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Amamentação, viagens e a eterna culpa materna

Sobre amamentação, viagens e a eterna culpa materna.
Amamentação
Sobre amamentação, viagens e a eterna culpa materna.
Não tenho muitas fotos minhas amamentando o Lipe porque infelizmente tive pouquíssimo leite e, aos 16 dias, já tive que começar a dar fórmula para ele, porque o meu leite não era suficiente para engordar o pequeno e o gordito estava perdendo muito peso pelo esforço de sugar o pouco que eu tinha. 

De qualquer forma, continuei insistindo até os 3 meses, mais pelo ato de carinho que é dar de mamar do que propriamente pela amamentação - até hoje acredito que esse olhar de amor entre mãe e filho durante a amamentação carrega mais anticorpos que o tal do colostro! 😅 

Se tivesse mais leite, eu certamente teria amamentado até os 8 meses, pelo menos, eu e ele adorávamos! 

Sem falar que não tem época mais fácil na vida para viajar com um bebê do que no período de amamentação exclusiva: já pensou que, enquanto você está amamentando, tem sempre leite prontinho à disposição, na temperatura certinha, onde quer que você esteja? 

Quando viajamos com o Lipe para os EUA e Canadá aos 3 meses, era uma luta encontrar restaurantes que aceitassem aquecer a fórmula para ele - acreditam que as cozinhas industriais de restaurantes raramente têm um microondas?! 

Vou contar mais sobre essas nossas primeiras viagens quando o Lipe só tomava leite mais abaixo!

Amamentação
no World Financial Center, em New York, tomando leitinho numa mesa de restaurante

E quando a mãe não tem leite, ou não consegue amamentar?

Mas, já que estamos no mês da amamentação, quero falar sobre uma outra coisa que ninguém fala, e que vai meio na contramão de tudo o que eu leio por aí. 

O mês do aleitamento materno no Brasil foi instituído pela Lei nº 13.435/2.017, que determina que, no decorrer do mês de agosto, devem ser intensificadas as ações de conscientização e esclarecimento sobre a importância do aleitamento materno. 

Assim, o mês de agosto ficou conhecido como Agosto Dourado, para simbolizar a luta pelo incentivo à amamentação - a cor dourada tem relação com o padrão ouro de qualidade do leite materno.

Eu já escrevi sobre isso no Instagram outras vezes, e foram tantos os feedbacks de outras mães, que achei que valia a pena falar sobre isso aqui no blog também. 

Até dei print em alguns poucos comentários e vou publicar abaixo - como o meu Instagram é aberto, os comentários são todos públicos, então não tem problema de trazer para cá esses depoimentos, mas, se alguma mãe não quiser que seu comentário fique publicado aqui, é só me avisar que retiro imediatamente, viu!?

Como percebi que não estou sozinha, acho que vale repetir: todo mundo conta as maravilhas da amamentação, mas esquecem que existem muitas mulheres, como eu, que, sabe-se lá por qual razão, simplesmente não têm leite suficiente para amamentar os filhotes no peito. Ou ainda, têm leite, mas não conseguem amamentar no peito por inúmeros outros motivos (veja depoimentos abaixo). 

Nesses casos, a fórmula é a única solução. E, quer saber? Eu AMO Nan!! 

Depois de 16 dias vendo o Lipe chorar de fome, no 1° dia em que ele tomou uns mls de fórmula, dormiu 10hs seguidas, de tão saciado - achei até que ele tinha tido um troço!! 

O cocô nunca ficou duro ou seco e, mais importante que tudo: o guri é um touro de forte, nunca fica doente!! Nunca precisou tomar antibióticos e eu sequer tenho termômetro em casa. 

Não sei o que é passar uma noite em claro com filho doente, não sei o que é ter um filho com nariz entupido, não sei nem medir febre (toc toc, batendo na madeira aqui). 

O único remédio que ele usa é Annita, de tempos em tempos, e TODAS as vacinas que existem. 

Então sim, o aleitamento materno é lindo, é GRÁTIS, é um ato de amor - amor líquido, como dizem, é importante, é tudo de bom...para quem tem leite! 

Acho lindas as campanhas de incentivo ao aleitamento materno exclusivo...para quem tem leite e consegue amamentar o filho no peito! 

Para quem não tem leite, sem desespero: o Felipe foi criado a fórmulas e micróbios e bactérias indianas e está aí, vivo e são de lombo 😉

Amamentação

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Mas será que tu não fez alguma coisa errada? Toda mãe tem leite!

Essa foi a pior parte: eu estava super segura sobre a amamentação, adorando, me achando o máximo! 

Me preparei muito durante toda a gestação para esse momento. 

Comprei buchas vegetais, fiz esfoliação nos seios, fiz tudo o que me indicaram e mais um pouco. 

Li livros a respeito. 

O Lipe tinha uma ótima 'pega' - isso dito por enfermeiras que eu consultei - ficava horas pendurado em mim, chupando minhas tetas - dormíamos os 2 assim 😂 

Meus seios nunca ficaram machucados, nunca senti nenhuma dor, achava maravilhoso ficar com o Lipe pendurado horas a fio!

E eu super tranquila, nem imaginava que tinha pouco leite, achava que o que eu tinha era mais do que suficiente! Eu apertava os meus seios e caíam gotas de leite - para mim, isso significava que eu TINHA leite, né? 😕

Não...depois eu descobri que "ter leite" é quando a gente mal aperta o seio e o leite jorra. E isso NUNCA aconteceu comigo, mesmo tentando absolutamente tudo o que me recomendaram. 

Só descobri que o que eu tinha não era suficiente porque o Lipe estava perdendo muito peso, e a prescrição de fórmula só veio depois de 16 dias, na 2ª consulta com a pediatra, e depois de tentar todos os truques possíveis. 

Eu tomava litros e litros de água por dia, remédio para "baixar leite", cerveja preta e qualquer outra porcaria que me receitassem para vir mais leite. 

Consultei enfermeira, nutricionista, meu Santo Antônio e o diabo, e só o que eu ouvia é que "toda mãe tem leite". 

Uma 💩💩 ouvir isso. 

Por sorte, a minha pediatra era a melhor do mundo e me tirou essas bobagens da cabeça. Tentamos e insistimos de todas as formas até o 16º dia, e então concluímos que aí já era hora de introduzir a tal fórmula. 

Pra mim, é uma mentira deslavada dizer que todas as mães têm leite suficiente - eu não tinha, e pronto. Talvez numa outra gestação pudesse ter, porque cada gestação é diferente, mas nesta eu não tinha messssssmo.

Se uma mãe não consegue amamentar, é sempre culpa dela "que não teve informação suficiente", "que fez coisa errada", ou então culpa da indústria, que "empurra" fórmulas, desestimulando o aleitamento materno, ou ainda culpa do pediatra, que "preferiu o caminho mais fácil". 

Porquê, eu pergunto?! Amamentar pode ser simplesmente difícil pra c*****! 

E ninguém é menos mãe por isso - assim como mãe de cesariana não é menos mãe que aquelas que tiveram parto natural. 

Se você está fazendo o melhor que pode pela sua cria, isso é o que importa 😘

Amamentação

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Amamentação e viagens

Eu já escrevi num outro post aqui no blog como foi a 1ª viagem do pequeno viajante (clique no link para ler). 

Naquela nossa 1ª experiência viajando pelos EUA e Canadá de carro alugado com o Lipe bebezinho (ele tinha apenas 3 meses!), descobri uma lição muito importante para poder relaxar e viajar (um pouco) mais leve: existem bebês no mundo inteiro, então, consequentemente, haverá comida de bebês no mundo inteiro!

No nosso caso, o Felipe já tinha completado 3 meses e, àquelas alturas, eu já não tinha praticamente mais nada de leite - dava o peito pra ele só pelo carinho mesmo! Ele estava tomando o leite em pó Nan 1 quando fomos viajar com ele para o Canadá e para os Estados Unidos.

Meu singelo raciocínio: o Nan é da Nestlé, e Nestlé existe no mundo inteiro, então o Nan deve existir em todos os lugares...e lá me fui apenas com uma lata de Nan na mala (e um potinho na bagagem de mão, suficiente apenas para o tempo do voo) - até porque, do jeito que estavam as coisas nos aeroportos americanos, era bem capaz de acharem que o inocente pó branco do Nan do Felipe era cocaína!!

Resultado: não encontrei a porcaria do Nan em lugar nenhum - a Nestlé, nos Estados Unidos, tem o Good Start e, no Canadá, o Bon Départ, ambos diferentes do Nan e caríssimos - não sei exatamente o porquê, mas provavelmente em razão de alguma política governamental justamente voltada a estimular o aleitamento materno...

Conclusão: quem não tem Nan, toma Bon Départ! 

Nas viagens curtas que fizemos naquela época, como Uruguai, Paraguai e Argentina, levei sempre latas de Nan sobressalentes, porque sempre é melhor (e ainda mais em viagens) dar ao bebê aquela fórmula recomendada pelo pediatra dele, com a qual ele já está acostumado. 

Agora notem o seguinte: quem amamenta no peito, não tem que se preocupar com NADA disso.

É óbvio que é muito melhor, muito mais fácil viajar com filhotes pequenos para quem amamenta no peito - como escrevi acima, não tem nenhuma preocupação em decidir como vai amamentar a cria, tem o leite prontinho e na temperatura certa sempre à disposição!

Amamentação

Como aquecer o leite do seu bebê nas viagens

Para aquecer/amornar as mamadeiras do Lipe naquela viagem pelos EUA e Canadá, tentei várias técnicas: 
  1. o nenê-quente, que é um aparelho que se liga na tomada com um pouco de água dentro para aquecer a mamadeira em banho-maria; 
  2. o microondas
  3. um saco que é conectado na bateria do carro
  4. pedir em restaurantes e, finalmente; 
  5. a garrafa térmica, que se revelou imbatível!
Todos os dias de manhã, antes de sairmos do hotel (ou aonde quer que esteja se hospedando), você enche uma garrafa térmica de água fervendo e passa o dia todo fazendo as mamadeiras com aquela água quentinha - tem que ser uma garrafa térmica de marca boa, daquelas que mantém a água morna por, pelo menos, umas 20 horas!

O microondas não é recomendado pelos pediatras e nem sempre há um disponível. O saquinho que vai conectado na bateria do carro com a mamadeira dentro demora muitoooo para aquecer a água, e só tem utilidade quando se está viajando de carro. O nenê-quente foi absolutamente inútil, porque a tomada era diferente das dos Estados Unidos e Canadá e não tínhamos um "T" adaptador. Pedir em restaurantes é a pior pedida: a maioria das cozinhas de restaurantes, especialmente os de 'fast food, é do tipo industrial e, às vezes, eles simplesmente não têm como aquecer uma simples mamadeira!

Em resumo, a garrafa térmica é uma maravilha, pois, aonde quer que você esteja, é só tirar de baixo do carrinho (era ali que eu carregava a nossa), encher a mamadeira, esperar esfriar um pouquinho, até ficar na temperatura que o seu bebê gosta (ou esfriar com água mineral!), colocar a medida certa de leite em pó e...abracadabra: leite morninho!

Se você conseguir comprar uma garrafa térmica de um litro, é o suficiente - eu usava a minha velha e boa Chimarrita, que mantinha a água quente por quase 24 horas! Hoje em dia temos uma garrafa térmica da marca Stanley, que é cara, mas é top das galáxias. 

Para os felizardos cujos bebês tomam leite frio/na temperatura ambiente, isso tudo não é problema: basta ter sempre à mão uma garrafinha de água mineral sem gás...

E, quanto ao lugar ideal para dar leite ao nenê durante as viagens, é aquele onde você estiver, ou seja, qualquer lugar é lugar!!

amamentação
na loja BH, em New York, a vovó do Felipe encontrou espaço num expositor...e ele tomou a mamadeira bem feliz ali mesmo!

Amamentação
na cidade subterrânea de Montreal, quem deu o leitinho pro Lipe foi o vovô!

A eterna culpa materna

Também já escrevi um outro post aqui no blog falando sobre essa culpa eterna que as mães carregam consigo:


A gente se culpa por tudo, o tempo todo. Os outros também nos culpam de tudo, mas aí é problema deles, não nosso. E vida de mãe-viajante é muito pior. 

Nos culpamos por viajar com um bebê tão pequenininho; nos culpamos porque não levamos a mamadeira; nos culpamos porque esquecemos de trocar o nosso bebê-viajante (o passeio estava tão divertido!), e agora ele está todo assado; nos culpamos porque fomos viajar e deixamos o filhote em casa; nos culpamos porque levamos o filhote na viagem durante o ano letivo e ele perdeu aulas; nos culpamos porque não colocamos o casaco e ele ficou gripado. 

Imagina a culpa-monstra da mãe que vai esquiar na Argentina bela e fascinante e deixa o filhote 'sozinho em casa' 2 semanas inteirinhas?? 

E a culpa daquela mãe que deixa o seu pequeno viajante enfiar o pé na roda de uma bicicleta e quase perder o dedinho numa ilha isolada nos confins da Indonésia? 

A culpa é inerente à maternidade e eu sei que não adianta te aconselhar dizendo "não se culpe". 

O meu conselho de mãe vem, então, na forma de um NÃO DEIXE A CULPA TE CONSUMIR OU TE PARALISAR, bem grande, assim mesmo, com letras garrafais. 

Leia também:


Amamentação
tragédia anunciada nas Gili Islands: no momento em que tirei essa foto, o Lipe já não estava mais com o pezinho preso no estribo, e sim prestes a enfiar o dedinho no aro da bicicleta - como é que eu não notei isso!?

E aí, você é do tipo xiita do aleitamento materno? Teve alguma dificuldade para amamentar o seu bebê? Você é super bem vinda para deixar o seu depoimento sobre amamentação e viagens abaixo, nos comentários!

Veja muitas fotografias e dicas das nossas viagens em família em #felipeopequenoviajante no Instagram.


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Claudia Rodrigues Pegoraro

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