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Roteiro de motorhome de Los Angeles a Yellowstone com 2 crianças, uma delas no espectro autista

Roteiro de 26 dias de viagem de motorhome de Los Angeles a Yellowstone com 2 crianças, uma delas no espectro autista

 

Roteiro de 26 dias de viagem de motorhome de Los Angeles a Yellowstone com 2 crianças, uma delas no espectro autista
* Por Haure Fernandes, do perfil @aventurauta no Instagram

Quando pensamos em viajar de motorhome pela 1ª vez em 2018, encontrei o perfil da Claudia. Seus roteiros e experiências me inspiraram tanto que, desde então, já fizemos 3 viagens de motorhome.

Esse relato é sobre a nossa 3ª aventura de motorhome, que fizemos em junho de 2025: um roteiro de 26 dias de viagem de motorhome de Los Angeles a Yellowstone com 2 crianças, uma delas no espectro autista.

Sobre nós: uma família atípica viajando

Somos uma família atípica de São Paulo. Sou Haure, a mãe, Carlos é o pai, Felipe o filho mais novo, de 3 anos e Matheus o mais velho de 11 anos. 

Matheus tem síndrome de Mowat Wilson, autismo com nível 2 de suporte e epilepsia.

Acreditamos que o melhor jeito de crescer é viajando. Cada lugar é uma nova experiência, cada cultura uma nova lição. E pra gente isso começa desde cedo. Criamos o perfil @aventurauta no Instagram para compartilhar um pouco das nossas aventuras com o Matheus e mostrar que, apesar dos desafios, as aventuras também são para famílias como a nossa.

Nossa 1ª viagem com ele foi quando ele tinha apenas 5 meses, antes mesmo do diagnóstico. Desde então, nunca deixamos que as condições médicas ou o autismo fossem impeditivos. Pelo contrário: viajar é a forma que encontramos para que ele explore, sinta e descubra o mundo.

É claro que nem tudo sai perfeito. O segredo é preparar: mostramos antes através de imagens e vídeos os locais que iremos conhecer, levamos seus objetos preferidos (tablet, massinha, carrinhos), mas também deixamos espaço para ajustes. 

Roteiro flexível é regra. 

Assim, conseguimos equilibrar experiências que agradam a ele e outras que realizam nossos sonhos também, de modo que todo mundo consegue se divertir e temos mais chances de sucesso na viagem.

Matheus tem um hiperfoco: carros. Então damos sempre preferência a cair na estrada - viagens de carro são nossa paixão e viagens de motorhome são o ápice das nossas viagens. 

Pra ele é fantástico viajar de motorhome, passar o dia todo dentro de um carro, dormir, comer, brincar e curtir a estrada.

Uma outra vantagem do motorhome é que conseguimos manter a rotina (tão importante para o autismo) mesmo estando na estrada. 

Os horários de acordar e dormir se mantém, há possibilidades de descanso ao longo da viagem sem precisar interromper a programação e, principalmente com relação à alimentação - Matheus tem seletividade alimentar - o motorhome permite que eu prepare todas as suas refeições, do jeitinho que fazemos em casa.

Já fizemos outras 2 viagens de motorhome. 

Na 1ª vez, Matheus tinha 5 anos e é impressionante como ele ainda lembra dessa viagem e vez ou outra comenta sobre algo que viveu por lá. 

Já tinha um tempo que ele estava falando de motorhome, então decidimos que teríamos novamente essa experiência e, dessa vez, com o Felipe junto, realizando sua 1ª viagem de motorhome aos 3 anos de idade.

Veja também:


Organização da viagem

Começamos a organizar tudo 2 meses antes - nossas viagens são sempre assim, sem tanto tempo de antecedência de organização. 

Conhecer Yellowstone era um sonho meu, já havíamos feito 2 viagens de motorhome pelos Estados Unidos e combinamos que, se fizéssemos mais uma, seria para conhecer o parque.

Comecei pesquisando roteiros e relatos de viagens de quem foi pra lá (os relatos da Claudia foram fundamentais) e, depois de entender tudo sobre o destino e possibilidades de caminho, parti para a pesquisa de passagens.

Teríamos 26 dias de viagem, e a partir daí, comecei a organizar o roteiro.

Reservamos 15 dias de aluguel de motorhome com a agência Motorhome Trips

Os 2 primeiros dias de viagem ficaríamos na casa de uma amiga que mora em LA, e depois pegaríamos o motorhome na Cruise America em Carson e viajaríamos por 15 dias, devolvendo novamente em Carson. 

Reservei através da RentCars um carro para os 2 dias da chegada e para a semana final, após a devolução do motorhome. 

Para a semana final, decidiríamos depois qual roteiro iríamos fazer.

Pré viagem com Matheus

Toda vez que fazemos uma viagem mais longa, passamos antes no médico e fazemos todos os exames de acompanhamento. Por conta da epilepsia, realizamos um eletroencefalograma e análises completas de sangue, incluindo nível sérico dos remédios que ele toma para controle das convulsões. Com os exames em ordem, a neuropediatra preparou o laudo e receitas dos medicamentos em inglês.

Como passaríamos quase um mês viajando, calculamos a quantidade de remédios necessários para o período, deixamos junto as receitas e o laudo e uma cópia carregamos com a gente na mochila. 

Levamos também um medicamento extra para emergência, em caso de algum escape de convulsão parando-a instantaneamente, como por exemplo durante o voo. 

Ele toma 3 tipos de medicamento em horários variados, então, em um dia, são 7 doses que precisamos administrar. 

A questão dos remédios é sempre a parte que mais nos preocupa em uma viagem, então conferimos tudo muitas vezes para garantir.
Sempre que saímos, Matheus usa um relógio que funciona como celular e localizador, uma pulseira de identificação com o nome dele e nossos telefones e um cordão com o símbolo do autismo. É uma medida preventiva que auxilia a manter a segurança dele em ambientes movimentados e, além disso, ajuda as pessoas ao redor a identificarem que ele é autista, o que facilita em termos atitudes mais empáticas nos ambientes compartilhados.

 

Voos de ida e volta

Comprei um voo da Copa Airlines saindo de São Paulo, com destino em Los Angeles e escala no Panamá. A volta seguia o mesmo roteiro.
Uma observação sobre o Aeroporto do Panamá: eles possuem uma sala sensorial que pode ser usada por crianças com autismo, ficamos algumas horas lá e foi bom para os meninos.
Sobre os voos, Matheus ficou muito bem, calmo, assistindo desenhos, comendo o lanche que levei (ele não come a comida do avião), sem nenhum stress. 

Essa é a vantagem de acostumar-se desde cedo com viagens. 

Quem acabou dando trabalho foi Felipe, ficou umas 2hs chorando dentro do avião, foi difícil conseguir fazer ele se acalmar.


Dia 1 e 2 - Los Angeles, Califórnia

Chegada em Los Angeles! 

Havíamos alugado um carro pela RentCars, retiramos no Aeroporto LAX e fomos direto para a casa de uma amiga. 

Esses 2 dias foram de reencontro, descanso e preparação para a maratona que vinha pela frente. 

Como já conhecíamos a cidade de outras viagens, deixamos os passeios de lado e aproveitamos para recarregar as energias.

Dia 3 - Los Angeles CA x Barstow CA

Chegou o grande dia: retirar o motorhome! 

Alugamos um modelo 25’ standard na Cruise America pela Motorhome Trips e retiramos em Carson (Long Beach). 

Havíamos feito o agendamento prévio via telefone para o 1º horário, às 13hs. 

A expectativa era alta, mas o carro não estava nas melhores condições: antigo, cheio de detalhes que denunciavam o uso. Tentamos trocar, mas, em plena alta temporada, não havia alternativa.

Não aluguei com o kit de cozinha e de cama e banho - compensava mais comprar tudo no Walmart.

É comum viajantes, ao retornarem de suas viagens de motorhome, deixarem para doação itens que não foram utilizados ou mesmo aqueles que foram usados, mas que ainda podem servir para quem está iniciando viagem, então acabamos conseguindo pegar alguns itens dessas doações, como travesseiros, água, lençóis, produtos de limpeza - esse clima de “colaboração” entre os viajantes é demais!

Enquanto Carlos foi devolver o carro alugado no Aeroporto de Long Beach, que fica próximo à Cruise America, eu fiquei por lá com os meninos, fui desfazendo as malas e organizando tudo no motorhome.

E aí veio o 1º susto: Carlos chegou e percebemos que ele havia esquecido no Uber a bolsa com todos os passaportes e dinheiro. Foram 4hs de puro desespero até a motorista confirmar que tinha encontrado e voltar para devolver. Parecia que nossas férias tinham acabado antes de começar, mas deu tudo certo no fim 🙏

Enquanto isso, as crianças viviam um outro enredo: Felipe explorava cada canto do motorhome com brilho nos olhos, e Matheus perdeu um dente de leite dentro da nossa “casa sobre rodas”. 
Até os momentos do dia a dia ficam especiais quando acontecem na estrada.
Nesse 1º dia, nosso objetivo era dirigir 126 milhas (201Km), até o Walmart de Barstow, fazer a 1ª compra para o motorhome, e dormir por lá, no estacionamento.

Ir em supermercados é outra coisa que Matheus ama fazer, então nessa nossa viagem tivemos muitas passadas no Walmart e esse foi o início perfeito da nossa aventura.


Dia 4 - Barstow CA x Payson UT

A percepção que tivemos inicialmente de ser um motorhome antigo se confirmou - o espelho retrovisor balançava muito, USB não funcionava, havia uma folga na direção e a porta da geladeira estava quase quebrada. 

Com esse diagnóstico, acordamos cedo e resolvemos seguir viagem, parando na Cruise America de Las Vegas, que estava na nossa rota. 

Chegando lá, disseram que não podiam trocar o carro, por termos locado em Los Angeles, porém levariam para oficina para consertar. 

Esperamos algumas horas por lá, porém resolveram os problemas do carro. 

Foi difícil controlar os meninos - principalmente Matheus - que estava ansioso para viajar e teve que ficar lá esperando. Aliás, esperar, é uma grande dificuldade para ele, que sempre se desorganiza nesses momentos e precisamos manter a paciência.

Problemas corrigidos, pegamos a estrada novamente. Minha ideia era pararmos o mínimo possível na ida, para chegarmos logo em Yellowstone e voltarmos devagar, parando e aproveitando o roteiro. 

Nesse dia dirigimos 515 milhas (824Km), até Payson, no Utah.

Pernoite: Walmart Payson - free camping.



Dia 5 - Payson UT x Hoback WY

Mais algumas compras pela manhã no Walmart antes de seguirmos viagem. 

A 2ª coisa que Matheus mais ama, depois de carro, é supermercado, especialmente o Walmart - ele gosta de empurrar carrinho e de gastar um tempo nos corredores de brinquedos, então sempre dedicamos um bom tempo a isso. Felipe também pegou gosto pelos supermercados.
 
Antes de sair, fizemos um dumping (esgotamento sanitário) de graça no posto de gasolina Exxon, do outro lado da rua. 

De volta à estrada, dirigimos umas 310 milhas (496Km), chegando no Wyoming. Paramos em Hoback e dormimos em um camping lindo, na beira de um rio.

Pernoite: Hoback Campground - 20 dólares.








Dia 6 - Hoback x Grand Teton National Park

Nosso café da manhã foi na mesa da nossa vaga no camping, com fogueira, na beira do rio. 

Demos uma volta pelo camping, para conhecer e ver todas as lindas vistas. 

A host do camping era super simpática, e levou o Matheus para dar uma volta de carrinho de golf pelo camping antes de seguirmos viagem.

Dirigimos 21 milhas até Jackson Hole. Que cidade linda! 

Estacionamos o motorhome em um estacionamento público gratuito do centro, com vagas especiais para RV. 

Passeamos pelas ruas do centrinho, passamos na famosa praça dos chifres, fomos no National Elk Refuge & Greater Yellowstone Visitor Center, que tem uma linda vista, e no fim da tarde seguimos para o Grand Teton National Park
Compramos o Annual Pass America The Beautiful por 80 dólares - se você vai visitar mais de um parque nacional, compensa muito comprar esse passe anual.
Conseguimos a última vaga do camping gratuito que tem no parque, e pudemos contemplar o pôr do sol.

Pernoite: Upper Teton View - free camping.









Dia 7 - Grand Teton National Park x Yellowstone National Park

Para otimizar a nossa rota, decidimos rodar o lado “direito” do parque agora, e deixar o lado “esquerdo” do parque para visitar depois da volta de Yellowstone. 

Paramos nos principais pontos, como o Glacier View Turnout e o Teton Point Turnout, fizemos um piquenique na beira do lago em Leeks Marina, que se tornou nosso lugar favorito do parque - a foto em família que mais amamos tiramos lá - e os meninos se divertiram brincando na beira do lago. 

Aproveitamos a passagem pelo Colter Bay Village para fazer um dumping, pagamos 10 dólares e também enchemos o tanque de água.
 
No fim da tarde, seguimos para Yellowstone National Park - os meninos estavam dormindo na hora em que passamos pela entrada do parque, então a clássica foto na placa de entrada foi sem eles.

Pernoite: Grand Village Campgroud Yellowstone - 44 dólares.




Dia 8 - Yellowstone National Park

O café da manhã foi na mesa do camping, no meio das árvores dentro de Yellowstone, e a sensação de estar nesse lugar era indescritível. 

Saímos a caminhar pelo camping que dava de frente para o Yellowstone Lake, que paisagem! Antes de fazermos o check-out, fizemos um dumping e enchemos o tanque de água.

Nosso plano era passar em West Tumb, que estava pertinho, e seguir pelo lado esquerdo do parque. 

Em West Tumb, vimos nossas primeiras piscinas borbulhantes e o visual delas com o Yellowstone Lake ao fundo é surreal!
Matheus se mostrou bastante curioso no início, mas logo perdeu o interesse e, depois de rodar algumas piscinas, já queria voltar para o motorhome. 
Felipe se mostrou um pequeno explorador, ficou curioso, tudo queria saber, entender e ver. Foi bonito de ver o interesse dele.

Seguimos para a área de Old Faithful, e no caminho, na beira da estrada, fomos surpreendidos com um urso preto parado ali, andando devagar, comendo. 

Esse contato tão próximo à natureza é fantástico - os meninos ficaram extasiados em ver um urso tão de perto. 

Abastecemos no posto que tem em Old Faithful, almoçamos por ali também e os meninos tiraram o cochilo da tarde. 

Nessa hora nos dividimos, Carlos ficou com eles no carro e eu saí para explorar a área. 

Me sentei nos banquinhos, esperando a hora do Old Faithful “explodir”, e um bisão resolveu roubar a cena e sair andando no meio das pessoas que lá esperavam. 

Esse pedaço do parque também é incrível - voltei para o motorhome e então foi a vez de o Carlos sair para explorar. O Felipe já tinha acordado e foi junto.
Esta é outra estratégia que usamos: Matheus não queria sair do motorhome e andar pela região, então nos dividir faz com que consigamos conhecer e aproveitar e também respeitar o tempo dele.
A noite foi chegando e meu plano era dormir no Madison Campgroud, que fica mais próximo de Old Faithful, porém, ao chegar lá, estava lotado, só havia vaga em Bridge Bay Campground, que ficava bem longe e quebrava totalmente o roteiro que preparamos. A moça do camping me deu um papel com indicações de outros campings que ficavam nas proximidades, fora do parque nacional.

Saímos pela West Entrance, e o 1º camping era o Baker’s Hole, que ficava poucas milhas ao norte de West Yellowstone. Ao chegar lá, plaquinha de lotado na porta. Partimos para o próximo, que ficava ainda mais ao norte, e dirigimos à noite, coisa que não gostamos muito de fazer. Saímos da estrada e pegamos um trecho de estrada de terra até chegar no camping. Já estava escuro e não deu pra ver direito o local, mas o importante é que havia vagas. Escolhemos uma, pagamos, deixando o dinheiro no envelope, jantamos e fomos dormir.

Pernoite: Rainbow Point Campground em Montana - 26 dólares.













Dia 9 - Yellowstone National Park

Ao acordar, fomos surpreendidos com o lindo local onde pernoitamos, uma floresta na beira do Hebgen Lake em Montana

Saí para explorar o local com os meninos e tomamos café na mesa externa do camping, antes de voltar para Yellowstone. 

Paramos num mercado na cidade para reabastecer e comprar lenha, pois queríamos fazer uma fogueira e churrasco à noite.

Como passaríamos mais 1 dia no parque, fiquei com medo de não conseguir vaga no camping novamente, e fiz reserva online - só havia vagas para o Bridge Bay Campgroung.

Em Yellowstone, seguimos explorando o lado “esquerdo” do parque.

Passamos em Grand Prismatic - quando penso em Yellowstone, era essa imagem que me vinha à mente. Aqui nos dividimos: os meninos estavam no cochilo da tarde e fiz a trilha sozinha, para poder ver do alto.

Conforme a Claudia já deu a dica quando foi para lá, é importantíssimo entender o mapa do parque e planejar como vai rodar.

Veja aqui:


Eu calculei mal o tempo que levaríamos para percorrer todo o parque, e com isso não fomos para a área de Mammonth Hot Springs e Lamar Valley, que ficam na região norte do parque. Ao chegar na junção Norris, já seguimos pelo lado “direito” do parque, indo em direção a Canyon Village.

Exploramos o Grand Canyon de Yellowstone, um lugar fascinante! 

Fizemos juntos a trilha para Brink of Lower Falls . Os meninos ficaram animados na descida, mas, na subida, teve que rolar um colo para os dois. 

O visual de lá é fantástico - Matheus ficou com um pouco de medo e não chegou perto da grade; já Felipe continuou com o espírito explorador e curioso, fazendo dezenas de perguntas.

Finalizamos o dia com uma fogueira e churrasco no camping. Um elk estava pastando por lá e ficou horas ao lado do motorhome, os meninos adoraram!

Pernoite: Bridge Bay Campgroung Yellowstone - 42 dólares.











Dia 10 - Yellowstone National Park x Grand Teton National Park

Nos despedimos do camping fazendo um dumping - tinha alguns caminhões estacionados por ali e os meninos adoraram ver.

Encontramos bisões pela estrada, pegamos um trecho ainda com gelo do inverno, e Felipe se divertiu escorregando por lá - foi a 1ª vez dele na neve.

Saímos do parque, seguindo em direção ao lado “esquerdo” do Grand Teton National Park. 

Fizemos uma parada para conhecer a represa Jackson Lake Dam, e os meninos se divertiram jogando pedrinhas no rio. 

Finalizamos o dia no lindo Jenny Lake - fiquei encantada com aquele lugar e com vontade de voltar e passar alguns dias por lá.

Pernoite: rua em Jackson Hole - free camping.
 




Dia 11 - Salt Lake City

Nos despedimos de Jackson Hole rumo a Salt Lake City

Lá visitamos o Capitólio e Temple Square, que estava em reforma. 

Esse passeio “urbano” não agradou muito os meninos. 

Finalizamos o dia com compras no Walmart, onde pernoitamos.

Pernoite: Walmart - free camping.


Dia 12 - Bryce Canyon National Park

Saímos de Salt Lake City e encontramos um dumping grátis em Orem, em frente ao Springwater Park, e nele tinha aqueles brinquedos infantis.

Passamos um tempo lá com os meninos - essas pausas para eles brincarem são fundamentais para equilibrar a viagem.

Chegando ao Bryce Canyon National Park, deixamos o carro no estacionamento de motorhomes, em frente ao Visitor Center, e pegamos o ônibus para rodar todos os mirantes - aliás, andar de ônibus foi o que os meninos mais gostaram de fazer nesse passeio.

Pernoite: Dixie National Forest, perto do Bryce Canyon, no Tom’s Best Spring Road - free camping.





Dia 13 - Horseshoe Bend

Após sair da floresta, pegamos a estrada e paramos no Red Arch Road Tunnel, que é lindo demais.

Carlos foi fazer um voo de drone e, apesar de sua grande experiência em voos, acidentalmente acabou batendo em uma árvore, o drone caiu e quebrou. Era o fim das nossas imagens aéreas 😓 

No caminho para Horseshoe Bend, paramos no Moqui Cave Museum of Ancient History. Ficamos só do lado de fora - tinha uma réplica de dinossauro, e Felipe quis ficar por ali olhando.

Cruzamos a fronteira de Utah e chegamos ao Arizona. 

Chegando em Horseshoe Bend, andamos a trilha de 1Km com os meninos. 

Estava um calor danado e Matheus ficou bem irritado. Nessa hora nos dividimos - Carlos foi indo com Felipe, levando de cavalinho, e eu parando nas sombras com Matheus. 
A vista de lá é espetacular e vale muito a visita, mas grudamos na mão dos meninos, porque é um penhasco, e o risco de acidentes pode ser grande se não se precaver. 
Voltei sozinha para o motorhome com os meninos e Carlos ficou um tempo maior contemplando. Nós costumamos fazer isso, pois os meninos, e principalmente Matheus, têm tempos diferentes dos nossos, então revezamos em ficar com eles quando o tempo deles já acabou e eles ficam cansados.

Achei uma indicação de uma floresta a caminho do Grand Canyon National Park - o acesso era uma estrada de brita bastante irregular, tivemos que dirigir muito devagar, em torno de 15Km/h. Foi o 1º lugar onde éramos praticamente o único RV a pernoitar nessa floresta (tinha somente outro motorhome, que estava muito distante do nosso).

Bateu um medo, principalmente por conta dos ursos que costumam frequentar os espaços dos motorhomes, mas deu tudo certo. Aliás, vimos lá um pôr do sol lindo, e o céu mais estrelado da viagem.

Pernoite: floresta - free camping.







Dia 14 - Grand Canyon National Park

Acordamos e seguimos rumo ao Grand Canyon National Park

Nós já havíamos visitado o Grand Canyon em outras viagens, então não pretendíamos gastar muito tempo por lá - era somente uma visita aos principais mirantes, atualizar fotos (quando fomos pela 1ª vez, o Matheus tinha 6 anos, então gosto de tirar fotos no mesmo local e ver o crescimento dele) e mostrar a grandiosidade daquele lugar para o Felipe.
Um parêntesis aqui: valeu muito a pena, pois dia desses estávamos vendo televisão e apareceu o Grand Canyon e ele falou “olha mamãe, aquele lugar que a gente foi” - nessa hora o orgulho de mãe vai lá no alto e só reforça como vale a pena, sim, fazer viagens com crianças, independentemente da idade.
No fim da tarde, paramos em Seligman para ver os carros antigos e o Relâmpago McQueen - esse é o desenho favorito do Matheus desde que ele tinha 3 anos, e ele amou ver os carros. Ele não curte muito tirar fotos, mas ali quis tirar fotos com todos os carros 😅

Chegamos em Las Vegas já era de noite.

Pernoite: KOA Journey at Sam's Town - 90 dólares.








Dias 15, 16 e 17 - Las Vegas

O camping tinha piscina e o calor era de 45ºC, então aproveitamos o 1º dia em Las Vegas para descansar e nos refrescarmos na piscina. 

Encontramos um casal de brasileiros com uma filha da idade do Matheus e eles ficaram amigos. 
Esses dias de “folga” na viagem, sem rodar, são fundamentais para recarregar nossas baterias, principalmente para o Carlos, que dirigiu durante toda a viagem.
Nos 2 dias seguintes, aproveitamos a cidade para fazermos compras no North e South Premium Outlets, visitar a loja M&M’s (ponto alto de Las Vegas para os meninos), o Trato Feito (para quem gosta do programa de televisão é uma boa pedida), o letreiro de Las Vegas, a Sphere, o Battlefield Vegas, que tem tanques e armas de guerra, e andar pela Strip à noite, tudo isso intercalado com a piscina do camping, para os meninos aguentarem o calor.

Rodamos a cidade de motorhome e sentimos um pouco de dificuldade para estacionar, às vezes tendo que parar longe e seguir o percurso de Uber.

No último dia, saímos tarde de Vegas e seguimos rumo a Barstow, onde passamos a última noite no mesmo lugar onde passamos a 1ª noite, no Walmart.

Pernoites: 2 noites no KOA Journey at Sam's Town - 90 dólares; e 1 noite no Walmart Barstow - free camping.









Dia 18 - Barstow x Los Angeles

Precisávamos devolver o motorhome até 11hs, então acordamos cedo, fizemos aquela limpeza boa, paramos no caminho na cidade de Corona, onde fizemos um dumping grátis, e seguimos rumo à Cruise America em Carson. 

Reclamamos dos problemas que tivemos com o carro e das horas que tivemos que perder em Las Vegas para consertar, e a Cruise America nos deu um desconto no final 😄

Carlos foi pegar o carro que alugamos na Enterprise pela RentCars no Aeroporto de Long Beach e decidimos passar nossa última semana em Palm Springs

Reservei pelo Airbnb um studio no Marriott Desert Springs Villas, em Palm Desert, assim poderíamos aproveitar todas as comodidades de resort do local e descansar antes de voltar para casa.
 

Dias 19 a 25 - Palm Springs

Foi nossa 1ª vez em Palm Springs e região, e gostamos muito. 

O local é um deserto, famoso pelos resorts e por ser destino de férias dos moradores do sul da Califórnia.

A rede Marriott possui o JW Marriott Desert Springs Resort & Spa e, anexo a ele, as “villas”, que são apartamentos que podem ser locados pelo próprio Marriot ou via Airbnb. 

O local é incrível, você fica hospedado no meio dos campos de golf, cada villa tem sua própria piscina, e é possível aproveitar quase todas as comodidades do resort, como as demais piscinas, lagos, brinquedoteca, agenda de atividades...

O complexo possui ainda um shuttle, que liga todos os locais em poucos minutos.

Aproveitamos os dias para descansar mesmo! Passamos muitas horas na brinquedoteca, nas piscinas e fazendo algumas coisas da programação de atividades. Os meninos gostaram muito e foi um ótimo encerramento de férias.
 
No último dia, voltamos a Los Angeles, passamos o dia com minha amiga da cidade e, à noite, embarcamos de volta para casa.









Rodamos 4.000Km e passamos por 7 estados americanos. 

O corpo ficou cansado, mas o coração e a mente se encheram de memórias que levaremos para sempre. 
Viajar com uma criança já é um desafio; com duas, e uma delas sendo autista, é desafio triplo.
Aqui retratamos um pouco da nossa realidade e visão de mundo. Cada criança autista ou com outras deficiências é única e as possibilidades e dificuldades também. 

No mundo atípico, tudo é intenso: as alegrias, os aprendizados e até mesmo os perrengues. 

Ainda assim, acreditamos que é extremamente importante proporcionar essas experiências, sem deixar que o medo ou a opinião alheia nos impeça.

Em muitos momentos, enfrentamos críticas e olhares de reprovação, principalmente quando surge algum comportamento inadequado, alguma crise ou desordem sensorial. Mas, ao ver o sorriso no rosto do Matheus, as descobertas do Felipe ali, lado a lado com o irmão, e as lembranças que se formam a cada instante, temos a certeza de que valeu cada Km, cada obstáculo e cada emoção vivida.

Acreditamos que lugar de autista é em todo lugar, e ao levá-lo para o mundo, não estamos apenas conhecendo lugares, mas também fazendo nossa parte pela inclusão, abrindo caminhos, inspirando e mostrando que a vida pode ser plena e cheia de experiências incríveis quando damos espaço para que todos participem.

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E aí, ficou animado para planejar uma viagem de motorhome pelos Estados Unidos? Você já fez algum roteiro de motorhome nos EUA? Qual foi o destino escolhido?

Nós adoraríamos ter as contribuições de vocês aqui no blog! Deixe as suas dicas na nossa caixa de comentários, por favor! 

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Claudia Rodrigues Pegoraro

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