns dos últimos povos nativos da África com pouca influência da cultura ocidental |
A cidade murada de Harar
De todas as principais atrações turísticas da Etiópia - claro que eu também adoraria ter visitado as igrejas de Lalibela - o ponto turístico etíope que mais chamou a minha atenção nas pesquisas foi a cidade murada de Harar.
Eu amo uma cidade murada e, pelo que pesquisei, Harar é a 4ª cidade mais sagrada para os muçulmanos, depois de Meca, Medina e Jerusalém.
As muralhas centenárias da parte antiga da cidade islâmica de Harar, construídas entre os séculos 13 e 16 para proteger a cidade dos ataques da tribo invasora Oromo, ainda guardam 1Km2 de puro fascínio e quase 100 mesquitas, 3 das quais datam do século 10, além de dezenas de santuários.
Nas inúmeras vielas tortuosas da cidade velha, dizem que as mesquitas, santuários e jóias arquitetônicas têm um cheiro eterno de café. Fora dos muros da cidade, os homens continuam a tradição de alimentar hienas manualmente.
Sim, essa loucura é uma tradição em Harar: todos os dias, ao anoitecer, eles alimentam hienas na saída de um dos portões da cidade velha. Faziam isso em épocas de fartura, para que, em épocas de seca, as hienas não atacassem os homens e seus rebanhos de cabras e ovelhas. O truque aparentemente funcionou, porque hoje em dia as hienas circulam livremente durante a noite, sem causar problemas aos humanos. Esse "evento" de alimentação de hienas obviamente já se tornou um programa turístico, e hoje em dia eles pedem uma 'contribuição' aos viajantes para pagar pelos pedaços de carne que são dados às hienas - primeiro com a mão, e depois com a boca! Eu adoraria ter visto isso!
Do lado de fora dos muros, na parte mais nova da cidade, grande parte da população é cristã, e todos se entendem e convivem sem conflitos religiosos. Inclusive, na parte antiga, dentro da cidade islâmica murada, há uma Igreja Ortodoxa Etíope na praça principal.
A cidade é pequena, cheia de ruelas estreitas com portões e muros coloridos e lindas mulheres Harari.
Harar parece ser uma delícia de cidade, daquelas onde o tempo não passa.
O poeta francês Rimbaud viveu lá durante alguns anos no século 19, numa casa hoje transformada em museu, o que só comprova que a fissura dos turistas ocidentais pela região não é de agora 💁
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mapa da cidade murada de Harar na Etiópia |
Tumbas Axumitas e estelas em Axum
Além de Harar, eu também fiquei interessadíssima em conhecer Axum, um lugar sobre o qual eu pouco tinha ouvido falar antes de pesquisar para esta viagem!
Você já ouviu falar dos Axumitas? Há quem escreva Aksumitas também...
Foi uma civilização tão importante quanto a Egípcia, e a grande diferença é que mais de 90% dos monumentos deixados pelos Axumitas nunca foram escavados! No dia em que forem finalmente tirados debaixo da terra, a Etiópia vai virar o maior ponto turístico do planeta 😅
Localizadas no norte da Etiópia, as ruínas da cidade de Axum estão situadas no local que era o centro de poder da Etiópia na Antiguidade, quando o Reino de Axum era o mais poderoso dos estados localizados entre o Império Romano e a Pérsia.
As ruínas colossais de Axum incluem obeliscos monolíticos, tumbas reais e vestígios de castelos antigos. O maior dos monólitos tem 33m e cerca de 600 toneladas! Muito depois do declínio político de Axum, as cerimônias de coroação dos imperadores etíopes ainda eram realizadas nesta cidade.
Axum foi um grande império, supostamente criado por um descendente de Noé - sim, aquele mesmo Noé que construiu a arca.
A Etiópia aparece inúmeras vezes no Velho Testamento, você sabia?
Segundo acreditam os etíopes, a Rainha de Sabá saiu da região de Axum para visitar o Rei Salomão em Jerusalém e voltou grávida. O filho deles foi chamado de Davi e, posteriormente, Menelik. Esse filho foi para Jerusalém mais tarde, para conhecer seu pai e aprender sobre as leis de Moisés, e voltou para Axum com a Arca da Aliança e as tábuas dos 10 Mandamentos, trazendo vários judeus com ele.
Para a Igreja Ortodoxa Etíope, a Arca da Aliança, relíquia mais sagrada dos judeus, que continha as 2 tábuas dos 10 Mandamentos e representava a aliança de Deus com o povo de Israel e a própria presença de Deus, construída por meio de instruções dadas por Deus a Moisés, foi levada à Etiópia por Menelik, filho do Rei Salomão de Israel e de Makeda, a Rainha de Sabá, que era etíope de Axum.
Ainda segundo a lenda, a Arca estaria guardada numa capela da Igreja de Santa Maria de Sião, em Axum, no norte da Etiópia.
Os restos do palácio da Rainha de Sabá, datados do século 10AC, foram encontrados em 2008 por pesquisadores alemães em Axum, cidade que é considerada sagrada na Etiópia, sob um antigo palácio real.
Por isso hoje existem muitos judeus etíopes - são todos descendentes desse 'caso' entre o Rei Salomão e a Rainha de Sabá.
Muitos etíopes também acreditam que um dos Reis Magos, que era negro - Baltazar - era o Rei de Axum, e foi da Etiópia visitar Jesus Cristo no seu nascimento.
Aliás, uma outra curiosidade interessante sobre a Etiópia é que, nas disputas com o país, a Itália nunca se deu muito bem.
Primeiro que a Etiópia derrotou com sucesso os exércitos italianos que tentavam a sua colonização. E, depois de a Itália roubar uma stela Axumita em 1937, e de disputas diplomáticas que duraram décadas sobre a devolução da relíquia etíope, a Itália ainda teve que desembolsar 7,7 milhões de dólares para devolvê-la à Etiópia, mais de 67 anos depois!
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uma incrível relíquia Axumita na Etiópia |
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eu não tinha ideia da importância da Civilização Axumita até começar a pesquisar para esta viagem à Etiópia |
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maravilhosa escultura Axumita em museu de Adis Abeba, onde é possível ver até o estilo do cabelo e o padrão do tecido do vestido da mulher retratada |
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mais de 90% dos monumentos deixados pelos Axumitas nunca foram escavados |
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figura esculpida muito detalhada de uma mulher sentada encontrada num sítio arqueológico próximo de Axum, onde as escavações também revelaram um centro ceremonial com templos, artefatos, vasos de cerâmica, figuras femininas, de animais e fragmentos de estátuas |
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as ruínas da antiga cidade de Axum foram inscritas pela UNESCO na lista do Patrimônio Mundial da Humanidade |
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fiquei interessadíssima em conhecer Axum |
Judeus etíopes e o cinema
Como contei acima, hoje em dia existem muitos judeus etíopes.
Por mais de 2 mil anos, os judeus negros da Etiópia mantiveram sua fé e identidade - eles falam hebraico, guardam o Shabat e vêm seguindo os preceitos da Torá desde os tempos antigos.
Apenas em 1975 eles foram reconhecidos pelo Estado de Israel como descendentes de uma das 10 tribos perdidas.
O grupo se autodenomina Beta Israel - a expressão falasha, usada para designá-los em Israel, é considerada pelos judeus etíopes como pejorativa, pois significa 'exilado' ou 'estranho'.
Ocorre que, durante a instabilidade civil que ocorreu na Etiópia, e especialmente a grande fome de 1984/85, os 'falashas' se obrigaram a emigrar do país.
No início, mais timidamente, procuraram exílio em campos de refugiados no Sudão.
A história que contam é que, a partir de então, Israel "resgatou" milhares de pessoas em 2 gigantescas operações secretas.
A 1ª delas teria acontecido ainda em 1984, chamada Operação Moisés.
Israel montou um plano de fuga em que milhares de pessoas foram caminhando até o Sudão e, de lá, foram levadas para Israel, primeiramente em navios da Marinha israelense. Com ajuda do serviço secreto israelense, o Mossad, também organizaram transportes aéreos, que permitiram a evacuação de 7700 etíopes. O restante adoeceu na viagem, e muitos acabaram voltando à Etiópia. Famílias acabaram sendo separadas.
Já na década de 1990, o governo comunista da Etiópia não autorizava a saída do país dos judeus etíopes. Supostamente, a Etiópia queria que Israel pagasse (como que um 'resgate') pelos falashas.
Então, em 1991, aconteceu a 2ª operação de resgate: Operação Salomão.
Durante uma brutal guerra civil na Etiópia, 14.200 judeus etíopes foram transportados de avião para Israel pelas Forças de Defesa do país.
A Operação Salomão foi contada em um livro - Salvando a tribo perdida. De acordo com os relatos, 35 aviões militares e civis fizeram 41 voos. Um dos Jumbos, com capacidade para 500 passageiros, transportou de uma só vez 1087 pessoas, num feito digno do Guinness Book.
Um filme interessantíssimo para assistir antes de viajar à Etiópia, e para entender melhor essa história, é Missão no Mar Vermelho. A história se passa no Sudão e na Etiópia.
'The Red Sea Diving Resort' (nome do filme em inglês) é um filme de espionagem e suspense de 2019 protagonizado por Chris Evans, que vive um agente israelense do Mossad chefiando uma das operações secretas realizadas para ajudar os refugiados judeus da Etiópia a fugirem para Israel. É um filme fantástico, baseado nesta história real!
Segundo alguns etíopes, Israel agiu motivado mais pela sua necessidade de mão-de-obra barata do que propriamente pelas razões religiosas mais nobres de levá-los de volta à Terra Prometida.
Ocorre que grande parte dos judeus etíopes nunca havia tido contato com uma civilização nos moldes ocidentais antes - eram membros de tribos.
Muitos nunca haviam sequer sentado em uma cadeira ou mesmo usado sapatos, o que fez com que a adaptação à nova vida em Israel fosse bem difícil.
Hoje, aproximadamente 90% dos etíopes judeus vivem em Israel, numa comunidade que reúne mais de 135 mil pessoas, dos quais mais de 50 mil nasceram já em Israel.
Infelizmente, muitos são vítimas de racismo, e excluídos do processo de integração, sendo que mais de 1/3 das famílias de judeus etíopes em Israel vivem abaixo da linha da pobreza.
Os etíopes, religião e etnias
A religião é o aspecto mais importante da vida etíope em sociedade.
Os etíopes dividem-se assim, quanto à religião:
- 43% são cristãos ortodoxos etíopes
- 31% são muçulmanos
- 22% são protestantes
- outras crenças animistas tradicionais
A Etiópia foi a 2ª nação mais antiga do mundo a adotar o Cristianismo como religião oficial, depois apenas da Armênia. Foi o 1° reino a adotar o Cristianismo.
O Império Etíope durou aproximadamente 705 anos, de 1270 até a abolição da monarquia em 1974, e foi herdeiro direto do Reino de Axum, que adotou o Cristianismo como religião oficial em 340, somente depois da Armênia - país que havia adotado o Cristianismo em 301 - e meio século ANTES do Império Romano. Inclusive, foi após a sua cristianização que os Axumitas pararam de construir stelas, infelizmente.
A Etiópia tem 120 milhões de cidadãos hoje em dia - o que é surpreendente, considerando que a população do país era de apenas 15 milhões em 1935.
A população da Etiópia é altamente diversificada, contendo mais de 80 grupos étnicos diferentes, mas a maioria do povo etíope pertence a um dos 8 principais grupos étnicos:
- Oromo 34.9%
- Amhara 27.9%
- Tigrayan 7.3%
- Sidama 4.1%
- Gurage 2.8%
- Welayta 3%
- Somali 2.7%
- Hadiya 2.2%
Os Amharas ortodoxos têm tradicionalmente dominado o país e imposto sua língua e cultura à sociedade etíope em geral, causando, com isso, muitos ressentimentos por parte de outros grupos étnicos.
O mesmo ocorre com relação aos Tigrayans ortodoxos, que dominaram o governo desde 1991.
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43% dos etíopes são cristãos ortodoxos |
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mulheres cristãs ortodoxas na Etiópia |
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31% dos etíopes são muçulmanos |
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a religião é o aspecto mais importante da vida etíope em sociedade |
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homens muçulmanos em Adis Abeba na Etiópia |
Um país nunca colonizado e suas peculiaridades
A Etiópia é um dos únicos lugares da África que nunca foi colonizado e, por isso, eles têm várias peculiaridades locais, como um calendário próprio, uma língua e alfabeto super diferentes e até um horário que é só deles. Até a vida selvagem e a culinária da Etiópia são únicas!
Como já comentei acima, muitos monumentos em Addis Ababa comemoram o fato de que os etíopes colocaram os italianos para correr do país depois de um breve período de ocupação e, por isso, a Etiópia é um dos únicos países africanos que nunca foram colonizados por potências europeias e ficaram de fora da Partilha da África, junto com a Libéria.
Na Etiópia, o Ano Novo, por exemplo, começa em setembro. Quando aqui no Brasil estivermos no 9° mês de 2024, a Etiópia estará iniciando o ano de 2017.
Lembra que falei que eles têm um calendário e um horário próprios? Pois é, ao desembarcar na Etiópia, viajamos pro passado e voltamos ao ano de 2016!
Isso ocorre porque eles usam o calendário da Igreja Ortodoxa Etíope - Calendário Juliano - que tem uma diferença de vários anos com relação ao nosso Calendário Gregoriano.
Até o horário é calculado de forma totalmente diferente na Etiópia - e não estou falando apenas de uma questão de diferença de fusos horários: lá, quando o sol nasce, é a hora zero deles!
Explico melhor: nós começamos a contar as horas do dia a meia-noite, certo? Já os etíopes começam a contar as horas do dia quando o sol nasce, as 6hs da manhã! E não é que, depois que entendi os paranauês, cheguei à conclusão que o sistema deles faz o maior sentido!?
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em todas as notas fiscais, recibos, etc, sempre vinham as 2 datas: a nossa, do Calendário Gregoriano, em 2024, e a do Calendário Juliano, usado na Etiópia, onde eles estão ainda em 2016! |
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note a data deste recibo que me deram em junho de 2024 no canto superior direito: 2016! |
O alfabeto e o idioma usados na Etiópia também são únicos!
As línguas oficiais da Etiópia são o Amárico, Oromiga, Tigrínia, Somali, Guaragigna, Sidama e Hadiyigna. No total, existem mais de 80 línguas e 200 dialetos diferentes são usados na Etiópia!
O idioma mais falado no país é o Amárico, mas é possível se virar com o inglês, embora você deva saber que a comunicação não é o forte dos etíopes.
Uma dica importante: quando sair do hotel, leve num papel o endereço do seu hotel escrito EM AMÁRICO. Eu pensei: "ué, mas é só mostrar a localização do hotel no Google Maps pro taxista"...ocorre que eles não têm nenhum costume de usar o Google Maps, ficam olhando pro telefone como se eu estivesse mostrando outro planeta a eles, não adianta muito.
Algumas vezes o Peg até guiou o motorista do táxi pelo Google Maps até o nosso hotel, mas, para podermos negociar antecipadamente o valor da corrida - o que é muito recomendado - é importante que o motorista saiba ONDE estamos indo!
Também usamos várias vezes o Google Translate e o Google Lens para nos comunicarmos, mas, para endereços, é melhor ter o velho papelzinho na mão!
E outra dica boa: uma palavrinha que você precisa aprender antes de viajar à Etiópia: Ishee, que significa Ok, Olá, Tchau...quando acompanhada de um sorriso, é uma demonstração de simpatia e boa vontade.
O alfabeto Amárico é aquele em que as letras - ou seriam caracteres!? - parecem umas minhoquinhas. Mas atenção: não confundir o idioma amárico com o aramaico, língua que é falada ainda hoje em partes do Oriente Médio, especialmente na Síria.
Veja um exemplo de amárico: እባክዎትን ቡና እፈልጋለሁ።
Se lê: Ebakewot buna efelgalehu. Fácil, né? 😝
Significa: "Eu gostaria de um café, por favor".
Encontrei uma tabelinha que ajuda bastante a identificar as letras do amárico, caso você queira se aprofundar:
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letras do idioma amárico, usado na Etiópia |
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o Google Lens é uma ótima ferramenta para traduzir informações em qualquer língua! |
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uma Coca-Cola "amárica" |
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