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travessia de voadeira de Canavieiras a Belmonte, o melhor passeio do litoral sul da Bahia

No litoral da Bahia há um trecho, entre as cidades litorâneas de Canavieiras (ao norte) e Belmonte (ao sul), que não é possível fazer de carro, por via terrestre. O único jeito de cruzar o delta do Rio Jequitinhonha é de barco, e foi isso que nós resolvemos fazer.  

Muita gente conhece Arraial d'Ajuda, Porto Seguro, Ilhéus e Itacaré, mas nem suspeita que, entre elas, existem essas 2 cidadezinhas charmosíssimas, cheias de histórias e um rico patrimônio arquitetônico

Mas, muito mais do que isso, o que também se esconde nesse trecho do litoral baiano é aquele que, para nós, foi o melhor passeio da nossa viagem ao litoral sul da Bahia: a travessia de voadeira pelos canais e igarapés do delta do Jequitinhonha.

É sobre esse passeio que eu quero contar a vocês neste post







Logística

Pesquisando no Google Maps para decidir como seria o trajeto da nossa roadtrip pela Bahia, fiquei intrigada para saber como os locais fazem para ir entre um e outro lugar - porque não havia estrada no mapa entre Belmonte e Canavieiras - sem ter que fazer aquela volta enorme pela BR 101, e acabei descobrindo a resposta num post do VnV

Inspirados pelo Riq, resolvemos fazer o trajeto. 

Como estávamos viajando de carro (e carros não passam pelos igarapés!), teríamos que fazer a viagem ida e volta de qualquer jeito.

De Santo André, onde ficamos 3 dias hospedados no hotel Campo Bahia, seria mais fácil, porque de lá são apenas 50Km ao norte até Belmonte. Mas, quando estávamos lá, priorizamos os passeios mais ao sul (Santa Cruz Cabrália, Coroa Vermelha, Porto Seguro, Arraial D'Ajuda e Trancoso), e não sobrou tempo para este passeio. 

Outro ponto positivo de fazer o passeio a partir de Belmonte é ter o carro para andar em Belmonte, já que lá, diferente de Canavieiras (onde as atrações ficam todas ao redor do porto fluvial), o encontro do rio com o mar fica a 2Km do porto fluvial, onde nós atracamos, o que torna mais complicado ir até lá (a solução, fazendo o passeio a partir de Canavieiras, como nós, que estávamos a pé em Belmonte, é pegar um táxi!). 

Como depois da nossa passagem por Santo André nós subimos para Ilhéus (pela BR 101), vimos que, fazendo base em Olivença, logo ao sul, onde fica o Canabrava Resort, também daria pra fazer o passeio, no sentido Canavieiras -> Belmonte -> Canavieiras. E assim fizemos. 






É um pouco pior porque, do Canabrava Resort, em Olivença, até Canavieiras, são 100Km (ou seja, o dobro da distância Santo André -> Belmonte). 

Na véspera, eu telefonei para o número de telefone do barqueiro indicado pelo Riq no post dele, o Bira, e agendei o passeio por telefone. 

Isso é imprescindível, já que o horário da travessia depende única e exclusivamente da maré alta - o que significa que não é você quem escolhe o horário da partida, e sim o mar. 

Tivemos sorte e a maré alta era as 12hs, o que nos assustou um pouco por causa do sol forte ao meio-dia - os barcos não tem cobertura - mas não o suficiente para desistirmos da aventura, pois já estávamos empolgadíssimos!!!

Por outro lado, esse horário foi super conveniente para nós, pois possibilitou que a gente acordasse as 8h30min, tomamos um farto café da manhã com calma e pegamos a estrada do Canabrava Resort para Canavieiras às 10hs, chegando lá 11h20min (são 100Km).

Logo que estacionamos no cais fluvial já veio o Jailton na nossa direção, perguntando se éramos nós os clientes do Bira, que não poderia fazer o passeio e tinha repassado o trabalho pra ele. 

Combinamos de nos encontrar ali às 12hs. 







Centro histórico de Canavieiras

Depois de tomar um banho de protetor solar, fomos dar um passeio pelo centro histórico de Canavieiras

Se você quiser passar a noite lá, aviso que deve ser uma delícia. O hotel mais bonitinho que eu vi, em pleno centro histórico, foi o Frederic, que não está no Booking, mas existem vários outros, de frente pro mar, que também parecem ótimos! Veja a lista completa aqui



A cidadezinha é um encanto! Foi super rica na época do auge da indústria cacaueira, e ainda conserva um ar de cidade próspera, embora seja bem pequena. 

A área do comércio é bem movimentada e a parte histórica tem alguns poucos prédios em escombros, mas no geral está surpreendentemente bem conservada.

Como a região é internacionalmente conhecida por ser das melhores do mundo para a pesca do marlim azul, existem muitos gringos, principalmente alemães, zanzando por lá. 

Não preciso dizer que me apaixonei pela cidade, né?!? 

Vejam as fotos:












No calçadão à beira do rio, existem váaaaaarios restaurantes, e dizem que o caranguejo que se come ali é fenomenal. 

Infelizmente, não deu tempo de provarmos - já tenho motivo suficiente para voltar!

Mas o que eu realmente curti foram as cores:











Passeio de voadeira

Zarpamos 12hs em ponto.

Chegamos em Belmonte 13h15min, ou seja, 1h15min mais tarde.  

Na viagem de ida, nós fomos junto com duas moças e um gurizinho que estavam indo visitar parentes em Belmonte. Na volta, viemos só nós e o Jailton, nosso barqueiro-guia. 

Tanto na ida, quanto na volta, viemos na frente do barco (na primeira fila), o que é fundamental para fazer filmes e fotos melhores, sem uma cabeça na sua frente!









Cada trecho custa R$ 25,00 por pessoa

Como éramos 2 adultos e fizemos ida e volta, pagamos R$ 100,00 no total. O Lipe foi de graça. 

O barco é para 6 pessoas - se você estiver num grupo maior, e fizer a viagem ida e volta como nós, acho que dá para tentar barganhar um preço melhor para o grupo

O passeio foi tão maravilhoso e nós achamos que valeu tanto a pena que nem pensamos em barganhar!




Você pode até pensar que a viagem de ida e volta pode ficar cansativa e repetitiva, mas nós não achamos - a paisagem é tão variada e bonita ao longo do caminho todo, com uma novidade a cada curva do rio, que o passeio nunca fica chato. 

Aliás, nós ficamos tão enlouquecidos filmando e fotografando tudo na viagem de ida que acabamos curtindo mesmo o passeio e a paisagem só na viagem de volta!




O barquinho é super simples, como vocês vêem nas fotos, mas é bem confortável, com encosto e banco acolchoado

Recomendo muito que vocês façam o passeio com o nosso barqueiro, o Jailton

Ele foi muito legal, nos levou pelos melhores caminhos, parava voluntariamente nos lugares mais bonitos para fotografarmos, ia mais devagar quando queríamos filmar, parou numa prainha para banho no caminho, ia todo o tempo desligando o motor do barco para nos explicar as coisas e dizer os nomes dos rios e lugares por onde estávamos passando - enfim, embora seja um meio de transporte público coletivo, e não um passeio turístico num barco fretado, deu para perceber que ele estava empolgado para nos mostrar as belezas da terra dele! 

Peça para ele passar pelo Rio Passuí, na Praia da Barra do Peso e nos "túneis" nos igarapés de Naciriba, Gravatá e Campinhos

O banho de rio em Campinhos, onde ele mora com a família, é sensacional. 

Contato: Jailton – celular (73) 99438862.









De todo o passeio, o mais impressionante são os túneis formados pelos igarapés

Alguns deles eram tão estreitos que chegava a dar medo, a gente não conseguia entender como é que o Jailton ia fazer para passar por aquele espacinho minúsculo sem destruir o barco (e arrancar as nossas cabeças!). Mas nem uma única vez algum galho encostou em nós! 

Claro, o nosso medo era até ridículo, já que ele conhece aquele rio como a palma da mão, se criou navegando ali - mas dava um baita frio na barriga ver que ele estava se metendo por uns túneis que pareciam labirintos e a gente não fazia a menor idéia de como sair dali!

Em alguns momentos, parecia até um passeio de montanha-russa, com curvas aceleradíssimas. Mas, quando pedíamos, ele ia bem devagar, para a gente poder filmar ou fotografar também. 





Em resumo, a paisagem daqueles canais de igarapés me maravilhou tanto que entrou na minha lista de top 10 paisagens que eu já vi! 

Não sei se foi por causa do horário em que estivemos lá, mas tudo refletia na água e a paisagem, que sendo única já era incrível, ficava em dobro, deixando a gente babando - eu e o Peg nos olhávamos e nem acreditávamos no que estávamos vendo na nossa frente! 

Um deleite visual, verdadeiro colírio para os olhos

Todo brasileiro deveria ter o DIREITO de fazer esse passeio!









Belmonte

Combinamos com o Jailton que ficaríamos 1h em Belmonte - das 13h15min às 14h15min. 

Fomos dar um passeio pela cidade mas, como já referi, seria melhor se tivéssemos um carro para andar em Belmonte, já que o encontro do rio com o mar fica a 2Km do porto fluvial, onde nós atracamos, tornando um pouco mais complicado ir até lá, debaixo daquele sol de rachar - a única solução é pegar um táxi!

A cidade, assim como Canavieiras, embora bem menor, tem muitas construções do século 19, auge da riqueza cacaueira, e um ar decadente com graça, sabe como? 






Como o Ricardo Freire já mencionava no post dele - e é BEM assim - é uma cidade que tem aquela beleza melancólica dos lugares que decaíram mas não se corromperam. E é verdade também que não há quem não fale com carinho de Belmonte.  

Saímos de Belmonte para voltar a Canavieiras às 14h20min e chegamos de volta às 15hs40min. 






Onde comer 

Almoçamos no Restaurante "A beira do Jequitinhonha", que fica bem na frente do porto fluvial em Belmonte. 



Atendimento simpático, Felipe jogou bola no meio da rua com a gurizada, fez amigos (aos quais apresentou o tablet), tomamos 2 cervejas e comemos 2 "guaiamuns" (um tipo de caranguejo gigante do mangue famoso em Belmonte, que aparentemente só existe lá): tudo por R$ 24,00




Aliás, essa é a nossa maior dica em Belmonte: não deixe de provar o famoso guaiamun, que é um crustáceo típico da região, retirado do mangue. 

Parece um pouco com a lagosta, e a gente também precisa comer acompanhado de um porrete, com a diferença que o preço, em Belmonte, é ridículo de barato!

Como souvenir, compramos saquinhos de amêndoas de cacau por R$ 1,00 cada, mas são horríveis de amargas!







Canavieiras, de novo

Mais uma voltinha no centrinho de Canavieiras (muito fofo), experimentamos os famosos picolés do Péricles (graviola, sempre graviola!!!), muitas fotos, e pegamos a estrada para voltar os 100Km que nos separavam do Canabrava Resort em Olivença as 16h10min, chegando de volta ao hotel às 17h30min (1h20min de viagem). 




Conclusões

Como falei lá em cima, estávamos com medo de fazer esse passeio com o Lipe, principalmente por causa do horário da maré alta, com aquele solaço baiano de meio-dia que deixa a gente desnorteado, numa voadeira sem cobertura, mas no fim foi tudo muito melhor do que nós esperávamos!

No início da travessia fizemos uma "barraquinha" com toalhas para o nosso pequeno viajante, que foi escondidinho do sol ali embaixo, fazendo sessãozinha de cinema no escurinho com o tablet, mas depois que a paisagem começou a ficar incrível, e entramos nos túneis de igarapés, concluímos que ele PRECISAVA ver aquilo, desmontamos a barraquinha de toalhas e ele curtiu MUITO o resto do passeio, tirando fotos e fazendo filmes conosco!



a "barraquinha" de toalhas

Conseguimos um assistente de câmera! 

E foi a nossa sorte, já que esse passeio rendeu mais de 800 fotos

Era um tal de fotografar com a D5000, com a Sony, com a GoPro, com o celular, filmar com a JVC, com o celular, com a GoPro...como eu disse, ficamos tão enlouquecidos filmando e fotografando tudo na travessia de ida que acabamos curtindo mais o passeio e a paisagem só na viagem de volta, e foi a primeira vez que eu vi o Lipe tão empolgado com uma câmera na mão!




Em Belmonte, ele fez amigos, como já contei, jogou bola com os nativos e, na volta, estava empolgadíssimo, como nós, para fazer novamente o "passeio na selva", como ele dizia, impressionado com os igarapés, querendo tocar nos galhos e na água...







E o calor? 

Olha, até que foi "menos pior" do que eu pensava, já que a lanchinha voadeira é rápida e o ventinho é uma delícia

Mesmo com o solzão batendo, o vento refresca mais do que se estivéssemos na praia sem vento, embaixo de um guarda-sol. 

O importante é levar bastante água para hidratar e passar muito protetor solar!

Inspirados pelo VnV, fizemos o melhor passeio da viagem, de longe: chegamos de volta ao Canabrava Resort ao final do dia com as barriguinhas cheias de guaiamuns, muitas histórias incríveis para contar e uma paisagem que, por muito tempo, vai ficar gravada nas nossas retinas!







Você já conhece Canavieiras e Belmonte? Fez a travessia de barco pelos igarapés do delta do Jequitinhonha?? Então deixe aqui as suas dicas!

Veja aqui o videoclipe da travessia:



No próximo post, mais sobre a operação #LipenaBahia!! Vem conosco!

Confira tarifas reserve sua estadia no Hotel Campo Bahia, em Santo André, pelo melhor preço aqui:


Mas, se você quiser fazer a travessia de Canavieiras para Belmonte, como nós fizemos, é melhor reservar uma suíte family no Canabrava Resort, em Olivença, pertinho de Ilhéus:


Para reservar um carro, recomendamos a nossa nova parceira Rentalcars, que a gente usa (e gosta muito!) há séculos:


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Claudia Rodrigues Pegoraro

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5 comentários:

  1. De longe o melhor e mais aguardado post por mim.
    Essa terra tem uma energia muito grande. Nao sei se é por conta da minha familia que nasceu em Belmonte ou por lembrar de toda minha infancia... Nao sei. Certamente voces passaram em frente a casa deles...
    Da proxima vez nao deixem de ir no encontro do rio com o mar!!

    Um grande abraco!!

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    Respostas
    1. Oi Victor, já viu o videoclipe? Ficou tão bonito...essa terra tem uma energia boa mesmo, foi de longe o passeio que eu mais curti na Bahia!

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  2. Olá amigos. estávamos vendo o mapa entre Canavieiras e Belomonte e aí deu um nó. Nenhuma estrada, como fazer? Foi qdo pesquisamos no Google e vimos sua aventura, indo e voltando de barco voadeira, atravessando o delta do rio Jequitinhonha. De viagem cada trecho gasta 01:15 hs , com certa facilidade na maré alta, de conseguir esse transporte.Valeu demais e estamos marcando essa viagem para o ano q vem. Obrigado. Abraços

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  3. Parabéns, sua postagem esplica com detalhes do passeio.

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