Na sua viagem à Namíbia, você terá a oportunidade de conhecer algumas aldeias de tribos nativas africanas, de várias etnias.
Foram alguns dos meus passeios preferidos na nossa viagem de 2 semanas à Namíbia, e hoje posso firmar que eu não deixaria essas experiências de fora do roteiro de jeito nenhum!
Vou contar a vocês nesse post sobre as nossas visitas a 2 aldeias, das etnias Himba e Damara.
Vambora?
Esta aldeia Himba fica na beira da estrada C40, entre Kamanjab 20Km e Otjikondo 52Km.
Tem um muro na beira da estrada escrito Himba Village - se o portão estiver fechado é só abrir e entrar - anda uns 500m e tem um estacionamento.
Tem que pagar NAD 330 por pessoa (crianças pagam metade) - a guia leva até a aldeia e explica tudo sobre a tribo.
Foi muito interessante!
Foram alguns dos meus passeios preferidos na nossa viagem de 2 semanas à Namíbia, e hoje posso firmar que eu não deixaria essas experiências de fora do roteiro de jeito nenhum!
Vou contar a vocês nesse post sobre as nossas visitas a 2 aldeias, das etnias Himba e Damara.
Vambora?
Visitando aldeias das etnias Himba e Damara na Namíbia |
Otjikandero Himba Village
Esta aldeia Himba fica na beira da estrada C40, entre Kamanjab 20Km e Otjikondo 52Km.
Tem um muro na beira da estrada escrito Himba Village - se o portão estiver fechado é só abrir e entrar - anda uns 500m e tem um estacionamento.
Himba Village na Namíbia |
Tem que pagar NAD 330 por pessoa (crianças pagam metade) - a guia leva até a aldeia e explica tudo sobre a tribo.
Foi muito interessante!
A etnia Himba tem várias tribos vivendo no noroeste do país.
É uma experiência perturbadora e fascinante ao mesmo tempo, e você pode escolher entre ir ou não. Por um lado, nos incomodava saber que estávamos visitando uma aldeia cuja cultura e tradições já são super ameaçadas pela influência do mundo moderno; de outro lado, sabemos que eles sobrevivem hoje em dia da renda gerada pelo turismo (vejam que eles não podem mais nem caçar a própria comida, como faziam no passado).
Decidimos ir, e não nos arrependemos nem por um minuto.
Foi uma experiência única na vida, e uma oportunidade gigantesca pro Lipe entender que existem mundos diferentes do nosso, que mulheres podem andar pelas ruas com os peitos de fora e que isso é normal, e que todas as diferenças precisam ser valorizadas e respeitadas, e que sim, é possível que uma criança sobreviva sem wifi!!!
Você optaria por ir também, ou não?
Vídeo da aldeia Himba na Namíbia
Assistindo a este vídeo, você terá uma boa idéia de como é a visita a este lugar, e poderá tomar a decisão de ir ou não até lá:
Ir ou não ir, eis a questão
É uma experiência perturbadora e fascinante ao mesmo tempo, e você pode escolher entre ir ou não. Por um lado, nos incomodava saber que estávamos visitando uma aldeia cuja cultura e tradições já são super ameaçadas pela influência do mundo moderno; de outro lado, sabemos que eles sobrevivem hoje em dia da renda gerada pelo turismo (vejam que eles não podem mais nem caçar a própria comida, como faziam no passado).
Decidimos ir, e não nos arrependemos nem por um minuto.
Foi uma experiência única na vida, e uma oportunidade gigantesca pro Lipe entender que existem mundos diferentes do nosso, que mulheres podem andar pelas ruas com os peitos de fora e que isso é normal, e que todas as diferenças precisam ser valorizadas e respeitadas, e que sim, é possível que uma criança sobreviva sem wifi!!!
Você optaria por ir também, ou não?
visitando uma aldeia da etnia Himba na Namíbia |
Sobre os Himba e suas tradições
Muita gente me perguntou sobre os Himba - sobre os cabelos e a pasta vermelha que as mulheres usam. Vou contar a vocês um pouco do que aprendemos visitando a aldeia.
A característica mais conhecida da tribo é justamente a cor avermelhada da pele e dos cabelos das mulheres.
Elas usam o 'otjize', uma pasta feita com manteiga e ocre vermelho, que as mulheres aplicam nas tranças e no corpo - os homens não usam.
Elas são super vaidosas, e os cabelos super longos são, na verdade, apliques de crina de cavalo! A mistura vermelha também serve para proteger do sol e repelir os mosquitos.
Antes de menstruar, as meninas usam só 2 tranças no cabelo, viradas para a frente. Quando chegam à puberdade, podem fazer mais tranças e também usar o 'erembe', um adorno feito de couro de cabra ou de vaca.
Outra coisa interessante que aprendemos: as mulheres Himba jamais tomam banho. Os adornos que elas usam são de couro e estragariam na água. Além disso, a água é um recurso muito escasso onde eles vivem. Então a higiene é feita com banhos de fumaça - elas queimam uma resina (que cheira a maconha) e plantas aromáticas e se “banham” com essa fumaça.
Fomos convidados a participar de um desses "banhos" de fumaceira na casa de uma das mulheres Himba da aldeia - foi uma experiência muito interessante.
O Lipe estava adorando a ideia de não precisar mais tomar banho, até quase engasgar com o fumacê dentro da casa 😂 se convenceu que o banho é mais fácil hahaha...nada melhor do que um choque de uma realidade dura e difícil para aprender a valorizar o que se tem, não é?
A característica mais conhecida da tribo é justamente a cor avermelhada da pele e dos cabelos das mulheres.
Elas usam o 'otjize', uma pasta feita com manteiga e ocre vermelho, que as mulheres aplicam nas tranças e no corpo - os homens não usam.
Elas são super vaidosas, e os cabelos super longos são, na verdade, apliques de crina de cavalo! A mistura vermelha também serve para proteger do sol e repelir os mosquitos.
cada adorno Himba tem um significado |
e cada mulher é mais estilosa que a outra, todas lindas! |
tranças para frente também tem um significado próprio na cultura Himba |
visitando uma aldeia da etnia Himba na Namíbia |
Outra coisa interessante que aprendemos: as mulheres Himba jamais tomam banho. Os adornos que elas usam são de couro e estragariam na água. Além disso, a água é um recurso muito escasso onde eles vivem. Então a higiene é feita com banhos de fumaça - elas queimam uma resina (que cheira a maconha) e plantas aromáticas e se “banham” com essa fumaça.
Fomos convidados a participar de um desses "banhos" de fumaceira na casa de uma das mulheres Himba da aldeia - foi uma experiência muito interessante.
O Lipe estava adorando a ideia de não precisar mais tomar banho, até quase engasgar com o fumacê dentro da casa 😂 se convenceu que o banho é mais fácil hahaha...nada melhor do que um choque de uma realidade dura e difícil para aprender a valorizar o que se tem, não é?
preparando o banho de fumaça numa das casas da aldeia Himba |
a água vem de muito longe, carregada em baldes nas cabeças das mulheres - sim, elas é que fazem tuuuudo na aldeia, aparentemente! |
a vida numa aldeia Himba não é fácil! |
E o artesanato Himba?
Não foi fácil negociar com elas! Essas mulheres Himba da aldeia que visitamos não falam inglês e barganhar com um tradutor é complicado!
Além disso, não achei o artesanato que vi à venda lá muito bonito, e achei tudo caro!
O dinheiro que pagamos para fazer a visita, embora seja um passeio caro, foi bem investido, na minha opinião, e fiquei feliz porque entreguei o $$ direto na mão dos Himbas, sem intermediários para explorá-los - ou seja, o nosso dinheiro realmente serviu para ajudar esse povo judiado; mas o artesanato realmente não achei que valesse a pena comprar.
Sempre que mostramos algo relacionado a compras lá no Instagram stories, me perguntam se compramos muitas lembranças nas nossas viagens. A resposta é não.
Já compramos muitoooo nas primeiras viagens que fizemos pelo sudeste asiático, África, Índia, Nepal e América do Sul, ao ponto de despachar as compras pelo correio, por navio, da Índia e da Tailândia, por exemplo. Mas já há vários anos não compramos mais muita coisa.
Nosso recorde da frugalidade foi ano passado, no Japão: acho que não compramos nem um ímã de geladeira para contar história - talvez uma caneca!! Às vezes ainda nos apaixonamos por algum artesanato especial, mas nossa casa já não tem mais espaço para máscaras, artesanato, tapeçarias, quadros, vasos e esculturas trazidas das nossas andanças por aí.
Ultimamente, só o que tenho trazido de recordação das nossas viagens são lembranças e fotos. Muitas!
Nesta viagem, compramos uma única cabeça de zebra espetacular em Angola - mas essa história eu já contei aqui: como foi voar TAAG até a Namíbia e sobre o Aeroporto de Luanda
Almoçamos numa rest area entre a aldeia Himba e a Cheetah Farm, onde fizemos um safari para ver guepardos à tarde.
Além disso, não achei o artesanato que vi à venda lá muito bonito, e achei tudo caro!
O dinheiro que pagamos para fazer a visita, embora seja um passeio caro, foi bem investido, na minha opinião, e fiquei feliz porque entreguei o $$ direto na mão dos Himbas, sem intermediários para explorá-los - ou seja, o nosso dinheiro realmente serviu para ajudar esse povo judiado; mas o artesanato realmente não achei que valesse a pena comprar.
o Lipe bem que tentou negociar, mas sem falar a mesma língua ficou difícil! |
e o artesanato era bem comum, nada de especial |
o que eu mais gostei foi a bonequinha que imita uma mulher Himba |
Sempre que mostramos algo relacionado a compras lá no Instagram stories, me perguntam se compramos muitas lembranças nas nossas viagens. A resposta é não.
Já compramos muitoooo nas primeiras viagens que fizemos pelo sudeste asiático, África, Índia, Nepal e América do Sul, ao ponto de despachar as compras pelo correio, por navio, da Índia e da Tailândia, por exemplo. Mas já há vários anos não compramos mais muita coisa.
Nosso recorde da frugalidade foi ano passado, no Japão: acho que não compramos nem um ímã de geladeira para contar história - talvez uma caneca!! Às vezes ainda nos apaixonamos por algum artesanato especial, mas nossa casa já não tem mais espaço para máscaras, artesanato, tapeçarias, quadros, vasos e esculturas trazidas das nossas andanças por aí.
Ultimamente, só o que tenho trazido de recordação das nossas viagens são lembranças e fotos. Muitas!
Nesta viagem, compramos uma única cabeça de zebra espetacular em Angola - mas essa história eu já contei aqui: como foi voar TAAG até a Namíbia e sobre o Aeroporto de Luanda
pagar pela experiência e para poder fotografar eu não me importo, mas o artesanato não estava bonito |
Estratégia para fazer o dia render
Almoçamos numa rest area entre a aldeia Himba e a Cheetah Farm, onde fizemos um safari para ver guepardos à tarde.
A aldeia e a fazenda das cheetahs são bem próximas uma da outra, mas, como o "cheetah tour" só acontece as 16hs e não é possível ir lá antes disso, a melhor estratégia é sair do Etosha National Park, ir até a Himba village, almoçar na rest area (fizemos uma massa ótima no nosso fogareiro), descansar um pouco e então seguir para a cheetah farm.
Entendeu a estratégia de roteiro para o dia?
Entendeu a estratégia de roteiro para o dia?
Depois, você pode escolher entre dormir em Kamanjab ou Khorixas (mais longe). Eles têm camping na cheetah farm também, é mais uma opção.
Veja também:
criançada na aldeia Himba que visitamos |
conhecendo novos mundos na Namíbia |
a criançada ficou louca tirando fotos com a GoPro, depois queriam se enxergar na tela |
Damara Living Museum
No Damara Living Museum, adultos pagam NAD 90 e crianças NAD 45, e vale muito a pena visitar, embora ele fique localizado numa área bem remota, no meio de Damaraland.
É um museu a céu aberto que recria uma aldeia damara, onde a gente pode aprender sobre a cultura e tradições deste povo.
É bem turistão, mas super interessante!
a região de Damaraland é um espetáculo à parte, merece estar no seu roteiro! |
Ficamos mais ou menos 1h lá. É tempo suficiente para fazer o "tour" completo.
A guia me pintou o rosto, nos guiou pela aldeia, nos explicaram tudo sobre as ervas medicinais que eles usam no meio do deserto, nos ensinaram a dançar as músicas damaras (ainda bem que isso não foi registrado em vídeo kkkkk!), e ainda nos explicaram como fazer uma lança, como pelar um couro de cabra, e como fazer fogo usando só pedacinhos de madeira!
Me senti voltando à pre-história!
A etnia Damara domina a maior parte do território noroeste da Namíbia, uma região, por isso, chamada de Damaraland. E, no Damara Living Museum, é possível encontrar a cultura virtualmente extinta dessa etnia.
recepcionados com carinho por esta guia super querida que fala inglês muito bem |
visitando uma aldeia da etnia Damara na Namíbia |
o artesanato Damara era mais bonito do que o que vimos na aldeia Himba |
aprendendo as danças e músicas típicas de uma aldeia da etnia Damara na Namíbia |
Eles não se importam com fotografias
Quando visitávamos essas aldeias de nativos Damaras ou Himbas durante a nossa viagem, eles não se importavam nem um pouquinho de serem fotografados; ao contrário, nos incentivavam a fotografar tudo!
Eu sempre perguntava se podia fotografar antes de cada foto e eles insistiam que ficássemos à vontade para tirar todas as fotos que quiséssemos.
Acho que provavelmente já entenderam que, quanto mais for divulgada a existência destas aldeias, mais visitantes irão receber, e do turismo depende a sobrevivência de todos eles hoje em dia. Mas o engraçado é que, a cada foto que tirávamos, pediam para ver o resultado!!
O Lipe lacrou o dedinho no botão da máquina fotográfica e esse carinha querido, que estava nos mostrando a aldeia damara dele, quis ver todas as fotos do pequeno, para ver se tinha saído "bem na foto" 😂 super vaidosos!
adoram posar para a foto, e querem ver tudo depois! |
pose para a foto! |
visitando uma aldeia da etnia Damara na Namíbia com essa guia super simpática de nome impronunciável |
Cultura ou pornografia
Durante a viagem, tivemos algumas fotos excluídas das redes sociais porque supostamente continham pornografia. Eram justamente imagens de mulheres de uma aldeia nativa africana nos ensinando as danças típicas deles, ou carregando baldes de água e, sim, elas estavam com os peitos de fora.
Nem sei expressar o tamanho da minha indignação quando uma rede social deixa passar fake news e absurdos indizíveis e censura os peitos de uma nativa Himba ou Damara!
Pode isso?? Eu não quero viver num mundo assim! 😠
Sorte a minha que posso levar o meu filho para ver o mundo comigo e descobrir que ele é muito mais do que funk baixo nível e mulher pelada no Carnaval! Tristes as crianças dessa geração limitada que vão crescer acreditando que o bonito e o correto é a 💩💩💩 que encontram diariamente nas redes sociais, e o errado e o feio é a "pornografia" dos seios nus que são a regra numa aldeia nativa africana!
Que triste mundo esse em que vivemos!
Já fiz esse desabafo nas redes sociais, mas achei importante repetir aqui justamente para reforçar a importância de conhecer esses lugares, o mundo que existe fora da bolha. E que é tãooooo mais incrível 😉
Então dê-lhe mostrar agora, aqui neste post, mais algumas fotos lindas que tiramos das nativas Himbas e Damaras, já que aqui no blog não corro o risco de chocar o "público diversificado" das redes sociais com as minhas fotos "pornográficas":
foto excluída do Facebook por pornografia |
esta foi excluída do Instagram |
visitando uma aldeia da etnia Damara na Namíbia |
Damaras mostrando suas danças típicas na Namíbia |
Etosha National Park: fazendo safari por conta própria na Namíbia
Safari dos guepardos em Otjitotongwe Cheetah Farm, na Namíbia: emoção e o perrengue do ano
Agradecemos ao Francisco da Motorhome Trips pelo apoio na organização desta viagem.
Veja neste vídeo curtinho alguns dos melhores momentos desta roadtrip.
Espero que o Peg termine logo de editar o vídeo mais longo, com todos os detalhes da viagem 😙
Já esteve na Namíbia? Visitou alguma aldeia nativa?? Conte tudo para a gente! Deixe a sua dica nos comentários!
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