A nossa grande preocupação, sempre que viajamos com o Felipe, é, obviamente, com a saúde dele. Não que ele adoeça - ele NUNCA adoece - mas com os nossos pequenos a gente prefere prevenir do que remediar, né?
Antes da nossa viagem ao redor do mundo, fiz uma pesquisa sobre qual seguro-saúde de viagem seria melhor (e mais barato) para nós 3. Quando partimos, o Lipe tinha 1 ano e 11 meses, e a viagem seria de 5 meses, então precisávamos de um seguro bem completo, e com cobertura mundial, porque andaríamos mundo afora.
Na época, fiz este post sobre as nossas conclusões.
Fiz cotações com a GTA (Global Travel Assistance), com a Vital Card, e com a Assist Card, mas acabamos fechando negócio, pela internet mesmo, com a World Nomads (claro que também adorei o nome!). Paga-se com cartão de crédito, e o site deles, para maiores informações, é este aqui.
O plano familiar da World Nomads era perfeito para nós, e também foi o que acabou saindo mais em conta. Atenção: ele serviu perfeitamente para nós porque na data do nosso embarque, o Felipe ainda estaria com menos de 2 anos. Caso ele já tivesse completado os 2 aninhos no dia da partida, este plano não seria bom, porque teríamos que fazer um seguro à parte para o pequeno viajante (o que encareceria um horror).
Claro que plano de saúde é o tipo de coisa (como qualquer outro seguro) que a gente faz torcendo para nunca precisar usar...mas acabamos precisando!
Foram 5 meses de viagem e, em todo esse período (a maior parte dele na Ásia), o Lipe teve uma ou outra dor de barriga, que não chegou a virar infecção intestinal (diferente de mim, que tive 2 diarréias terríveis); teve febre uma vez também, em um trem indiano onde a temperatura interna do vagão passava dos 40 graus, e foi isso. Os remédios que levamos para ele acabaram sendo usados por mim, que queimei a mão com água fervendo num trem russo! Ele só usou o tylenol bebê e o muricalm.
Já estávamos chegando no final da viagem quando a quase-tragédia aconteceu, e tudo por um absurdo descuido nosso! Logo que chegamos nas ilhas Gili, um paraíso de céu azul, mar cristalino e areia branquinha farinhenta, nos confins de Lombok, na Indonésia, alugamos 2 bicicletas, uma delas com cadeirinha para o pequeno viajante.
Para situar o leitor no relato, preciso referir que a ilha Gili Trawagan, onde estávamos, é o lugar mais parecido com um fim de mundo em que já estivemos, embora seja também um dos mais bonitos. Não existem ruas, carros e, óbvio, nada parecido com um hospital ou mesmo posto de saúde. É a praia, paradisíaca, as pousadas, os restaurantes, e só.
Enfim, depois de almoçar, saímos de bike para um passeio ao redor da ilha...que não durou nem 15 minutos! No maior descuido da viagem, levamos o pequeno viajante de pés descalços na cadeirinha atrás da bicicleta, e esquecemos de prender o pezinho dele no estribo!
hoje, olhando estas fotos, é que eu percebo que a tragédia já estava anunciada: na foto dá para ver que ele já não estava com o pé no estribo, mas prestes a enfiar no aro da bicicleta - e eu não notei isso naquele momento!!!
Não deu outra: em 10 minutos, o Felipe enfiou o pé na roda, e quase perdeu um dedo!!!!!!!!! Foi uma coisa horrível (ainda mais para nós, pais de primeira viagem, que nunca tínhamos visto o sangue do nosso filho!!!), ele urrava de dor, o Peg ficou zonzo de pânico e eu, depois de ver o tamanho do corte (por baixo do dedinho do meio do pé, quase de um lado a outro), percebi que a gente precisava de um médico urgente.
O sangue jorrava do dedinho dele, que tava sujo de areia, e o Peg apertou para estancar. Eu perguntei a um cara que estava por ali onde poderia achar um médico na ilha e essa foi a nossa maior sorte: estávamos a uns 300 metros do único hotel chique da ilha, que tinha uma clínica médica particular, onde nós poderíamos encontrar o ÚNICO médico da ilha!
Eu peguei a minha bicicleta e fui correndo na frente, para encontrar o médico, enquanto o Peg abandonou a bicicleta dele no meio do nada e correu aqueles 300 metros carregando os 17 quilos do Lipe no colo, pressionando o pé dele para não perder mais sangue.
Depois de tanta burrice (andar de bicicleta sem sapato e sem prender o pé dele), fizemos tudo certo, segundo o médico. Quando o Peg chegou com ele, o médico e o enfermeiro já estavam comigo na porta da clínica, esperando ele com uma maca. Limparam tudo, deram anestesia local e costuraram o dedo do nosso gordinho, que parecia saber que tinha dado m... e se comportou direitinho (eu chorava mais que ele!).
Foi terrível, eu realmente cheguei a pensar que ele podia perder o dedinho, porque o corte foi grandão mesmo, mas serviu de lição: primeiro, que a gente não pode cometer esses descuidos; e, segundo, que mesmo no fim do mundo encontramos ótimas pessoas, que nos ajudaram e trataram do Felipe com mais carinho do que teríamos se estivéssemos em casa e fôssemos parar num pronto-socorro...
Eles nos deram um pacotinho com tudo que a gente precisaria para os curativos nos dias seguintes, os remédios para dor e para não infeccionar e, como não tínhamos em mãos dinheiro suficiente para pagar a conta da clínica, disseram que não tinha problema nenhum, poderíamos voltar mais tarde, quando ele estivesse se sentindo melhor, para pagar. Alguém imagina isso no Brasil???
já na pousada, depois do acidente, o pequeno viajante teve que passar os dias seguintes de "botinha", com curativo, sem poder molhar o pé (e, consequentemente, sem banho de mar!!!)...
Voltamos no dia seguinte para eles darem uma olhada, e tivemos o mesmo ótimo atendimento. Dias depois, já na ilha de Bali, na cidade de Ubud, o Felipe ferveu tanto (quando a recomendação médica era ficar com o pé imobilizado) que rompeu um dos pontos. Novamente a solidariedade dos indonésios se superou: o pessoal do hotel nos levou de van numa clínica e ficaram lá nos esperando (sem cobrar absolutamente nada por isso!) enquanto os médicos olhavam o dedo do pequeno viajante. De novo nos forneceram os remédios e materiais para curativos num saquinho plástico.
o Felipe passou o dia fervendo com os garotos indonésios em Ubud, na ilha de Bali e, de noite, acabamos no médico de novo!!!
Passados mais uns dias, quando já estávamos em Yogyakarta, na ilha de Java, notamos que estava crescendo um quelóide no lugar da cicatriz, e que o dedinho parecia inchado, e lá fomos nós de novo, desta vez de becak (lê-se "bechak"), que é o riquixá de 3 rodas indonésio, até o hospital, para ver o que era aquilo, e mais uma vez fomos super bem tratados, e saímos com outro saquinho de provisões para fazer curativos! Já era o sétimo dia depois da quase-tragédia, e o médico tirou os pontos, inclusive.
de becak em Yogy, a caminho do hospital...de novo!!!
Claro que, quando o ponto estourou, em Bali, eu entrei em contato com a pediatra do Felipe, a Dra. Jaque, que, como eu não canso de repetir, é a melhor do mundo, e ela se foi de madrugada para a frente do MSN me explicar o que eu devia fazer, me falou da vacina do tétano e tal, mas, estando longe da Jaque, eu nunca teria esperado por pessoas que tratassem o Lipe com tanto carinho e cuidado.
Assim que esta foi a maior lição do acidente: tem gente que evita viajar com as crianças porque pode acontecer um problema como este e então elas estarão longe de casa - maior bobagem! Este tipo de problema (acidente de bicicleta) é mais provável que aconteça em casa do que em uma viagem, e tenho CERTEZA de que, se estivéssemos em casa, o Felipe não teria sido tão bem tratado num pronto-socorro como foi nos confins da Indonésia...
Para concluir, que este post já se alonga, quero contar que, no dia seguinte ao fato, mandei um e-mail para a World Nomads, perguntando como proceder, e eles me disseram que guardasse todas as notas de despesas e documentos dos médicos e depois, quando chegasse ao Brasil (sem stress nenhum), escaneasse os documentos, preenchesse um formulário eletrônico e mandasse tudo por e-mail para eles que eles me reembolsariam de todas as despesas.
Dito e feito: no mês seguinte, lá estava o crédito do valor exato cujo reembolso eu havia solicitado na fatura do meu cartão de crédito.
Prezados, Estou de boca aberta com a coragem de vocês e gostaria de parabenizá-los! Estava em busca na net de posts sobre a World Nomads e achei isso... amei!!!! Que histórias esse BB terá para contar a partir das fotos que vcs mostrarão a ele... Super parabéns!!!!
ResponderExcluirGisele, se estás pesquisando a World Nomads é pq vem coisa boa por aí! volta para nos contar como foi a tua viagem e podes usar esse seguro que é bem bom!
ResponderExcluirOi Marlon, olha eu aqui de novo!!!
ExcluirPois êh... Vamos lá!
Neste momento estou em jodhpur na Índia e com quase 2 meses de estrada... (Cape Town, Tailândia, Laos e Índia).
Revisitei o blog porque de novo, estou buscando um seguro, pois, vim com um do banco HSBC e só quando estava aqui descobri que era só por 60 dias!!! Enfim, bora fazer outro!!!! Rs
Neste meio tempo, sofri um acidente em Koh Panghan na Tailândia e fiquei 14 dias com 7 pontos no pé (cortei em um coral - sola do pé), ou seja, 14 dias só de hotel!!!
Para minha sorte o atendimento da Mondial assistance foi perfeito! Tive até enfermeira por 7 dias no meu hotel para limpar os pontos. Tratamento VIP! Entretanto, como já estou fora, não posso renovar... E aí, lembrei da World Nomads... Acho que terá que ser nesse né?!!
Abraço!
Menina, que perrengue, hein?!? Mas faz parte...ainda bem que tinhas seguro! Gostasse do Laos? Eu amei! E agora, para onde o destino vai te levar??? bjo, Claudia
ResponderExcluirOi Claudia!!!
ResponderExcluirNem me fala! Perrengue master! Mas a gente aprende até com isso!! Rsrs
Agora estou em Delhi, mas a noite embarco para o Vietnã (hanoi).
Laos foi a mais doce surpresa até agora! No inicio pensamos em 3 noites... Que viraram 7 só em Luang Prabang! Desisti de ir para Vientiane ou bagunçar em Vang Vieng só para ficar naquela paz suprema com os monges. Rolou até chat monk por lá. Hoje me comunico sempre com um dos monges, via email e facebook. Experiência priceless!!!! Super beijo!
Oi gente ! Que bom ter com quem compartilhar experiências !
ResponderExcluirTemos um filho viajante, o Thomaz, que viajou conosco por 15 dias para Londres na época das paraolimpíadas. Ele tinha 4 meses na época, completou 5 meses lá. A viagem foi maravilhosa, cansativa, mas inesquecível e primordial para mim, uma mãe de 1a viagem que sempre quis criar o herdeiro de forma independente. Ele aproveitou tudo, inclusive a esticadinha que demos de 3 dias em Paris. Na época ele só tomava leite, no peito e na mamadeira, então organizávamos a mochila de manhã e passávamos o dia inteiro fora, sem preocupações.
Agora, temos um novo desafio: viajaremos novamente para a Europa em Julho quando ele terá 1 ano e 3 meses e ainda não sabemos se ele vai junto, mas se ele for, nossa preocupação é com alimentação. Ele tem 8 dentes e já come comidinha machucadinha.... Será que teremos como alimentar ele bem com comidas de restaurantes no sul da França ?
Adulto viajante come de tudo, fast food o dia inteiro, mas os pequenos, como fazer ?
Aguardo uma preciosa dica :D
Beijos !
oi Ana Cláudia! Eu acho que tu não vais ter qualquer problema! Ele come aquelas papinhas de vidrinho? Aquilo tem em tudo que é lugar, e tu podes levar umas de frutinha tb para os momentos de aperto! No sul da França tb é um pouco como na Itália, aquela comida mediterrânea, saudável! Ele não come massinha? Sempre tem! Frutas tb tem em tudo que é lugar! A gente viajou com o Lipe para tantos lugares com essa idade, desde Noronha até Colômbia, e sempre conseguíamos algo para ele comer! Vai tranquila q tudo se arranja, afinal a Europa é cheia de bebês, alguma coisa eles hão de comer kkkkkkk
Excluirbjokas, Claudia @pequenoviajante
Oi Cláudia ! Sim, o Thomaz come todas as papinhas de vidro, tanto salgadas como as doces ! Mas é que gostaria de alimenta-lo com comida feita na hora sempre que pudesse, entende ? E se tem fruta em todo lugar, ele vai comer sim :D
ExcluirJá decidimos que vamos levá-lo e sua resposta me animou: vai dar tudo certo !
Obrigada !!!!!
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirVim do post da blogagem coletiva para este. Gente, que perrengue hein Claudia!! Com certeza o maior medo dos pais em viagens é a saúde dos filhos, deve ter sido um susto só!! Quase chorei quando li sobre o pai correndo com ele no colo, senti a angustia de vcs...
ResponderExcluirQue bom que o desfecho e os atendimentos foram bons, e que o Felipe tá aí, correndo pelo mundo com o pé inteirinho!
Bjo pra family! (vcs me inspiram muito a viajar com o futuro baby - que está na barriga ainda! Com certeza o blog servirá de referência e inspiração.) ;-)
Simone,
Excluirfoi horrível mesmo, nem gosto de lembrar!
Fico tri feliz de saber que servimos de incentivo - essa é justamente a idéia!!! Para quando é o baby?? Já podemos começar a planejar a primeira trip dele! hehehehehhe
Bjokas,
Claudia@pequenoviajante
Oi! Que bom que terminou tudo certo... agora que passou é uma aventura e tanto pra contar...hehe
ResponderExcluirQueria perguntar uma coisa...
Alguém sabe se o World Nomads também arca com os custos médicos na hora? Ou apenas pelo sistema de reembolso?
Estou pensando em contrata-los mas fiquei preocupado em ter que arcar com todos os custos em uma emergência.
Obrigado!
Bah Rafael, eu não tenho certeza para te informar, melhor perguntar direto lá no site deles, mandar um email...até porque daí tu já guardas o email com a resposta, para o caso de precisares...
ExcluirEu tenho quase certeza que sim, porque eu tb não pretendia ter que arcar com os custos na hora - esse caso nosso foi uma exceção, porque foi tudo baratinho, mas imagina se é uma coisa cara? A gente nem ia ter dinheiro! Nesses casos tem que entrar em contato por telefone antes para eles autorizarem as despesas e tal...mas melhor falar direto com eles, porque de repente tb depende do tipo de seguro e da cobertura que tu contratares...faz tanto tempo que nem lembro mais...
Boa viagem!
Oi Cláudia! Perguntei aqui e pra eles ao mesmo tempo (sempre é bom ter a impresão de quem usou, neh? hehe). Bom, eles confirmaram, segue a resposta oficial para tirar a dúvida que alguém possa ter:
ExcluirHi Rafael,
Thanks for getting in touch.
In the event that you need to be treated in a hospital, you or someone on your behalf needs to get in touch with our Emergency Assistance team who can approve cover and make a payment guarantee to the hospital. This way you do not have to make any upfront payments.
If you need to see a doctor (not in a hospital) you will need to make payment yourself and submit a claim for reimbursement. You will need a medical certificate that details your condition and prescribed medication, as well as any payment receipts.
You can get in touch with the Emergency Assistance team at any time for help or advice.
If you have any further questions, please let me know.
Kind regards,
Sarah Trestrail
Customer Service Consultant
Member Services Team
Obrigada pelo retorno, Rafael! ;-)
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