Como é viajar de motorhome pela Califórnia com um filho autista.
Tanta gente com filhos absolutamente saudáveis me conta que tem medo/preguiça de viajar com os pequenos...então quando vejo uma família com um filho autista, ou uma criança com uma deficiência qualquer viajando, fico sempre super interessada em saber sobre as experiências deles - se viajar com um filho saudável já exige um pouco de paciência, imagino que viajar com um filho com deficiência seja um ato de coragem.
Por isso, fiquei muito feliz quando a Dani Tavares e o Filipe Modesto toparam contar aqui no blog como foi a experiência deles viajando pela Califórnia de motorhome com o filho Davi, que é autista.
Espero que o relato deles sirva como incentivo e estímulo a outras famílias atípicas!
Já estivemos em muitos dos lugares por onde eles passaram na Califórnia, e todas as nossas dicas de viagens de motorhome vocês encontram aqui.
Para ler um outro relato emocionante de viagem de motorhome em família pela África do Sul, veja aqui o texto da Claudia Zirbes, que tem 2 filhas adolescentes e um filhote de 10 anos autista, o Gui - o relato da experiência dela de viajar com uma criança atípica é empolgante e também serve de inspiração e de exemplo para muitas outras famílias, atípicas ou não!
Agora, com a palavra, Dani e Filipe:
Durante nossas férias nos EUA, a Claudia nos convidou para escrevermos sobre a nossa experiência viajando com uma criança com deficiência.
Bom, devo confessar que eu fiquei com medo 😅 - afinal, além de a Claudia ser uma super viajante que já deu, senão todas, quase todas as dicas incríveis, possíveis e imagináveis que alguém poderia dar, ela é uma super escritora! Por aqui, amamos acompanhar o Pequeno Viajante e ler tudinho que ela posta.
Topado o desafio, lá vamos nós!
Particularidades do Davi
Davi é autista e tem epilepsia.
A epilepsia se manifestou no seu 1º mês de vida. Já o autismo, embora tivesse com os sinais ali desde o princípio, como pais de 1ª viagem não percebemos. Então, o autismo chegou para nós antes dos 2 anos de idade.
Nesse novo mundo que estávamos conhecendo, pesquisando e aprendendo, um texto em especial falou comigo desde a 1ª vez que o li: o título é Bem-vindo à Holanda.
Fala de uma viagem planejada para a Itália que, por uma mudança de rota, acaba na Holanda. O viajante, então, tem que ajustar todo o seu planejamento.
Viajar com uma criança com necessidades especiais, em alguns momentos, pode ser assim. Você planeja um roteiro, mas as coisas podem mudar sempre. Acredito que, com uma criança típica, também não seja muito diferente. No nosso caso, saímos de casa com isso sempre muito claro em mente. De acordo com as necessidade apresentadas por Davi, todos os planos podem ser refeitos.
Na época da viagem, Davi estava com 12 anos. Ele é autista não verbal e nunca falou, o que acaba complicando um tantinho as coisas. Temos que estar sempre atentos aos poucos sinais que ele apresenta.
Faz um tempo que tentamos com ele a comunicação por troca de figuras (Picture Exchange Communication System - PECS), mas ela ainda é muito pobre. Basicamente ele pede apenas coisas que lhe são prazeirosas. Pedir para ir ao banheiro, por exemplo, por meio das figuras, ainda não rola. E uma das vantagens do motorhome é que é muito mais fácil para ele ir ao banheiro sozinho. Ter um banheiro sempre disponível, sem dúvida, é garantia de autonomia. Davi passa a se sentir em casa. Se fosse um carro convencional ou outro meio, teríamos que parar em banheiros de estrada a cada 2 ou 3 horas e descobrir, dentro do banheiro, se ele quer usar.
Apresentadas essas particularidades da nossa criança, avancemos em como acontece nosso processo de viagem.
Preparativos para viajar com o Davi
A 1ª coisa que fazemos é comprar as passagens. Antes, pagávamos pelas reservas dos assentos. Agora, seguindo o conselho da Claudia, não pagamos mais. Graças a Deus, nesta viagem deu tudo certo. Nos acomodaram em assentos juntos na ida. Em uma das conexões, só foi possível 2 assentos juntos. Mas tudo certo! Desde que um de nós sente com ele, ficamos super de boa!
Depois das passagens compradas e da data de partida definida, é hora de marcar a ida ao neurologista. Fazemos uma boa revisão com ele. Exames, checagem das doses dos remédios e, caso necessário, ajustes nas doses (Davi toma 2 remédios para prevenir convulsões). Nesta viagem foi realizado ajuste da medicação antes do embarque, porque ele cresceu um bocado e ganhou alguns quilinhos.
Além dessa parte, sempre levamos um laudo novo (de preferência em português e inglês), que contém todo o quadro apresentado por ele, seus dados, as medicações usadas e de que forma os remédios são administrados.
Nós levamos toda a medicação na mala de mão. Fazemos as contas da quantidade necessária de remédios e, geralmente, levamos um pouquinho a mais. Como é uma medicação controlada e difícil de ser adquirida, morro de medo de ser extraviada. Não me desgrudo dessa mala por nada nesse mundo! Levo a medicação que será administrada durante o voo na minha bolsa de mão.
Um item muito importante durante a viagem, para nós que temos esse compromisso sério com os horários dos remédios, é aquele estojo com compartimentos para cada dia da semana, dia/noite. Hoje não vivemos sem! Esse estojinho é uma mão na roda. Ajuda muito nas correrias de qualquer viagem. Na empolgação com as paisagens, nas confusões de fuso...pode ser que a gente esqueça de dar alguma dose. Mas, usando o estojo, logo ficamos cientes se houver algum esquecimento.
Além dos remédios usuais, levamos também um remédio de emergência, que serve para parar uma convulsão, caso aconteça. Graças a Deus, durante as viagens, nunca passamos por nenhuma crise!
Além de toda a medicação na mala de mão, coloco também as clássicas peças de roupas a mais que todo mundo coloca. Na mochila do Davi vão: um iPad com os jogos e os vídeos preferidos dele, fones de ouvidos, alguns brinquedos pequenos que ele goste bastante (geralmente Legos grandes), algumas guloseimas da preferência dele e uma página com os PECS mais usados por nós.
Enquanto esperamos o voo, geralmente compramos uma garrafinha de água. E assim, a mochila está completa. Na hora de embarcar, Filipe prefere ficar distraindo Davi na área de embarque e entrar quase que por último no avião. Até hoje foi tudo bem tranqüilo conosco. Mesmo se entramos antes e ele tenha que esperar lá dentro, em todas as nossas experiências, Davi sempre ficou muito tranquilo.
Durante a subida e descida da aeronave sempre fica tudo bem também. É um momento que ele costuma gostar. Principalmente se estiver sentado na janela. Ele fica olhando pra fora, curtindo mesmo. Algumas vezes coloca os dedinhos nos ouvidos para se regular por conta dos estímulos e barulhos em volta. Até hoje, tudo ok! Já nos momentos de turbulência, ele acha a maior graça. Sabe de nada, inocente!
Planejamento para a viagem à Califórnia
Bom, esta foi nossa 2ª experiência alugando motorhome. Em nossa 1ª viagem, alugamos um motorhome por 25 dias em Barcelona, e conseguimos visitar 12 países na Europa. Uma vantagem que tivemos foi alugar, pelo mesmo período, 2 bicicletas e uma cadeirinha para criança em uma loja em Barcelona. A bicicleta complementa o motorhome, pois podemos estacionar poucos quilômetros afastados e explorar melhor as cidades, pedalando e prendendo as bikes junto aos pontos turísticos.
Motorhome não estaciona em qualquer lugar e, estacionando à meia distância sem bicicleta, Davi teria que andar mais e acabaria "encurtando" nossos dias pelo cansaço. Ah! Sem falar que Filipe pedala sempre com Davi na garupa em nossa cidade, Rio das Ostras, e Davi gosta muito! Então, para esta 2ª viagem, também planejamos alugar 2 bicicletas e prender atrás do motorhome.
Para esta viagem, planejamos um roteiro de 31 dias pela California e um pouquinho do Arizona e Nevada. Escolhemos fazer o tour circular no sentido “anti-horário”, pois todos dizem que o trecho costeiro da Big Sur é bem melhor de fazer do norte para o sul, por ser mais fácil de parar nos mirantes.
Como em nossa viagem pela Europa pernoitamos muitas vezes na rua tranquilamente, planejamos não pagar por nenhuma pousada/camping ou serviço de água/dump (esgoto) no tour pelos EUA. Spoiler: conseguimos!
Compramos passagens saindo do Rio de Janeiro em 26/05/2019, com conexão em Atlanta, e chegando em Los Angeles no dia seguinte, última segunda-feira de maio. Bem depois de comprarmos as passagens, descobrimos que a última segunda de maio é feriado lá nos EUA - Memorial Day - e a agência na qual alugamos o motorhome estaria fechada. Seria um “dia perdido”, então, somente para a 1ª noite, tivemos que reservar hotel.
Dia 1 - Norwalk
Chegamos em Los Angeles e pegamos um Uber até a cidade de Norwalk, que fica dentro da Grande LA, e próxima de onde pegaríamos o motorhome no dia seguinte.
O hotel escolhido pro pernoite fica a 600m da locadora El Monte RV, entre as cidades de Norwalk e Santa Fé Springs.
Chegamos no hotel por volta de meio-dia local. Fomos almoçar em uma lanchonete próxima e voltamos para descansar da longa viagem e tentar nos acostumar com a diferença de fuso horário.
Dia 2 - Upland
Acordamos, tomamos café da manhã e partimos para pegar a nossa casa pelos próximos 30 dias.
Havíamos feito reserva e pagamento no Brasil pelo site Motorhome Republic. Pagamos uma taxa de U$ 130 por termos escolhido a retirada pela manhã. Na hora não fez muito sentido para nós, mas é o horário de rush das devoluções. Então, se quiserem economizar essa grana, retirem à tarde. A própria agência nos alugou 2 bikes, mas não tinham cadeirinha, só bagageiro atrás de uma.
Com todos os papeis assinados, fomos assistir ao vídeo de instruções. Logo após, vistoria no carro e instruções finais. Tudo ok, partimos!
Almoçamos na mesma lanchonete do 1º dia. Seguimos para uma pracinha em Upland, outra cidade na Grande LA, para encontrar uma família de amigos que moram lá. Davi e Filipe aproveitaram para brincar bastante na praça.
Depois, percorremos os Walmarts, Ross, 99cents e afins para abastecermos a casinha. Nossos amigos nos levaram para jantar no Raising Cane’s, que, segundo eles, serve o melhor frango crocante.
No Walmart compramos um bolo para comemorar com nossos amigos o aniversário de 12 anos do Davi, que era exatamente naquele dia, 28 de maio. Lógico que a festinha foi no motorhome, no estacionamento do Walmart mesmo! Após a festa, ficamos ali para o pernoite, porém…
Na empolgação, não percebemos que aquele Walmart proibia o pernoite! Claro que fomos acordados com gentis murros na janela da cama uma hora da manhã…kkkk.
Passado o susto, nos dirigimos para uma rua e nos juntamos a um motorhome que já estava pernoitando no local. Tudo certo, dormimos o sono dos justos!
Dia 3 - Rancho Cucamonga e Angeles Forest
Dia de arrumar as coisas nos armários e dar aquela "garibada" na casinha. Amanheceu fazendo frio, tomamos banho pela manhã e o aquecedor funcionou perfeitamente. Depois nos encontramos com nossos amigos e fomos almoçar no Dennys.
Após o almoço, levamos as crianças ao Cucamonga-Guasti Regional Park.
A tarde havia esquentado e as crianças se divertiram com os brinquedos aquáticos do parque. Havia também algumas pessoas pescando por lá, fazendo piquenique…curtindo de modo geral com suas famílias.
No finalzinho da tarde, partimos para as montanhas de Angeles National Forest. Aproveitamos o restinho de tarde por lá, tomando café, e colocamos o papo em dia.
Retornamos ao Walmart de Upland, compramos pizzas pré-assadas e usamos o forno do motorhome pela 1ª vez. Tudo perfeito! Vale a pena ter sempre pizza pré-pronta do Walmart na geladeira como alternativa de janta. Fizemos free camping na mesma rua da noite anterior.
Dia 4 - San Bernardino
Acordamos, tomamos café da manhã e completamos a caixa d’água do motorhome no condomínio de nossos amigos. Depois, fomos comprar um 2º chip de celular e procurar um assento de bike para ficar mais confortável pro Davi.
Na nossa 1ª volta de bike por Upland, ainda sem o assento, a câmara de ar da bicicleta dos meninos estourou. De cara já tivemos de trocar o pneu. Custo: U$ 45 (!).
Depois, partimos para San Bernardino em busca da 1ª lanchonete dos irmãos McDonald. Como trabalhei no McDonald’s na juventude, e curti bastante aquela época, queria muito conhecer!
Paramos no Veteran’s Park em Fontana pro almoço. Parque na hora do almoço é sempre o momento do Davi gastar energias com o pai, enquanto eu preparo a comida no motorhome. Almoçamos e logo seguimos para San Bernardino…
Pretendíamos visitar um mini-museu sobre a Route 66 (para quem vai visitar a Rota 66 no Arizona, não vale tanto a pena) e, principalmente, onde funcionou o 1º McDonalds e hoje também é um museu.
Infelizmente, os dois estavam fechados, mas amamos mesmo assim. San Bernardino é uma cidade pobre na Grande LA, então sair da rota mais tradicional de turismo é muito interessante e enriquece demais a viagem. Filipe esticou até Redlands, para conhecer um campus de geomática (profissão dele) e depois seguimos para a cidade de Corona, onde passamos a noite em um Walmart que permitia pernoite.
Dia 5 - Disneyland
Saímos em direção a Anaheim, mas antes passamos na estação de tratamento de esgoto de Corona. A Prefeitura fornece uma estação de dump (esgotamento sanitário) sem nenhum custo para motorhomes. Ficamos sabendo das estações de dump gratuitas nos EUA através do site Sanidumps.
Com o carro ok, seguimos nossa viagem para um Walmart de Anaheim. Lá fomos atrás de produtos específicos da Disney por preços bem mais em conta do que dentro dos parques. Compramos canecas, camisetas e ímãs de geladeira. Imaginem que Filipe queria parar o motorhome em algum estacionamento Walmart e chegar nos parques pedalando…consegui fazer com que ele desistisse dessa ideia!
Partimos para o estacionamento da Disney, e demos umas 3 voltas até achar a entrada correta para motorhomes. Achamos, graças à ajuda de um porteiro de uma das entradas de um dos estacionamentos. Aquele momento encantamento Disney! Ele nos deu um papelzinho com todas as anotações do trajeto que devíamos fazer de onde estávamos até o local certo. Motorhome estacionado por U$ 25 o dia, partimos para a diversão.
Diferente da Disney Paris, que concede ingresso gratuito para um acompanhante de pessoa deficiente, na Disney California não rola isso. É um ingresso comum e ponto. Ingressos comprados, entramos e fomos para o Visitor Center para habilitarmos o "passe especial" do Davi.
O "passe especial" funciona tipo um "fast pass” manual. Nos parques há quiosques específicos espalhados, e a gente vai marcando os horários dos brinquedos nesses quiosques. Achamos o da Disney Paris bem mais fácil, mas tudo bem, o da Califórnia funciona também.
Das várias atrações, a mais radical que o Davi andou foi o Matterhorn Bobsled. Uma montanha-russa de 45m de altura e que chega a 40Km/h de velocidade. Ficamos no parque até o final, Davi conseguiu curtir a queima de fogos. Dia perfeito.
Ao chegarmos ao estacionamento, vimos que tínhamos deixado o farol aceso! Tentamos dar a partida e nada…ainda bem que aquele modelo de motorhome tem um dispositivo que permite dar a partida com a bateria da casa. Ufa! Saímos e fomos procurar um local para dormir. Dormimos em uma rua empresarial super tranquila de Garden Grove, junto a Anaheim.
Dia 6 - Disney California Adventure
Acordamos às 6hs da manhã com o povo da rua trabalhando. O povo trabalha bastante!
Mais um dia de parque! Logo na entrada, nas cabines de revista, fomos barrados por eu estar com um mini pau de selfie da GoPro. O engraçado é que, no dia anterior, eu tinha entrado com o mesmíssimo equipamento, só que ele estava dentro da mochila, e neste dia estava na minha mão. O funcionário me perguntou se ele abria mais e eu abri totalmente para ele ver. Então ele nos disse que não poderíamos entrar, que teríamos de voltar ao estacionamento para guardá-lo ou jogá-lo fora. Perdemos esse tempo retornando ao estacionamento, mas tudo certo, também foi um passeio a mais de ônibus pro Davi, que ele gosta.
Entrando no parque, seguimos para o Visitor Center novamente, para a habilitação do "passe especial”. O parque estava bem mais vazio que o Disneyland no dia anterior. Usamos o passe especial apenas para as atrações mais cheias.
O brinquedo mais legal do dia foi sem dúvidas o Radiator Springs Racers. Tivemos um dia super agradável no parque. Davi conseguiu assistir apenas um pedacinho do show de encerramento, depois dormiu.
Chegamos à conclusão que, para uma próxima viagem, teremos dias de descanso para o Davi logo após um dia de parque. É muita correria e são muitos estímulos para ele. No outro dia, ele fica completamente esgotado.
O estacionamento neste dia foi de U$ 30 (sábado). Uma alternativa ao estacionamento caro seria pegar um Uber de onde dormimos. Voltamos para dormir na mesma rua da noite anterior.
Dia 7 - San Diego: Mission Bay e Sunset Cliffs
Acordamos tarde, moídos após 2 dias seguidos de parques. Saímos às 10h30min de Anaheim em direção a San Diego.
Paramos em San Onofre para o almoço e preparamos tudo no próprio motorhome. Depois de 2 dias comendo bobeiras, precisávamos de comida de verdade. Após o almoço, seguimos até Mission Bay, um parque público onde há estação de dump. Estacionamos, demos umas voltas de bike pelo parque, fizemos o esgotamento sanitário e completamos a caixa d’água, tudo grátis.
Demos umas voltas nas redondezas, visitamos Fiesta Island e depois fomos para Sunset Cliffs assistir ao pôr do sol. Demos mais umas voltas pelo bairro de Sunset Cliffs admirando as casas, as ruas…e, logo após, partimos para o pernoite em frente à estação de tratamento de Encina, na cidade de Carlsbad, onde alguns motorhomes pernoitam, pois a Prefeitura de San Diego não permite pernoite nos locais públicos.
No parque Mission Bay, por exemplo, embora tenha muitas vagas, é proibido estacionar de 2hs da manhã às 6hs.
Dia 8 - San Diego: Balboa Park e USS Midway
Acordamos, estacionamos junto à praia de North Ponto para tomar café e depois revisamos nossos planos para visitar o porta-aviões USS Midway. Pensamos em rodar San Diego de bike, então visitamos algumas lojas de bike procurando o assento de garupa…e não achamos. Foram “horas perdidas" 😢
Sem assento, com tempo curto e possível dificuldade para estacionar o motorhome no centro, onde fica o Midway, decidimos que Davi e eu ficaríamos no Balboa Park e Filipe iria sozinho. Quando Filipe voltou do pedal, ele disse que encontrou o horário de visitação já encerrado e achou a pedalada Midway-Balboa (5Km, porém com 90m de desnível) meio puxada kkkk...
Demos umas voltas pelo Balboa Park e exploramos os jardins. Não chegamos a entrar no zoológico, pois achamos o ingresso um tanto salgado para uma atração que o Davi não exploraria tanto. Davi é muito sensorial e curte atrações mais cinestésicas e menos observatórias.
Depois, passamos de motorhome junto ao porta-aviões e, enquanto Filipe esperou com o carro ligado num estacionamento do lado, tirei algumas selfies junto à Estátua do Beijo.
Partimos em direção ao Joshua Tree National Park. Após uma longa esticada na estrada, dormimos no estacionamento do Walmart de Yucca Valley, já próximos do parque.
Dia 9 - Joshua Tree e Mojave Desert
Tomamos café e começamos nosso dia pelo Visitor Center do Joshua Tree. Conhecemos o pequeno museu que conta a história do parque, pegamos um mapa, algumas informações e partimos para o parque.
Como tínhamos o plano de conhecer outros parques, compramos o passe anual para todos os parques nacionais. Esse passe custou U$ 80 por carro, independente do número de pessoas, e é uma boa vantagem, pois a visita a apenas um parque seria U$ 30. Outra vantagem que descobrimos depois é que o passe dá acesso às estações de água e dump para motorhomes, dentro dos parques.
Passamos o dia no Joshua Tree, almoçamos e colocamos Davi para fazer pequenas escaladas por lá, coisa simples e que ele ama. Também pedalamos pelo parque. Como desistimos do assento, Filipe passou a pedalar e guiar, dali pra frente, sentado no bagageiro atrás, enquanto Davi sentava no banco confortável apenas segurando o guidom.
Foi um dia super proveitoso. O dia estava lindo, tivemos um lindo entardecer. Gostamos bastante do Joshua Tree. Eu queria ficar até o anoitecer, mas Filipe achou que seria pior para encontrarmos um lugar de pernoite no caminho. Saímos em direção ao Arizona, passando pelo Deserto de Mojave. E foi lindo ver o finzinho de tarde e o início de noite literalmente na estrada. O tom avermelhado do céu se confundindo com o deserto alaranjado e as montanhas ao fundo é lindo.
Dormimos em um ponto qualquer no meio do Deserto de Mojave, afastados da estrada. Absolutamente nenhuma construção por perto. Foi uma experiência única!
Dia 10 - Route 66 no Arizona
Acordamos no Mojave e saímos no sentido do Grand Canyon. Na nossa rápida passagem pela “pontinha sul” do Nevada, encalhamos no acostamento "Soft Shoulder” da estrada. Me empolguei com a placa "Seja Bem-Vindo a Nevada", mas…não foi uma boa ideia a parada para foto.
Ficamos 2hs atolados no acostamento de brita, tentando sair. Tivemos 4 pessoas que pararam com a intenção de nos ajudar, mas apenas a 4ª teve sucesso de fato. Em 10 segundos, o cara engatou a ré e tirou o carro do atoleiro. Quem sabe, sabe!
Depois desse imprevisto, seguimos para o Arizona, desfrutando de temperaturas super quentes. Nosso almoço no estacionamento de um posto em Golden Valley (gasolina no Arizona é bem mais barata do que na Califórnia) certamente foi a 40ºC de temperatura ou mais!
Já em Kingman, pegamos o trecho original da Rota 66 até a vila turística de Seligman, onde visitamos lojinhas de souvenirs da Rota 66 e mini-museus dos anos 50. Filipe gostou bastante.
Chegamos no parque Grand Canyon quase à noite. Ficamos completamente encantados com a beleza e grandiosidade do Mather Point. Na correria para aproveitar o final do dia já no parque, Davi ficou um pouco estressado. Acho que foi muita correria e estrada para ele, sem atrativos sensoriais, como um bom parquinho, para dar uma boa extravasada.
Naquele e em muitos parques nacionais, o pernoite é restrito. Então fomos buscar lugar na bonita e pequena cidade de Tusayan, na entrada do parque. Nós chegamos a ir em um camping, em que o pernoite custava U$ 56 a opção de vaga mais barata. Super caro!!
Como o aplicativo iOverlander nos indicou um ponto de pernoite grátis ali perto, fomos checar. Era um bosque bem próximo à estrada de Tusayan, já com vários motorhomes estacionados e grupinhos de pessoas conversando em volta de fogueiras. Noite bem tranquila!
Dia 11 - Grand Canyon National Park
Acordamos e, após os trâmites de início da manhã, partimos para uma estação de dump dentro do parque. Fizemos esgotamento e reposição de água da casa, tudo de graça pros visitantes (começamos a perceber que valeu comprar o passe anual em Joshua Tree).
Depois do dump, visitamos a Grand Canyon Village, que tem uma estação de trem. Como Davi ama passear de trem, fomos nos informar, mas disseram que a compra/embarque é na cidade de Williams (entre Seligman e Tusayan). Se não pudemos andar de trem, andamos de ônibus. E Davi amou passear no ônibus do parque!
A linha laranja inclui o Museu Geológico, com vista para Yavapai View, e o Yaki Point. Filipe queria conhecer esse museu, mas acabou desistindo, achando que Davi não ia gostar, porém nos encantamos com o belíssimo Yaki Point.
De volta à nossa motorcasa, fomos para os mirantes mais distantes, como o cinematográfico Lipan Point, onde preparamos o almoço e almoçamos apreciando a linda vista. Em seguida, fomos até o castelinho Desert View, que pode ser visitado por dentro, e tem uma vista deslumbrante. Voltamos pro Lipan Point esperando o entardecer e fomos presenteados com um pôr-do-sol fora de série!
Retornamos para dormir no bosque próximo a Tusayan, no mesmo local que dormimos na noite anterior.
Dia 12 - Grand Canyon e Las Vegas
Acordamos, tomamos café e partimos novamente para nos despedirmos do parque. Fomos novamente ao Mather Point dar aquela última contemplada. Aproveitamos para dar a nossa volta de bike pelo parque. Andamos numa ciclovia bem próxima à beira do canyon, do Mather Point ao Pipe Creek Vista.
Confesso que fiquei com um certo medinho. Já os meninos, corajosos que são, aproveitaram ao máximo as pedaladas. Voltas de bike pertinho dos precipícios do Grand Canyon é teste para cardíaco 😌
Mas terminamos bem, graças a Deus! Até logo dado, partimos em direção a Vegas. Abastecemos o combustível e almoçamos na estrada (aproveitando a gasolina barata do Arizona). Com muitas roupas sujas, lavamos e secamos roupas numa lavanderia em Kingman.
Voltando à estrada, quase na divisa com Nevada, pegamos ventos fortíssimos. O motorhome balançava bastante na rodovia, mas seguimos as orientações de dirigir com cuidado que apareciam ao longo da pista e ficou tudo certo.
Chegamos em Las Vegas já era noite. Davi ficou totalmente fascinado por todas as luzes da cidade. Foi lindo de ver o olhar de encantamento dele. Uma experiência simples que encheu o nosso coração de alegria.
Passeamos pela famosa Strip Boulevard, que estava bem cheia. Comemos uma pizza no Grand Bazaar e fomos até a Harmon. Voltamos, assistimos ao show das águas no Bellagio, passeamos mais um pouco e voltamos para o carro. Nossa passagem foi rápida, mas, considerando as limitações de Davi, foi perfeita!
Dormimos em um estacionamento próximo à Strip Boulevard, indicado no aplicativo iOverlander (em nossas pesquisas, aparentemente Las Vegas não permite pernoite na rua).
Dia 13 - Death Valley
Acordamos após uma noite mais ou menos. Achei o centro de Vegas super barulhento, muitas sirenes tocando à noite, muitas buzinadas, carros acelerando e freando…cidade bem frenética!
Após tomarmos café, corremos em direção à placa Fabulosa Las Vegas. Havia uma fila gigante para fotos, e me contentei com a foto na fila mesmo. Seguimos para um Walmart ainda em Vegas e, após comprarmos algumas coisas, preparamos nosso almoço no estacionamento e partimos para o Death Valley (Vale da Morte).
Pelo caminho, tivemos a oportunidade de avistar algumas estufas de cannabis medicinal. A estrutura e paisagismo de hotéis dentro do Death Valley impressiona, pois em volta a paisagem é bem seca. Fomos no Zabriskie Point e ao Furnace Creek Visitor Center, que fica abaixo do nível do mar. Aproveitamos a estação para dump liberada do parque, demos um bom banho no Davi, tomamos banho também, tratamos de dar aquela abastecida na água e fizemos o esgotamento.
Curtimos um belo pôr-do-sol no Panamint Valley e pernoitamos em uma 'rest area' em Cosco Junction, com uma estrutura boa. Dormi mal novamente, porque um caminhoneiro passou a noite ligando e desligando o caminhão. Um barulho ensurdecedor. Era uma carreta com um motor potente pra caramba!
Dia 14 - Sequoias e Kings Canyon Park
Ao acordar, uma surpresa: esquecemos as luzes ligadas novamente! Mais uma vez fomos salvos pela bateria da casa. Essa possibilidade de dar partida no motor usando a bateria da casa é uma vantagem e tanto.
Após o café, partimos para o Parque das Sequoias. Queríamos ver as famosas árvores gigantes e milenares. Fomos direto para o Foothills Visitor Center para pegarmos informações e mapa. Descobrimos que o comprimento máximo permitido para veículos circularem no Sequoias Park é de 24 pés (7,3m), e o nosso carro era maior. Os atendentes nos informaram que nosso carro só conseguiria chegar à Giant Forest pela entrada do Kings Canyon Park, dando uma volta de 120Km. Ficamos no Foothills calculando no mapa se valeria pedalar até a Giant Forest, onde estão as maiores árvores: General Sherman, President e Lincoln. Vimos que pedalaríamos mais de 60Km (entre ida e volta), fora a subida montanha acima. Davi estava sem assento confortável para ficar tanto tempo no bagageiro da bicicleta, então desistimos. Partimos para o Kings Canyon Park.
Para economizar 40Km, Filipe resolveu não ir pela estrada principal, mas por um atalho 😡
Pegamos uma estrada bem estreita, rústica e sinuosa, com direito a buzinadas contínuas nas curvas-cotovelo. Chegando ao Kings Canyon, fomos ao Grant Grove. Próximo ao estacionamento, já era possível ver as primeiras gigantes. Lindas! Fizemos a trilha das sequoias gigantes próximas à General Grant. Na trilha há uma sequoia tombada, a Fallen Monarch, onde pudemos passar por dentro do tronco oco. Davi amou explorar a gigante caída. Passou por dentro várias vezes, ficou passando a mão e sentindo a textura. Da General Grant até a Giant Forest são 50Km, mas já iria escurecer e estávamos cansados, então partimos para o pernoite.
Fizemos uma comprinha rápida no Walmart de Sanger, no Condado de Fresno, onde descansamos.
Dia 15 - Yosemite Valley: Southside
Após o café, caímos na estrada sentido Yosemite Park. Demos uma boa esticada entre os 2 parques. Paramos para realizar o almoço em um ponto qualquer da estrada. Enquanto eu preparava o almoço, Filipe dormia, descansando um pouco da noite anterior, porque paramos bem tarde. Nós ficamos bem pilhados na estrada, no sentido de aproveitar ao máximo a viagem e o dia. Enquanto há luz, estamos acesos! E, muitas vezes, mesmo quando a noite cai, ainda estamos muito dispostos planejando o próximo dia ou revendo algumas coisas do dia que passou.
Após o almoço, limpeza na casinha! Tudo em ordem, seguimos para Yosemite. Entramos e saímos no parque por Briceburg. Antes da entrada do parque, demos de cara com o lindo Rio Merced, super cheio, caudaloso; descia a montanha com pressa. De cara, ficamos encantados! Já dentro do parque eis que surge Bridalveil Fall, e aí…morremos de amores.
Em mim era aquele misto de sensações: meu Deus, que natureza perfeita! Me sentindo dentro do fundo de tela do Windows! Estacionamos num ponto da Southside drive e tomamos um café da tarde admirando a Yosemite Fall da nossa janela. Os meninos deram algumas voltas de bicicleta e logo o sol já estava indo embora.
Após todo encantamento, fomos para o pernoite. Dentro do parque há camping, mas as reservas devem ser feitas previamente e com bastante antecedência. Não fizemos. Nossa intenção era fazer o máximo de free campings que pudéssemos. Fizemos free camping seguindo uma indicação do iOverland, num ponto próximo ao Mariposa Grove, mas fora do parque. É um estacionamento calçado, escondido, bem no meio da floresta de coníferas. Havia outros motorhomes junto conosco e achamos seguro.
Dia 16 - Yosemite Valley: Northside
Como nos outros dias, acordamos e seguimos aquela ordem: café da manhã, banhos e organização da casa. Por ser um espaço pequeno, tentamos manter sempre organizado. Tudo no lugar, partiu Yosemite. Chegamos cedo e conseguimos uma vaga na Southside drive, bem próximo à Swinging Bridge e com vista ampla para a Yosemite Fall.
Pegamos nossas bikes e fomos explorar o lado norte do vale. Seguimos em direção ao Mirror Lake. Fomos de bicicleta até onde era permitido, depois o restante do caminho foi a pé. A água do lago estava extremamente gelada, chegava a doer. Davi estava doido para mergulhar, mas não havíamos levado roupas extras, nem toalhas. Então ele ficou só naquele namorico de borda mesmo.
Neste dia compramos um delicioso frango assado em um mercado do parque e comemos no motorhome. Após o almoço, fomos para a Yosemite Fall, de bicicleta até um determinado ponto e o restante do trajeto a pé. De longe já se ouvia o som da queda de água, extremamente forte. Quanto mais nos aproximávamos da queda, mais alto era o som. Junto ao som, se juntavam as gotículas de água, formando uma chuva bem fininha de longe, e mais forte no pé da queda de água.
Davi tentou se regular com as mãos nos ouvidos. Embora antes ele estivesse empolgado, acompanhando o rio que se forma com a queda, quanto mais nos aproximávamos da queda (e o som das águas aumentava), mais desconforto ele mostrava. Então, quando chegamos no pezinho da queda e “entramos” naquele festival sensorial de som, frio, chuva…Davi se assustou.
Tivemos de nos afastar um pouco, conversar com ele e acalmá-lo. Aproveitamos uns blocos de pedra próximos e deixamos ele explorá-los, "escalando" com o pai, enquanto se organizava sensorialmente novamente. Ficamos por ali aproveitando aquela paisagem linda. Encontramos uma família de brasileiros, trocamos algumas palavras e tiramos fotos uns dos outros. Para minha decepção, na nossa foto, o cara focou somente em nós, e dispensou a cachoeira 😟
Depois de aproveitarmos até o sol ir embora, voltamos para o pernoite no mesmo local da noite anterior.
Dia 17 - Yosemite Park: Mariposa Grove
Neste dia, visitamos Mariposa Grove e aproveitamos novamente a oportunidade de admirarmos outras milenares sequoias. Estacionamos o motorhome no centro de visitantes de Mariposa Grove e pegamos o ônibus do parque, que nos leva para o início da trilha. A trilha é bem tranquila e Davi percorreu com muita facilidade. Pudemos ver mais uma gigante caída (com o mesmo nome Fallen Monarch do Kings Canyon Park), a Grizzly Giant, e outra com um túnel para carros escavado na sua base - disputadíssima para fotos (essa prática era comum mas, ainda bem, não ocorre mais).
Depois fomos para a antiga vila de Wawona, que conta a história dos desbravadores de Yosemite. Filipe gostou muito dessa vila, com casas e carros originais do século 19 (e até uma ponte coberta dos filmes de faroeste!). A vila fica próxima ao Hotel Wawona e de uma dump station. Aproveitamos para fazer dump e completar a água da casa, claro! Logo após, seguimos em direção ao Vale de Yosemite. Nosso plano era ficar por lá e aproveitar o restante do dia. Porém, ao atravessarmos o túnel...batemos! Retrovisor com retrovisor, em outro motorhome que vinha no sentido oposto. Foi um estouro e estilhaços de espelho pra tudo que era lado. Eu fiquei super nervosa! Quando olhei pro Filipe, o rosto dele estava sangrando, e ele bem tranquilo.
Terminamos de atravessar o túnel e paramos logo no mirante para avaliar os danos. Como as estradas do vale são de mão dupla, com apenas uma faixa para cada sentido e sem acostamento, nenhum dos dois motoristas parou. A batida aconteceu muito rápido e cada um seguiu com seu prejuízo. Logo após, começamos a tentar um contato com a locadora, como orientava o contrato. Como no parque praticamente não há sinal de celular ou internet, adiantamos nossa saída. Em Mariposa, fizemos o primeiro contato com a locadora, e nos orientaram a comprar um novo espelho, que eles nos reembolsariam. Então nos dirigimos a uma concessionária Ford em Merced para tentar achar o espelho. Sem sucesso.
A solução foi comprar um espelho 'Tabajara' numa loja de autopeças. O espelho mais parecia um papel alumínio! Heheheh...a visibilidade ficou bem ruim, mas era o que tínhamos.
Dia 18 - Modesto e Fremont
Filipe tem sobrenome Modesto, por isso queria conhecer a cidade de Modesto. Visitamos o arco de entrada, e passamos pela praça George Lucas (o cineasta de Star Wars é de Modesto). Eu visitei uma boa loja de confeitaria mas, como pensei que acharia uma outra maior pela viagem, não comprei nada, e me arrependi.
Fomos ao mercado, onde Davi escolheu alguns brinquedos, papel e algumas canetinhas, e almoçamos junto à entrada da cidade. Depois pegamos a longa estrada para Dublin, na Grande San Francisco, onde há uma agência da locadora do nosso motorhome, pois queríamos trocar o nosso retrovisor de “papel-alumínio” por um de verdade.
Na agência nos disseram que demoraria para encomendar um retrovisor e, como Filipe já estava adaptado ao "papel-alumínio", decidimos ir até o fim da viagem com ele mesmo. Como já estava próximo do entardecer, achamos no iOverlander um parque interessante pro pernoite na cidade de Fremont.
Foi uma grata surpresa o belo Central Park de Fremont, cheio de patos, gansos e um lindo lago, o que nos motivou a dar uma gostosa pedalada de fim de tarde. Foi uma noite bem tranquila.
Dia 19 - Silicon Valley
Acordamos, fomos a uma lavanderia ainda em Fremont e partimos para conhecer as empresas de tecnologia do Vale do Silício.
Conhecemos os centros de visitantes da Apple e da Google (lógico que pedalamos no campus da Google!).
Depois, demos uma olhada no museu da história do computador e na sede da Microsoft no Vale do Silício, que ficam na mesma rua.
Fizemos compras e almoço no estacionamento de um Walmart, demos uma passada em frente à lendária garagem do Steve Jobs, onde começou a Apple, e fomos para a Universidade Stanford, onde Filipe quis visitar o estádio do Brasil na Copa de 1994.
Já terminando o dia, rumamos para o pernoite em San Francisco. Passamos por uma rest area segura para pernoite em San Mateo, mas seguimos cruzando San Francisco e a Ponte Golden Gate para pernoitar no mirante ao norte da ponte. Uma vista maravilhosa com noite super fria!!
Dia 20 - San Francisco: North Beach e Downtown
Neste dia, tomamos café, demos um rolé em Sausalito, Strawberry e então fizemos a 1ª travessia paga da Golden Gate (pedágio sentido sul, pago pela internet). Estacionamos em Crissy Field East Beach, um dos poucos lugares para estacionar motorhome 0800 durante o dia, e compramos 3 bilhetes de transporte municipal “diária livre" pelo aplicativo, pagando U$ 12 cada (vale a pena).
Pedalamos de Crissy Field até a estação do famoso bondinho, próxima à Ghirardelli. São 3,5Km de pedal, passando pela colina do Fort Mason, com uns 15m de desnível. Confesso que a subida foi difícil para mim, mas Davi só curtiu, principalmente nas descidas.
Prendemos as bikes e pegamos o bonde em Fisherman's Wharf para o centro. Como compramos o passe livre, poderíamos ter parado na Lombard Street e em Chinatown, mas seguimos para o ponto final, na Market Street.
Após uma volta pelo centro, pegamos o bonde “vintage" para Embarcadero (próximo de onde deixamos nossas bikes). Davi gostou demais dos passeios nos bondes! Descemos no Pier 39, visitamos os leões marinhos, demos uma voltinha de carrossel e planejamos almoçar no Bubba Gump, mas não rolou. Restaurante lotado, com tempo de espera bem longo pro Davi.
Partimos para uma lanchonete In-N-Out que também estava lotada, porém bem mais rápida. Depois era hora de voltar pra casinha - pegamos as bikes no final da tarde e tivemos de enfrentar um frio danado, com um vento gelado de matar. Nossa, sofri! Hahaha...
Protegidos do frio dentro da casinha, voltamos para a Golden Gate para o mesmo pernoite free e com aquela vista de cinema!
Dia 21 - San Francisco: Western Addition e Lombard St
Depois, resolvemos explorar San Francisco de motorhome mesmo. Filipe estava com receio por conta das ladeiras e com medo de ficar rodando e não achar vaga mas…arriscamos. Pensamos em visitar o Museu Walt Disney, no bairro Presidio, mas achamos as entradas super salgadas e com o enorme risco de o Davi não aproveitar, então desistimos.
Estacionamos em Panhadle, passeamos pelo Golden Gate Park e depois seguimos para Alamo Square. Pudemos admirar as charmosas Painted Ladies, depois seguimos para Lombard Street. Retornamos para Crissy Field, onde estacionamos no dia anterior, e almoçamos no motorhome.
Na medida do possível, alternamos momentos na rua com algum tempo na casinha pro conforto do Davi. Assim ele tem um tempo para descansar. Após esse descanso, fomos para o Palácio das Belas Artes.
Não conseguimos visitar Alcatraz. Partimos da cidade no fim da tarde para pegarmos a "highway" litorânea CA-1 de volta pro sul. Como é quase sempre proibido pernoitar junto à CA-1 ou nas praias, achamos uma clareira junto a uma estrada secundária, pouco antes de San Gregorio, através do iOverlander.
Dia 22 - Pescadero e Santa Cruz
Assim que acordamos, já saímos para procurar um bom lugar pro café da manhã. Ao longo da CA-1, há pontos de entrada para praias públicas e privadas.
Em quase todas as praias públicas, a entrada de carros é paga (cerca de U$ 10), e só permitida das 8hs ao pôr-do-sol. Para quem busca uma surf trip, talvez valha a pena comprar um passe estadual para todas as praias. Além dessas praias, há alguns acostamentos bem largos, onde podemos parar pro café.
Quando descobrimos que estávamos sem gás de cozinha/aquecedor, cruzamos Pescadero até Santa Cruz em busca de um posto para encher o botijão. O nosso durou 3 semanas cozinhando, fervendo água do café ou usando o forno todo dia, fora os banhos quentes pra nós 3.
Depois, fizemos compras no mercado e almoçamos junto a uma pracinha. Desde nosso tour pela Europa, vimos que é importante levar o Davi numa pracinha, pois longos trechos apenas dentro do motorhome são muito estressantes para ele. Enquanto eu cozinho, Filipe brinca bastante com ele lá. Após o almoço, demos uma volta na cidade e uma passada no fim de tarde pela praia Manresa Beach.
Antes mesmo do pôr do sol, pegamos a estrada e paramos pro pernoite na localidade hispânica de Castroville, ao lado de um supermercado mexicano. Foi uma noite super tranquila.
Dia 23 - Monterey e Carmel
Desde Yosemite (há 6 dias), estávamos tentando economizar água, pois nossos aplicativos e sites não nos mostravam pontos de abastecimento fora de campings, que cobravam diária cheia. Como desde Yosemite o iOverlander só mostrava uma dump station com água grátis num parque em Monterey, tomamos café e partimos para lá. Banho tomado, fomos conhecer o centro.
Estacionamos próximos, pedalamos até a Cannery Row Square e, quando prendemos a bike, Davi nos puxou para um ônibus/trolley que dá uma volta turística na cidade. Como era 0800, entramos, e Davi amou o passeio!
De volta a Cannery Row, almoçamos, passeamos do Monumento à Macabee Beach e voltamos de bike ao motorhome, passando pela entrada do famoso Aquário de Monterey.
Visitamos alguns parques do lindo boulevard litorâneo e, como a elogiada 17 Mile Drive tinha pedágio (U$ 11), preferimos seguir pela principal.
Chegamos em Carmel-by-the-Sea no entardecer e fiquei absolutamente apaixonada pelas ruas, lojas e casas. Achei a cidade muito aconchegante, cenário de contos de fada, literalmente! Dormimos no estacionamento do mercado Safeway de Carmel.
Dia 24 - Carmel e Big Sur
Acordamos e voltamos para o parque da dump station em Monterey para tomarmos aquele banho sem economia de água e reabastecermos, pois não sabíamos onde haveria novo ponto de água. Demos outra passada nas praias de Carmel e Mara, agora de dia, antecipamos o almoço na Monastery Beach e…Big Sur. Linda!
Paramos em inúmeros mirantes e acostamentos largos com vista da Big Sur, que nem dá para marcar. Numa das paradas, Garrapata Beach, estacionamos no acostamento e pegamos uma trilha, bem curta e fácil pro Davi, até a praia. Davi gostou bastante e na areia acabou correndo e mergulhando na água gelada! Filipe pegou ele rápido e trouxe para brincar de escalada num costão.
Nas famosas Bixby Bridge e cachoeira Julia Pfeiffer Burns, paramos um pouco depois, e tiramos foto de longe. Valeu a pena planejar toda a viagem no sentido “anti-horário” em função da Big Sur, pois as paradas com visual de cinema no sentido Carmel-Cambria surgem igual pipoca (no sentido inverso seria difícil parar).
Também vale 'googlar' antes as melhores dicas de parada na Big Sur. Vale dizer que os melhores mirantes têm poucas vagas para carros, principalmente para um motorhome que ocupa duas vagas, e em alguns mirantes tivemos que passar direto.
Chegando ao fim, boa e ampla parada é a praia onde descansam os (fedorentos) elefantes marinhos. Já entardecendo, e como não sabíamos se haveria local permitido para pernoite na CA-1, o iOverlander nos indicou um mirante subindo uma serrinha à esquerda após Cambria, onde dormimos.
Dia 25 - Morro Bay e Los Olivos
Tomamos café no mirante, voltamos para a CA-1 e seguimos para o sul. Naquele trecho da CA-1 há paradas para fotos (há relatos de pernoite por ali), mas miramos o imponente rochedo Morro Rock e seguimos para lá.
A pequena cidade de Morro Bay tem atmosfera praiana e Filipe a "escolheu" para morar na California. Estacionamos no sopé do Morro Rock, curtimos a praia (para quem faz surf trip, vale a pena), visitamos as lontras que descansam ali e voltamos para a estrada.
Seguimos para Los Olivos, famosa pelo centro bucólico com várias adegas com degustação de vinhos, mas, como a tarde caía e queríamos voltar para a CA-1, só passamos pela entrada do rancho Neverland. Lá havia um varal de homenagens, com fotos e mensagens para Michael Jackson, e também cruzamos com alguns fãs do Rei do Pop.
Voltando para a CA-1, achamos um bom mirante para dormir de frente pro mar em Gaviota, onde alguns carros e caminhões costumam pernoitar.
Dia 26 - Santa Barbara e Ventura
Tomamos café e seguimos. Passamos pelo bairro praiano de Isla Vista, com seus inúmeros tênis pendurados nos fios, e pelo bonito campus da Universidade da California em Santa Barbara. Seguimos para a cidade, estacionamos 0800 no Shoreline Park, pedalamos até o Pier Santa Barbara e almoçamos ao ar livre lá.
De volta ao motorhome, demos uma volta mais pela cidade e pegamos novamente a CA-1 pro sul. Chegando em Ventura, passamos por um shopping, novamente procurando um assento traseiro confortável de bike para levar pro Brasil e ferramentas para confeitaria. Não achamos.
Já entardecendo, cruzamos Oxnard e pegamos o belíssimo trecho da CA-1 entre as Montanhas de Santa Monica e o mar. Em todo aquele trecho, principalmente chegando em Malibu, havia alguns motorhomes parados em recuos da estrada e supomos que eles iam pernoitar.
Estacionamos junto a um motorhome parado num acostamento largo, de frente pro mar, um pouco acima de mansões (são inúmeras mansões em Malibu!).
Dia 27 - Santa Monica e Venice
Acordamos, trâmites da manhã feitos, passeamos pelas praias de Westward e Big Dume de motorhome em Malibu e seguimos para Santa Monica.
Como o estacionamento na praia e nas ruas de Santa Monica é caro, avançamos um pouquinho até Venice e, seguindo sempre as dicas da Claudia, paramos 0800 próximo a outros motorhomes. Pegamos nossas bikes e seguimos pela ciclovia para o Pier Santa Monica.
Que atmosfera incrível essa praia! É uma mistura de tantas coisas - patins, patinetes, bikes, gente correndo, gente fazendo ginástica, gente no balanço, parque, gente ouvindo música super alta em suas caixas ou rádio e dividindo com a praia toda. Hehehehe...enfim, gente indo e vindo de tudo que é forma! A minha primeira sensação foi: nossa, como eles usam a praia e aproveitam para absolutamente tudo! Eu amei demais! Já de cara, Davi se divertiu bastante num playground adaptado para crianças deficientes e, mais à frente, se apaixonou por uns brinquedos infláveis que estavam na areia. Eram uns rolos e umas bolas, nos quais as pessoas entram e vão rolando areia afora. Ele brincou um monte ali e depois seguimos para o Pier.
Compramos ingressos ilimitados para o parque de diversões. Davi aproveitou todos os brinquedos e foi a 1ª vez em uma montanha-russa realmente “para adulto". Foi o máximo. Encontramos os nossos amigos de Upland e as crianças brincaram juntas.
Após sairmos do parque, voltamos para areia. Repetimos a experiência nos brinquedos infláveis e também num mega balanço localizado na areia. Davi teve um dia muito divertido.
Já à noite, pegamos nossas bikes e voltamos para jantar pizzas com nossos amigos no motorhome. Não conseguimos campings próximos, e achamos melhor ficar naquela rua de Venice mesmo. Analisamos as chances de sermos multados e vimos que valia arriscar e dormir ali mesmo, junto com os outros. Fomos dormir preparados para, de repente, sermos acordados no meio da madrugada 😏
Dia 28 - Beverly Hills e Hollywood
Acordamos cedo com o som da galera do crossfit correndo pela calçada. O pessoal ali parece se exercitar bastante. Levantamos, fizemos os trâmites da manhã e, ao abrirmos a cortina…tchan, tchan, tchan, tchan: multados em U$ 73 pelo pernoite proibido na rua que paramos.
A multa no para-brisa tinha instruções de pagamento, pagamos online e seguimos para nossa manhã em Venice Beach de bike, claro!
Passamos pelo icônico letreiro e fomos para a orla conhecer a famosa pista de skate.
A galera realmente dá um show de manobras! Passeando pela praia, eu diria que o clima é diferente de Santa Monica, embora as praias fiquem lado a lado.
Venice é bem alternativa e encontramos tudo que é tribo. Uma parte da praia é bem movimentada e a outra mais tranquila, com placas proibindo som alto. Caminhamos pelo Pier e depois pedalamos até os Canais de Venice, construídos por um milionário para ser a Veneza californiana.
Venice vista, almoçamos no motorhome e partimos para Beverly Hills. Fizemos o roteiro turístico, passando pelas casas de alguns famosos, o letreiro e a Rodeo Drive. Nas casas dos famosos, não dá para ver nada além de muros e portões kkkk...mas é “de graça”, né gente? Se a gente já está lá, então é turistar igual caipira!
Em seguida, fomos até a Calçada da Fama de Hollywood. Estacionamos a uns 2Km do Teatro Chinês, pagamos 2hs num parquímetro de rua (U$ 1/hora) e pedalamos até o burburinho. Já bem pertinho, prendemos nossas bikes e fomos para a multidão de turistas. Davi ficou super feliz na multidão, e deu uma paquerada na Marilyn da entrada do museu Madame Tussauds - mas não entramos (Filipe acha que museu de cera é atração sem graça pro Davi).
Visitamos as galerias do Dolby Theatre e a calçada com pegadas e mãos em frente ao Teatro Chinês. Compramos souvenirs e voltamos pro carro com o tempo no parquímetro cravado para guardar as bikes e partir. De lá, seguimos para uma foto próxima ao letreiro de Hollywood, mas algumas ruas de acesso estavam fechadas e nos conformamos com uma foto de longe mesmo.
Seguimos pro Griffith Observatory na tentativa de assistir ao pôr do sol. Claro, estava cheio e o estacionamento lotado! Teríamos que parar longe. Depois de pedalarmos bastante neste dia com Davi e termos feito mil coisas, avaliamos que não seria interessante para ele mais uma pedalada ou caminhada para, como recompensa, ganhar apenas uma apreciação de vista.
Uma pena, mas, no nosso caso, temos sempre que fazer esse tipo de avaliação e analisar as condições do passeio para ele primeiro. Já cansados, mas não desanimados kkkk, seguimos para o centro de Los Angeles.
Passamos pela entrada da rua Azusa e seguimos para a igreja Hillsong. Como era domingo, participamos da metade do culto mas, como Davi estava cansado e desconfortável com o som alto, voltamos para o motorhome para achar um lugar para dormir.
Para quem conhece, as ruas de Los Angeles têm muitos moradores de rua (muito mais que qualquer cidade do Brasil) e dizem que, à noite, é perigoso. Então, até por causa da multa da madrugada anterior, escolhemos esticar até Upland, perto de nossos amigos, onde já tínhamos passado 2 noites. Foi um dia bem cheio!
Dia 29 - Upland e Ontario
Acordamos tarde, tomamos café da manhã e fomos abastecer a água no condomínio de nossos amigos. Em nosso penúltimo dia, fomos a uma lavanderia e, num brechó ao lado, comprei um ótimo casaco, seguindo dicas de garimpagem da minha amiga.
Almoçamos no motorhome com nossos amigos e fomos com eles procurar um tênis pro Davi e algumas promoções em um outlet shopping em Ontario.
No início da noite, além da arrumação das malas, fizemos faxina na casa, pois ela tem que ser entregue como pegamos. Pernoitamos dentro do condomínio de nossos amigos em Upland.
Dia 30 - Santa Fé Springs e Inglewood
Dia de devolver o motorhome. Acordamos muito cedo, tomamos café, fizemos a última arrumação e fomos para a estação de esgotamento de Corona.
Dump feito, partimos para a agência do motorhome em Santa Fé Springs, completando antes a gasolina num posto ao lado.
Na devolução, a locadora nos cobrou cerca de U$ 200 pelo retrovisor que batemos em Yosemite, mesmo ele só tendo poucos arranhões e o vidro quebrado. Filipe reclamou, mas fazer o quê?
Após a entrega, fizemos pesquisas em sites de reservas de hotel e reservamos com desconto num próximo ao aeroporto. Pegamos Uber até o hotel em Inglewood e, após check-in, almoçamos num Jack in box em frente.
No hotel, Davi aproveitou um bom tempo na banheira quente. Mais tarde, Filipe pegou uma pizza ali perto. Fomos dormir cedo.
Dia 31 - Voando de volta para casa
Acordamos cedo, tomamos café da manhã e uma van do hotel nos levou ao aeroporto.
Fizemos conexões em Orlando e em Atlanta. Esse tanto de voos e conexões é cansativo para qualquer um, mas Davi se comportou bem.
No dia seguinte, de manhã, chegamos ao Rio de Janeiro exaustos, mas cheios de histórias para contar e já pensando no próximo país que iremos conhecer a bordo de um motorhome.
Superação
Se você tem uma família típica, talvez tenha terminado essa leitura achando que faltaram muitas outras atrações interessantes no nosso roteiro. Que talvez pudéssemos ter feito mais, visto mais coisas, etc. Agora, se você tem uma família atípica como a nossa, talvez tenha se identificado com as nossas limitações e com as nossas pequenas superações. Ou quem sabe você nunca tenha tido a coragem de se aventurar com a sua criança atípica por aí.
O conselho que te damos é: se permita essa experiencia pelo menos uma vez. O mágico desse exercício de viver o desconhecido é que, provavelmente, você nunca mais verá as pessoas com as quais cruzará pelo caminho. E, se algo der errado, está tudo bem!
Embora Davi viaje desde bem pequeno, sabemos que tudo pode mudar, e que cada viagem é única, com experiências únicas.
Alguns comportamentos autistas passam a ser muito mais evidentes com o crescimento. Comportamentos que são toleráveis em crianças pequenas passam a não ser tão bem vistos em um adolescente, por exemplo.
O que fazemos sempre por aqui é tentar proporcionar ao Davi uma vida com o máximo de vivências comuns a todo mundo. Sabemos sempre que algumas coisas fugirão do nosso controle, que comportamentos inadequados surgirão, que algumas pessoas nos olharão torto e...está tudo bem! Estamos preparados psicologicamente para essas coisas. O mais importante para nós são as experiencias vividas por Davi, os limites superados por ele, e o nosso tempo juntos.
Deixamos um agradecimento especial para nossos amigos Carol e Sérgio, de Upland. E agradecemos a Claudia por incentivar tantas pessoas a viajarem com suas crianças, por nos dar dicas com tanta riqueza de detalhes, boa vontade e brilho nos olhos! 😍
Para quem está com criança de colo, siga o conselho dela de olhos fechados - como ela mesmo diz: viajem com seus pequenos e aproveitem a facilidade de ter o alimento ali fresquinho e disponível nas tetas 😂
Texto publicado também no blog de viagem do Filipe.
Mais fotos desta viagem e do nosso dia-a-dia no meu Instagram.
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Dani, obrigada por me enviar esse texto maravilhoso! Tu tens toda razão - o que importa é o tempo feliz que passamos juntos! O resto é bobagem 😜
Vocês estão de parabéns! Certamente, tiveram dias inesquecíveis com o Davi! Fizemos uma viagem parecida em 2016, ainda sem filho, e com um casal de amigos, e os cenários da Califórnia são realmente belíssimos! Também já escrevi um relato de viagem, aqui para o blog, percorrendo muitas estradas da Nova Zelândia, de carro e de motorhome. Tenho muita vontade de poder vivenciar uma aventura assim novamente com minha esposa e, desta vez, com meu filho, que vai fazer 2 anos em breve. Torcendo para o mundo voltar logo ao normal! Um abraço para todos!
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