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Salkantay: a trilha alternativa até Machu Picchu

Saiba como é a Trilha de Salkantay até Machu Picchu, no Peru.
Salkantay: a trilha alternativa até Machu Picchu
Como expliquei no post sobre Machu Picchu, a forma mais fácil de chegar lá é de trem. Mas, para quem gosta de um desafio e curte natureza, a maneira mais legal de ir até Machu Picchu é pelas trilhas que levam até a Cidade Perdida dos Incas. 

Já havíamos feito a Trilha Inca original, e desta vez escolhemos uma maneira "alternativa" de chegar a Machu Picchu, onde, na verdade, o caminho é a própria viagem - em outras palavras: fazer a Trilha Salkantay é tão incrível quanto chegar a Machu Picchu; o caminho é tão importante quanto o destino em si.

Depois de muito pesquisar na internet, acabamos optando pela Tierras Vivas Travel, uma agência peruana que organiza esses trekkings e que tinha boas avaliações dos seus clientes, e eles acabaram apoiando a nossa viagem. 
Agora vou contar a vocês como foi essa aventura de 5 dias e 4 noites caminhando pelas montanhas peruanas da Trilha de Salkantay até Machu Picchu, com todas as dicas para quem está pensando em se aventurar por lá também 😙

Não deixe de assistir um pequeno aperitivo aqui:





Como enfrentar a altitude no Peru

A primeira dica para quem pretende encarar as trilhas peruanas é sobre a aclimatação necessária, por causa da altitude por lá.

Em Cusco, a altitude é de 3.450m, e você já chega lá sentindo os efeitos da falta de oxigênio no ar.

O Peg se sentiu bem mal no primeiro dia, com dores de cabeça e canseira generalizada, enjoo, ânsia de vômito e mal estar, mas logo melhorou, à base de muito chá de coca (quase uma overdose!), mascando folhas de coca e tomando as Sorojche Pills que comprei na farmácia em Cusco (junto com uma garrafa de oxigênio, só para garantir).

Veja quanto custam as Sorojche Pills, balas de coca e garrafas de oxigênio aqui: Quanto custa viajar para o Peru


Peg ficou bem ruim no 2º dia em Cusco 
Nas outras vezes que enfrentamos altas altitudes, em Cusco mesmo, e no Atacama também, foi a mesma coisa: ele se sente pior no início, mas 2 dias depois fica bem e sai voando pelas trilhas, me deixando para trás! 

Já o Lipe não sentiu absolutamente nada a 4.320m de altitude em alguns locais que visitamos no Atacama, ficou super na boa! 


Cada pessoa reage de um jeito diferente à altitude, independente do preparo físico, e só tem um jeito de saber como você vai reagir: indo para lá! 


Eu, como sempre, tive aquela apnéia noturna que já havia sentido nas outras vezes em que viajamos para lugares altos, mas logo acostumei também. 


Pessoalmente, acredito que é mais importante estar com a cabeça boa do que o preparo físico em si 



mas logo melhorou, com muito chá de coca


Sorojche Pills compradas na Inkafarma


folhas de coca são ótimas para o soroche


e balinhas de coca, que servem de placebo

Nesse post não vou encher vocês de informação sobre esse assunto, porque não é nosso tema aqui, mas é importante dizer que, se você pretende fazer a Trilha de Salkantay, PRECISA chegar em Cusco pelo menos uns 2 ou 3 dias antes de partir para a trilha, para ter tempo suficiente para o seu corpo se aclimatar à altitude.

Leia também: Mal da Montanha ou Soroche - viajar para altitudes com crianças ou não?

Fiz até uma lista de lugares "altos" por onde lembro de termos passado nos últimos anos e, ao fazer a lista, percebi como o Paso Salkantay, a 4.630m, é realmente alto: o único lugar mais alto onde já havíamos estado antes foi Chacaltaya, na Bolívia, e lá eu quase me arrastei montanha acima! 

Para vocês poderem comparar, o ponto mais alto da clássica Trilha Inca é Warmi Wañusqa, que tem o sugestivo nome de "Paso da Mulher Morta", a 4.200m!
  • Chacaltaya Ski Resort 5.300m
  • Abra Salkantay (Peru) 4.630m
  • Geisers del Tatio 4.320m
  • Warmi Wañusqa na Trilha Inca 4.200m
  • Palccoyo (Peru) 4.121m
  • Paso de Jama (Argentina/Atacama) 4.200m
  • Paso Sico (Argentina/Atacama) 4.092m
  • Abra Blanca 4.080m 
  • San Antonio de Los Cobres 3.775m
  • La Paz (Bolívia) 3.640m
  • Cusco 3.450m
  • Machu Picchu 2.300m
Salkantay: a trilha alternativa até Machu Picchu
botando os bofes para fora nas altitudes da Trilha de Salkantay

Salkantay: a trilha alternativa até Machu Picchu

Salkantay: a trilha alternativa até Machu Picchu
comemorando a chegada ao ponto mais alto da Trilha de Salkantay: #chupasoroche

O que levar na Trilha de Salkantay


1. Tênis ou botas específicos para trilhas - não é por nada que este item é o primeiro da lista:os tênis ou botas que você usar podem salvar ou arruinar a sua viagem, por isso, se for investir em um único item de qualidade, opte pelos tênis. O Peg comprou umas botas Salomon maravilhosas na nossa última viagem aos EUA e eu não quis comprar, porque achei que as minhas botinas Timberland seriam suficientes: não foram, me incomodaram com bolhas, e me arrependi de não ter investido logo numas botas Salomon para mim também 😒

Se quiser minha opinião, compre umas botas Salomon ou La Sportiva, com solado especial para trilhas, cano altinho e impermeável. Vai durar para sempre e valer o investimento.

O Peg, muito engraçadinho, até postou lá no IG dele:

"Pensando nas indiadas futuras (leia-se Kilimanjaro e Everest Base Camp), fiz este investimento. Não fossem compradas nos EUA, realmente não o faria. Os preços praticados aqui no Brasil são pornográficos (e do pior mau gosto possível).

Vendo hikers pelo mundo afora, chama a atenção a preferência da gringalhada por esta marca. Aí, resolvi dar uma de galo e comprei as tais botas Salomon (que tudo que é gringo tem).

Velho, sai da frente!! Dei umas pernadas nos ladeirões de Bento Gonçalves só para tirar o cheiro de novo e tentar dar uma amaciada, antes de calçá-las rumo ao Peru e, 'putaquelosparió'!! A gringalhada sabe o que é bom...

Tentei dar a dica para a Claudia...mas não..."vou com meus Timberlandiiiisss tudo desbeiçado mesmo..."




2. Mochila para carregar os teus itens pessoais durante a trilha: eles carregam, nas duffel bags que vão nas mulas e cavalos, 5kg de coisas suas (isso está incluído no valor que você paga à agência), mas você só tem acesso a estas mochilas maiores no acampamento.

Todos os dias de manhã você precisa colocar as coisas que não vai usar durante o dia na sua duffel bag de 5kg e deixá-la do lado de fora da barraca, pronta para eles carregarem nas mulas.  

Durante o dia, você precisa de uma mochilinha para carregar as suas coisas pessoais: dinheiro, passaporte e outros documentos, máquina fotográfica, baterias extras (o frio acaba rapidinho com as baterias), tripés, cartões de memória extras, protetor solar, óculos de sol, boné, repelente de insetos, hidratante, luvas, meias e camadas extras de roupa, incluindo uma capa de chuva. 

O ideal, na minha opinião, é levar uma mochila daquele tipo "escolar" (que as crianças levam para a escola mesmo) - se você levar uma mochila grande, vai acabar enchendo de coisas desnecessárias e carregando peso desnecessário! 

Leve uma mochila pequena e obrigue-se a carregar apenas o essencial. 

bagagem para 5 dias de trilha: uma duffel bag de 10Kg (vermelha) para nós 2 e as 2 mochilas com coisas pessoais para o dia

 

o Peg levou uma mochila maior do que seria necessário para uma pessoa "normal"

mas pessoas "normais" não carregam essa quantidade absurda de equipamento de foto e vídeo!
3. Seguro de viagem.

4. Jaqueta leve e a prova de água e vento. 

Quanto mais colorida, melhor: fica mais legal e colorido nas fotos e você pode ser avistado de longe - é até uma questão de segurança.

olha todo mundo de jaquetas leves, coloridas, quentinhas e impermeáveis


5. Calças especiais de trekking, impermeáveis, feitas de material resistente, daquelas que dá para tirar a parte de baixo e viram bermudas. 

O clima varia muito na trilha e nas montanhas - de manhã cedo o frio estava de lascar, mas as 11hs da manhã, subindo e descendo montanhas, já estávamos suando! 

o dá para se agasalhar demais e passar o dia todo suando depois. Com uma calça que vira bermuda, você estará bem o dia todo. 
no final da manhã, sempre subia a temperatura


6. Fleece, roupas térmicas, roupas de baixo e meias suficientes para não precisar lavar durante a trilha. 

Na trilha, você precisa se vestir em camadas e, nos acampamentos, à noite, vai precisar de roupas térmicas para dormir quentinho dentro dos sacos de dormir. 

Estivemos na Decathlon antes de embarcar - foi a primeira parada da nossa viagem  para umas comprinhas de última hora: luvas que não precisa tirar para usar o celular, mosquetões, muitas meias para trilhas, capas para proteger as mochilas da chuva, cadeados TSA, calças que viram bermudas, toalhinhas especiais para trekking, fleece "mamãe me encontre no escuro"...só coisas "indispensáveis"! 

Achei muitas coisas com preços bons, mas a gente se empolga lá e acaba gastando uma grana 

Veja também: 


é importante levar uma capa para proteger a mochila da chuva

óculos de sol e roupas térmicas e de fleece


7. Chinelo: leve algum tipo de calçado confortável para usar no acampamento durante a noite. 

Quando chega no acampamento, tudo o que você quer é tirar as botas de caminhada, mas, para isso, precisa ter algum tipo de chinelo ou sandália confortável.

Levei Havaianas, mas não acho que seja uma boa ideia, porque é chato usar chinelos de dedo com meias e, com o frio que fazia à noite, também não dava para pensar em tirar as meias - então recomendo aquele tipo de sandálias que dá para usar com meias por baixo, sabe?

8. Bastões de caminhada: esse item é opcional. 

Eles nos emprestaram bastões da agência, que foram bem úteis na descida do segundo dia, mas em outros momentos eles mais me incomodaram do que ajudaram, e acabei mandando meus bastões pelas mulas. 

Cada um tem que experimentar e decidir se gosta ou não de usar bastões em trilhas. Eles de fato ajudam em alguns momentos, mas atrapalham em outros. 

Ainda não consegui formar uma opinião a respeito. 

não consegui me decidir se gosto ou não dos bastões de caminhada

9. Lanterna de testa (com pilhas, por favor!), item imprescindível nos acampamentos.

10. Lencinhos umedecidos (funcionam como papel higiênico e também para "tomar banho"), além de uma toalhinha e as coisas básicas de higiene (leve tudo que precisa em potinhos pequenos para economizar peso e espaço!). 

11. Roupa de banho (para ir nas águas termais). 

12. Lanchinhos tipo barrinhas de cereal, chocolates, etc. 

13. Água mineral para a primeira manhã - depois do almoço do primeiro dia de trilha, eles passam a fornecer água fervida para encher o seu cantil todos os dias de manhã e de tarde nos acampamentos, então a gente não precisa comprar água durante a trilha - só precisa levar para a primeira manhã mesmo.

Mas não esqueça de levar a sua garrafinha/cantil!

14. Dinheiro 😆

uma lanterna é imprescindível

Sobre a agência Tierras Vivas


Muita gente me perguntou como são os acampamentos e comida na trilha, e se a gente precisa carregar todo nosso equipamento.

Ao longo da trilha, é possível encontrar alguns bravos que fazem tudo por conta própria, o que inclui carregar os isolantes térmicos, saco de dormir, barraca, fogareiro e comida nas costas!

Sim, na Trilha de Salkantay, ao contrário da Trilha Inca, é possível fazer a trilha por conta própria, sem a ajuda de uma agência de viagens, mas a gente chega literalmente se arrastando depois de subir a 4.630m de altitude na Abra Salkantay, e eu não teria condições de ainda montar barraca e fazer comida messssssmo!!!

Fizemos a trilha com a agência Tierras Vivas Travel, de Cusco, e conosco foi uma turma de 8 americanos e mais a equipe de guia, cozinheiro, o cara que cuidava das barracas e outro que cuidava das mulas. 
imagina ter que carregar absolutamente tudo nas costas??

caminhar 8hs e ainda ter de montar o acampamento??

sem falar que fazer trilhas em grupo é sempre mais divertido

éramos 10 pessoas e mais o guia Franco


a trilha é feita em grupo - alguns vão super rápido, outros (como eu) são mais lentos, mas nossos cabritos texanos sempre faziam paradas bem longas para descansar, enquanto eu e o Peg preferíamos ir um pouco mais devagar na trilha e fazer paradas bem curtas, só para recuperar o fôlego (para não esfriar o corpo), então acabávamos sempre juntos na trilha




As mulas carregam 5kg de cada pessoa, que é o que a gente pode "despachar" nas duffel bags para os 5 dias de trilha, como expliquei acima.

O resto, aquilo que a gente pode precisar durante o dia (como camadas extras de roupas), carregamos nas nossas mochilas. 

No fim de cada dia, chegávamos no acampamento e já tinha comida pronta e barraca montada. 

Fizemos as nossas reservas pela internet e tirei todas as dúvidas no próprio site da empresa, pelo chat

O atendimento online deles foi ótimo, e foi uma das razões que determinaram a nossa escolha pela agência Tierras Vivas. As informações no site são bem claras e o atendimento no chat online foi bem esclarecedor. 

o atendimento online é feito através daquela caixinha de chat no canto inferior direito da tela

era tão bom chegar e se jogar direto na barraca que estava montadinha para relaxar um pouco...

depois de pegar um chá de coca bem quentinho na tenda refeitório

Como é a logística da Trilha Salkantay

Dois dias antes da data marcada para o início da trilha, tivemos um briefing no hotel com um dos guias da Tierras Vivas, o Edwin, que foi lá no nosso hostel nos explicar tudo e tirar nossas dúvidas (sobre roteiro, o que levar, como funcionariam os acampamentos, etc). 

Na véspera, eles deixaram uma duffel bag de 10Kg no nosso albergue para nós 2 usarmos - 5kg permitidos por pessoa, que são levados nas mulas ou cavalos. 

Não existem mais 'porteadores' nestas trilhas, pelo que entendi (quando fizemos a Trilha Inca, as bagagens eram carregadas por seres humanos, verdadeiros heróis que passavam voando por nós nas trilhas, com dezenas de quilos nas costas!).  

no briefing, o Edwin nos explicou no mapa como seria a trilha

as mulas salvam a nossa vida nessas trilhas!

No dia da partida, marcaram de nos pegar no hotel às 5:40hs, mas chegaram 6:15hs.

Depois de algumas voltas para comprar água e outros preparativos de última hora, finalmente saímos de Cusco em direção a Mollepata por volta das 6:30hs. 

São 2:30hs de viagem de van de Cusco a Mollepata, com paisagens bem bonitas. 

Nosso grupo era de 10 pessoas, com 1 guia, o Franco. Éramos eu e o Peg e um grupo de 10 amigos texanos, todos entre 22 e 27 anos, corredores de maratona, todos muito, muito queridos - realmente foi um grupo excelente de gente boa - só desejaria que fossem menos fitness!!! 😜

viagem de van de Cusco a Mollepata

em Mollepata, parada para um café da manhã

junto conosco, 8 cabritos-monteses texanos que sempre me deixavam para trás!

Com relação às mochilas, atenção!

A parte boa da agência Tierras Vivas é que eles levam as nossas duffel bags até Aguas Calientes - pelo que pesquisei, muitas agências te entregam as mochilas depois da última noite, quando as mulas e cavalos dão volta para Mollepata, e aí tu tens que carregar toda a tua bagagem no último dia de trilha - essa foi outra razão pela qual escolhemos esta agência. 

A parte chata é que eles não entregam para a gente no hotel em Aguas Calientes - nós tivemos que ir até a estação de trens de carga buscar as duffel bags e, no jantar, o guia avisou que tínhamos que devolver as mochilas na manhã seguinte, antes de subirmos para Machu Picchu, ou seja, ficaríamos empenhados com todas as nossas coisas, sem ter uma sacola para colocar tudo e carregar de volta para Cusco. 

Resultado: todo mundo terminou de jantar em Aguas Calientes e saiu direto pro mercado para comprar sacos de lixo!!! 

Colocamos nossas coisas em sacos de lixo para voltar de trem para Cusco e devolvemos as duffel bags para a agência. Não é nada demais, mas achei isso meio chato. 

Poderiam ter nos avisado que tínhamos que devolver as bolsas para a agência ainda em Aguas Calientes, assim já teríamos levado algum tipo de sacola para levarmos nossas tralhas de volta a Cusco.

as mulas e cavalos voltam para Mollepata depois do 3º dia

Leia também sobre o Peru




Roteiro da Trilha de Salkantay

A Trilha de Salkantay, diferente do Caminho Inca, não tem uma rota fixa, mas sim várias possibilidades. 

Se você fizer questão de seguir um determinado roteiro fixo, veja bem essa questão com a sua agência, pois, pelo que entendi, a maioria das agências deixa o roteiro meio em aberto, para que os grupos, na noite do 2º dia, votem aonde preferem ir e como preferem seguir a trilha no 3º e 4º dias e, neste caso, se a sua preferência de roteiro perder a votação, você vai acabar tendo que fazer um roteiro diferente daquele que gostaria. 

a Trilha de Salkantay tem várias possibilidades

Dia 1

Cusco, van até Mollepata (café da manhã, 2.900m) e Challacancha (onde começa a trilha e as mochilas são colocadas nos cavalos), Canal Inca, Soraypampa (almoço, 3.850m), Lago Humantay, Soraypampa (jantar e acampamento)

Neste 1º dia são umas 4hs de manhã até Soraypampa, pelo Vale do Rio Apurimac. Depois do almoço, subimos a Montanha Humantay umas 2hs até o Lago, e descemos de volta ao acampamento em Soraypampa para jantar e dormir. 

Nos acampamentos, antes das refeições, sempre tinha chocolate em pó e chá de coca, para quem quisesse. 



 




 



 


Laguna Humantay
Laguna Humantay

Laguna Humantay

Laguna Humantay

Laguna Humantay


 



acampamento em Soraypampa

céu estrelado em Soraypampa
Dia 2

Soraypampa, Paso Salkantay (4.630m), Wayracmachay (almoço, 3.800m), Challhuay (jantar e acampamento)

É o dia mais longo e difícil da trilha. A Montanha Salkantay tem 6.271m e a Montanha Humantay 6.100m. 

No Paso Salkantay, construa a sua Apacheta (montinho de pedras) e saiba que já passou a parte mais difícil. 

A partir daí, você desce até Wayracmachay para almoçar e segue mais umas 3hs até o acampamento e jantar em Challhuay.


voando o drone na Trilha Salkantay





muito barro neste trecho da Trilha Salkantay


acampamento em Challhuay 
Dia 3

Challhuay, Collpapampa, La Playa (almoço), van até o camping de Santa Teresa, van para as Aguas Termales, e voltamos de van para o camping de Santa Teresa (festinha no camping, jantar e acampamento)

Nesta região, você vai ver muitas espécies de orquídeas, plantas, frutas silvestres e cachoeiras lindas. Caminhamos 5hs de manhã até La Playa, onde almoçamos e aprendemos um pouco sobre a produção de café.

Neste dia, a trilha abre algumas possibilidades, e o grupo vota nas atividades que prefere fazer. Alguns, que querem ir até as ruínas restauradas de Llactapacta (2.860m), seguem caminhando 2hs para Aobamba, onde vão acampar.

Nosso grupo escolheu seguir de van para Santa Teresa à tarde, depois do trekking da manhã, para aproveitar as Aguas Termales.

Depois de chegar ao acampamento, pegamos nossos maiôs e seguimos para as piscinas termais.

Esta foi a noite mais divertida da trilha, com festinha no camping e muitos "martelinhos" de canãzo, a "tequila peruana".


cachoeiras lindas nesta parte da Trilha Salkantay






almoçamos em La playa

demonstração da produção de café local

jogo típico peruano - tem que acertar as moedas "de ouro" na boca do sapo

camping de Santa Teresa

nosso acampamento em Santa Teresa, no Peru


à noite teve muitos martelinhos e uma festa divertidíssima no camping


Aguas Termales de Santa Teresa

Por sorte, no nosso grupo a votação foi unânime: todos queriam ir conhecer as famosas e deliciosas Aguas Termales de Cocalmayo em Santa Teresa - recomendo muito, nós adoramos!

O ingresso para as águas termais custa apenas 10 soles e o parque é ótimo, com uma boa infraestrutura de chuveiros, banheiros, vestiários e bar.

A paisagem ao redor das piscinas é espetacular, cercada pelas montanhas (me lembrou as piscinas termais que visitamos nas Montanhas Rochosas Canadenses, em Banff e Jasper), e as piscinas são super limpas e agradáveis, com água na temperatura perfeita.

É um lugar maravilhoso para descansar os músculos cansados naquela água quentinha, relaxar com os novos amigos de trilha, dar umas boas risadas, beber uma Cusqueña e o principal: tomar um bom banho e lavar os cabelos depois de 3 dias na trilha hehehe...





Dia 4

Santa Teresa, van para a tirolesa Vertikal Zipline, van para a Hidroelectrica (almoço), trekking ou trem até Aguas Calientes (jantar e hotel)

Dependendo do roteiro que você escolheu no dia anterior, será o roteiro deste 4º dia. Se no dia anterior você escolheu Llactapacta e Aobamba, vai seguir de lá até a Hidroelectrica.

Se, assim como nós, escolheu ir para as águas termais de Santa Teresa no dia anterior, você poderá fazer a tirolesa da empresa Vertikal Zipline na manhã do 4º dia, e depois seguir até a Hidroelectrica, onde acontece o almoço.





Tirolesas em Santa Teresa no Peru

Nós adoramos as tirolesas de Santa Teresa, e recomendamos muito.

A empresa tem equipamentos bons e tudo parece muito seguro - eram pelo menos 2 guias da empresa acompanhando o nosso grupo, que era de 10 pessoas.

Em alguns trechos, como na escalada, tinha mais guias junto conosco, além de um fotógrafo (eles vendem um CD com as fotos).

Funciona assim: são 6 tirolesas deliciosas, uma delas pendurada de cabeça para baixo (mais de 3Km de tirolesas!!!), uma ponte suspensa assustadora, toda quebrada, que atravessamos praticamente pendurados pelos mosquetões, e uma parede de escalada de 30m de altura ao lado de uma cascata que quase me matou 😛

Veja no mapinha abaixo bem direitinho como é esta aventura:


Todo o pacote custou apenas 80 soles por pessoa, o que eu achei super barato - comparando com outros circuitos de tirolesas que já fizemos mundo afora é quase grátis!!!

Recomendo passar bastante repelente contra insetos e protetor solar! Ah, e use o o banheiro antes de sair da sede da empresa, porque o passeio dura algumas horas, e você não vai ter oportunidade de usar o banheiro durante o circuito (nem no matinho, já que, para ir ao banheiro, teria que tirar todo o equipamento, uma baita função). 

Ainda no 4º dia, após o almoço na Hidroelectrica, você pode escolher entre seguir caminhando ou ir de trem até Aguas Calientes, onde o hotel e o jantar em restaurante estão incluídos no "pacote" da agência.








Hotel e restaurante em Aguas Calientes

O hotel que ficamos em Aguas Calientes e o restaurante onde jantamos lá estavam incluídos no nosso "pacote" da trilha, e foram escolhidos pela agência: Hotel Sol de Los Andes e Restaurante Munaycha.

Contei tudo sobre eles e também sobre Aguas Calientes no post sobre Machu Picchu.

Dá uma olhada lá, para eu não ter de repetir tudo aqui, ok?

Dia 5

Aguas Calientes, ônibus ou trekking até Machu Picchu, tour de Machu Picchu e subida na Machu Picchu Montaña ou Huayna Picchu, ônibus até Aguas Calientes, trem de Aguas Calientes até Ollantaytambo e van até Cusco

No post sobre Machu Picchu escrevi com detalhes sobre todas as atividades que fizemos neste 5º dia: como chegamos até Machu Picchu, o tour da Cidade Perdida dos Incas, a trilha para subir a Montanha Machu Picchu, Aguas Calientes, o trem, etc.


O que está incluído no tour da Tierras Vivas

O Salkantay Trek de 5 dias e 4 noites com a agência Tierras Vivas Travel custa U$ 500 por pessoa.

Neste valor, o que está incluído é o seguinte:
  • Briefing no seu hotel antes da trilha;
  • Transfer de van até Challacancha, o ponto inicial da trilha; 
  • Acomodações em campings 3 noites e em hotel em Aguas Calientes; 
  • Ingressos para a trilha de Salkantay e para Machu Picchu; 
  • Ônibus Machu Picchu - Aguas Calientes (apenas um trajeto);
  • Trem de Aguas Calientes para Ollantaytambo; 
  • Transfer de van de Ollantaytambo para Cusco; 
  • Refeições: 4 cafés da manhã, 4 almoços, 4 jantares e 4 chás da tarde (se você for vegetariano, eles fazem comida especial, sem custo extra, é só avisar com antecedência), além de alguns snacks, tipo frutas, barrinhas de cereal ou bolachinhas;
  • Guia turístico bilíngue profissional (no nosso caso, era 1 guia para um grupo de 10 pessoas);
  • Cozinheiro, cuidador dos cavalos; 
  • Cavalos para carregar 5kg de cada pessoa do grupo, além da comida, equipamento de camping e de cozinha;
  • Cavalo de emergência que poderá ser usado (acredito que por uma taxa extra) se você se sentir mal;
  • Água todos os dias da trilha, menos na primeira manhã e em Aguas Calientes/Machu Picchu;
  • Equipamento de camping: barracas de casal (bem grandes e confortáveis), colchonete (bem bonzinho, melhor do que um isolante térmico), saco de dormir para temperaturas até -5ºC, bastões de caminhada, um travesseiro inflável;
  • Equipamento na tenda refeitório: mesa, cadeiras, equipamento para cozinhar, banheiro;
  • Capinha plástica de chuva; 
  • Kit de primeiros socorros incluindo garrafa de oxigênio;
  • Duffel bag para levar os teus 5Kg que vão nas mulas;
  • Camiseta da trilha. 
camiseta do mapa da Trilha de Salkantay

passagem de trem

todo equipamento de camping

posto de controle na Trilha de Salkantay

nosso guia Franco

O que não está incluído no tour da Tierras Vivas

Veja agora o mais importante de saber - o que NÃO está incluído no pacote da agência:
  • Café da manhã no 1º dia em Mollepata e almoço no último dia em Aguas Calientes;
  • Ingressos para as trilhas das montanhas Huayna Picchu e Machu Picchu: U$ 25 cada (expliquei todos os detalhes aqui);
  • Ônibus Aguas Calientes - Machu Picchu: U$ 12 cada (está incluído apenas o trajeto de descida);
  • Seguro de viagem. 
Além disso, é importante dizer que só tínhamos banheiro garantido nos nossos acampamentos. Para usar os banheiros disponíveis ao longo da trilha - umas casinhas de madeira sempre bem sujinhas e sem papel higiênico - tinha que pagar uma taxa de 1 sol. 

Outros extras que são opcionais, como wifi (quando disponível), transportes em vans, banho quente e bebidas alcoólicas e refrigerantes, são pagos à parte, como é óbvio. 

Veja abaixo, no tópico "preços dos extras na Trilha de Salkantay", quanto custava para usar banheiros ao longo da trilha, banho quente e wifi em Chaullay (sim, no nosso acampamento lá tinha até wifi!), cervejas e refrigerantes, transportes de van, etc. 







Gorjetas

É um costume bem arraigado dar gorjetas para o cozinheiro, ajudante de cozinheiro, cuidador das mulas e guia nas trilhas peruanas (assim como na maioria dos lugares do mundo, quando você recebe um bom serviço), e fica muito feio não dar. 

Então já considere o valor das gorjetas como parte do custo do tour: em torno de 50 soles para cada um deles por pessoa, é o que o pessoal do nosso grupo achou justo dar, considerando uma conta de 10 soles por cada dia de trilha.

Claro que cada um pode dar o que quiser (e puder). Se você estiver em um grupo de sul-americanos, com certeza as gorjetas serão bem menores do que se estiver em um grupo de europeus, que costumam ser mais generosos com esse tipo de gorjetas, e às vezes dão 1o euros por dia por pessoa. 

Não se intimide, mas também não seja mão de vaca nessa hora: dê aquilo que você puder (veja que são sempre pessoas bem pobres lhe prestando esse serviço), e que achar justo (pense no que você acharia justo ganhar se fosse você fazendo o serviço que eles fazem). 

lembre-se que são estas pessoas que cuidam das nossas mulas

fazem toda a nossa comida

e montam todo o nosso acampamento

Preços dos extras na Trilha de Salkantay

Veja os preços de algumas coisas extras que nós também gastamos, mas que são opcionais:

• Salkantay Trek de 5 dias com a agência Tierras Vivas Travel: U$ 500 por pessoa
• Ingressos para as trilhas de Huayna Picchu ou Machu Picchu Mountain: U$ 25 cada
• Wifi em Chaullay: 10 soles
• Usar banheiros ao longo da trilha: 1 sol
• Banho quente em Chaullay: 10 soles
• Cerveja Cusqueña long neck no Restaurante em La Playa: 5 soles
• Cerveja Cusqueña long neck nas termas de Santa Teresa e na Hidroelétrica: 8 soles
• Cerveja Cusqueña litro no camping de Santa Teresa: 15 soles
• Transporte de van de La Playa para Santa Teresa e para as termas: 15 soles
• Ingresso para as águas termais de Santa Teresa: 10 soles
• Aluguel de toalha nas termas de Santa Teresa: 5 soles
• Coca-cola 600ml nas termas de Santa Teresa e na Hidroelétrica: 5 soles
• Passagem de trem da Hidroelétrica até Aguas Calientes: U$ 33 (opcional)
• Passagem de ônibus de Aguas Calientes para Machu Picchu e vice-versa: U$ 12 ou 40 soles cada trecho (ida e volta são U$ 24)
• Usar banheiro em Machu Picchu: 2 soles
• Guarda-volumes em Machu Picchu: 5 soles
• Sacos de lixo para levar as coisas de Aguas Calientes de volta para Cusco: 1 sol cada um
• Tirolesa em Santa Teresa com a empresa Vertikal Zipline: 80 soles

para usar os "banheiros" improvisados na trilha, paga-se à parte

é possível comprar artesanatos, bebidas e lanchinhos nestas tendas improvisadas ao longo da Trilha de Salkantay

Minhas impressões da Trilha de Salkantay

Salkantay, na língua Quechua, significa "montanha selvagem". É a montanha mais alta da Cordilheira Vicabamba, com 6.271m. 

Diferente do Caminho Inca, a Trilha de Salkantay oferece mais beleza natural do que ruínas: são montanhas, cachoeiras, flora, selva e uma paisagem desolada. 

Ao longo da trilha, também achei o trajeto de Salkantay bem mais variado: nele, é possível ver glaciares e lagoas, cachoeiras, montanhas com picos nevados, uma enorme diversidade de flores, selva e ecossistemas, andar de tirolesa, tomar banho em águas termais, passamos por vilas andinas remotas e pequenos povoados...

glaciares e picos nevados 

pasos de montanha desolados

floresta tropical...tem de tudo em Salkantay
É considerada uma trilha "alternativa" porque o Caminho Inca ainda é considerado a trilha "clássica", mas, por isso mesmo, a trilha construída pelos incas está sempre superlotada e com os passes esgotados com meses de antecedência, enquanto que em Salkantay há pouquíssima gente - passamos por pouquíssimos grupos no caminho e só víamos mais gente nos acampamentos - e sempre há vagas, mesmo se você decidir ir na véspera. 

Eu, pessoalmente, depois de fazer os 2 trajetos, posso dizer que preferi Salkantay, justamente por ter menos gente, ser mais "selvagem" e desolada, e ser uma rota mais variada, com vistas mais impressionantes das montanhas e da floresta tropical e atividades legais como tirolesa e águas termais no caminho, além da beleza imperdível da Montanha Salkantay e da Laguna Humantay - mas sim, eu consigo entender a aura mística que o Caminho Inca exerce sobre os trilheiros de primeira viagem, e compreendo que, quem nunca foi a Machu Picchu, queira chegar lá pela Puerta del Sol.

Aliás, Salkantay foi escolhida pela revista National Geographic Adventure Travel como um dos 25 Melhores Treks no Mundo.

a Laguna Humantay é um dos lugares mais incríveis que já vimos na vida




emoção de chegar lá!

Salkantay não requer permissões especiais (como é o caso da Trilha Inca) e qualquer pessoa saudável pode fazer, desde que tenha um mínimo de fôlego e muita força de vontade. 

Não saberia dizer qual foi mais difícil para mim - fiz a Trilha Inca com 20 e poucos anos, e Salkantay com quase 42 anos, acho que isso faz diferença, né?

A cada passo nas trilhas peruanas, eu conseguia perceber como cresci/amadureci desde a última vez em que tinha estado lá. 

A altitude pode te prejudicar, mas é 90% mais provável que o teu psicológico seja o primeiro a te derrubar num desafio desses, se não estiveres firme no teu objetivo! 

Para quem é atleta e tem bom preparo físico, o que eu estou dizendo pode não fazer nenhum sentido; mas, para quem é praticamente sedentário, e se propõe a um desafio assim, o principal é estar preparado psicologicamente!









Dados da Trilha de Salkantay

  • Distância: 64Km
  • Altitude no começo: 2.900m
  • Ponto mais alto: 4.630m
  • Altitude em Machu Picchu: 2.300m 
  • Ponto de partida: Cusco - no seu hotel
  • Horário de partida: 5:30
  • Ponto de chegada: Cusco - no seu hotel



Porque não levamos o Lipe para Salkantay?


Além do fato de que o Lipe não teria nenhuma condição (física) de caminhar 64Km em 4 dias, subindo e descendo montanhas a 4.000m de altitude (é puxado gente, não é brincadeira!), também não poderíamos levá-lo porque a idade mínima permitida nesta trilha é de 12 anos. 

Entre 12 e 18 anos, todos precisam estar acompanhados de 1 adulto. 

Vale dizer que não vi ninguém que aparentasse ter menos de 20 anos na trilha 😏

no nosso grupo, eram todos na faixa dos 22 a 27 anos, com exceção de nós dois!

Quando reservar o seu Salkantay Trek

Eles têm saídas garantidas para a Trilha Salkantay todos os dias, mas não é possível garantir que você vá conseguir vaga em um grupo no dia que quiser, pois os grupos podem estar lotados.

E há também a questão dos ingressos de Machu Picchu e das montanhas Machu Picchu e Huayna Picchu, que são limitados por dia, como expliquei aqui.

Pode acontecer de você conseguir vaga em um grupo para a trilha, mas eles não conseguirem ingresso para Machu Picchu ou para que você possa escalar a sua montanha preferida chegando lá.

As passagens de trem também podem se esgotar, e a agência não conseguir reservar a sua passagem de volta para Ollantaytambo.

Por estas razões, eles recomendam que você reserve com uma certa antecedência - nós reservamos pouco mais de 2 semanas antes da data marcada para o início da trilha.


se não reservar com antecedência, você corre o risco de não conseguir passagens de trem

Quando fazer a Trilha de Salkantay


A melhor época para fazer qualquer uma das trilhas peruanas no Vale Sagrado é a estação seca, entre abril e setembro.

Em outubro começa a chover e, até março, Machu Picchu fica coberta de nuvens.

Fomos em maio e pegamos tempo bom durante toda a viagem.

Salkantay: a trilha alternativa até Machu Picchu

Salkantay: a trilha alternativa até Machu Picchu

Salkantay: a trilha alternativa até Machu Picchu

Salkantay: a trilha alternativa até Machu Picchu
Salkantay: a trilha alternativa até Machu Picchu

Saindo da zona de conforto em Salkantay


Em Salkantay, saímos da nossa zona de conforto em um novo patamar! 

Não por acampar, dormir num saco de dormir ou numa barraca, coisa que já fizemos inúmeras vezes; também não foi por estar num país estranho, com pessoas estranhas, porque o espanhol é familiar pra nós e, sendo minha quarta vez no país, já nos sentimos 'em casa' no Peru; não foi pelo frio de -5°C, ou com a altitude acima dos 4500m, coisas com as quais também já nos acostumamos; não foi por não poder tomar banho, lavar a cabeça e ter que ir ao banheiro 'no matinho' - isso a gente resolve facilmente com lencinhos umedecidos, sendo só por uns poucos dias...

No nosso caso, já fizemos tantas loucuras e aventuras mundo afora, inclusive com o Lipe na mochila, que a nossa 'zona de conforto' já se expandiu há tempos, e não volta mais ao que era antes. 

A 'área de abrangência' em que nos sentimos confortáveis é tão ampla que é difícil nos sentirmos intimidados com alguma situação viajando hoje em dia. 

Salkantay: a trilha alternativa até Machu Picchu
eu gostaria de ir dormir com essa vista pro resto da vida, se pudesse - mas alguns dias já foi um privilégio - obrigada, Tierras Vivas ❤💙
Depois de tantas viagens, a gente perde um pouco o friozinho que dava na barriga antes de partir para uma nova aventura, de conhecer um novo lugar. 

Aquela ansiedade boa pre-viagem vai embora, junto com a experiência que a gente vai adquirindo...e eu já começava a sentir falta do tal frio na barriga, até agora! 


Não é que essa história de inventar de subir montanhas de 4600m+ de altitude, e passar 5 dias trilhando nos Andes, me trouxe de volta um certo GELO no estômago?? Só o Peg mesmo, para me convencer de me meter numa fria dessas 


Salkantay: a trilha alternativa até Machu Picchu


Mas, como falei quando embarquei nessa aventura, era o desafio de completar essa jornada a que a gente se propôs que me trazia de volta aquela já esquecida sensação de frio na barriga antes de me lançar em uma nova empreitada. 

E foi justamente esse desafio que me tirou completamente da zona de conforto!!! 

Foram no mínimo umas 5x ao longo da trilha que eu pensei que não ia conseguir...e consegui! 

É uma loucura subir uma montanha com nuvens ao teu redor, sabendo que tu vais chegar lá em cima sem enxergar nada, só para começar a descer de novo no minuto seguinte...mas a sensação de superação minha gente...é imbatível! 

Todas as 5x que eu pensei de verdade que não ia conseguir, imediatamente pensei que nada me faria desistir naquele momento. 
Salkantay: a trilha alternativa até Machu Picchu
principal marco da trilha devidamente alcançado e vencido 😂
Nas montanhas - e na vida também, a nossa energia tem que estar sempre toda concentrada no presente - não dá para ficar perdendo tempo pensando e alimentando bobagens...tem que esvaziar a mente e se concentrar só no próximo (às vezes difícil) passo. 

E, quando cada passo vem dolorido, quando cada degrau vencido lateja um músculo que a gente nem sabia que tinha, quando cada metro montanha acima te deixar mais ofegante, o segredo é olhar para trás e se orgulhar do que já foi conquistado, do caminho percorrido. 

Eu consegui 😁 e voltei para casa muito feliz comigo mesma. Porque a zona de conforto alargou muiiiiiito, mas eu quero cada vez mais encontrar novos desafios. 

Não é esse, afinal, o sentido da vida?

Salkantay: a trilha alternativa até Machu Picchu
quem aí já sonhou com essa vista?
Nas nossas velhas (e pesadas) mochilas, mais do que capas de chuva, protetor solar e luvas, carregamos sonhos e histórias! Carros, silicone nos peitos, sofás novos e roupas se vão, mas as nossas experiências...essas duram para sempre! 

E, se depender de nós, essas mochilas vão ficar cada vez mais velhas e pesadas, de tantas histórias que elas ainda vão viver!

Você já esteve no Peru? Visitou Machu Picchu? Fez alguma trilha por lá? Conte para a gente, deixe a sua dica nos comentários!

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Salkantay: a trilha alternativa até Machu Picchu
Salkantay: a trilha alternativa até Machu Picchu

E aí, pronto para reservar a sua estadia no Peru? 

Como já mencionei, em Aguas Calientes, cidade que é base para visitar Machu Picchu, ficamos no Hotel Sol de los Andes Inn, que é super barato, com diárias de apenas U$ 28 no quarto duplo com café da manhã. 


Mas, se você quiser esbanjar, faça uma reserva no Belmond Sanctuary Lodge, um 5 estrelas fantástico que é o único hotel localizado em Machu Picchu, na porta de entrada das ruínas! Deve ser uma experiência única na vida, ideal para comemorar uma ocasião especial!

Em Lima, recomendamos o super prático Casa Fanning Hotel, com apartamentos completos ótimos para famílias. 

Em Cusco, recomendamos o rústico e aconchegante El Balcón Inn. Mas, se você quer economizar bastante em hospedagem, dê uma olhada no super econômico albergue Hitchhikers Cusco Hostel, onde ficamos várias noites, mas peça um quarto de casal no andar de cima (e não no térreo, que é mais barulhento). 

Na nossa primeira viagem a Cusco, ficamos no Hotel Royal Qosqo, mas não sei dizer como ele está hoje em dia (a nota no Booking está 74).

Em Ollantaytambo, recomendamos muito uma noite na charmosa pousada El Albergue. 

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Claudia Rodrigues Pegoraro

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10 comentários:

  1. Top Top Top... muito bom o post, pelo visto a viagem foi maravilhosa

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  2. Claudia que viagem linda....

    Lu, aqui de Farroupilha/RS...

    Só vocês mesmo....

    Tem que realmente ter muita força, principalmente mental para completar um caminho desses....

    Seguindo muitas, mas muitas mesmo das tuas dicas, estamos indo para a Islândia em setembro.....

    Bjo

    Lu

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  3. Olá Cláudia, sempre me surpreendendo. Não conhecia essa trilha alternativa para chegar a Machu Picchu, obrigado pela dica. Ando com imensa vontade de voltar ao Peru e fazer uma dessas trilhas. Como você compara a experiência da trilha original com Salkantay? Abraço ao pequeno Filipe e boas viagens para vocês. Saudades!

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    Respostas
    1. Oi Filipe! Só vi teu comentário aqui agora! Desculpe! Escrevi lá no meio do post sobre isso: diferente do Caminho Inca, a Trilha de Salkantay oferece mais beleza natural do que ruínas: são montanhas, cachoeiras, flora, selva e uma paisagem desolada. Ao longo da trilha, também achei o trajeto de Salkantay bem mais variado: nele, é possível ver glaciares e lagoas, cachoeiras, montanhas com picos nevados, uma enorme diversidade de flores, selva e ecossistemas, andar de tirolesa, tomar banho em águas termais, passamos por vilas andinas remotas e pequenos povoados...

      É considerada uma trilha "alternativa" porque o Caminho Inca ainda é considerado a trilha "clássica", mas, por isso mesmo, a trilha construída pelos incas está sempre superlotada e com os passes esgotados com meses de antecedência, enquanto que em Salkantay há pouquíssima gente - passamos por pouquíssimos grupos no caminho e só víamos mais gente nos acampamentos - e sempre há vagas, mesmo se você decidir ir na véspera.

      Eu, pessoalmente, depois de fazer os 2 trajetos, posso dizer que preferi Salkantay, justamente por ter menos gente, ser mais "selvagem" e desolada, e ser uma rota mais variada, com vistas mais impressionantes das montanhas e da floresta tropical e atividades legais como tirolesa e águas termais no caminho, além da beleza imperdível da Montanha Salkantay e da Laguna Humantay - mas sim, eu consigo entender a aura mística que o Caminho Inca exerce sobre os trilheiros de primeira viagem, e compreendo que, quem nunca foi a Machu Picchu, queira chegar lá pela Puerta del Sol.

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  4. Nunca tinha ouvido falar dessa trilha! Foi muito legal acompanhar a viagem de vocês e esse post tá mais do que bem explicado!

    To passando por esse gelo no estomago bem agora, pensando no desafio que teremos no Tour du Mont Blanc. Tentando manter a cabeça boa e mesmo faltando 2 meses ainda, cada dia que passa o "peso" da trilha aumenta mais! Não adianta pensar no desafio inteiro, tem que pensar dia a dia e aproveitar o momento... Li algum montanhista falando que pra escalar montanhas a divisão da preparação é: 70% psicológica, 20% física e 10% sorte!! Quero voltar assim como você, com a sensação de ter conseguido!

    :)

    Beijão!

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  5. Que post maravilhoso! Juntei várias dicas. Obrigada! ♥

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  6. Sensacional o relato! Obrigado pela disponibilizar todas essas informações. Estou planejando ir em 2020 e vai ser essencial no meu planejamento.

    Só fiquei com uma dúvida, Vocês deixaram o resto das coisas de vocês, que não levaram para o trekking, na sede da agência?!

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    Respostas
    1. Belo relato!!! Mais uma vez o blog de vocês vais nos ajudar muito na viagem, parabéns!!!

      Ainda estou na dúvida se farei a trilha Inca ou a Salkantay!

      Em questão de conforto, considerando as barracas, estrutura, e serviço de carregamento das malas, a trilha inca também oferece estas questões?

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    2. Sim, ambas as trilhas têm exatamente o mesmo tipo de serviços das agências! Tudo igualzinho!

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