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Rota da Seda: roteiro e dicas para conhecer Geórgia, Armênia, Azerbaijão, Irã, Turcomenistão, Uzbequistão, Tajiquistão, Quirguistão e Cazaquistão

Rota da Seda: roteiro e dicas para conhecer Geórgia, Armênia, Azerbaijão, Irã, Turcomenistão, Uzbequistão, Tajiquistão, Quirguistão e Cazaquistão
Rota da Seda: roteiro e dicas
Roteiro pela Rota da Seda

Foram 37 dias de uma viagem incrível pela maior parte dos países da Rota da Seda

Iniciamos pela Geórgia, Armênia, Azerbaijão, Irã, Turcomenistão, Uzbequistão, Tajiquistão, Quirguistão, até chegar no Cazaquistão.

Primeiramente comprei a passagem de ida desde São Paulo até a Geórgia (Tbilisi), e o retorno do Cazaquistão (Almaty) até São Paulo pela Turkish Airlines, então na volta ainda tivemos 1 dia em Istambul, com hotel incluso.

Planejamento de uma viagem pela Rota da Seda

O planejamento de uma viagem desse tipo envolve muito tempo de pesquisa, compra de passagens aéreas com antecedência e, para a Rota da Seda em especial, você precisa entender um pouco da história e dos conflitos que atingem as regiões por onde vai passar para não ter problemas com fronteiras fechadas, imigração e poder chegar nos lugares de acordo com as datas planejadas. 

Além disso, é primordial saber quais os vistos necessários, quais devem ser tirados com antecedência, quais vistos podem ser aplicados na entrada do país, os custos, e os documentos exigidos.

Os brasileiros com passaporte do Brasil não precisam de visto para a Geórgia, Armênia, Cazaquistão e, a partir de 2019, não é mais necessário visto para o Uzbequistão.

Já o Azerbaijão, Irã, Turcomenistão, Tajiquistão e Quirguistão precisam de visto:
  1. Azerbaijão: é possível tirar online (evisa) no site e custa 20 dólares 
  2. Tajiquistão: evisa pelo site e custa 25 dólares
  3. Quirguistão: evisa no site e custa 50 dólares
  4. Irã: tiramos no Brasil, através da Embaixada do Irã em Brasília, e custa R$ 270,00 + custo do Sedex
  5. Turcomenistão: custa 55 dólares o visto de trânsito e tiramos no Irã
Além disso, é importante saber as distâncias, para poder prever o tempo de viagem, o tipo de transporte disponível e segurança. 

Muitas informações dessa rota não são encontradas facilmente na internet. Para vocês terem uma idéia: não poderíamos sair da Armênia diretamente até o Azerbaijão, pois eles estão há anos em conflito e as fronteiras estão fechadas. 

Portanto, chegamos pela Geórgia, viajamos por via terrestre até a Armênia, voltamos à Geórgia e pegamos um voo para o Azerbaijão. Se tivéssemos escolhido viajar este trecho por via terrestre, seriam aproximadamente 581Km até Baku (no Azerbaijão), e perderíamos muito tempo.

Depois de Baku, seguimos viagem para o Irã. 

Por via terrestre, seriam pelo menos 800Km, portanto optamos por voar novamente até a capital do Irã, que se chama Teerã. 

Ficamos 1 dia em Teerã e, à noite, pegamos um voo para Shiraz. 

A razão principal de ter que ficar 1 dia em Teerã, ao invés de voar diretamente a Shiraz, era o visto do Turcomenistão. 

Além disso, queríamos conhecer bem o país e não fazia sentido viajar por via terrestre de Teerã até Shiraz - são quase 1000Km - e ter que voltar tudo novamente para atravessar a fronteira do Turcomenistão por Mashhab. 

O Irã tem o tamanho do Estado do Amazonas!

1. Não existe Embaixada do Turcomenistão no Brasil e não é possível tirar o visto na fronteira;

2. Não é possível solicitar o visto na Geórgia, Armênia ou no Azerbaijão;

3. Não há voos diretos do Irã para o Turcomenistão - fazem conexão em Istambul ou nos Emirados Árabes - ou seja, perderíamos muito tempo e dinheiro;

4. Um visto de turismo + guia obrigatório + tour + hotel custam 600 dólares por pessoa por 3 dias.

No Irã, passamos 11 dias e conhecemos Teerã, Shiraz, Persépolis, Pasárgada, Isfahan, Abyaneh, Kashan e Mashhad. 

Após 10 dias, conseguimos a aprovação do visto do Turcomenistão, e seguimos viagem para lá. 

Depois, continuamos pelo Uzbequistão, passando por Bukhara, Samarkand e Tashkent. 

Fomos para o Tajiquistão, voamos para o Quirguistão e, por último, visitamos o Cazaquistão. 

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Um pouco de história da Rota da Seda

A Rota da Seda foi a maior rede comercial do mundo antigo, interligando a Ásia (Xian, na China) com o Oriente e a Europa. 

Foi batizada com esse nome pelo alemão, geógrafo, Ferdinand von Richthofen, no século XIX. 

Nela passavam muitas caravanas levando dinheiro, especiarias, pedras preciosas, ébano, pérolas, tecidos, alimentos etc. 

Além disso, foi responsável pelo florescimento e desenvolvimento de muitas civilizações, como a Pérsia, Mesopotâmia, Antigo Egito, China, Índia e Roma. 

Os chineses dominavam a arte de fabricar a seda através da fibra branca do casulo do bicho-da-seda. Por milênios, a seda era um produto exclusivo da China, um segredo guardado a 7 chaves que somente eles sabiam confeccionar. 

A seda se tornou um objeto de luxo, cobiçado pelos europeus, que estavam dispostos a pagar fortunas pelo tecido. 

Quando Vasco da Gama descobriu o caminho marítimo para a Índia, em 1498, a rota começou a definhar e, quando o Marquês de Pombal incentivou a cultura do bicho-da-seda, bem como a implantação de uma manufatura de seda em Lisboa, o mercado europeu passou a ser abastecido por Portugal. 

Era o início do fim de uma rota milenar.

Geórgia

A imigração no aeroporto de Tbilisi é fácil e rápida, pois brasileiros não precisam de visto. 

O centro da cidade fica a cerca de 17Km do aeroporto, e você pode reservar um traslado do hotel ou pegar um táxi do lado de fora. 

Os vôos chegam na Geórgia às 3:30 da manhã, então haverá muitos táxis disponíveis, mesmo neste horário. Não se esqueça de negociar preços - o táxi custa cerca de 15 dólares ou 36 laris.

Recomendo escolher um hotel perto da Praça da Liberdade. Uma vez que você está neste local, é fácil se deslocar e chegar à cidade velha caminhando.

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Comida de rua em Tbilisi é barata e você pode comprar um Khachapuri (pão com queijo, manteiga e ovo) com 2.50 laris (1 dólar). 

Uma garrafa de vinho custa cerca de 40 laris (14 dólares) em um restaurante ou 14 laris (6 dólares) no supermercado. 

Uma refeição em um restaurante na cidade velha com vinho custará aproximadamente 100 laris para dois.

É possível fazer passeio turístico em ônibus Hop on, Hop off, mas eu recomendo o passeio gratuito a pé (Free Walking Tour), que parte todos os dias ao meio-dia da Praça da Liberdade, na frente da loja da Burberry.

Nosso guia tinha bastante conhecimento sobre Tbilisi e o passeio durou aproximadamente 3 horas.

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The Toaster: 'Tamada' é a pessoa que propõe o brinde nas comemorações na Geórgia

O georgiano tem o hábito de beber vinho usando o tradicional 'kantisi', que é um chifre de boi.

Além deste tipo de passeio, você pode explorar sozinho outros locais, como os banhos públicos (similar ao banho turco), funicular, jardim botânico, etc.

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The Bridge of Peace, ou Condom Bridge, como é conhecida

Nós reservamos uma excursão com uma agência de viagens local para Kazbegi pela Estrada Militar Georgiana. 

São 4 horas de carro de Tblisi a Stepantsminda, mais 4 horas para voltar, e custa 49 laris (18 dólares) por pessoa.

Uma vez que você chega a Stepantsminda, você terá que pagar (não está incluso no passeio) outro transporte para chegar até as colinas do Monte Gergeti e ver o Mosteiro da Santíssima Trindade. 

Nós pagamos 16 laris (6 dólares) por pessoa por 5 lugares em uma mini-van.

Você também pode visitar a fronteira russa e as cachoeiras, mas é mais 1:30hs pelo menos até lá. 

Em Stepansminda, existem alguns restaurantes para o almoço.

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Churchkhela: doce tradicional georgiano feito com suco de uva, nozes e farinha, transformados em 'colares', que ficam pendurados para secar

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Mosteiro Santíssima Trindade

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montanhas na estrada militar que liga a Geórgia à Rússia

Quem descobriu o vinho?

Os enólogos dizem que o vinho surgiu por acaso, talvez quando um pouco de uvas foram amassadas e esquecidas em algum recipiente, que depois fermentou naturalmente. Porém, o cultivo das videiras só foi possível quando os nômades se tornaram sedentários e assim iniciaram a produção do vinho. 

Há diversas versões, mas pesquisadores acreditam que tudo começou na região do Cáucaso, entre a Geórgia, Armênia e Turquia.

Existem 2 regiões com vinícolas:

1) Mtskheta - aproximadamente 20Km/25min de táxi de Tbilisi;

2) Kakheti (ou Cachétia) - aproximadamente 2hs de distância de Tbilisi - os passeios para esta região são muito mais caros, lá existem vinícolas que possuem produção de vinho em larga escala e tecnologia européia.

Se você decidir ir à região de Mtskheta, pegue um táxi por aproximadamente 20 laris (7,50 dólares) e visite a vinícola Iago

Custa 30 laris (11 dólares) por pessoa para degustação de vinhos - não está incluso o almoço. Eles mostram o jeito antigo de fazer vinho na Geórgia, que se cama Qvevri.

Dentro da propriedade Iago, onde os Qvevris estão enterrados e o almoço maravilhoso servido no local:

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O
Qvevri é um recipiente de barro em formato oval, usado para fazer, envelhecer e armazenar o vinho.

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Qvevri em cima de um carro

O conhecimento e a experiência da manufatura e produção de vinho da Qvevri são transmitidos de pai para filho, e todos participam das atividades de colheita e produção de vinho. 

As crianças aprendem como cuidar das parreiras, pressionar as uvas, fermentar vinho, coletar argila e queimar os Qvevris, observando os mais velhos. 

O processo de produção do vinho envolve pressionar as uvas e depois despejar o suco, as cascas da uva, os caules e as sementes dentro do Qvevri, que é selado e enterrado no solo, para que o vinho possa fermentar de cinco a seis meses antes de ser bebido.  

A maioria dos agricultores e moradores da Geórgia usam este método. O vinho desempenha um papel vital na vida cotidiana e na celebração de eventos e rituais religiosos.

Armênia

Para chegar na Armênia, na capital Yeravan, pegamos uma van desde Tbilisi. 

Tudo foi bem simples, e a viagem custou 35 laris (13 dólares), mas levou 6 horas para percorrer 200Km, devido às estradas ruins da Armênia.

Em Yeravan, descemos na estação de ônibus chamada Kilikali, e de lá pegamos um táxi para o centro da cidade, que custou 1000 drams (2 dólares). 

1. Hotel: recomendo escolher um hotel perto da Praça da República, onde será fácil ver os pontos turísticos. 

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Praça da República

2. Tours: recomendo um passeio a pé gratuito (Free Walking Tour), que sai em frente do Museu Nacional, na Praça da República, e dá uma boa idéia sobre a cidade. 

Se você quiser ir para Etchmiadzin Cathedral, você pode pagar uma agência de viagens ou pegar um táxi - que custa aproximadamente 1000 drams (2 dólares). 

E, para os mosteiros, você pode fazer o mesmo.

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é possível ver  a mais alta montanha da Turquia, o famoso Monte Ararat

3. Para não ter problema com táxi, basta baixar o aplicativo Yandex. Ele funciona muito bem para a Geórgia e a Armênia, e você pagará preços justos. 

4. Estação Ferroviária: fica cerca de 10 minutos do centro da cidade, e a tarifa mais alta para o táxi é de, no máximo, 800 drams, se você usar o Yandex. 

Os trens levam 10 horas viagem de Yeravan para Tbilisi. Nós escolhemos o trem das 21:30 e chegamos de volta na Geórgia às 7:30 da manhã. 

Você pode escolher 1ª, 2ª ou 3ª classe (todas com camas): 1ª classe são cabines para 2 pessoas, 2ª classe cabines para 4 passageiros e 3ª classe as camas ficam todas juntas, e sem separação. 

O preço para a segunda classe é de 16.000 drams, e da primeira é de 20.400 drams.

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Yeravan Cascade

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Memorial do Genocídio Armênio

Azerbaijão

Para chegar no Azerbaijão - na capital Baku, compramos um voo desde Tbilisi, na Geórgia. 

Como mencionei anteriormente, as fronteiras da Armênia com o Azerbaijão estão fechadas. O vôo é rápido, apenas 2 horas, e por estrada são 529Km. 

Chegando em Baku, é possível usar o app Uber. São aproximadamente 40min até a cidade antiga, e custa no máximo 14.000 manats (8 dólares). 

Minha recomendação para hotel é dentro da cidade velha, onde você tem um bom acesso a tudo. 

Para mim, o Azerbaijão é uma 'Mini Dubai'. Com o advento da indústria petrolífera, a área central de Baku é bem desenvolvida, muitos edifícios com design futurista e moderno. 

Porém, fora da área central, a maior parte da população vive em más condições.

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Flame Towers

Novamente fizemos o Free Walking Tour e foi ótimo.

A guia nos mostrou e contou as histórias sobre os edifícios mais antigos e novos da cidade.

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Maiden Tower

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Heydar Aliyev Cultural Center

Para conhecer melhor a cidade e os arredores, pagamos por um tour de 1 dia inteiro (inicia 10h e volta às 18h), que nos levou até os Vulcões de Lama, Gobustan, Templo do Fogo e um local onde há gás natural e está queimando há anos.

Há diversas agências de turismo na cidade antiga, e todas praticam os mesmos preços.

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vulcão de lama
   

Irã

Do Aeroporto Internacional de Baku, pegamos um voo para a capital do Irã, Teerã. 

Nós preferimos trocar um pouco de dinheiro no aeroporto, mesmo que a taxa de câmbio não fosse a melhor, mas estávamos certos de que eles não estavam trocando dinheiro falso ou tentando nos enganar no valor total. 

O táxi do aeroporto até o centro custa 750.000 riais (preço fixo dentro do aeroporto). 

A moeda oficial do Irã é o RIAL, mas eles a chamam de TOMAN. Para saber o valor em Rial é necessário apenas cortar os 4 últimos zeros do valor da nota, ou seja, 50.000 Rial equivalem a 5 Toman. Atualmente, 5 toman valem aproximadamente 5 reais.

Teerã

Como ficaríamos apenas 1 dia na cidade, resolvemos reservar um hostel que nos surpreendeu muito! Super bem localizado, limpo e recentemente aberto, chamado Teerã Heritage Hostel

É possível fazer câmbio na recepcão do hostel, e os funcionários conhecem bem a cidade.

Os pontos principais para se visitar em Teerã são: 
  • Azadi Tower, 
  • Teerã Baazar, 
  • Mesquita Iman Komeini, 
  • Antiga Embaixada dos EUA e 
  • Palácio de Golestan. 
A cidade é bem grande e tem um clima mais urbano.

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Golestan Palace

O que você precisa saber para visitar o Irã

Até 1979, o Irã era um país de costumes ocidentais em pleno Oriente Médio. 

A partir da chegada do aiatolá Khomeini ao poder, tudo mudou. O país passou a viver sob uma rígida interpretação da religião islâmica, tornando o dia-a-dia dos jovens iranianos bem diferente. 

Seguem alguns fatos interessantes:

1. Qualquer bebida alcoólica é proibida e sob pena de prisão (mas as pessoas sempre arrumam um jeito para beber). 

2. Danceterias também são proibidas, mas os jovens organizam festas dentro de casa. 

3. As mulheres obrigatoriamente devem usar um lenço (hijab) que cubra a cabeça e o pescoço. Em tese, não tem problema deixar o cabelo aparecer, mas eu pessoalmente fui abordada por outras mulheres em diversos lugares para cobrir o cabelo todo. Só pode ficar para fora o rosto. Além disso, é obrigatório usar calça e cobrir-se com roupas soltas, que não marquem o corpo, pelo menos até a coxa ou o joelho, usando uma bata ou camisões por exemplo. 

4. Nas mesquitas, é necessário usar um Chador, que normalmente está disponível na entrada do local e pode ser usado livremente.

5. Não há limitações para os calçados. 

6. Mulheres são proibidas de ser cantoras. As famosas cantoras iranianas moram em outros países, e fazem shows em países vizinhos, para que os iranianos possam ir. 

7. Homens são proibidos de usar bermudas.

8. Os casais não andam de mãos dadas, é proibido namorar ou trocar carícias em locais públicos.

9. Na teoria, apenas casais casados podem ficar no mesmo quarto de hotel, porém, na prática, ninguém nos pediu nenhum tipo de comprovante que éramos casados - pode ser que, em cidades menores, isso ocorra. 

10. No período do Ramadan, é proibido comer nos lugares públicos, pois a maioria está fazendo o jejum e, se a pessoa for pega comendo, é presa.

11. Os 5 canais de televisão do Irã são controlados pelo Estado.

12. O povo iraniano faz muita cirurgia plástica de nariz, é comum ver pessoas com curativos ou com o nariz um pouco roxo pelas ruas.

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Golestan Palace e sua arquitetura rica em detalhes

Shiraz

De Teerã, pegamos um vôo para Shiraz (que fica ao sul do Irã), e assim ganhamos tempo para visitar tudo o que queríamos no país, enquanto também esperávamos pelo visto do Turcomenistão. 

Shiraz é uma cidade incrível, a população é muito amigável e está sempre disponível para ajudar. Ficamos hospedados em um hotel estilo casa iraniana e foi ótimo! 

Com relação a hotéis, as opções no Booking são restritas e nem sempre são boas - muitos proprietários não usam a plataforma, portanto é melhor pesquisar alguns hotéis no Google mesmo. 

Em Shiraz, você pode andar tranquilamente pelas ruas ou pegar táxis compartilhados (carros antigos). É muito comum os táxis buzinarem para as pessoas nas calçadas, ou as pessoas pararem os táxis com cliente já dentro! 

Pontos principais para se visitar em Shiraz: 
  • Mesquita Nasir al-Mulk, 
  • Citadela de Karim Khan Zand, 
  • Museu Pars, 
  • Bazar Vakil, 
  • Mesquita Vakil, 
  • Museu Naranjestan, 
  • Jardim de Eram (Patrimônio Mundial da UNESCO), 
  • Ali-Ebn Hamze, e 
  • Túmulos de Sa'di e Hafez.
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Vakil Mosque

Reserve um dia para conhecer Persépolis (Patrimônio Mundial da UNESCO), Naqsh-i-Rustam (Necrópolis), Naqsh-i-Rajab e Pasárgada (Patrimônio Mundial da UNESCO):                                                                    
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 Persépolis

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                         Pasárgada -  Templo de Ciro II



Naqsh-i-Rustam (Necrópolis do Primeiro Império Persa)

Vinho Syrah ou Shiraz

Quem gosta de vinho certamente já deve ter ouvido falar sobre a uva Syrah ou Shiraz, que é considerada uma das mais antigas variedades de uvas que existem, talvez a mais antiga - sua origem mitológica data da antiguidade. 

Apesar de ter ganhado força no sul da França, atualmente ela está presente em diversas vinícolas ao redor do mundo.

Há diversas lendas sobre a sua origem, e uma delas é que ela veio da cidade de Shiraz, território do antigo império persa, e que teria chegado à França através de cavaleiros das cruzadas.

Sabíamos que a bebida alcoólica é proibida, mas não poderíamos ir embora sem tomar um vinho Syrah devidamente escondido em uma garrafa de Whisky! 

Além disso, ficamos sabendo que muitas famílias produzem escondido o seu próprio vinho, e acabamos conseguindo uma garrafa, que custou 30 euros.

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conseguimos o vinho Syrah em Shiraz

Esfahan

De Shiraz, tomamos um ônibus VIP para Esfahan. 

Por que VIP? Não vale a pena pagar por um ônibus regular, o ônibus VIP é muito confortável, está incluso um lanche, tem água disponível e o ônibus pára uma vez para o almoço.

Nas pesquisas que fiz sobre o Irã, muitas pessoas recomendavam experimentar a hospitalidade dos iranianos, e assim fizemos através do Couchsurfing. Ficamos na casa de um iraniano que nos ajudou muito e nos mostrou toda Esfahan. 

Contratamos também um tour para Kashan, Abinaeh e transfer de volta a Teerã. Nós pagamos um bom preço pelo pacote, valeu a pena e foi muito confortável. 

Em Teerã, dormimos uma noite e pegamos um voo para Mashhab.

Abinaeh: uma vila com 800 habitantes, que fica situada em um vale

Kashan: casas tradicionais da era Qajar

O que visitar em Esfahan

A Praça Iman é considerada Patrimônio da Humanidade pela Unesco e é uma das maiores praças do mundo. 

Essa é a principal atração - Praça Naghsh-e Jahan - onde ficam as 2 principais mesquitas de Esfahan: a Mesquina Iman e a Mesquita Sheik Lutfollah, além do Grand Bazaar e o Palácio Ali Qapu

O Palácio Behesht foi utilizado como casa de veraneio pela família real e possui 20 quartos simétricos. 

O Chehel Soutoun Palace que, em persa, significa 40 colunas, foi batizado com este nome pois, quando as 20 colunas refletiam na água, pareciam ser 40 colunas.

Praça Naghsh-e Jahan

Mesquita Sheik Lutfollah

dentro da Mesquita Sheik Lutfollah - construída de 1603 a 1619

PalácioAli Qapu: possui 7 andares e 48 metros de altura, com uma decoração linda em seu interior

Outro local para visitar em Esfahan é a Ponte Si-o-Se Pol ou Ponte dos 33 arcos. 

Ponte Si-o-Se Pol

  os Iranianos adoram água aromatizada com rosas e chia


A culinária iraniana é uma delícia e vale a pena provar este prato típico, que se chama 'dízi'. 

Com essas ferramentas pouco comuns você pega o pote de carne de cordeiro que ficou horas cozinhando, junto com grão de bico, batata, feijão, tomate e é servido bem quente. 

Com o outro utensílio, você amassa a carne e a batata que está dentro e depois coloca no pote de alumínio para comer. 

A maioria das refeições são acompanhadas de pão.

Turcomenistão

Já imaginou conhecer um país esquisito? 

Pois então, é o Turcomenistão. 

Um dos 5 países mais fechados do mundo, 7º menos visitado no mundo, ex-República Soviética, com população majoritariamente muçulmana, uma área um pouco menor que o Estado da Bahia e todo construído em mármore branco vindo da Europa. 

vista do Parque da Independência

Curiosidades sobre o Turcomenistão

1. Após o colapso da União Soviética, o Turcomenistão conquistou a independência em 1991 e, desde então, o país só teve 2 presidentes. A foto do atual presidente, Gurbanguly Berdimuhammedow está por todos os lados. Ele é realmente onipresente.

2. Seu antecessor, o ditador Saparmurat Niyazov, morreu em 2006 e deixou diversas estátuas dele pela cidade. Além disso, ele mandou fechar todos os hospitais e bibliotecas que estavam fora da capital Ashagabat, proibiu o balé, mandou o povo roer ossos para fortalecer os dentes e se auto intitulou 'Turkmenbashi' ou seja, o Líder dos Turcomenos. 

Como se não bastasse, ele mandou trocar o nome dos dias da semana e dos meses. Isso mesmo! Janeiro é chamado de Turkmenbashi. Outubro passou a ser Rubkhnama, ou Renovação Espiritual - o nome de um livro de Niyazov, publicado em 2002 e de leitura obrigatória nas escolas. Outros meses têm nomes com bandeira, mãe e independência. 


3. O ex-ditador, que lutava sem trégua contra o tabagismo, construiu uma escada de 36 quilômetros de extensão nas montanhas, perto da capital, e obrigava os membros do governo a percorrê-la uma vez por ano para melhorar sua saúde. Em 2000, as autoridades proibiram o fumo em locais públicos, edifícios governamentais e no exército. A publicidade de cigarro também é proibida e resultou no país em que menos se fuma no mundo.

4. É proibido tirar foto, tanto dentro como fora de prédios públicos.

5. Há muito controle à paisana em todos os lugares. 

6. A moeda oficial é o Manat. 

7. A taxa de câmbio oficial para 1 dólar é de 3,50 dólares, mas na realidade são 18 manats. O melhor lugar para trocar é no Bazar Russo. Lembrando que: trocar dinheiro no mercado negro é ilegal e pode levar a cadeia, pois há muitos policiais a paisana. Tem que tomar cuidado! A melhor forma seria trocar em hotéis (não claro na Recepção).

8. A cidade parece fantasma, tem pouca gente caminhando pelas ruas. 

9. Todas as construções são enormes, teatros com o dobro da capacidade de habitantes de Ashgabat. 

10. Há muitas fontes espalhadas pela cidade, e todas possuem água mineral para não alterar a cor do mármore branco. 

11. O turismo não é interessante para o Turcomenistão, e representa menos de 1% da renda do país. A maior renda vem do gás, óleo e eletricidade. 

12. O Turcomenistão tem a quarta maior reserva de gás natural do mundo.

13. A internet é controlada. Whatsapp, Facebook, Instagram, dentre outros aplicativos, são bloqueados. Muitos utilizam VPN para acessar alguns apps - incluindo o Couchsurfing.

14. Entrar com medicamentos também é um problema e pode levar à cadeia, como no caso do Tramol. 

15. Se você conversar com um Turcomeno, ele vai falar que o país é lindo e maravilhoso; o governo oferece educação, gás, e até moradia...tudo mentira, pois a maioria tem medo de falar a verdade e ser repreendido. O país é comparado à Coréia do Norte e a Eritréia em diversos critérios, como leis, direitos humanos, e democracia. 

16. As mulheres universitárias devem usar um vestido longo vermelho; já as meninas usam um vestido longo de cor verde. Os meninos usam terno preto, camisa e uma maleta daquelas de 1980. As mulheres casadas devem usar um adorno na cabeça, que eu achei lindo e diferente de toda a Rota da Seda. Por dentro, é uma esponja que dá o formato, e em cima coloca-se um lenço colorido. Quanto maior for este adorno, mais rica é a família desta mulher. 

17. O número de prisioneiros é um dos mais altos do mundo, com 500 por 100 mil habitantes - o Brasil tem cerca de 300. 

18. Em 2015, apenas 913 pessoas conseguiram o visto para entrar no país. 

Ficamos hospedados na casa de um alemão, professor em Ashgabat, e eles nos explicou que, apesar de ser uma república presidencialista, a realidade é que o Turcomenistão é um país liderado por comunistas e um dos mais opressores do mundo. 

Só existe um partido político legal, que é o Partido Democrático do Turcomenistão, descendente do antigo Partido Comunista da República Socialista Soviética do Turcomenistão.

Também tivemos contato com uma menina que estava estudando no Uzbequistão, porém era proibida de voltar para o Turcomenistão, pois, se o fizesse, não a deixariam sair do país novamente. 

O visto de trânsito é mais que suficiente para ver o país. A cidade ‘nova’ é vazia! Eles removeram moradores de suas casas e construíram estruturas enormes como teatro, estádio de futebol e universidades no lugar. 

Vá para a cidade ‘velha’, onde é possível ver o dia a dia dos moradores andando pelas ruas. 

Além de todas as coisas bizarras que acontecem neste país, eles entraram para o Guinness, Livro dos Recordes, por ter a maior concentração de mármore branco em suas edificações no mundo. 

Também possuem o recorde do maior mastro do mundo da bandeira do Turcomenistão, com 133 metros de altura.

praça onde está o Monumento à Independência

Visto para o Turcomenistão

Para obter um visto de turista, além de ser uma loteria, é caro, custa 600 dólares por pessoa, e você será obrigado a pagar um pacote que inclui um guia turístico, que estará no seu chulé literalmente TODA a viagem. Ele também vai decidir por onde você deve ir. 

É um processo longo, que deve ser feito através de uma agência, a fim de obter uma carta convite e, consequentemente, o visto. A embaixada mais próxima do Brasil é a dos EUA.

Quando cotei com uma agência de turismo, o valor de 600 dólares por pessoa era para um roteiro de 3 dias, sendo no primeiro dia o transfer da fronteira do Irã, check-in no hotel, com o resto do dia livre; no segundo dia um passeio por Ashgabat e, no final da tarde, ida até a cratera de Darwaza, com alojamento em tenda ou yurt + churrasco para o jantar; no último dia, seria o café da manha e transfer para a fronteira com o Uzbequistão.

A segunda opção é o visto de trânsito

Consiste em um visto de, no máximo, 5 dias, que leva 10 dias para ficar pronto e custa 61 dólares. Você pode aplicar em Teerã e coletar em Mashhab (no Irã), que é perto da fronteira com o Turcomenistão. 

Nós tentamos a Embaixada em Tbilisi - Geórgia, mas eles não ajudam com visto de trânsito. 

Também fomos na Embaixada em Baku - Azerbeijão, porém a pessoa que atende por lá não fala o inglês, não faz nenhum esforço para ajudar, e nos informou que o visto levava 3 semanas ficar pronto. Então, não perca seu tempo tentando ir nestas embaixadas. 

Em Teerã, o atendente entende um pouco de inglês pelo menos para ajudar com informações básicas. 

É necessário preencher 2 formulários com dados pessoais e as datas em que você planeja entrar e sair do Turcomenistão. 

Além disso, é preciso fazer uma carta de próprio punho solicitando o visto. 

O prazo são de 10 dias e não tem conversa!

Você precisará fornecer cópia do seu passaporte e 2 fotos 3x4. 

No formulário, você precisa escolher a fronteira que deseja atravessar no lado iraniano e uzbeque e também informar em qual embaixada você receberá seu visto após 10 dias. 

Nós escolhemos a embaixada na cidade de Mashhad e funcionou bem. Tentamos adquirir o visto um dia antes, mas não funcionou.

Normalmente são 2 opções de fronteiras aceitáveis para o visto de trânsito: 

1 - Howdan-Bajgiran/Koye-Urgench: nessa rota você entra por Ashgabat (Howdan-Bajgiran) e sai na fronteira próxima a Khiva no Uzbequistão (Koye-Urgench).

2 - A Howdan-Bajgiran/Farap: nessa rota você entra por Ashgabat (Howdan-Bajgiran) e sai pela fronteira próxima a Bukhara no Uzbequistão (Farap).

Assim que você for buscar o visto em Mashhad, ele pedirá para você preencher novamente os mesmos 2 formulários que você já preencheu em Teerã e 2 fotos 3x4. 

A taxa consular é de U$ 55 por pessoa e é pago apenas em dólares americanos. 

Não poderia deixar de colocar uma imagem de Mashhad, que é considerada a Holy City do Iran, com a maior mesquita do país, chamada de Holy Shrire. 

A imagem abaixo não faz justiça ao quanto esta mesquita é linda - para mim, a mais linda que já vi na vida, toda decorada com espelhos e pedras preciosas:


Como chegar no Turcomenistão via terrestre, desde o Irã

De Mashhad a Bajgiran (fronteira entre o Irã e o Turcomenistão), há 2 opções: 

1) pegue um ônibus para Quchan, são 2:30hs de viagem (10.000 riais) + um táxi de Quchan para Bajgiran, por 1h (60.000 rials). 

2) contrate um táxi por 20 dólares ou 1.200.000 riais direto de Mashhad a Bajgiran. 

Nós escolhemos pegar um táxi, que veio nos buscar e, em 3 horas, estávamos na fronteira, porém chegamos às 17hs e já estava fechada. 

As fronteiras do Irã com o Turcomenistão abrem às 7:30 e fecham às 15:30. 

Recomendação de táxi: Javid +98 915 381 1752 - ele só fala persa, então peça a alguém para ajudar a explicar sua rota.

Em Bajgiran, não há hotéis, então paramos em um minimercado e perguntamos com gestos se o garoto sabia de alguma casa ou quarto para alugar por uma noite. Com muita sorte, ele nos ajudou e ficamos na casa de uma tia dele que havia se mudado, pagamos 6 dólares, e tivemos que dormir no chão, que era coberto de tapetes persa. 

O lado iraniano abre das 07:30 às 16:00 hs. 

O lado turcomeno abre às 8:00 e fecha às 16:00 hs

Depois de andar 100m, a fronteira do Turcomenistão está logo ali. É preciso passar por um controle na portaria, onde eles anotarão seu nome em um livro e depois é só seguir para o controle de passaporte. Eles verificam o seu visto, confirmam a fronteira de saída, perguntam onde você vai ficar, o que vai fazer e por quanto tempo.  

Também passamos por um médico, que mediu a nossa temperatura. Após isso, vá até o banco, que está localizado na área de controle de passaporte, e pague 10 dólares + 2,50 de taxa por pessoa. 

Na alfândega, eles vão escanear sua bagagem e pedir para abri-la. No nosso caso, a polícia foi simpática e conversou em inglês conosco. Eles apenas abriram uma bagagem e a mochila, controlaram a nossa declaração, pois compramos um tapete persa no Irã e abriram o pacote do tapete também. A minha bagagem não foi verificada, porque parecia que a polícia feminina não estava lá no momento.

O controle foi muito mais rápido do que eu li em relatos na internet. Depois de 15 minutos, um ônibus grátis do governo turcomeno chegou e nos deixou perto de Ashgabat. 

De lá, pegamos carona com um iraniano que conhecemos no controle de imigração e nos deixou perto de um museu. Finalmente, de lá, pegamos um táxi por 15 manats até nosso destino. 

estádio de futebol que foi recém inaugurado para o Asian Games em 2017

Ashgabat

Nós fizemos um tour ao redor da cidade de Ashgabat com 2 turcomenas - contratamos um táxi durante 1 hora por 45 manats e, no final, o táxi nos deixou no Bazar Russo. 

Locais para visitar em Ashgabat:

  • Presidential Palace, 
  • Ruhyyet Palace, 
  • Wedding Palace, 
  • modern “Yildyz” Hotel, 
  • Ferries Wheel, 
  • Constitution Monument, 
  • Arch of Neutrality, 
  • Monument and Park of Independence, 
  • Ertogrul Gazy Mosque, 
  • Ashgabat 2017 Sports and Housing facilities.

Existem muitos lugares proibidos para tirar fotos. Não apenas os edifícios do governo, mas também os bazares, por exemplo. Então, o melhor a fazer é usar a câmera do celular e evitar câmeras grandes. Desta forma, dentro de um táxi é possível tirar fotos e fazer vídeos, no entanto, alguns viajantes dizem que a polícia pede para verificar as fotos tiradas em câmeras na fronteira. 

Em Darwasa, as fotos não estão proibidas.

Dicas: traga um segundo cartão de memória para sua câmera, esconda em algum lugar em seus pertences pessoais e reze para que a imigração não encontre. Utilize a internet de alguém ou em um internet café para baixar fotos para uma nuvem antes de sair do país. A terceira opção é deixar a bateria do celular descarregar antes de passar na fronteira.


Cratera Darwaza

A cratera chamada de Porta para o Inferno está localizada no deserto do Turcomenistão em Darwaza. 

O "incêndio" começou em 1971, quando geólogos da ex-União Soviética perfuravam a região para obter gás. O erro de cálculo deles resultou em um buraco após o chão ceder.

Temendo que a cratera emitisse gases venenosos, os cientistas tomaram a decisão de colocar fogo, pensando que o gás iria queimar rapidamente, porém as chamas não acabaram e continuam queimando até os dias de hoje - mais de 40 anos. 


O melhor preço que achamos para visitar a cratera foi 100 dólares ida e volta para 2 pessoas. 

São 3hs em uma estrada ruim para Darwasa (268Km) com um 4x4, e 7Km nas dunas para chegar até lá.

No caminho, há mais 2 crateras: uma com água poluída, cheia de garrafas plásticas e lixo, e a outra foi drenada e está com lama - com a ação do gás, você podia ver as bolhas e a lama se movendo. 

Recomendo sair de Ashgabat por volta das 15hs no máximo para ver o pôr do sol em Darwaza e retornar por volta das 20:30hs para chegar aproximadamente meia noite em Ashgabat. 

É possível também contratar uma agência que organiza uma tenda para passar a noite por lá, e eles também fazem churrasco para o jantar. Tem a opção de levar uma barraca ou pagar aos locais para dormir em uma destas tendas. Não tem nada próximo, então não pode esquecer de levar algo para comer e água.

Opção para ir até Darwasa de forma independente: pegue um ônibus na estação de Ashgabat por 17 manats, que sai às 7hs da manhã, e a parada final é na frente de uma casa de chá. Da casa de chá, você precisará pagar por um 4x4 para entrar nas dunas até a cratera. Ou ir a pé, se tiver coragem e senso de direção - além de tomar cuidados com cobras. 

Uzbequistão

Pegamos um trem por 12 horas de Ashgabat até Turkmenabat, na fronteira com Bukhara, no Uzbequistão. 

Viagem muito longa! 

Chegando em Turkmenabat, negociamos um táxi para nos levar até a fronteira, que está longe, cerca de 40Km.

Chegando lá, eles verificaram nossos passaportes, demos a saída do Turcomenistão, caminhando mais 800m, e já chegamos no Uzbequistão. 

Depois da fronteira, negociamos outro táxi para nos levar a Bukhara, pois levava mais 1h de viagem. 

É sempre uma discussão sobre os preços, pois em todas as partes eles querem cobrar o triplo para turistas. Queriam 30 dólares, mas, depois de discutir muito, nós pagamos só 10 dólares. 

O Uzbequistão é 6º maior exportador de algodão do mundo, a maior parte da população é muçulmana, e o personagem principal da história deles é o Timur, um poderoso líder islâmico do século 14. 

O que visitar em Bukhara

  • Minarete Kalon: foi construído em 1127, possui 105 degraus e, segundo a lenda, Gengis Khan, ao chegar no minarete, estava decidido a derrubá-lo mas, no mesmo momento, o seu chapéu caiu e ele teve que se curvar perante o minarete para pegá-lo. Esse sinal de reverência foi um sinal de que ele não deveria destruí-lo, e assim o fez. O minarete também serviu como vigia e para lançar inimigos a morte 
  • Cidadela Ark (século 4 a.C.): estrutura mais antiga da cidade com 2,4 mil anos, foi residência dos emires de Bukhara e ocupada desde o século 5 até 1920, quando foi bombardeada pelos russos
  • Madraça Miri Arab (1530) e Mesquita Kalon (século 12): uma das maiores da Ásia Central.
  • Complexo arquitetônico Lyabi Hauz (séculos 14 a 17) é um conjunto de madraças construídas ao redor da maior lagoa da cidade
  • Mausoléu dos Samanidas (séculos 9 e 10), construído usando uma técnica que segue princípios proporcionais de geometria
Mesquita e Minarete Kalon 

Chor - Minor

The walls of Ark Bukhara

Samarkand

Depois de conhecer Bukhara, compramos bilhetes de trem para Samarkand - 4 horas de viagem.

Samarkand é toda azul e turquesa, possui linda arquitetura e é uma cidade com uma atmosfera mais turística. 

O que visitar em Samarkand

  • Praça Registan: onde estão as madraças Sher- Dor, Ulugbek e Tillya-Kori
  • Mausoléu de Emir Timur (séculos 14 e 15): complexo arquitetônico onde estão as tumbas de Amir Timur, seus filhos e seu neto, o famoso astrônomo Ulugbek 
  • Shakhi-Zinda (séculos 9 a 15): conjunto de 11 mausoléus e monumentos funerários, onde está também a tumba de Usam Ib Abbas, sobrinho do profeta Maomé - importante lugar de peregrinação
  • Observatório Ulughbek (século 15)
  • Museu da cidade antiga de Afrosiyab
  • Praça Registan, onde estão as madraças: Sher- Dor, Ulugbek e Tillya-Kori

Mausoléu Emir Timur

Shakhi-Zinda

Shakhi-Zinda

Tashkent

De Samarkand para Tashkent (capital do Uzbequistão), mais um trem soviético russo velho com camas, por mais 4 horas. 

O que visitar em Tashkent

  • Chorsu Baazar
  • Amir Timur Museum
  • Madraça Kukeldash 
  • Torre de TV de Tashkent
  • Minor Mosque
Chorsu Baazar

Minor Mosque



os pães são feitos na parede do forno de barro e marcados com esses 'carimbos' de ferro

Quirguistão

De Tashkent (no Uzbequistão) pegamos um voo com conexão em Almaty para Bishkek (capital do Quirguistão) - não há outras opções para esta rota, não existem vôos diretos.

Chegando em Bishkek, pagamos 500 kyrgys soms de transfer até o hotel, onde passamos 1 dia. 

Na rodoviária de Bishkek, pegamos uma van para Kochkor - 3 hs de viagem, 300 soms por pessoa, ou 5 dólares. 

De Kochkor, fomos até a associação local de turismo para organizar um transporte privado até o lago de Song Kul (única forma de chegar até lá) - pagamos 100 dólares pelo transfer in/out + 1 noite em um yurt, incluso jantar e café da manhã para 2 pessoas. 

O passeio vale muito a pena, o lugar é espetacular e é uma experiência muito diferente.

O yurt é uma tenda ou cabana circular usada tradicionalmente pelos pastores nômades mongóis e de outros povos da Ásia Central, como os quirguízes e os cazaques.

Yurt


dentro do Yurt

banheiro do Yurt
                       
amoras pretas e brancas

Tajiquistão

Como nosso tempo era restrito, optamos por conhecer apenas uma cidade do Tajiquistão, chamada Khujand. Uma cidade bem pequena, com poucos atrativos, passamos a tarde por lá, comemos comida típica e passeamos pelo mercado central. 

Essa foi a parte que eu mudaria em meu roteiro. 

No Tajiquistão, na minha opnião, a parte mais atrativa é a Pamir Highway, que são 1250Km cruzando as montanhas do Afeganistão, Uzbequistão, Tajiquistão e Quirguistão. No caminho, há muitos lagos e natureza. 

O importante é tentar organizar com muita antecedência, pois ninguém respondeu nossos e-mails. 

Creio que até seja necessário tentar ligar por Skype. É necessário um 4x4 para fazer este percurso e um motorista experiente. Há tours que saem de Dushambe e cruzam pela Pamir até chegar em Bishkek. 

Portanto, no meu caso, excluiria Tashkent, no Uzbequistão, que é uma cidade grande, com poucos atrativos e que não faria falta no roteiro. 

Abaixo, o mapa da Pamir Highway:

Rota da Seda: roteiro e dicas
Pamir Highway



prato típico de arroz com carne de cordeiro, cenoura e especiarias

Cazaquistão

Do Quirguistão ao Cazaquistão, pegamos mais uma van compartilhada (Marshutka) até Almaty por 800 soms ou 10 dólares.

A vantagem de usar uma Marshutka como meio de transporte é que é mais seguro que o táxi, pois eles evitam estradas secundárias e também porque eles têm algum tipo de "acordo" com a polícia local. 

A fronteira mais movimentada foi a do Quirguistão com o Cazaquistão. Para completar, o motorista era lento e a viagem ficou longa demais.  Chegando na estação de ônibus de Almaty, é só pegar um táxi ou, se você tiver internet, pedir um Uber!

Almaty significa lugar das maçãs e não faltam maçãs de todos os tipos na cidade. Um ótimo lugar para comê-las é no Green Bazar

Almaty foi também a capital do Cazaquistão entre 1927 e 1997, e hoje é a maior cidade do Cazaquistão e uma das maiores da Ásia Central.

Almaty nos impressionou muito positivamente. É uma cidade mais moderna, com marcas mundialmente conhecidas e um ar muito mais ''Asiático'' e moderno. 

Arquitetonicamente falando, há muitos prédios monocromáticos da época da União Soviética, porém se mesclam com uma arquitetura mais moderna em algumas áreas. Por toda a cidade, há parques para crianças, praticamente a cada 500m - o que achamos bem interessante.

O que visitar em Almaty

  • Kok Tobe
  • Panfilov Park
  • Ascension Cathedral ou Zenkov Ortodox
  • First President Park
  • Kazakh Museum of  Folk Musical Instruments
  • Kaindy Lake
  • Green Bazar
  • Rebublic Square
Panfilov Park: é o parque mais antigo, criado em homenagem aos 28 soldados que morreram contra os nazistas durante a II Guerra Mundial, comandados pelo General Ivan Panfilov

Green Bazar: Mercado Central de Almaty - é comum comer carne de cavalo por lá

Kok Tobe

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Thais Caldeirinha - theworldfacinatesme

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3 comentários:

  1. Ótimo post, parabéns! Estamos planejando fazer a rota entre Geórgia, Armênia e Azerbaijão e está nos ajudando muito. Temos uma dúvida: quantos dias você recomendaria ficar em cada um destes três países?

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    1. Ola Marcio tudo bem ? Desculpe a demora em responder seu post. Gostei muito da Geórgia e se você gosta de vinhos, vai adorar! 5 dias na Geórgia, 4 na Armênia (tem muitos monastérios para visitar - depende do seu interesse) e 4 no Azerbaijao sao suficientes. Meu instagram é: @theworldfacinatesme caso tenha alguma outra duvida.

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  2. Qual o custo em media seria para fazer essa exelente rota?

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