Descubra tudo o que você precisa saber para planejar uma viagem à Groenlândia, incluindo Kangerlussuaq e Ilulissat

A Groenlândia é uma ilha enorme entre o Atlântico Norte e o Oceano Ártico, com grande parte da sua superfície coberta de gelo.

É considerada um território dinamarquês autônomo, assim como as Ilhas Faroé, mas, geograficamente falando, é parte da América do Norte (e não da Europa).

A pequena população vive ao longo do litoral cheio de fiordes, especialmente no sudoeste da ilha.

A localização da Groenlândia no mapa, bem ao norte, até mesmo acima do Círculo Polar Ártico, faz com quem sejam comuns os incríveis fenômenos naturais do sol da meia-noite, no verão, e da aurora boreal, no inverno.

A capital da Groenlândia é Nuuk, e o idioma oficial é o Gronelandês.

Neste post, minha querida amiga virtual Janete Mendonça nos conta tudo sobre a viagem dela e do marido à Groenlândia - um post recheado de dicas de viagem, que vai deixar todo mundo com água na boca, colocando mais um destino na wishlist!

Também de autoria da Janete, leia: Svalbard na Noruega - relato de viagem

E, se você está interessado nesta região, leia também:

Dicas da Noruega
Dicas da Islândia

Dicas da Finlândia

Dicas da Suécia
Dicas da Dinamarca

Dicas das Ilhas Faroé

Dicas de Svalbard

Com a palavra para contar tudo sobre a viagem à Groenlândia, a Janete:

sítio de criação de cães de trenó em Ilulissat na Groenlândia

antiga igreja de madeira na Groenlândia

prédios coloridos na Groenlândia

Groenlândia: planejando a viagem

Desde minha adolescência, quando assistia alguma reportagem sobre a Groenlândia, sempre era informando sobre a chegada de algum navio com pesquisadores e cientistas, naquele território gelado. Sempre que via aqueles assentamentos com algumas casas coloridas, e aquelas imagens despertavam em mim muita curiosidade, pois ficava imaginando como seria viver por meses num lugar totalmente isolado do mundo, com temperaturas baixas, sempre negativas, mas jamais imaginei que um dia eu teria o privilégio de chegar naquele lugar remoto e conhecer um pouquinho de como é viver lá.

Também não imaginava que havia uma cidade, ou melhor, várias cidades, e muito menos que aquela ilha coberta de gelo tivesse uma população de aproximadamente 57.000 habitantes.

Desde 2015, quando fui ao Ushuaia, conhecida como o "fim do mundo", fiquei tão fascinada por aquele lugar, totalmente coberto de neve, que senti muita vontade de conhecer outros lugares extremos ao redor do mundo.

Comecei a pesquisar cidades com essas características e encontrei a Groenlândia. Porém, naquela época, eu tinha outras prioridades de lugares que queria conhecer.

Então, no segundo semestre de 2023, comecei a planejar minha próxima viagem, na qual cogitei incluir a Groenlândia, mas nada definido ainda.

Assim, comecei a pesquisar sobre como ir, onde ficar, o que conhecer, etc.

E, como iria até Copenhague, de onde sairia meu voo para as Ilhas Faroé, que faziam parte do meu roteiro, resolvi incluir a viagem até a Groenlândia. Decidi ir para as Ilhas Faroé após ler os posts da Claudia no blog, pois fiquei encantada!

Comecei então a buscar informações sobre qual companhia aérea fazia esse trecho, qual a cidade mais turística e também mais bonita, hotéis, o que ver e/ou fazer, etc.

Encontrei poucas informações ou relatos de pessoas que já tinham realizado essa viagem.

E, ainda assim, os relatos que encontrei eram de pessoas que tinham ido no verão; um casal foi de navio, outro foi para trabalhar na capital, e outra foi apenas até o vilarejo Kangerlussuaq, que tem um aeroporto aonde chegam os voos de aeronaves de grande porte, com conexão para as outras cidades pequenas da Groenlândia.

Procurei então o site Visit Greenland para obter mais informações sobre a ilha.

centro de informações turísticas na Groenlândia

escola em Ilulissat na Groenlândia

Ilulissat, Groenlândia

Como chegar à Groenlândia

Para chegar na Groenlândia, no inverno, os voos saem apenas de Copenhague, na Dinamarca, ou da Islândia.

A companhia aérea é a Air Greenland.

Como eu escolhi conhecer a cidade de Ilulissat, os voos partem de Kastrup Airport, em Copenhague, chegando no Aeroporto de Kangerlussuaq, onde pousam aeronaves de grande porte (no caso, um Airbus A330-800 neo (em Ilulissat pousam apenas aeronaves pequenas).

O voo é de 4h40min (como fui no inverno, não encontrei voos todos os dias da semana).

As passagens aéreas são caras - aliás, a Dinamarca é um dos países mais caros, e a moeda é a coroa dinamarquesa.

O limite de peso da bagagem despachada é de 20Kg. Então deixamos nossas malas de 23Kg no depósito do hotel em Copenhague, pois tínhamos reserva para o retorno da Groenlândia, e levamos apenas mala de bordo.

Como ficamos hospedados em Copenhague no Absalon Hotel, localizado muito próximo da estação ferroviária, fomos caminhando com nossa bagagem de bordo até lá e pegamos um trem, que sai a cada 20min e a parada é dentro do aeroporto. Basta pegar o elevador, escadas ou rampas rolantes.

O preço do bilhete de trem é de 60Kr para 2 pessoas (aproximadamente R$ 45,00).

Para fins de comparação, no dia de nossa chegada em Copenhague, vindo de Lisboa, pegamos um táxi e pagamos aproximadamente R$ 300,00 - cada vez que o taxímetro aumentava, ia ficando apavorada, rsrs...

No Aeroporto Kastrup em Copenhague, o check-in foi tranquilo e preferimos despachar nossas malas de bordo. O controle do raio-x é bem rigoroso.

Nosso voo para a Groenlândia saiu no horário e foi super tranquilo.

O serviço de bordo da Air Greenland é ótimo.

Primeiro servem apenas bebidas. Em seguida, passam servindo a refeição e, por último, servem café, chá e, se quiser, tem sachês com leite líquido. E servem à vontade, nada regrado.

As comissárias de bordo são super simpáticas e também têm mais idade do que costumamos ver em outras companhias aéreas.

A configuração dos assentos da aeronave era de 2 X 4 X 2.

voo de Copenhague a Kangerlussuaq

sobrevoando a Islândia

voo da Dinamarca para a Groenlândia

aeronave do voo de Copenhague a Kangerlussuaq

esteira de bagagens no Aeroporto de Kangerlussuaq

Chegando a Kangerlussuaq, na Groenlândia

Chegando em Kangerlussuaq, o desembarque acontece através de uma escada, na pista, e temos que ter muito cuidado para não escorregar no asfalto com os restos de neve. Logo entramos numa pequena sala com uma esteira minúscula. Ao pegar a bagagem, já saímos na sala de embarque/desembarque, onde tem uma loja de souvenirs e, em frente, uma cafeteria e um restaurante.

À esquerda tem uma escada que dá acesso à recepção do Hotel Kangerlussuaq, onde nos hospedamos.

É caro, pois pagamos 1.875 coroas por diária - R$ 1.415,00, aproximadamente - lembrando que tem mais 6,38 de IOF se você paga com cartão de crédito. A reserva foi realizada por e-mail - eles apenas pedem alguns dados pessoais e nenhum dado bancário ou cartão de crédito.

No check-in apresentei a reserva impressa, enviada por e-mail e paguei com cartão de crédito.

Não precisa nem apresentar o passaporte, como é normal nos hotéis na Europa.

Nos entregaram as chaves e fomos deixar nossa bagagem no quarto.

O hotel é enorme, circundando a área do aeroporto. São muitos corredores e não tem elevador, porém os quartos parecem ficar apenas no piso acima das instalações do aeroporto, cafeteria e restaurantes, pois o café da manhã maravilhoso é servido em outro restaurante.

Ah, entrando no aeroporto, tem WiFi gratuito, e no hotel também tem WiFi.

O quarto do hotel é confortável, porém é pequeno e simples, pelo preço que pagamos. O banheiro é o mais simples e feio de todos os lugares que já me hospedei em todas minhas viagens. Mas é dentro do quarto.

Após deixarmos as bagagens no quarto, saímos do aeroporto e logo em frente tem uma loja Tussas, onde funcionam os correios e vendem chip de celular com plano de dados de internet.

Compramos o de 3 Gigas, para uma semana, por 249 coroas (aproximadamente R$ 190,00 reais).

É simples, basta desligar o celular, retirar o seu chip e colocar o outro. Pede um pin, que consta no cartão do chip. É só digitar e você já está conectado.

Logo ao lado tem o supermercado de Kangerlussuaq.

Fomos conhecer, ver os preços dos produtos e comprar água, refrigerante, chocolate, biscoito, etc - coisas para beliscar antes de dormir.

Aproveitamos e compramos um acessório para colocar no calçado para andar na neve sem correr o risco de cair. Eu já tinha, mas meu marido não tinha encontrado um que servisse nele, pois calça tamanho muito grande.

Saímos do supermercado e fomos numas lojinhas de souvenirs, também em frente ao aeroporto, mas só tinham coisas feitas com peles de animais e não nos interessaram.

Então retornamos para o aeroporto para comer na cafeteria, pois o restaurante já tinha encerrado o horário do almoço. No menu da cafeteria tem massas, sanduíches, hambúrguer, croissant, etc.

Kangerlussuaq é um vilarejo que tem entre 500 e 700 habitantes. Tem algumas outras acomodações no estilo hostel, com banheiro compartilhado, e não são baratos, porém custam a metade do valor do hotel do aeroporto.

O aeroporto é bastante movimentado, pois tem vários voos diários para as outras cidades. Mas depois das 16hs fica vazio, com movimento apenas na cafeteria e restaurante, que são abertos ao público em geral. E o mercado, correios e lojinhas fecham todos nesse horário.

No inverno, temos menos horas de claridade, pois começa a clarear depois das 8hs da manhã e escurece um pouco depois das 17hs.

No dia seguinte, descemos cedo para o café da manhã, que é maravilhoso, com muita variedade, inclusive com frutas frescas.

Após o café da manhã, retornamos ao nosso quarto para nos organizar e descer para fazer o check-out do hotel e check-in do voo para Ilulissat. Tudo muito simples e tranquilo.

Despachamos nossas bagagens, mesmo sendo malas de bordo. Aguardamos o horário do voo e não foi preciso passar pelo raio-x.

As aeronaves que fazem o transporte doméstico entre cidades da Groenlândia são De Havilland DHC-8, série 200, para apenas 27 passageiros.

O voo de Kangerlussuaq até Ilulissat é de apenas 45min.

Na hora do embarque, como são poucas pessoas, não tem aquela burocracia que estamos acostumados. As pessoas simplesmente saem pela porta que dá acesso ao pátio do aeroporto e se dirigem à aeronave, sem precisar conferir os bilhetes. A pista do aeroporto é muito escorregadia, pois retiram a neve, mas o pouco que fica se transforma em gelo.

O voo foi super tranquilo, também tem serviço de bordo muito bom. A vista da ilha de gelo é incrível, ainda mais num dia com céu azul.

Vale acrescentar que há voos para Ilulissat com conexão em Nuuk, a capital, que chegam no mesmo dia. Mas, quando estava pesquisando, eu não tinha datas flexíveis.

E, como os voos são caríssimos, comprei o mais barato e também não tinha muita opção para as datas escolhidas. Mas foi bom, porque tive a oportunidade de conhecer mais uma cidade, ou melhor, mais um vilarejo, da Groenlândia 😊

passeios oferecidos em Kangerlussuaq

produtos no supermercado de Kangerlussuaq

Kangerlussuaq, na Groenlândia

ônibus em Kangerlussuaq, na Groenlândia

casas coloridas em Kangerlussuaq, na Groenlândia

Dicas práticas de Ilulissat, na Groenlândia

Chegando em Ilulissat, onde o aeroporto é bastante pequeno, pegamos nossas malas e saímos para pegar o transfer, incluso na diária do hotel, que já aguardava os hóspedes do nosso hotel e de outros também.

No trajeto do aeroporto ao hotel, fui observando aquela cidade toda coberta de neve e tentando fotografar tudo.

Ficamos hospedados no Hotel Hvide Falk, à beira-mar, em Ilulissat.

Ilulissat é uma cidade pequena, com aproximadamente 4.500 habitantes.

Escolhi esse hotel pela localização, por ter café da manhã incluído e por ter varanda. Tem outros bons hotéis na cidade.

Outras opções de hotéis em Ilulissat:

Best Western Plus Hotel Ilulissat

Hotel SØMA Ilulissat

Hotel Arctic

Chegando no Hotel Hvide Falk, mesmo sendo de manhã ainda, fizemos o check-in e fomos deixar nossa bagagem no quarto.

quarto no Hotel Hvide Falk em Ilulissat, na Groenlândia

varanda do Hotel Hvide Falk em Ilulissat, na Groenlândia

Após deixarmos nossas coisas no quarto, aproveitamos que estava um dia lindo, com temperaturas de -4°C (sensação térmica de -12°C) e saímos para explorar a cidade, nas proximidades do hotel.

Fomos até o supermercado AKIKI, que tem anexo um restaurante de fast-food da rede Sunset Boulevard, a aproximadamente uns 200m do hotel.

No supermercado fizemos um tour para ver tudo o que tinha, principalmente na parte de alimentos. Havia um balcão com pratos de comidas prontas, mas, como temos dificuldade em comer a culinária local, preferimos não arriscar e compramos chocolates, biscoitos, etc.

Seguimos para o restaurante Sunset Boulevard, um local pequeno mas muito organizado.

Logo na entrada tem vários totens para fazer os pedidos. Não tivemos dificuldades, pois tem opção de idioma inglês e dinamarquês. E usamos a opção câmera do Google Tradutor, pois tínhamos internet. Tudo pago com cartão de crédito, na Groelândia e em toda a Dinamarca.

Essa rede de fast-food tem a opção de menu com bebidas self-service à vontade. Os funcionários são super simpáticos. Tem um cardápio bastante variado e os pratos são deliciosos. Os pães são diferentes do que conhecemos, mas bastante saborosos.

Depois fomos caminhando até uma loja de souvenirs, mas havia poucos itens, a não ser camisetas - e bem caras: 190 coroas dinamarquesas - no aeroporto de Kangerlussuaq era um pouquinho menos caro e tinha mais opções e outros itens também.

Continuamos explorando os locais próximos, até voltarmos para o hotel. Porém saí novamente um pouco antes do escurecer para apreciar aquela belíssima paisagem e tirar umas fotos.

sobrevoando a Groenlândia

chegando no Aeroporto de Ilulissat, na Groenlândia

Ilulissat, na Groenlândia

Porto de Ilulissat, na Groenlândia

igreja de madeira em Ilulissat, fundada em 1779, um dos edifícios mais antigos Groenlândia

restaurante de fast-food em Ilulissat, na Groenlândia

supermercado em Ilulissat, na Groenlândia

mapa de cidade de Ilulissat, na Groenlândia

loja de souvenirs em Ilulissat, na Groenlândia

Aurora Boreal na Groenlândia

Nessa 1ª noite, não estava conseguindo dormir, então levantei para olhar pela janela e vi que estava acontecendo a aurora boreal - era por volta de 23h50min.

Me vesti e saí para a varanda, apesar do frio cortante, pois a previsão para o próximo dia era de muito frio, vento e neve. Entrava e saía do quarto a todo momento, durante 1h mais ou menos. E continuava acontecendo a aurora boreal.

Tirei algumas fotos, mas ficaram prejudicadas porque estávamos na parte baixa da cidade, com muitas casas na frente, e ainda tinha as luzes dos postes para atrapalhar. Mas, mesmo assim, tive o privilégio de ver mais uma vez a aurora boreal, pois já tínhamos visto na Finlândia em 2023.

No dia seguinte, 22/02/24, só saímos do hotel para ir comer, pois amanheceu ventando e nevando muito, com temperatura de -10°C e sensação térmica de -18°C.

As máquinas de retirar neve das ruas passavam a todo momento em frente ao nosso hotel, pois despejavam a neve no final da rua, próximo ao mar congelado.

Aurora Boreal na Groenlândia, vista do quarto do hotel em Ilulissat

Aurora Boreal na Groenlândia

Passeios em Ilulissat

Na manhã seguinte, 23/02, apesar da baixa temperatura de -14°C e da sensação térmica de -20°C graus, o céu estava azul e tivemos um dia ensolarado.

Fui até a recepção do hotel para ver se tinha algum passeio de barco disponível, mas me informaram que eu teria que ir no prédio ao lado, na agência Albatros Arctic Circle, onde eles vendiam os passeios.

Nós queríamos aproveitar o dia com tempo bom para fazer esse passeio, pois, apesar de o mar estar congelado e cheio de icebergs, vistos do próprio hotel, era o único passeio que dava para fazer - tem um barco quebra-gelo que todos os dias, quando estávamos no restaurante tomando café da manhã, víamos saindo do porto, que fica a poucos metros do hotel, passando e abrindo caminho para os barcos de pescadores.

Na agência, me informaram que, para aquela tarde, não tinham mais vagas, somente para o dia seguinte. Mas, como a previsão para o dia seguinte, sábado, 24/02, era de muita neve, eu não quis arriscar.

E no domingo não abriam e nem ofereciam passeios. Ou seja, não fizemos o passeio, e no sábado abriu sol no período da tarde 😏

Na verdade, há outros passeios, como trenós de cachorros (mas já fizemos em outro lugar) e caçadas à aurora boreal - mas, como eles levam os turistas mesmo quando não há possibilidade de ocorrer o fenômeno, não nos interessamos, até porque vi o fenômeno da aurora boreal de dentro do quarto e também da varanda do nosso hotel na 1ª noite em Ilulissat e também outras 2x na Finlândia.

Queria fazer um city tour, dentro de um veículo, mas eles não oferecem passeios motorizados, ou seja, têm apenas aqueles passeios caminhando pelas ruas, o que não quisemos fazer.

Na cidade há outras agências, mas não sei se oferecem outros passeios. Pelas minhas pesquisas, no inverno, são apenas esses passeios que citei que estão disponíveis em Ilulissat.

Então, para aproveitar o lindo dia ensolarado, resolvemos ir caminhando até o Ilulissat Isfjordscenter, a 1.200m do hotel. Assim aproveitamos para conhecer outra parte da cidade, pessoas locais, escolas, as chácaras de criação dos cães de trenó e outros lugares.

A recepcionista do hotel perguntou se queríamos um táxi, no valor de 50 coroas o trecho, até o local, mas preferimos ir caminhando, apesar de termos que subir uma rua bem íngreme e cheia de neve.

Infelizmente, ao chegarmos no museu, estava fechando para o almoço. Meu marido quis retornar para o hotel e então fui explorar os arredores e vi que, por trás, havia acesso para subir no teto do museu.

Apesar de estar tudo coberto de neve, subi as escadas de acesso e me apoiei no corrimão para acessar o topo da cobertura. O chão é de madeira e, como é subida, tive que redobrar os cuidados para não escorregar. Apesar de não ter degraus no teto, tem umas ripas de madeira para auxiliar a subida. A vista é bacana, porém é tudo coberto de neve.

Após descer e sair do espaço do museu, ainda caminhei mais à frente, fora da cidade, e vi umas placas indicando a distância de alguns lugares. Acredito que são trilhas, as quais devem ser mais utilizadas no verão. Mais à frente tinha uma mesa com bancos de madeira.

Mesmo estando um dia claro, com céu limpo e sol, nessa parte mais alta da cidade estava ventando muito, o que diminuía mais ainda a sensação térmica, ficando mais frio.

Retornei para o hotel, observando atentamente tudo ao meu redor, até mesmo o excesso de trânsito, e percebi que tinha um tablado numa passarela paralela à rua, pois, devido à quantidade de neve, não tinha calçadas, e tinha uma escola próxima dali.

Quando cheguei próximo ao hotel, fui apreciar o belíssimo por do sol, o qual fica por um período maior no horizonte. Em seguida me encontrei com meu marido para irmos almoçar/jantar no restaurante Sunset Boulevard.

Em nosso hotel tinha um bar, que abria para happy hour, das 17 às 19hs, e depois desse horário o restaurante começava a atender (aberto ao público).

Na manhã seguinte, dia 24/02, amanheceu um pouco menos frio, mas nevando bastante, e aproveitamos para descansar da caminhada morro acima do dia anterior. Somente no meio da tarde tivemos sol entre nuvens e temperaturas mais altas, chegando a -3°C.

No dia 25/02, domingo, também amanheceu nevando e, já no final da tarde, tivemos sol entre nuvens.

Aproveitei que parou de nevar e fui explorar outra parte da cidade próxima ao nosso hotel, que era onde ficava situado o porto marítimo da cidade, onde tínhamos visto, no caminho do aeroporto até o hotel, muitos barcos na marina, toda coberta de gelo.

Haviam muitos barcos presos no gelo e algumas pessoas caminhando sobre o mar congelado. Fiquei algum tempo observando o movimento no local, até que uma família - os pais e 2 crianças - chegou de carro e estacionaram bem ao lado da marina.

Então eles desceram uma espécie de pier e se dirigiram até um barco, e todos entraram no mesmo e começaram a retirar a neve acumulada. Cheguei à conclusão que todos devem fazer essa manutenção em seus barcos, para que os mesmos não fiquem totalmente cobertos pela neve durante os longos meses de inverno.

Um pouco antes de retornar para o hotel, encontrei um senhor, morador local, e conversamos um pouco.

No dia seguinte, 26/02, após o café da manhã, arrumamos nossas coisas e fizemos o check-out do hotel, apesar de que o nosso voo para Kangerlussuaq seria apenas no início da tarde.

Ficamos aguardando no espaço da recepção até o momento da chegada do nosso transfer para o aeroporto. Enquanto aguardava, observei que havia uma pequena estufa num canto da recepção e perguntei para a recepcionista o que era. Ela me explicou que eram mudas de ervas utilizadas no restaurante, tipo hortelã, manjericão, alecrim, etc. Achei bem interessante.

O check-in foi tranquilo, sem burocracia, tornamos a despachar nossas malas de bordo e não precisamos passar pelo raio-x, uma vez que era um voo doméstico entre cidades da própria Groelândia.

Correu tudo normalmente, sem atrasos, um voo tranquilo.

bandeira da Dinamarca e máquina retirando neve das ruas de Ilulissat, na Groenlândia

Ilulissat, na Groenlândia

casas coloridas em Ilulissat, na Groenlândia

escadarias de acesso à parte alta da cidade de Ilulissat, na Groenlândia

mãe e bebê tranquilamente passeando pelas ruas congeladas de Ilulissat, na Groenlândia

trenó de cães em Ilulissat, na Groenlândia

centro de treinamento de cães de trenó em Ilulissat, na Groenlândia

cães de trenó em Ilulissat, na Groenlândia

casas coloridas em Ilulissat, na Groenlândia

Ilulissat, na Groenlândia

ruas de Ilulissat, na Groenlândia

Ilulissat Icefjord Centre, na Groenlândia

na parte de cima do Ilulissat Icefjord Centre, na Groenlândia

placas com indicações de trilhas em Ilulissat, na Groenlândia

Porto de Ilulissat, na Groenlândia

varanda do restaurante do hotel em Ilulissat, na Groenlândia

Ilulissat, na Groenlândia

De volta a Kangerlussuaq, na Groenlândia

Chegando de volta em Kangerlussuaq, fizemos o check-in no mesmo Hotel Kangerlussuaq que ficamos no dia da nossa chegada, tudo muito simples.

Fomos para o nosso quarto, mas tivemos que andar muito, corredores sem fim. Então voltamos na recepção para pedir um quarto mais próximo e fizeram a troca sem problemas.

Descemos para a cafeteria para almoçar/jantar, sendo que já era meio da tarde.

Depois fui explorar os arredores do aeroporto, no vilarejo de Kangerlussuaq. Achei bem interessante e caminhei até onde havia construções. Como já era final da tarde e comecei a sentir muito frio, decidi voltar para o hotel. A entrada é pelo aeroporto, e tem um hall com espaço para as pessoas sentarem e colocarem ou retirarem os acessórios, como grampos para os calçados.

Havia 2 garotos sentados ali e me sentei ao lado deles. Percebi que eram locais e imaginei que estivessem esperando por um familiar que trabalhasse ali no aeroporto, cafeteria ou restaurante, porém comecei a conversar com eles através do aplicativo Google Tradutor e me disseram que estavam ali porque tinham vindo à cafeteria comer um lanche, uma vez que é o único local do vilarejo que tem um cardápio bastante variado e deve ser referência para os moradores locais.

Disseram que estavam aguardando o ônibus. Perguntei onde moravam e apontaram para a vidraça da sala de embarque, com vista para o aeroporto, e logo atrás havia uma montanha. Ele disse: está vendo aquela montanha lá? Moramos logo atrás. Não eram irmãos, mas moravam em casas próximas. Fiquei mais de 1h conversando com os meninos. Um deles me disse que nunca saiu da Groenlândia, e o outro já tinha ido até Copenhague. Eles estudam e falam inglês perfeitamente. Quando deu o horário de pegarem o ônibus, eles se foram e nós fomos para nosso quarto.

O hotel é muito grande, pois é comum ocorrer cancelamentos de voos, devido ao mau tempo. E certamente nessas situações a companhia aérea precisa acomodar quase 300 pessoas, que chegam diariamente de Copenhague.

Em Kangerlussuaq tinha opção de 2 passeios:

Point 660, the Ice Sheet, que custava 950 DKK por pessoa
The Great Russell Glacier, que custava 850 DKK por pessoa

Se você comprasse os 2 passeios combinados, custavam 1500 DKK por pessoa, na Tundra Adventure.

Peguei essas informações com uma agência, através de WhatsApp, mas, pelo horário de chegada do nosso voo, ficou inviável.

Esse era um tour privado, mas li que tem um outro tour que é feito num ônibus com mais pessoas. São os mesmos passeios, mas, de ônibus, é claro que acaba demorando um pouco mais.

Na manhã seguinte, tomamos café da manhã no 1º horário, pois era preciso fazer o check-out às 10hs.

Nosso voo era no início da tarde. Então fizemos logo nosso check-in, despachamos as bagagens e aproveitamos para comprar umas lembranças da Groenlândia, na lojinha do aeroporto.

Observei que chegaram vários voos domésticos no período da manhã, cheios de pessoas que iriam para Copenhague à tarde, assim como nós. Quando iniciou o controle do raio-x, nos dirigimos para passar logo, pois eram muitos passageiros. O voo saiu no horário e tudo correu normalmente.

de volta a Kangerlussuaq, na Groenlândia

meninos Inuits na Groenlândia

Minhas impressões da viagem à Groenlândia

A nossa viagem para a Groenlândia foi perfeita.

Sem atrasos nem cancelamentos de voos, sem turbulências, em aeronaves confortáveis, com bom serviço de bordo e comissárias de bordo muito atenciosas. Valeu muito essa experiência.

Gostaria de ter conhecido outras cidades, mas, no inverno, é bem restrito o acesso, apenas de avião. Já no verão tem a opção de ir de barco.

Apesar de a Groenlândia ser um lugar muito frio, distante de tudo, ter quase todo o território coberto de gelo - as cidades ficam situadas nas extremidades, na costa, próximas ao mar - as pessoas têm vidas normais, com acesso a tudo o que temos. Os supermercados têm tudo o que precisamos, há internet em todos os lugares, escolas, carros modernos, etc.

Foi uma experiência incrível e realizei um sonho.