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Como é a subida ao Vulcão Villarrica no Chile

Descubra como é a subida ao Vulcão Villarrica, na cidade de Pucón, no Chile

Vulcão Villarrica

Descubra como é a subida ao Vulcão Villarrica, na cidade de Pucón, no Chile
* Post de autoria da nossa leitora Keity Zabeu

Escrevo um relato sobre nosso passeio em família - casal e filho adolescente de 14 anos - que foi a subida do Vulcão Villarrica (nome mapuche: Rucapillán) na cidade de Pucón, no Chile. 

Sou seguidora da Claudia há 13 anos mais ou menos, quando meu filho nasceu e, daí em diante, as viagens que fazemos sempre têm a inspiração das situações contadas por ela, então só posso agradecer a oportunidade de poder falar sobre nossa experiência.

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Vulcão Villarrica
chegada até o limite permitido no Vulcão Villarrica, já preparados com os assentos plásticos para escorregar na neve na descida
Vulcão Villarrica
vista do Vulcão Villarrica do rooftop da nossa pousada

Para chegar até a cidade de Pucón, pegamos um vôo internacional até Santiago, no Chile, e combinamos com um vôo doméstico - 2hs de espera somente, para Puerto Montt.

Um parênteses aqui: a vista que esse vôo proporciona é surreal, natureza vista de cima, voando ao lado da Cordilheira, avistando os vários vulcões e lagos da região. 

A melhor opção, entretanto, seria o Aeroporto de Temuco, mais perto da cidade de Pucón, porém, no nosso caso, a espera seria muito longa em Santiago.

Alugamos um carro em Puerto Montt e seguimos até Pucón por, aproximadamente, 3h50min, numa estrada perfeita e com paisagens de tirar o fôlego. 
Villarrica é um vulcão situado na Cordilheira dos Andes, no Chile, e seu cume se encontra a 2.847m de altitude. Em seu sopé encontram-se as cidades chilenas de Pucón e Villarrica
O Vulcão Villarrica pode ser visto de qualquer parte, às vezes bem em frente, às vezes ao lado da estrada, mas nos acompanha quase todo o caminho e, para nós, que nunca tínhamos visto um vulcão, foi bem emocionante logo no primeiro contato.

Vulcão Villarrica
na estrada pode-se observar o Vulcão Villarrica sempre

Vulcão Villarrica
Vulcão Villarrica

A cidade de Pucón é de muito fácil locomoção e com pessoas muito prestativas!

A pousada em que nos hospedamos em Pucón se chama Aldea Naukana Posada Boutique. É bem diferente, toda em madeira, quarto com cama super confortável, ótima internet, preço bem bom! Tem café da manhã e, na cobertura, tem um ofurô (pago à parte) com vista para o vulcão.

Chegamos em Pucón e fomos até o escritório da agência Sol y Nieve, onde falamos com o Omar (WhatsApp +56 9 9501 9467). 

Segundo ele, para subir o vulcão, precisa somente de vontade! E posso dizer que foi a frase dele que mais me tranquilizou!

Aqui fica uma dica: não fechar o passeio do Brasil, pois não é possível saber as condições climáticas para o dia pretendido, e muito menos fazer algum pagamento antecipado. O melhor é chegar na cidade e consultar o guia, e deixar para fazer todos os pagamentos lá, pessoalmente!

O Omar verificou as condições climáticas (vento, temperatura na altitude para os próximos dias) e, para nossa sorte, tínhamos uma janela de oportunidade, com pouco vento, poucas nuvens e temperatura amena, e assim fomos liberados com ótimas condições para a subida!

O valor do passeio completo ao Vulcão Villarrica creio que varia um pouco entre 100 e 130 mil pesos chilenos por pessoa (de 500 a 700 reais). Fomos somente nós 3 (passeio privado) com o guia e, no nosso caso, custou 120 mil pesos por pessoa.

Vulcão Villarrica
vista do vulcão ao entardecer, pelo Lago Villarrica

Fizemos a trilha no dia 29/12/23, no verão. 

Acordamos bem cedo e preparamos nosso almoço no quarto da pousada mesmo. Um dia antes, compramos os suprimentos no mercado ao lado. Fizemos lanche de queijo, presunto, 3L de água por pessoa, chocolates (amo muito), Gatorade (levamos isotônico e misturamos na hora que íamos tomar na água...) e barra de cereal. 

O ideal são 2 lanches por pessoa, mas, quando se trata de adolescente, pode preparar 4!

Sobre as roupas, não estava frio, porém fomos de calças, camisetas, jaquetas, meias e, importantíssimo: óculos de sol, pois o reflexo de nosso astro-rei na neve reflete uma luz tão forte que não conseguimos sequer manter os olhos abertos!!! 
Lembre-se que, tudo o que levar, terás que carregar, então levar somente o necessário mesmo!
Fomos até a agência Sol y Nieve, onde nosso guia, Nacho, estava com as mochilas preparadas com os itens necessários para a subida: machado, 2 tipos de luva, capacete, polaina, plástico para esquibunda e grampos para calçado - esse último para andar na neve - além de aparatos de proteção para escorregar na neve.

Cada um leva sua mochila ainda, com os próprios suprimentos, comida e água.

Eles fornecem sapato para trilha e roupa impermeável. É melhor um sapato que fique folgado e super confortável - se necessário, experimente mais de um - para ter certeza.

Fomos com o carro da agência até o Parque Nacional Villarrica, onde chegamos por volta de 6h30min da manhã. Nacho, nosso guia, foi até a administração, indicando a nossa subida.

Neste momento, colocamos os capacetes e as mochilas, que ficam bem pesadinhas, especialmente por causa dos 3L de água que cada um tem que carregar, cerca de 7Kg no total! Mas é uma mochila de trilha, cujo peso é dividido para o quadril.

Vulcão Villarrica
prontos para a trilha no Vulcão Villarrica - de manhã cedo estava frio!

A idéia é percorrer a trilha em um ritmo constante, devagar, mas constante, por 40min, e então fazer uma parada para fotos e apreciar a paisagem. 

Foi o que fizemos e, já na 1ª parada, conseguimos visualizar a cidade de Villarrica. Depois, enquanto subíamos mais, a paisagem se abria, e conseguíamos ver toda a extensão do Lago, a cidade de mesmo nome do vulcão e Pucón. 

Nas paradas verificávamos se as roupas estavam confortáveis e, como o tempo estava bom, alguns trechos fizemos somente com camisetas.

Vulcão Villarrica
na 1ª parada no Vulcão Villarrica, já tiramos as jaquetas

A subida é bem íngrime e com muitas pedrinhas para escorregar, então eu precisei de cajado. Lucas e Leandro foram bem. O ritmo é o mesmo para todos, vamos em fila! 

Vale lembrar que havia vários grupos maiores que o nosso, sempre com guias. Mas cada grupo faz o seu próprio roteiro, apesar de todos usarem a mesma trilha.

Vulcão Villarrica
hora do almoço na trilha do Vulcão Villarrica

Já estava quase desistindo, depois de umas 4hs subindo, e nosso guia Nacho sempre falava: “Agora é hora de pensar em dar um passo, um passo e logo estaremos no limite que podemos chegar, na neve vai ser mais fácil!”

Vulcão Villarrica
vista do Lago Villarrica em uma de nossas paradas de descanso

E, chegando na neve, o guia nos explicou como andar e como utilizar o machado, pois o risco de escorregar é imenso.

Realmente é mais fácil, vamos seguindo as pegadas do guia e cravando o pé na neve! 
Para a minha família, foi o 1º contato na vida com a neve, uma alegria imensa de poder sentir o quanto é fofa, e que, depois de fincado o pé com os grampos, não escorregamos!
No caminho, pudemos observar resquícios da estrutura do antigo teleférico, que foi destruído na erupção da década de 70. 

Vale lembrar que a última erupção do Vulcão Villarrica foi em março de 2015. 

Hoje em dia, o teleférico fica somente na parte baixa da montanha, não chegando até a neve, e sua abertura é somente às 9hs da manhã, então não atende quem quer subir o vulcão. 

O caminho na neve é onde estamos mais cansados, e o Lucas (adolescente) com mais fome e sede 😂, porém não houve reclamações por parte dele. 

Antes de irmos, ficava contando os dias, as horas, estava bem ansioso. Começou a trilha com muita energia, mas fomos bem devagar para conseguir cumprir o limite permitido. Ao longo do tempo, ele foi ficando mais quieto, porém, nas paradas, curtia muito, observava a paisagem, tirava fotos, tirava uma blusa, ou a calça, e sempre com vontade de comer. Na verdade, ele não demonstrou cansaço, acreditava que estava fazendo um grande desafio e queria concluir! 💓

Fizemos uma parada extra no meio da neve mesmo, a meu pedido, pois já estava exausta. 

Neste local, a trilha é bem íngreme, e temos que subir em zigue-zague. Foi difícil encontrar um local seguro para parar e não escorregar.

Vulcão Villarrica
paradinha em um trecho com pedras, na parte onde tinha neve

Vulcão Villarrica
vista do lago, cidade e da parte nevada do vulcão - é possível verificar que o trajeto é bem íngreme

Vulcão Villarrica
Lucas em nossa parada “extra”, antes da chegada ao cume

Vulcão Villarrica
Vulcão Villarrica

Mais 30min e chegamos até a altitude máxima permitida - aproximadamente 2.450m!!! 

Este é o vulcão mais ativo da América do Sul, e ele estava em alerta amarelo, por isso não pudemos chegar até a sua cratera, mas somente até 400m abaixo dela. Porém, deste ponto, é possível ver, com muita nitidez, a “fumaça” saindo dele. 

Aliás, durante a noite, no tempo claro, olhando-se para o vulcão, conseguimos ver a “fumaça” e o brilho vermelho! É realmente surreal.

A descida é a melhor parte do caminho, porque, na parte mais íngreme, é formada uma canaleta, onde podemos escorregar na neve.

Assim, o guia Nacho explicou como ter velocidade controlada e, para isso, utilizamos os machados e, principalmente, um assento plástico amarrado em nossas roupas, no qual sentamos para fazer o maior esquibunda de todos os tempos.

O percurso fica bem rápido e divertido! Não temos fotos deste trecho, somente um vídeo.


Enfim chegamos na parte final da trilha, nas pedras, e continuamos descendo, sempre com o cajado para não escorregar, pois as pernas já quase não respondiam os comandos do cérebro. 

O teleférico estava funcionando neste momento (ele não chega na parte da neve, como expliquei antes), porém continuamos a nossa caminhada rumo ao carro, embora tenha quase implorado para finalizarmos com o teleférico, porém não obtive sucesso 😂 - os meus companheiros de aventura queriam terminar todo o percurso com dignidade.

Vulcão Villarrica
enfrentando o desafio de subir o Vulcão Villarrica

Foram 8hs no total - cansativo, mas com a mente clara por ter aproveitado o dia todo com paisagens lindíssimas e na ótima companhia da família, com muitas risadas, reclamações, vídeos motivacionais para os parentes...enfim, uma aventura que sempre ficará gravada em nossas memórias.

A cidade de Pucón e seus arredores oferecem muitos passeios maravilhosos, como rafting, termas quentinhas, cachoeiras com água cor azul-esmeralda que contrasta com as pedras escuras vulcânicas, praias dos lagos, com água bem gelada e sempre com pedras, nunca areia. 

No dia seguinte, para descansar um pouco, fomos às Termas Geométricas, também um passeio imperdível!!!

Obrigada! Espero que curtam esse lugar maravilhoso e tão perto do Brasil!!

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Claudia Rodrigues Pegoraro

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