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Romênia, Bulgária e Sérvia: roteiro de 30 dias

Roteiro de 30 dias pela Romênia, Bulgária e Sérvia

Romênia, Bulgária e Sérvia: roteiro

Roteiro de 30 dias pela Romênia, Bulgária e Sérvia
Há muito tempo eu sonho em conhecer a Bulgária e a Romênia - a Sérvia nós já conhecemos. 

Mais precisamente, desde 2014, quando fizemos um roteiro de 34 dias pelos Bálcãs e não deu tempo de esticar até a Romênia e a Bulgária.

Desde então estou sempre pesquisando sobre esses 2 países e, quando vejo algum conhecido viajando por lá, fico querendo acompanhar tudo! E desta vez não foi diferente: quando vi que uma amiga virtual estava em Bucareste, capital da Romênia, com a família, logo comecei a acompanhar a viagem dela pelo Instagram.

Como eles são super discretos, não quiseram se identificar, e esse post é "anônimo", mas as dicas dessa amiga são sensacionais - um roteiro de copiar e colar, cheio de detalhes interessantes, informações úteis e dicas de viagem perfeitas e muito honestas!!

Alguém mais aí sonhando com um roteiro perfeito pela Romênia, Bulgária e Sérvia? 

Acho que esse post era o empurrãozinho que faltava para que eu finalmente tire essa viagem da minha bucket list! Pesquisando passagens para Bucareste e Sofia em 3, 2, 1...

Romênia, Bulgária e Sérvia: roteiro
ursos na Romênia

Castelo de Peles
Castelo de Peles

Romênia, Bulgária e Sérvia: roteiro
campos de girassóis por todos os lados

Sozopol, na Bulgária
Sozopol, na Bulgária

Catedral de São Sava em Belgrado na Sérvia
Catedral de São Sava em Belgrado na Sérvia

concerto em Plovdiv no Antigo Anfiteatro Romano
concerto em Plovdiv no Antigo Anfiteatro Romano

Romênia, Bulgária e Sérvia: roteiro de 30 dias

07/07/2023 – chegamos a Bucareste, a capital e maior cidade da Romênia, à 01h30 da manhã, num voo da Air France.

Localizada na região histórica da Muntênia (parte da Valáquia), nas margens do rio Dâmbovita, a cerca de 60Km a norte do rio Danúbio e da fronteira da Bulgária, tem uma população de cerca de 2 milhões de habitantes.
A Romênia é um país do sudeste europeu, conhecido pela região florestal da Transilvânia e cercado pelos Cárpatos. Sua moeda é o Lei romeno, que vale quase a mesma coisa que o Real. Nesta época, o fuso era de 6hs a mais que no Brasil.
Em cerca de 30min chegamos ao hotel e, no caminho, algo chamou a minha atenção: diferentemente de grande parte dos países europeus, onde tudo fecha cedo, mesmo no verão, ali a vida noturna era intensa e vibrante.

Ah, o táxi teve que ser pedido em uma das máquinas constantes no desembarque do aeroporto. Já para pagar o motorista, o Claudio teve que entrar no nosso hotel e pegar dinheiro local, e não euro, em um caixa eletrônico.

Nosso hotel, em Bucareste, foi o The Marmorosch Hotel, Autograph Collection

Enquanto aguardávamos o Claudio fazer o check in, presenciamos a chegada de uma prostituta e o hóspede vir pegá-la para subir ao quarto.

Para um hotel 5 estrelas, não gostei nem um pouco.

O hotel pertence à rede Marriott e foi erguido em um edifício histórico, art déco, onde antes funcionava o maior banco da Romênia no século XIX. Sua reforma é recente e o hotel é bem novo e com excelente localização, junto ao centro antigo da cidade.

Fomos dormir perto das 3hs da manhã para acordar às 11hs. Saímos às 12hs para conhecer o centro antigo.

Neste hotel não tínhamos café da manhã incluído na diária, pois não conseguiríamos tomá-lo todos os dias. O local do seu restaurante, entretanto, vale a menção: lindo, preservando os detalhes da decoração original.

Saímos do hotel e já passamos, praticamente ao lado dele, na Galeria Macca-Vilacrosse, localizada entre a Avenida Vitória e Lipscani.

O local é encantador e é um dos lugares mágicos da cidade, onde parece que o tempo parou. Foi desenhada em estilo francês e é formada por 2 corredores cobertos que se reúnem em uma rotatória. A parte superior possui uma estrutura de ferro com chamativos vitrais em tons amarelados. É repleta de bares e cafeterias, muitos de origem árabe e oferecendo narguilé.

Primeira parada: um restaurante para almoçar. O escolhido? O típico Caru´cu Bere, o restaurante mais famoso da cidade, queridinho dos turistas e também dos locais. É uma enorme cervejaria com alguns pratos típicos. Comemos eisbein e tiramos fotos do local.

Dali, caminhamos até o Museu Nacional da História da Romênia, localizado no antigo edifício do Palácio dos Correios. Foi inaugurado em 1970 e conta com 60 salas distribuídas em 8.000m2. Abre de quarta a domingo, das 10/18hs.

Depois, ainda nesta mesma região do centro antigo, paramos no Gregory´s, local com lanches, sorvetes, sucos e cafés. Precisávamos “acordar” com um café e o calor de quase 30ºC não ajudava.

Dali fomos conhecer a famosa Carturesti Carusel que, com 6 andares, é uma das livrarias mais elegantes do mundo, localizada em um antigo edifício do século XIX. Linda e repleta de opções, vale e muito a parada e não apenas a passagem.

E continuamos passeando para não dormir em pé: a pequena e escondida Igreja Nova de São Jorge (perto da cervejaria); a Igreja Ortodoxa Kretzulescu, erguida junto à Praça da Revolução e um dos templos mais chamativos e bonitos da capital, e o bonito e imponente Monastério Radu Voda, um pouquinho mais afastado, mas que merece a visita.

Um aspecto merece ser observado: nem todos os templos ortodoxos permitem fotos em seu interior, sendo que os que permitem, em grande parte, cobram uma taxa para fotos. Deve-se ficar atento a isto. 

Ah, muitos, principalmente fora dos grandes centros, exigem código de vestimenta: nada curto, decotado ou com ombros de fora.

No caminho de volta para o hotel pegamos chuva.

Mais tarde, saímos para jantar em outro restaurante típico e famoso, o Hanu´lui Manuc

Aberto como hotel, em 1806, hoje é um ótimo restaurante com shows de danças típicas, no melhor estilo biergarten, com mesas compridas ao ar livre. Por sorte, o teto é retrátil, o que auxiliou no momento de chuva. O único senão ficou por conta do atendimento fraco.

De volta ao hotel, descobrimos uma “pequena joia” que ele abriga em seu subsolo, onde ficavam os cofres do antigo banco: um bar, propositalmente chamado The Vault, no melhor estilo do bar que hoje funciona no cofre do antigo banco Santander em São Paulo.

Drinks ótimos e ambiente intimista e agradável. A observação, aqui, ficou por conta da Manu ter que apresentar identidade, enquanto a Marina entrou tranquilamente.

centro histórico de Bucareste

Bucareste, a capital da Romênia

08/07/2023 – saímos às 9hs, sem tomar café, e tentamos várias visitas, mas nenhuma foi possível, fosse porque ainda não estava aberta, fosse porque precisava agendar: coisas do meu marido que teima em não se organizar. Sempre de táxi.

Daí, com tudo devidamente agendado e organizado, paramos para tomar café/brunch no Impresso´s Coffe & Juice, junto ao Parque Mihai I ou Parque Herastrau, um verdadeiro oásis no centro da cidade, com uma área verde densa, esculturas e um belo lago. 

Excelentes opções de pratos e bebidas, inclusive para outras refeições.

Dali, fomos até o Arco do Triunfo, praticamente ao lado do parque. Construído em madeira, celebra a independência da Romênia e permite visitas aos sábados e domingos, das 14h/21hs.

Às 12hs, (re)começamos as visitas do dia. 

Primeira parada, 12hs, na Mansão Ceausescu, aberta ao público em 2016. 

O local mostra ao mundo o ostentoso modo de vida dos antigos governantes do país. A visita é guiada e deve ser agendada antecipadamente (conseguimos agendar no mesmo dia). Acontece de terça a domingo, das 10h/17h. Há tours em romeno e em inglês (o inglês normalmente começa 15 minutos depois do romeno).

Achei bem interessante, até mesmo porque acompanhei, na minha adolescência, a história da Romênia e de seu ditador Ceausescu.

A visita dura cerca de 40min.

De uber fomos para a outra atração (agora) agendada, o Palácio do Parlamento
O Palácio do Parlamento Romeno é o 2º maior edifício estatal do mundo, só superado pelo Pentágono. É o símbolo da megalomania e dos delírios de grandeza do ditador Ceaucescu, que demoliu diferentes zonas históricas para construí-lo.
Precisa ser reservado: reservamos pela manhã para às 14hs. Abre todos os dias, sendo que no verão das 09hs/17hs. A visita é guiada, tem tours em inglês e romeno e os procedimentos de segurança são bem demorados. A visita em si dura pouco mais de 1 hora.

Por fim, e de uber novamente, fomos para o 3º lugar que não conseguimos visitar pela manhã, o Palácio de Controceni, residência oficial do Presidente da Romênia. Em 1991, o Museu Nacional de Controceni foi inaugurado para abrigar parte do Museu Nacional.

Ocupando a parte mais antiga do Palácio e a Igreja de Controceni, o museu oferece um passeio pelo passado político do país. Deve ser reservado antecipadamente e abre de terça a domingo, das 09h30/17h30min.

Infelizmente, não permite fotos externas. A visita é rápida, pois nem tudo está aberto à visitação.

Saindo dali pegamos um táxi para o centro e “jantamos” em um de seus restaurantes de calçada, o Exclusive. Há dois nesta região central. Comi um delicioso atum com aspargos.

Depois, panquecas finíssimas em uma “barraquinha” de rua, sorvete e pastéis de Belém ao melhor estilo português.

Parlamento de Bucareste

Arco do Triunfo em Bucareste

Chegando à Bulgária: Ruse e Veliko Tarnovo

09/07/2023 – check-in e às 6h50min estávamos saindo do hotel, de táxi, rumo ao aeroporto para pegar o carro junto à Alamo/Enterprise.

Renault Mégane, por sorte estávamos com malas de mão, senão não teria cabido tudo no porta-malas.

Às 7h50 saímos da locadora e às 09h25 estávamos parados em um posto Petrum, junto à fronteira da Bulgária, para comprar a “vignetta” para a Bulgária, um tipo de permissão para circular com um carro romeno na Bulgária. 

Por sorte, estava acordada e vi avisos chegando nesta região da fronteira. No ato, o Claudio já comprou por todo o período em que estaríamos na Bulgária.

As cidades fronteiriças são Giurgiu na Romênia e Ruse na Bulgária, ou PYCE, como escrito no alfabeto cirílico ali adotado e que fiz questão de decorar antes de viajar, pois ajudaria na hora de ler placas.

Manu entrou nesta comigo e o Claudio, depois, no decorrer da viagem. O único senão ficou por conta que eu decorei o cirílico usado na Rússia, quando na Bulgária e na Sérvia existem algumas particularidades. Poucas, mas existem: importante decorar o cirílico de cada lugar, para facilitar. 

De todo modo, não foi difícil perceber e aprender as pequenas diferenças no decorrer da viagem.

As placas normalmente têm as palavras escritas nos 2 alfabetos: o nosso e o cirílico, mas há exceções e, para estes momentos, é que valeu o esforço.

Passa-se pela primeira fronteira e paga-se, em euro ou lei, para atravessar a ponte que separa as 2 cidades e depois, na fronteira da Bulgária, deixa-se o passaporte, estaciona-se o carro e pega-o depois que carimbarem. Enrolado.

Às 10h estávamos chegando a Ruse, na Bulgária.
A Bulgária é uma nação balcã com um território diversificado que abrange praias paradisíacas no Mar Negro e um interior montanhoso e com rios, como o Danúbio. O país tem mais de 400Km de praias. É um caldeirão cultural com influências gregas, eslavas, otomanas e persas.
É um dos destinos mais baratos da Europa e tem um extenso acervo de monumentos históricos e cidades milenares. 

Sua moeda é o Lev/lev búlgaro (valia cerca de 2,5 reais) e sua língua o búlgaro (é a língua eslava mais antiga registrada).

Historicamente conhecida como Rousse, Ruse é uma cidade no nordeste do país, na margem direita do Danúbio, bem na fronteira com a Romênia. 

É conhecida como “Pequena Viena”, e seria uma das cidades mais arrumadas e bonitas da Bulgária. Já foi a maior cidade búlgara no final do século XIX.

Na verdade, muita propaganda para pouca coisa: fora a região ao redor da praça central, a cidade é bem sem graça e sem atrativos. Tanto que este foi o único dia da viagem em que, por sorte e na dúvida, estávamos sem hotel reservado.

Chegamos, vimos e o Claudio nem reservou por ali: decidiu nos dar uma noite a mais no destino seguinte, por sorte.

Ficamos por ali, na bonita região da Freedom Square, praça com um lindo monumento no centro.

Nesta região se concentram bares e restaurantes e alguns prédios importantes como o Palácio da Justiça, com uma arquitetura típica da era comunista; o Girdap, um prédio amarelo com um relógio no topo, que foi o 1º banco privado do país e o Dohdodno Zdanie, um prédio de arquitetura neoclássica que é sede de alguns teatros municipais.

Comemos por ali, como se fosse um brunch, já que ninguém tomara café, no Coffe Europe Food and Drinks, mas o lugar era tão meia-boca, com um atendimento tão fraco, que nem valeria menção.

Depois, caminhando, rumamos para o Museu de História Regional, com alguns tesouros do século V e outros artefatos romanos e trácios. Bem simples, tudo praticamente em búlgaro, e não aceitando euros ou cartão. O Claudio teve que correr atrás de um caixa eletrônico.

Ainda passamos na Igreja Sveta Troitsa, construída em 1632, época da ocupação otomana, razão pela qual a nave fica no subsolo (a melhor atração ali) e o Panteão dos Heróis da Revolução Nacional, monumento nacional e ossuário onde estão enterrados 39 búlgaros famosos e importantes para a história do país - algo totalmente inexpressivo para nós ou para qualquer um que não faça parte da história búlgara.

Conclusão geral: cidadezinha dispensável.

Entretanto, a cerca de 10Km da cidade, uma joia: o Monastério de São Dimitri de Basarbovo.

Um dos únicos mosteiros ainda em operação, tem como particularidade o fato de estar inserido/embutido na paisagem natural, no caso, um rochedo.

Ele está encravado num penhasco íngreme e suas grutas foram esculpidas por monges hesicastas (uma espécie de cristão ortodoxo), entre 1185 e 1396, durante o Segundo Império Búlgaro.

É o único mosteiro de rocha em atividade na Bulgária e impressiona. Tudo ali, desde a localização até a paisagem, é absolutamente lindo.

Monastério de São Dimitri de Basarbovo
Monastério de São Dimitri de Basarbovo

Monastério de São Dimitri de Basarbovo
Monastério de São Dimitri de Basarbovo

Monastério de São Dimitri de Basarbovo
Monastério de São Dimitri de Basarbovo

Monastério de São Dimitri de Basarbovo
Monastério de São Dimitri de Basarbovo

Monastério de São Dimitri de Basarbovo
Monastério de São Dimitri de Basarbovo

Monastério de São Dimitri de Basarbovo
Monastério de São Dimitri de Basarbovo

Monastério de São Dimitri de Basarbovo
Monastério de São Dimitri de Basarbovo

Monastério de São Dimitri de Basarbovo
Monastério de São Dimitri de Basarbovo

Cerca de 100Km depois,01h30min mais ou menos, chegávamos a Veliko Tarnovo, antiga capital búlgara.

É uma cidade bastante interessante e que sofreu forte influência russa e romena no decorrer de sua história, tendo se fechado quase completamente para o ocidente por décadas.

Conhecida como a “Cidade dos Czares”, é bastante arborizada e cercada por florestas, reservas naturais e parques. 

Em 1185, foi nela que começou uma rebelião contra o Império Bizantino e foi nela que, por consequência, fundaram o Segundo Império Búlgaro. Foi uma das cidades mais importantes dos Bálcãs, assim como Constantinopla.

Seu centro antigo é chamado Varusha e é facilmente percorrido a pé.

Face ao ocorrido em Ruse, ficaríamos 2 noites ali, mas em 2 hotéis diferentes, já que o hotel originalmente reservado não tinha vagas para este dia e não podia ser cancelado com 24hs de antecedência.

Aqui, na 1ª noite, ficamos no excepcional Bey House Royal Hotel

Excelente localização, quarto encantador, móveis e “prédio” de época, mas com todo o conforto e modernidade possível, como uma privada inteligente (se posso chamar assim, kkkk) e um secador Dyson.

Meia pensão incluída na diária e banho turco que, agendado, te dava exclusividade por 1 hora. Uma verdadeira preciosidade escondida.

E, para completar, como não tem estacionamento, quando consegue-se estacionar na frente do hotel, é ele quem paga por este estacionamento em via pública.

No momento do check-in escolhemos o horário para o banho turco e o que queríamos para o café da manhã do dia seguinte, bem como o horário do café, pois poderia ser servido em qualquer horário.

Banho turco em família para relaxar e jantar de 3 cursos no restaurante do hotel, este sim, o único senão da nossa estadia ali: atendimento fraco e extremamente demorado, com produtos faltando e substituições feitas por conta e que não necessariamente nos agradaram.

Marina detesta passas e pediu um risoto trufado. Pois o “risoto” dela veio igualzinho ao meu arroz negro com passas...fiz questão de comunicar o descontentamento e que aquilo não era risoto, muito menos o que ela pedira.

O ponto forte do jantar, ou pontos fortes, ficaram pela excelente quantidade de comida (até demais) e pelo ótimo vinho da uva Dymiat. 

Os vinhos búlgaros, no geral, nos impressionaram durante toda a viagem pela ótima qualidade e corpo.

Constatações do dia: o calor era ainda mais intenso na Bulgária, passando fácil os 30º/32ºC; o povo búlgaro não é simpático, às vezes, até rude (creio que muito por não conhecer o inglês). 

Mesmo quando você quebra barreiras, eles não conseguem sorrir...

Bey House Royal Hotel
 Bey House Royal Hotel

10/07/2023 – excelente hotel, mas restaurante a desejar...

Tínhamos pedido A + B ou C para café da manhã: para todos veio só o A...Café simples, com croissant, frios e geleia.

Após às 10hs, saímos para passear, sabendo que teríamos que retornar até o meio dia para fazer o check out.

Primeira parada, Catedral da Natividade de Nossa Senhora - Rozhdestvo Bogorodichno, uma das construções mais imponentes da cidade e que pode ser avistada logo na entrada da cidade. Tem um estilo bem ortodoxo e foi construída em 1842.

Em seguida, foi a vez da Fortaleza de Tsarevets

Erguida no século V, parte dela foi destruída durante a invasão turca em 1393, sendo que o que vemos hoje foi parte de um trabalho de reconstrução da época comunista.

Dentro da fortaleza há ruínas de casas, igrejas, monastérios e torres. É um complexo enorme que se estende por toda a colina Tsarevets. 

É um dos monumentos medievais mais famosos da Bulgária. Não há praticamente informações em inglês, pelo que uma opção seria contratar um guia, mas só descobrimos lá mesmo e não encontramos guias disponíveis.

O local rende belas fotos tanto do seu redor quanto da própria cidade.

E aí, ao invés de voltar pro hotel, fazer check-out e pegar o carro, meu marido decidiu ir caminhando até a próxima atração: a Mini-Bulgária, um parque no melhor estilo Mini-Mundo de Gramado, com várias minis construções de diversos pontos turísticos do país.

Útil para ver “tudo” que o país tem de interessante e selecionar teus passeios depois.

Chegamos mortos, suados e sem ânimo, sendo que tem um enorme estacionamento em frente, até porque é mais afastado do centro. Tranquilo para ir de carro e nem um bicho de 7 cabeças para ir a pé, não fosse o calor sufocante.

Voltamos para o hotel, pegamos as malas e, de carro, fomos até a afastada Igreja dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo, uma igreja ortodoxa bem pequena e conhecida pelos belos afrescos em seu interior.

Em seguida, foi a vez da Sveti Dimitâr ou Igreja de São Demétrio de Tessalônica, a mais antiga da cidade, consagrada na época da criação do Segundo Império. 

É ortodoxa e já fez parte de um grande mosteiro que existia ali. Mais afastada ainda e fechada, com uma placa com o telefone que deveríamos ligar caso quiséssemos visitar. Ligamos e nada...

Depois, rumamos para a Trapezitsa Hill, colina onde ficam as ruínas da 2ª principal fortaleza da cidade e que foi construída lá pelo século XIII, durante o Segundo Império Búlgaro.

Pode-se subir de funicular...mas ele fecha às segundas, em que pese a fortaleza abrir. 

Enfrentar uma subida daquelas naquele calor não estava nos meus planos, mas lá fomos nós. Só que me arrependi: não vale o esforço da subida, ainda mais no calor que estava.

O lugar está bem destruído e o pequeno museu é bem fraquinho. Até seria legal para ir, por causa da vista, se o funicular estivesse funcionando, mas fazer todo aquele esforço caminhando, não acho que compensou.

Já tínhamos dado um tempo e agora chegara a hora do nosso novo hotel, o Bridges Residence.

Conseguimos parar na frente, em uma rua e entorno por onde o carro quase não passava.

Hotel mais simples que o Bey House, mas com uma pegada mais moderna, ambiente clean.

Como nossos quartos ainda não estavam prontos, nos ofereceram espumante, suco e frutas enquanto esperávamos. Atendimento nota 10 pelo estranho dono/atendente que conhecia a Dilma e a sua origem búlgara.

Depois de instalados no grande quarto, saímos para caminhar.

Ao lado do hotel, um museu/casa, Serafina House, mas que estava fechado por ser segunda-feira.

Paramos no Summer Garden, um mini biergarten, para as meninas comerem algo e conhecemos a famosa e típica Shopska Salad, prato nacional do país (face suas cores iguais às da bandeira búlgara) e muito consumido em todos os países daquela região da Europa.

Tomate, pepino e pimentão vermelho. Muito queijo branco ralado por cima e, às vezes, azeitona preta.

Eu e o Claudio, sem fome, ficamos apenas na cerveja.

O centro antigo de Veliko Tarnovo, Varusha, é encantador. E mesmo com calor e muitas ladeiras, não nos incomodamos de passear por ali.

Uma curiosidade: máquinas de café por ali, no melhor estilo das máquinas de refrigerante, onde se coloca o dinheiro e a bebida cai.

Na sequência, uma boa caminhada até o acabado, abandonado e pichado, Monumento a Asen, grande e bonito monumento que comemora o 800º aniversário da fundação do Segundo Império Búlgaro e seus czares. 

Os 4 czares e seus cavalos ali retratados, governaram entre 1185 e 1241. Pena o descaso.

Ali perto, um café e um museu de arte que estava fechado por ser segunda-feira.

De volta ao hotel para aproveitarmos um pouco do ar condicionado, aguardamos o horário da nossa reserva para o jantar, gentilmente feita pelo nosso anfitrião no hotel.

Caminhamos cerca de 7min e chegamos ao Restaurante Shtastlivetsa, talvez o mais conhecido da cidade, servindo desde comida internacional, até comida típica búlgara.

Face à reserva, pegamos uma mesa junto ao janelão, com bela vista ao lado do rio.

Atendimento, lugar e comida absolutamente perfeitos. Tudo, do começo ao fim.

Os destaques ficaram para a berinjela e pimentão recheados que eu comi (sempre prefiro algo sem carne); o maravilhoso vinho local Castra Rubra 2012, um blend de Merlot e Cabernet, e a sobremesa que ganhou meu coração pra sempre - meu e das meninas, o katmer com pistache.

O doce é um folhado, no melhor estilo doce árabe, que vem quente em uma panelinha, recheado com chocolate branco e pistache, além de uma bola de sorvete de pistache. 

É algo divino! Simplesmente único e inesquecível.

Fortaleza de Tsarevets
vista da Fortaleza de Tsarevets

A caminho de Plovdiv

11/07/2023 – dia de estrada e precisávamos sair cedo. 

Infelizmente, o café não era servido antes das 8h30min (algo inadmissível em um hotel), sendo que até às 9hs não estava completo, quando tivemos que sair.

Primeira atração do dia, o Monastério Preobrazhensky, do ladinho da cidade, mas já fora dela.

Pequeno, por fora bastante abandonado, mas muito lindo por dentro e cobrando para entrar. Vale a parada.

Monastério Preobrazhensky
Monastério Preobrazhensky

Monastério Preobrazhensky

Monastério Preobrazhensky

Monastério Preobrazhensky

Monastério Preobrazhensky

Monastério Preobrazhensky
Monastério Preobrazhensky

No nosso caminho, ainda paramos em Shipka, nas montanhas (bálcãs) para conhecer o Monumento à Liberdade com a enorme escultura de leão na frente.

Este monumento é um símbolo de liberdade e recriação do estado búlgaro após cinco séculos de invasão turca. 

Dentro, um panteão e um pequeno museu sobre as guerras contra Rússia e Império Otomano.

Shipka
Monumento à Liberdade em Shipka

Ainda em Shipka, fomos conhecer o Vale das Rosas e Reis Trácios, onde visitamos a tumba do rei Seutes III, que data de 4 séculos antes de Cristo. A tumba de Seutes é o maior destaque nesta grande necrópole que é este vale.

Pequena, mas vale a parada.

Neste dia, almoçamos na estrada em um restaurante local sem grandes atrativos. Comida típica, sempre com molhos quentes e fortes, algo difícil para tanto calor.

Um detalhe é que mesmo “derretendo” pelo calor, sempre víamos o pessoal tomando sopa nas refeições. Pelo menos, iniciando a refeição com sopa.

Às 16h chegamos à Fortaleza de Asen, fortaleza medieval que fica nas montanhas búlgaras de Rhodope, em Asenovgrad, 279m acima do nível do mar e a pouco mais de 20Km do nosso próximo destino.

Estaciona-se perto e caminha-se um bocado até chegar nela. O local, em si, não apresenta muita coisa para ser vista por dentro, mas por fora, a vista do alto impressiona. Só não foi fácil subir até ela embaixo de um calor de mais de 30ºC, mesmo passando das 16hs.

Na mesma região e praticamente ao lado de Asenovgrad, chegamos a Bachkovo, para visitar o Monastério de Bachkovo, o segundo maior e mais importante mosteiro ortodoxo do país, a cerca de 4Km de distância da Fortaleza Asen.

Também fica no alto, mas aqui, por sorte, pode-se subir de carro e estacionar praticamente ao lado da entrada. Paga-se estacionamento.

Ainda há monges que moram ali e é Patrimônio Mundial da UNESCO.

Este Mosteiro teve um importante papel na 2ª Grande Guerra: patrocinado pelo czar Ivan Alexander, serviu para proteger judeus. 

Dois de seus monges, Kiril e Stephan, destacaram-se nesta missão e foram pegos e mortos por causa disso, e hoje são santos da igreja ortodoxa. Seus túmulos estão ali expostos, o que faz do lugar um grande centro de peregrinação na Bulgária.

Algo muito comum nas igrejas ortodoxas, aliás, são os túmulos e relíquias de santos expostas.

Monastério de Bachkovo
Monastério de Bachkovo

Monastério de Bachkovo
Monastério de Bachkovo

Monastério de Bachkovo
Monastério de Bachkovo
Passava das 18hs quando chegamos a Plovdiv, conhecida como a cidade continuamente habitada mais antiga de toda a Europa. É a 2ª cidade mais populosa do país e está situada às margens do rio Maritsa.
É um destino que floresceu durante o Império Romano, mantendo até hoje heranças do período. 

A cidade é belíssima e grande. Tem uma parte linda, grande e moderna, onde a grande Plovdiv se desenvolveu, e a cidade antiga que impressiona todos que a visitam, pois parece congelada no tempo.

O lendário gladiador Spartacus teria nascido em Plovdiv, antiga capital da Trácia, onde viveu até ser escravizado pelos romanos.

São mais de 8 mil anos de história, sendo 6 mil anos antes de Cristo, para a antiga Philippopolis (nome anterior).

Nosso hotel ficava na parte antiga. Para ali entrar de carro, tivemos que passar por uma guarita e informar o nome do hotel onde ficaríamos, o Hotel Gallery 37, BW Premier Collection.

O Claudio deixou-nos e as malas, e já foi estacionar o carro perto do anfiteatro, que era onde podia.

Ganhamos upgrade para um quarto maior e já escolhemos o horário e o que queríamos para o café da manhã do dia seguinte.

Jantamos no Philippolpolis Restaurant & Garden, logo na entrada da cidade antiga e cerca de 5/6 minutos do nosso hotel, onde provei a cerveja local Kaminitza.

Antes, tínhamos comprado ingresso para assistir a um concerto que estava acontecendo, em algumas noites de julho, no Antigo Anfiteatro Romano, um dos teatros antigos mais intactos do mundo.

Ele é usado há mais de 2 mil anos e tem capacidade para até 7 mil pessoas. Está localizado em uma das colinas da cidade velha.

O concerto começou às 21hs e durou cerca de 1h30. Foi uma maneira diferente de conhecer o teatro.

concerto em Plovdiv no Antigo Anfiteatro Romano
concerto em Plovdiv no Antigo Anfiteatro Romano

12/07/2023 – café da manhã agendado para às 09h30, optamos pela seleção de mini bruschetas do chef: desde ovo trufado, a peru, pernil e atum...uma opção diferente e muito gostosa, tanto que repetimos no dia seguinte (se escolhe no dia anterior enquanto se agenda o horário).

O dia estava quente e a previsão é de que chegaria a 36ºC, ou seja, não seria um dia fácil, ainda mais porque Plovdiv fica entre morros, com muitas subidas e descidas, sendo muito abafada.

Começamos o dia pelo Complexo Arqueológico da Basílica dos Primeiros Cristãos, ou simplesmente Small Basilica, cujas ruínas foram descobertas durante a construção de um prédio em 1988.

É uma igreja cristã que remonta de meados do século V ao final do século VI e seu chão é coberto de belos mosaicos geométricos.

O destaque, ali, na verdade, são os mosaicos e a arte de “mosaiquear” da qual os “filipenses” eram peritos.

Normalmente, em todas as atrações conseguíamos comprar ingresso família para 4 pessoas: 2 adultos e 2 estudantes (quase nunca pediam a carteira de estudante das meninas).

O ingresso da Small Basilica não foi diferente e ainda foi comprado casado com o da Basílica do Bispo, também em Plovdiv. Esta, entretanto, estava fechada neste dia, em razão de um evento (?!?!?!).

Continuamos a explorar a cidade:
  1. Ruínas do Aqueduto – com quase um milênio de história;
  2. Garden of Tsar Simeon – parque agradável, cheio de área verde, onde, no verão, acontece um show de luzes e música à noite. Mas ninguém, absolutamente ninguém, conseguiu nos informar os dias com certeza. Pelo site, somente ocorreria às quintas, sextas e sábados (Singing Fountains);
  3. Walking Street – calçadão de 1,8Km que dizem ser o maior da Europa, com uma série de restaurantes, lojas, bares e barraquinhas vendendo de tudo;
  4. Antigo Estádio Romano de Plovdiv – construído no início do século II d.C., está entre os mais bem preservados edifícios da época de Roma Antiga na península balcã. Tinha a capacidade para acomodar 30 mil pessoas. Também tem shows e apresentações em algumas noites de verão;
  5. Dzhumaya Mosque – ao lado do estádio romano, é a última mesquita da cidade e foi uma marca deixada pelos otomanos na arquitetura da cidade. Infelizmente, não pode ser visitada por turistas. Fica aberta somente para orações;
  6. Kapana Art District – coração cultural da cidade, com galerias de arte, restaurantes, cafés e coloridos painéis de arte de rua espalhados por todo o canto.
Aqui, paramos para beber algo e aproveitar um pouco do ar condicionado, no Central Perk, ao melhor estilo Friends. Como sempre, atendimento antipático e de má vontade. Como os búlgaros são grossos e mau humorados!

Ah, e como cheiram mal. Banho é algo que não é frequente em muitos países da Europa. Mas, com aquele calor, a falta de banho ficava ainda mais evidenciada durante muitos momentos do dia.

Dali, fomos ao Museu Arqueológico, um dos únicos lugares onde não conseguimos pagar o ingresso família. Pequeno e dispensável, eu diria. Pela história da cidade, deveria e poderia ser bem mais interessante.

O calor estava demais. Insuportável mesmo. Uma bola de sorvete na rua e continuamos, agora entre as ruelas da bela e absolutamente encantadora cidade antiga.

Passamos por algumas casas antigas que mostravam um pouco da vida de antigamente, como a Casa Balabanov e a Casa Hindliyan, até chegarmos à Igreja Ortodoxa de São Constantino e Helena.

É uma linda igreja, com pinturas belíssimas que ornamentam suas paredes e púlpito. Na verdade, o que as igrejas católicas romanas têm de estátuas e esculturas, as ortodoxas têm de pinturas, em todas as suas paredes.

Foi construída sobre as ruínas de um santuário cristão que remonta ao início do século IV, tendo sido totalmente reformada em 1832. Foi uma das maiores igrejas da época.

Já passava das 14h30min e o calor estava insuportável. Tínhamos caminhado quilômetros, sendo que o calor aumentava ainda mais o cansaço.

Em um dos cantos da cidade antiga, paramos na Rahat Tepe, uma pseudo cervejaria, para comermos alguma coisa rápida. Como sempre, atendimento medíocre e mais uma salada para minha conta.

No caminho para o hotel, ainda paramos para comprar uma lembrancinha da cidade e, mais uma vez, nos deparamos com muitos produtos à base de rosas, algo super típico na Bulgária, desde cremes, sabonetes, perfumes... tudo. 

E ainda passamos rapidamente por mais duas igrejas ortodoxas, a igreja da Assunção da Virgem Maria, muito escura, e a igreja de São Demetrius, ao lado do hotel.

Ficamos no hotel até às 19hs para fugir um pouco do calor.

No início da noite, passamos pela igreja ortodoxa de Santa Marina, andamos um pouco pelo centro e fomos para o jantar reservado junto ao excelente Hemingway Restaurant.

Atendimento cordial, o que é raro, cardápio variado e delicioso, com comidas locais e carnes de caça, além de duas garrafas de vinho, o que não é comum para a gente: um mavrut e um melnic. Perfeitos.

Antes de voltar ao hotel, a Marina ainda quis parar na Hans & Grettel, uma casa de doces no melhor estilo João e Maria, na rua de pedestres, com doces, sorvetes e donuts bem diferentes.

Plovdiv
Plovdiv

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Rila e Sofia, a capital da Bulgária

13/07/2023 – café da manhã mais cedo, check out, estacionamento na rua com parquímetro, e fomos conhecer rapidamente a Catedral de São Luís, uma das principais e maiores igrejas católicas da Bulgária, construída, entre 1858 e 1861, em estilo barroco e a Basílica do Bispo, que não tínhamos conseguido visitar no dia anterior.

Maquininha para colocar plásticos nos pés, algo único para mim até então. Também conhecida como a Grande Basílica, são as ruínas de uma igreja da antiga cidade de Philippopolis, construída em meados do século IV. É a maior igreja cristã primitiva descoberta na Bulgária e uma das maiores desse período nos balcãs.

Muitos mosaicos e uma boa aula de história.

Dali foi pegar a estrada e, mais uma vez, sermos acompanhados por campos e campos de girassóis. Tanto na Romênia, quanto na Bulgária e, posteriormente, na Sérvia.

Cerca de 3hs depois chegávamos a Rila e o famoso Monastério de Rila. Na verdade, o monastério fica um pouco depois da cidade de Rila.

Estava cheio de turistas. Era a primeira vez que pegávamos uma atração cheia de gente nesta viagem.

O monastério tem código de vestimenta para ser visitado: nada de shorts, roupas justas ou decotadas, nem ombros de fora. Tivemos que pegar nossos lenços, já que naquele calor era difícil seguir este código de vestimenta.

A histórica cidade de Rila fica a apenas 120Km da capital e é cercada por uma cadeia de montanhas. As montanhas Rila são as mais altas de todos os Balcãs Ocidentais.
O Monastério de Rila é belíssimo e é o cartão-postal do país. Foi construído em meados do século X e foi tombado como Patrimônio Mundial pela Unesco.
Famoso pelas colunas arqueadas, ainda abriga as relíquias de São João de Rila, padroeiro do país, venerado tanto pela igreja católica quanto pela ortodoxa. É o maior mosteiro da Europa.

É simplesmente maravilhoso. A vontade é ficar fotografando todo canto sem parar. Faz jus à fama. Pena que só se pode fotografar por fora, mas ainda assim rende belíssimas fotos.

Um único senão: super turístico, lindo, cobra entrada, mas tem banheiros sem condição de uso, de tão nojentos.

Atrás do monastério, na sequência, lojinhas, barracas de comida e restaurante (onde almoçamos).

Depois do monastério foi a vez de conhecer um pouco das Montanhas de Rila, que, dentre outras coisas, abrigam 7 lagos a cerca de 2.100 e 2.500m de altitude acima do nível do mar. Foram formados a partir de processos de degelo há cerca de 1 milhão de anos.

É um local de caminhadas, trilhas, bicicross e esqui, no inverno.

Aproveitamos e fomos até a estação Panichiste, onde pegamos o teleférico até o topo: é o teleférico dos 7 Lagos de Rila, que te leva ao topo de onde saem as caminhadas, algumas de dia todo, até os lagos.

São cerca de 2,2Km de teleférico, ou seja, 15 minutos para ir e 15 minutos para voltar. Há dois bondinhos, onde se vai de pé e com mais gente, e várias cadeirinhas, o que preferimos, tanto por irmos sentados, como pela vista melhor, sem ninguém atrapalhando.

Lá em cima, ainda, restaurante, banheiros e alojamento.

Monastério de Rila
Monastério de Rila

Monastério de Rila

Monastério de Rila

Monastério de Rila

Monastério de Rila
Monastério de Rila

Depois foi pegar a estrada rumo à capital, Sofia (Sófia, como pronunciam).

Em uma primeira impressão, estranha, velha e “soviética”, mas foi chegar ao centro antigo, onde ficaríamos hospedados, que esta 1ª impressão mudou totalmente.
Sofia é a capital e a maior cidade do país. Conta com cerca de 1,2 milhão de habitantes e tem milhares de anos de história.
Aqui, ficamos hospedados no ótimo hotel Sofia Balkan Palace, que ocupa uma parte do Palácio do Governo e que, por isso, está presente na mini-Bulgária de Veliko Tarnovo.

Nesta parte da cidade não se entra de carro: somente os hóspedes do hotel é que podem estacionar por ali, pagando (algo extremamente comum por lá).

A vantagem de viajar por esta Europa “barata” é poder ficar em melhores hotéis.

Do nosso hotel, em poucos minutos chegávamos à movimentada rua de pedestres, com inúmeras lojas, bares, cafés e restaurantes.

E aqui, acabamos no mesmo maravilhoso restaurante de Veliko Tarnovo, o Shtastlivetsa, para comer, novamente, a melhor sobremesa da vida: katmer de pistache. 

Em Sofia, ele é ainda mais bonito que o de Veliko Tarnovo, em que pese sem a vista.


14/07/2023 – após um excelente e cheio café da manhã no hotel, saímos para caminhar após às 9hs.

Sendo repetitiva: calor, muito calor.

Fomos direto para a pequena e bela igrejinha que víamos da janela do nosso quarto, a Igreja de São Jorge, a mais antiga construção da capital que permanece intacta e quase que escondida no meio do palácio do governo e dos prédios e galerias que a circundam.

Foi construída no século IV e é uma das obras remanescentes de Serdica, a antiga cidade romana que ali existiu. Uma joia escondida no meio dos prédios.

Depois, seguimos na nossa caminhada por Sofia, partindo da região do nosso hotel:

- Catedral de Sveta-Nedeleya, a catedral ortodoxa construída no século X e que é uma das construções mais importantes de Sofia. Passou por inúmeras devastações até chegar aos dias de hoje. Seu interior é ricamente adornado. Também ao lado do hotel, cobram 5 levs para fotos em seu interior;

- Mesquita Banya Bashi, a mesquita construída no século XVI sobre uma fonte de águas termais naturais. É a única mesquita em funcionamento na cidade e chama atenção por sua exótica construção. Era sexta-feira, dia sagrado para os muçulmanos, pelo que não pudemos visitá-la (na verdade, parecia fechada para qualquer turista em qualquer dia).

Ali do ladinho da mesquita, as fontes de águas termais que atingem até 46ºC e que teriam propriedades medicinais. Nada glamuroso, mas várias fontes onde os locais se aglomeravam para beber ou pegar água.

Passamos no Centro de Informações Turísticas, mas o senhor que lá estava mal falava inglês. A única coisa que descobrimos: nem o Parlamento, nem o Palácio do Governo podiam ser visitados.

Na sequência, visitamos o Museu Arqueológico Nacional.

Bem perto do Parque da Cidade, é uma construção do século XV que já foi uma mesquita. Hoje é um museu com um enorme acervo de peças arqueológicas e que cobre vários períodos da história, começando com os primeiros vestígios humanos no planeta. A parte das joias é especialmente interessante.

Em frente à Galeria de Arte Nacional fica o mais antigo parque de Sofia, o Parque da Cidade, com muitas árvores, flores e uma grande fonte. 

Ao seu redor, muitos prédios de valor arquitetônico e cultural e, entre eles, o Teatro Nacional Ivan Vazov, construído em 1906, em estilo neoclássico e que merece muitas fotos.

Com a ajuda do “google tradutor”, já que ninguém falava inglês ali, descobrimos que não pode ser visitado: abre somente para espetáculos.

Dali fomos até a Praça Alexandre Nevsky, onde a imponente estátua do Czar russo aponta em direção ao cartão-postal da cidade, a imponente Catedral Ortodoxa de Alexandre Nevsky.

Ela é linda, por dentro e por fora.

Construída em estilo neobizantino, sua cúpula principal é feita de ouro e tem 45m de altura. Foi construída entre 1892 e 1912, para comemorar o fim do domínio otomano no país. É uma das maiores catedrais ortodoxas do mundo. 

Seu ponto alto é o campanário, com 12 gigantescos sinos que podem ser ouvidos a uma distância de até 15Km. Suas paredes são decoradas com ônix do Brasil e mármore e alabastro da Itália.

Estávamos definitivamente na parte mais bonita da cidade.

Catedral Ortodoxa de Alexandre Nevsky
Catedral Ortodoxa de Alexandre Nevsky

Catedral Ortodoxa de Alexandre Nevsky
Catedral Ortodoxa de Alexandre Nevsky

Catedral Ortodoxa de Alexandre Nevsky
Catedral Ortodoxa de Alexandre Nevsky

Ao lado da catedral, mas ainda no mesmo complexo, o Museu de Arte Cristã.

Ainda neste lado da cidade, continuamos nosso passeio pela Igreja de Santa Sofia, a igreja que deu o nome à cidade e que fica “ao lado” da catedral Alexandre Nevsky.

Foi construída no século VI e é um dos principais exemplos da arquitetura paleocristã na cidade. Possui uma história conturbada que passa pela sua transformação em mesquita pelos otomanos, mas está de pé até hoje. Tem ainda um pequeno e interessante museu na parte de baixo.

O “inconveniente” do dia ficou por conta do velório que estava acontecendo ali: uma mesa com a foto do falecido, pão, vinho e sal, todos de preto com rosas nas mãos e o caixão chegando.

Passamos rapidamente pela Ópera e Balé Nacional, a mais importante casa de espetáculos da cidade, mas que também só pode ser vista por fora, a não ser que se assista a um espetáculo ali; e visitamos a Igreja de São Nicolau/Igreja Russa, um templo ortodoxo construído no início do século XX, seguindo a arquitetura típica das igrejas de Moscou.

Seu interior é ricamente adornado. 

Ao seu redor fica o bonito Parque Pushkin, que tem este nome em razão de uma escultura do famoso escritor russo. O parque também abriga uma galeria de arte e um centro cultural.

Já passava das 14hs quando paramos para almoçar em um charmoso restaurante armênio, ali junto ao parque, o Egur Egur

Comida diferente, mesas ao ar livre, tudo muito saboroso, ainda fizemos uma mini degustação de Rakia, a típica bebida da região, um destilado à base de uva seca e aromatizada com anis. Aprovadíssima. O único senão ficou por conta das sobremesas locais, que não agradaram ao nosso paladar.

Dali fomos para a Galeria de Arte Nacional, o principal museu de arte do país e um dos mais famosos da Europa. Seu acervo é composto por milhares de obras de arte búlgara de todos os estilos e períodos.

Fecha às segundas e ainda tem, em uma de suas alas, o Museu Etnográfico Nacional. Mas, como tínhamos que comprar novo ingresso para visitá-lo, e ninguém avisa isso na entrada, enquanto estamos comprando o ingresso, simplesmente não o conhecemos.

Retornamos ao hotel às 16h15min, sem que a arrumação tivesse sido feita. Reclamei, mas não quis que fossem nos importunar naquele horário.

Foi o tempo de descansar os pés e tomar uma ducha, para sair para o Walking Tour, das 18hs, com saída em frente do Palácio de Justiça, bem pertinho do nosso hotel.

Muita gente por ali, saíram 2 grupos para o inglês e 1 para o espanhol.

O destaque inicial ficou para o brasileiro que chegou e querendo explicar de onde era, falou “Big River of South” (Rio Grande do Sul)...eu virei pro Claudio e disse que deveríamos ter dito que éramos de “assritiba” (Curitiba)...kkkkk.

O outro destaque foi nosso guia, um búlgaro apaixonado pelo seu país, o Vasil, ou Vasco, que parece ser como chamam os Vasil por ali. Além de contar um pouco mais sobre o que já tínhamos visitado por ali, falou da vida, do comunismo e do povo. Muito interessante.

Quase 2hs de tour e o Claudio ainda quis tentar conhecer o Anfiteatro de Serdica.

O local onde hoje fica Sofia era antigamente ocupado por uma cidade romana chamada Serdica. Esta cidade foi quase totalmente destruída, sendo que algumas ruínas ainda existem, como o Anfiteatro.

Construído entre os séculos II e III d.C., este anfiteatro foi um dos maiores e mais importantes do Império Romano. Hoje, ele fica dentro de um dos salões do hotel Arena di Serdica, mas que estava fechado e abandonado.

Então a solução foi parar para comer alguma coisa no Art Club Museum, um restaurante 24hs, mas com atendimento confuso e devagar. Ali, provei uma cerveja escura local nova, a stolichno. Aprovada.


15/07/2023 – ainda em Sofia, mas dia de pegar o carro.

Saímos às 10h, mas tivemos um pequeno probleminha: o estacionamento do hotel, conveniado, só aceitava dinheiro local em espécie. O Claudio precisou ir trocar dinheiro no hotel.

Nossa 1ª parada foi na Boyana Church, situada ao sul da capital, aos pés do maciço de Vitosha.

É uma igreja medieval, com 3 prédios, datando dos séculos X e XIII. É bem antiga e o que se pode visitar ali é o segundo prédio e seus afrescos, muito bem preservados.

Ela é considerada um “Museu Histórico” e fecha para desinfecção das 09/09h30 e das 14h/14h30. Agora o que isto significa e o porquê, não faço a menor ideia.

O ponto positivo aqui ficou por conta da senhora que atendia ali e que auxiliava a todos com boas explicações em inglês, algo raro por ali.

De carro, passamos no Palácio de Vrana, situado no Parque de Vrana, nos arredores da cidade.

No parque fica o palácio, a antiga residência da família real búlgara. Ainda hoje, é a residência oficial do Czar deposto Simeão II e sua esposa Margarita. Só que tudo ali estava fechado para restauração/reforma, só podendo ser visto por fora.

O lugar é grande e demanda um pouco de caminhada para ser explorado. No parque, ainda, o túmulo do Czar Bóris III, o grande czar búlgaro que não sucumbiu a Hitler.

Ainda demos uma rápida passada pelo Palácio Nacional da Cultura, com uma arquitetura moderna e um belo conjunto de fontes à frente. Mas que também só pode ser visitado por fora.

De volta ao hotel, conseguimos estacionar no mesmo lugar onde estávamos e, a pé, fomos almoçar ao ladinho do hotel, no ótimo, e caro, restaurante Capo Mediterranean. Excelentes opções de cozinha mediterrânea.

Ainda andei um pouco com a Marina pelas lojinhas das redondezas, mas voltei ao hotel para aproveitar o ar condicionado antes de sair novamente, às 17h, na degustação de vinhos búlgaros que o Claudio tinha agendado junto à Tempus Vini Wine Point.

Na ocasião, um casal de ingleses nos seguiu na degustação (depois descobrimos que a mulher era lituana, radicada na Inglaterra).

Simpatia búlgara, mas boas explicações e bom inglês, provamos 06 rótulos excelentes, com queijos e palitinhos.

Muitas uvas diferentes, além daquelas que já estávamos começando a conhecer: rikat, pamid, gumza, Mavrut e Melnic.

Sem fome e cansados, optamos por tomar um sorvete junto ao Costa Café, com alguns sabores inusitados como gorgonzola e lavanda, antes de retornar ao hotel.

Chegando à Sérvia, em Vrnjacka Banja

16/07/2023 – às 9h5min estávamos pegando a estrada para nosso próximo destino.

Uma coisa merece menção: queijo branco e iogurte búlgaros, ambos de vaca. São simplesmente maravilhosos. As coisas que mais sinto saudades de lá.

Cerca de 1 hora depois estávamos cruzando a fronteira da Sérvia, país que era nosso próximo destino. 

Em sentido contrário, ou seja, em direção à Grécia, uma fila quilométrica! Enfrentar fila para o verão grego definitivamente não é para os fracos.
A Sérvia é um país na península dos Balcãs, no sudeste da Europa, que possui mais de 8 milhões de habitantes. Integrou a Iugoslávia e, até o ano de 2006, ficou unida a Montenegro.
Não tem saída para o mar, mas tem nos rios Danúbio e Sava seus principais cursos d´água. Seu relevo é bem distinto, com planícies ao norte e montanhas ao sul. O país faz fronteira com 8 países e é conhecido como a capital mundial da páprica.

O idioma oficial é o sérvio e tem dois sistemas de escrita, o latino e o cirílico (com algumas pequenas diferenças em relação ao cirílico russo e ao cirílico búlgaro). Sua moeda é o dinar e aqui, a diferença de fuso era de 5hs em relação ao Brasil e não mais 06 horas.

Velocidade nas autoestradas: 130Km/h, o que não significa grande coisa, pois o país praticamente só tem uma autoestrada.

01 hora depois da fronteira, chegávamos à cidade de Nis (pronuncia-se Nish), mas de passagem.

Terceira maior cidade do país e uma das mais antigas da região, foi aqui que nasceu o Imperador Constantino, o fundador de Constantinopla. Nela, ainda, foi construído o primeiro campo de concentração nazista da região, uma das razões para estarmos ali.

Calor ainda mais infernal que o da Bulgária, nossa primeira parada foi na Torre da Caveira (Skull Tower). Construída em 1809, após a obtenção da independência do império turco, para servir como aviso aos rebeldes.

Foi construída com diversos crânios dos derrotados e está localizada bem na entrada da cidade. O estacionamento fica um pouco antes, bem como o guichê para comprar as entradas.

Torre da Caveira em Nis
Torre da Caveira em Nis

Em seguida, o impressionante e interessante museu erguido junto ao Campo de Concentração da Cruz Vermelha.

Inaugurado em 1941, serviu como prisão e campo de trânsito para mais de 35 mil pessoas durante 04 anos. Foi o primeiro campo de concentração onde prisioneiros conseguiram escapar. E hoje, transborda de história.

E não se engane pela aparência de acabado e largado: vale muito a pena. Paga-se a entrada em uma casinha que também parece abandonada, à esquerda do complexo. Fecha às segundas-feiras.

Ainda passamos para conhecer a Fortaleza de Nis, herança do Império Otomano, e a Catedral da Santíssima Trindade, um dos principais pontos turísticos da região e bela tanto por fora quanto por dentro. Neste dia, um domingo, vários casamentos estavam acontecendo ali.

Dali fomos para uma rua de pedestres junto ao centro da cidade, para tentar almoçar: não foi fácil conseguir um restaurante que tivesse cardápio em inglês, até encontrarmos o Kod Rajka Kafana. Típico, frequentado por locais, com ótima comida e pratos bem servidos.

Antes de pegar a estrada, ainda passamos no Parque Memorial Bubanj, cujo memorial é dedicado a todas os cidadãos sérvios vítimas da Segunda Guerra. Uma trilha leva a diversos monumentos.

A cidade de Nis é grande, mas é feia, sem atrativos. Foi muito bom termos passado por ali para conhecer o que interessava, mas termos seguido adiante para ficarmos em Vrnjacka Banja, a cerca de 2hs dali.

A cidade é o balneário/spa de maior prestígio da Sérvia e, por isso mesmo, é extremamente turística. Local de águas termais e charmosa, foi uma excelente escolha.

Aqui, ficamos no ótimo A Hoteli - Hotel Park, com uma localização meio escondida para quem vem de carro, mas de frente para o grande calçadão de pedestres, onde a vida acontece por ali, principalmente no verão.

Mal nos instalamos e fomos aproveitar a piscina, a sauna e outras coisitas do spa do hotel, free.

Mais tarde, saímos para passear pelo longo calçadão, com restaurantes, lojas, barraquinhas, cafés, bares e onde estava acontecendo um festival local de dança e música com prêmios de 100 euros.

Paramos no Caffe Pizzeria Svajcarija, que servia de tudo um pouco, e onde comi a melhor salada grega da vida, com um queijo branco de babar. Jantamos com um excelente vinho tinto Vranac. No geral, os vinhos sérvios não nos impressionaram, mas este primeiro foi top.

Infelizmente, mais uma vez, o cigarro era onipresente. Romênia, Bulgária e, agora, Sérvia. Cigarro em todo lugar e em todos os restaurantes. Algo que incomodava e muito.

A cidade estava cheia de gente: um dos lugares com mais gente que visitamos nesta viagem. Ainda, a cidade é tão lindinha, que ainda caminhamos um bocado por esta região do calçadão antes de voltarmos para o hotel.


17/07/2023 – acordamos cedo, tomamos um bom café da manhã no hotel e às 09h já estávamos em Kraljevo, a cidade que fica em um vale e é rodeada pelas montanhas Stolovi ao sul e Kotlenik ao norte.

Como 2ª feira é um dia difícil, em que quase todos os museus e monumentos fecham, este seria um dia de carro. Mas continuávamos com nossa base em Vrnjacka Banja.

Aqui, nossa 1ª parada foi junto ao Mosteiro de Zica, um dos mosteiros mais famosos do país.

Estaciona-se do outro lado da rodovia e o local é acessado, a pé, por baixo da rodovia.

Este mosteiro foi construído no início do século XIII e era tão importante, que nos tempos medievais um rei sérvio não era oficialmente rei até ser ungido em Zica (tanto que também é conhecido como a Igreja dos Sete Reis). 

É considerado Monumento Cultural de Importância Excepcional ao país. Seus afrescos são fabulosos sendo que o mais antigo remonta aos anos 1200 e, como uma parte deles ainda está no original, a experiência fica ainda mais incrível.

É o famoso monastério vermelho (hoje mais pra terracota), fundado pelos irmãos Stefan I, o 1º rei coroado da Sérvia, e Sava, o santo padroeiro do país.

No local, repousam algumas relíquias, o que é muito comum nas igrejas ortodoxas, como já mencionei.

O lugar em que fica é lindo e quem estava cuidando de tudo ali foi extremamente solícito, explicando e mostrando vários detalhes que normalmente passariam desapercebidos.

Uma constatação: os sérvios são muito mais simpáticos que os búlgaros e até que os romenos.

O local segue um restrito código de vestimenta: ombros e pernas cobertas, sendo que sequer calças justas são aceitas.

Dali rumamos para o Castelo de Maglic, perto de Kraljevo.

É um castelo construído no século XIII às margens do rio Ibar e que foi parcialmente restaurado.

Não há indicações de nada e tudo ali é bem precário. Avista-se o castelo do alto, desde a estrada. Um pouco antes, em um restaurante, para-se o carro no estacionamento e caminha-se até o rio pela beirada da rodovia (descobrimos tudo no lugar).

No rio, um simples barquinho sai de 02 em 02 duas horas, para te levar ao acesso do castelo, já que o castelo fica do outro lado do rio.

As saídas começam às 08h e terminam às 20h e só fiquei sabendo de tudo isto porque descobri in loco. Nada, nenhum lugar te explica isso.

Havia uma ponte que foi levada em uma enxurrada e, hoje, esta é a única maneira de visitar o castelo: o barqueiro te pega em um barco onde não deve caber mais de 06 ou 08 pessoas, te acompanha pelas passarelas e te traz de volta.

Tudo sem reserva e na sorte. A vista, dali, deve ser espetacular, e a estrutura que ainda está de pé parece bem imponente, mas era inviável, pra gente, esperar quase 2 horas pelo próximo barco e gastar mais 2 horas no passeio.

Ainda, por ali, outro destaque seria o Vale do Lilás, assim chamado porque as paredes escarpadas do desfiladeiro do rio Ibar, abaixo de Maglic, seriam cobertas por árvores lilases.

Segundo a lenda, foram plantados pelo rei Stefan Uros I como um gesto romântico para sua noiva, Helena de Anjou. Florescem no início de maio e talvez por isso não tenhamos visto quase nada, já que face ao calor não é fácil para as flores durarem muito tempo.

Próxima parada, o Mosteiro de Studenica, em uma estrada sinuosa ao lado do Vale do Ibar.

É Patrimônio Mundial da UNESCO e o maior e mais rico mosteiro medieval da Sérvia. Suas igrejas foram construídas em mármore branco e contam com afrescos dos anos 1200 e 1300.

Teria sido erguido pelo pai de São Sava, sendo que ele (seu pai), sua mãe e seu irmão, Stefan I, têm seus túmulos ali.

A partir do mosteiro, uma trilha à beira do rio leva até a Cela do Eremitério de São Sava, talhada na face de um penhasco. 

O santo teria vivido ali e ainda há monges que residem ali. São 12Km de caminhada (cerca de 2hs do mosteiro), razão pela qual não fomos até lá, fosse pela demora, fosse pelo calor.

Rápida parada em um PDN, posto para água e café frio e, cerca de 100Km depois já estávamos em Novi Pazar, a cidade que faz fronteira com o Kosovo, território que declarou sua independência, mas não obteve reconhecimento da Sérvia.

Cerca de 80% de sua população é muçulmana, o que pode ser facilmente visto pelas vestimentas, lojas e pelo grande número de mesquitas, com seus minaretes que se destacam na paisagem.

Abriga o Stari Ras, o complexo declarado Patrimônio Mundial pela UNESCO e que é composto por um mosteiro, uma igreja e as ruínas de uma fortaleza (datam do século VII).

O mosteiro é o Mosteiro de Sopokani, já a igreja é a Igreja dos Santos Apóstolos São Pedro e Paulo, que é a mais antiga de toda a região do Balcãs e que tem um pequeno cemitério na parte de trás.

A igreja foi nossa 1ª parada, mas estava fechada. Ainda tentamos ligar para um número de celular que ali estava em caso de estar fechada (entendemos isso... kkkk), mas nada.

Neste momento, um senhorzinho, passando de bicicleta, e sem falar uma palavra em inglês, tentou auxiliar-nos. Nada... nem perto. Até que ele soltou em alemão: “arbeit.. heute...nein” (trabalho... hoje... não). Ou seja, não funcionava na segunda-feira, como muitos outros lugares que não abrem às segundas.

Na sequência, paramos para comer alguma coisa no simples e local, Restaurante 87. Sem alguém que falasse inglês e sem cardápio em inglês, optei pela salada grega, sem erro. 

Pelo menos a vista de Novi Pazar e das colinas com o Kosovo do outro lado, compensaram qualquer “perrengue”.

Dali, rumamos para outro mosteiro, já que este foi o dia dos mosteiros: Durdevi Stupovi. Construído no século XII, engloba a Igreja de São Jorge. Tudo muito lindo por fora, mas fraco por dentro.

Aqui também havia código de vestimenta. Na verdade, na Sérvia, principalmente fora da capital, em todas as igrejas e mosteiros havia código de vestimenta. Ainda, normalmente as fotos não eram permitidas no interior.

De volta ao centro da cidade, já que tudo isto ficava nos arredores, passamos na Mesquita Altun-Alem, mas ela estava fechada.

Antes tivéssemos almoçado no centrinho da cidade, com mais opções de restaurantes e que pareceram mais interessantes.

Ainda visitamos o monastério que forma a Stari Ras, o Monastério de Sopokani, com resquícios de pinturas realmente muito antigas, o que ajuda a ver como realmente eram as coisas naquela época.

Foi fundado no século XIII e nele estão os restos mortais do rei Stefan Uros I, filho de Stefan I.

Por fim, e já fora de Novi Pazar, em Ribarice, o impressionante Monastério de Crna Reka.

Boa parte dele está encravada na pedra e para chegar até lá, deve-se passar por uma ponte coberta, o que torna a visão de tudo ainda mais marcante.

O código de vestimenta aqui é ainda mais restrito, pois nem bermuda para homens é aceita: o Claudio teve que se enrolar em um lenço para poder entrar.

Ele data do século XIII e está situado nas gargantas de Ibar Kolasin, no rio Crna, e inclui a igreja-caverna dedicada ao Arcanjo Miguel, com afrescos do século XVI, e relíquias de São Pedro de Korisa.

Tudo é muito escuro por ali, simples, com aparência de abandono.

Na igreja encontra-se o corpo incorruptível de São Pedro de Korisa. Nas igrejas ortodoxas, por vezes, corpos de santos em bom estado de conservação ficam expostos.

Neste caso, os fiéis em busca de algum milagre, deitam embaixo do corpo e ficam ali, seja por minutos, horas ou até uma noite/um dia. Muito fúnebre e impressionante, pois há muitos relatos de milagres alcançados.

Isso que conseguimos entender pelas explicações espontâneas do simpático guardião dali, mesmo sem falar muito inglês.

Dia extremamente longo e cansativo. Ainda levamos cerca de 2 horas para retornar ao hotel.

Nesta noite, optamos por jantar no bom restaurante do hotel, ainda mais porque sendo hóspedes tínhamos 20% de desconto.

Vinhos provados em taças: Prokupac (um muito bom e outro nem tanto) e o branco Tramyanka (este branco me encantou).

Monastério de Crna Reka
Monastério de Crna Reka

Monastério de Crna Reka
Monastério de Crna Reka

A caminho de Belgrado, capital da Sérvia

18/07/2023 – saímos às 9h para, novamente, passar em Kraljevo, agora para visitar o Museu Nacional, que fecha às segundas.

É um museu que expõe documentos, objetos e obras sobre assuntos como arqueologia, arte, etnologia e história da Sérvia.

Com o nome Museu NACIONAL, pensamos ser algo grande...ledo engano.

Chegamos às 9h30 e estava tudo apagado. Pareceram até levar um susto quando chegamos e foram acender tudo. Detalhe: ele abre às 8hs.

Tudo escrito em sérvio e fraco, muito fraco. Realmente, decepcionante.

Na estrada (só estradas pequenas e de interior nesta parte do país), avistamos várias placas de vinícolas. Em um impulso, decidimos parar na Vinarija Aleksandrovic.

Bonita e moderna, fomos recepcionados pelo dono que nos levou em um rápido e interessante tour, em um ótimo inglês, e ainda nos ofereceu uma degustação de 3 vinhos, incluindo os vinhos top da vinícola: o branco Trijumf (blend); o rosé Varjanta (um Hamburg Moscatel com uma cor forte e vibrante) e o tinto Regent Reserve (vinho top da vinícola).

Eles ainda fazem refeições harmonizadas, mediante reserva, e estão começando a construir um hotel ali, para incentivar o enoturismo.

Animado com os turistas brasileiros, não quis nos cobrar, tornando a experiência toda ainda mais memorável.

Ainda em Topola, casa da Aleksandrovic, fomos visitar Parque e Museu do Rei Peter I, junto à colina de Oplenac, um pequeno museu erguido na residência de verão do antigo monarca e que conta a história dos últimos monarcas sérvios/iugoslavos, com pinturas, fotografias e documentos históricos (inclusive a declaração da 1ª Guerra Mundial).

Com um mesmo ingresso, visita-se tudo no complexo, incluindo a linda Igreja de São Jorge, toda decorada, não com pinturas, mas com mosaicos. A igreja ainda é local onde jazem seis dinastias da antiga família real sérvia.

Já fora do parque, ainda pode-se visitar a Kings Winery/Royal Winery, mas que estava recebendo um pequeno grupo ali, razão pela qual fomos totalmente ignorados. Pouca coisa para ver, na verdade, talvez os vinhos pudessem agradar, mas não tivemos a chance de provar.

Mais um dia em que constatamos que a Sérvia é um país verde, com muita vegetação em todo lugar.

Já na estrada, não estávamos achando muitas opções de comida, pelo que paramos onde tinha muita gente parada, um açougue que também grelhava carnes na hora. Sem talheres ou guardanapos, só mesinhas ao ar livre e uma torneira com sabão líquido.

O Claudio escolheu alguma coisa que grelharam na hora. Só mencionando: tanto na Romênia, quanto na Bulgária e na Sérvia, a carne mais consumida é a suína.

Antes das 16hs estávamos chegando a Belgrado, capital e maior cidade, com cerca de 1,4 milhões de habitantes. Era a capital da antiga Iugoslávia e tem mais de 7 mil anos de existência.

A cidade já foi conquistada mais de 40 vezes e reconstruída das cinzas 38 vezes!

O calor era o maior até então, passando dos 36ºC. Cidade feia e hotel velho que, em que pese ser 5 estrelas, pra mim não parecia 3. Não gostei nem um pouco do Hotel Metropol Palace.

Grande, majestoso, guardava resquícios da era comunista, com uma recepção antiga e um quarto marrom escuro, parecendo um escritório antigo.

O hotel estava cheio e a recepção era pra check in e check out, mais nada. Qualquer informação ou pedido, deveria ser encaminhada aos mensageiros responsáveis por bagagens, estacionar carros, chamar táxis, ou seja, não davam conta de nada direito.

Instalados, fomos conhecer o principal ponto turístico da cidade, o monumental Templo de São Sava, a maior igreja ortodoxa do mundo e uma das 10 maiores do mundo entre todas as religiões.

É um prédio branco com uma cúpula verde gigantesca. Sua construção começou em 1895 e demorou mais de 100 anos para ser concluída (Sagrada Família da Europa Oriental).

Interior lindo que pode ser fotografado e não exige código de vestimenta. Nas capitais, esta era a regra normalmente.

Catedral de São Sava em Belgrado na Sérvia
Catedral de São Sava em Belgrado na Sérvia

Catedral de São Sava em Belgrado na Sérvia

Catedral de São Sava em Belgrado na Sérvia

Catedral de São Sava em Belgrado na Sérvia

Catedral de São Sava em Belgrado na Sérvia

Catedral de São Sava em Belgrado na Sérvia
Catedral de São Sava em Belgrado na Sérvia

Na saída da igreja paramos para um sorvete e fomos ao Museu Nikola Tesla, para ver como visitar, já que não aceitava reservas.

O negócio todo é uma chatice só, se posso simplificar assim: o museu abre para grupos de 50 pessoas a cada hora ou hora e meia, por ordem de chegada e sem reserva.

Você pode visitar o museu sozinho, mas o filme inicial e as experiências só acontecem nas visitas guiadas, que nem sempre são em inglês, ou seja, se quer fazer o tour em inglês, os horários são ainda mais restritos.

Desta forma, tivemos que fazer hora para o tour em inglês das 18hs, chegar às 17h30min para fazer fila e ficar entre os 50 primeiros a acompanhar o tour.

Paramos em um wine bar para tomar uma taça de vinho e fazer hora e voltamos ao museu.

Não aceitam cartão nem euros e a experiência toda dura cerca de 1 hora. Pra toda esta frescura, achei fraco!
Nikola Tesla é um dos gênios mais injustiçados da história, foi ele quem revolucionou a eletricidade no mundo, título roubado por Thomas Edison. Outras de suas criações: motor elétrico, ignição elétrica de motores à gasolina e a bobina Tesla, que permitiu comunicações sem fio com rádios e televisores, sendo usada hoje em dia em nosso wi-fi.
O museu mostra algumas de suas invenções e abre de terça a domingo, mas não vale o empenho para conhecê-lo.

Cansados, optamos por jantar no rooftop do hotel The Twenty Two: cardápio restrito, com itens faltando, fosse nas comidas, fosse nas bebidas. Bem fraco. Nem a vista compensa, já que a cidade não é lá essas coisas.


19/07/2023 – acordamos no calor e com a promessa do dia mais quente da viagem até então.

Dia de conhecer e explorar Belgrado

Seu centro antigo (Cidade Velha ou Stari Grad) é pequeno e facilmente explorado a pé. É aqui que se concentram seus principais pontos turísticos e foi aqui que se desenvolveram os conflitos da guerra que desagregou a Iugoslávia.

Do outro lado do rio Sava fica a Cidade Nova ou Novi Grad, a região moderna da cidade e que parece ter sido toda planejada, com quarteirões largos e edifícios modernos.

Mesmo tendo muita coisa a percorrer, o Claudio optou por deixar o carro no hotel, ante as dificuldades de estacionamento.

Começamos caminhando pertinho do hotel, pela Catedral de São Marcos, belo exemplar da arquitetura ortodoxa, toda de tijolinhos, mas não é tão antiga, pois data de 1940.

Em seguida, passamos pela região do Prédio do Ministério da Defesa, alvo dos bombardeios da OTAN à cidade, em 1999. 

Ele e alguns outros prédios ao seu redor foram mantidos destruídos como um símbolo dos ataques considerados ilegais pelo governo sérvio. Local para fotos... impressiona.

Vendo esta história de guerra tão brutal e tão recente, é impressionante ver como Belgrado está hoje. Mesmo achando a cidade feia, não se pode negar que a cidade, e o país, se reergueram muito rapidamente.

Aí começou a saga para pegar táxi na Europa: sempre difícil. Ou dizem que não vão pra mesma direção, ou não pegam 04, e aí vai. 

Chegamos a entrar em um táxi que recebeu uma chamada da central e disse que não poderia nos levar.

Mas conseguimos e fomos de táxi, cerca de 08 minutos do centro, para o Museu da Iugoslávia, erguido em um enorme terreno onde ficava a casa do antigo presidente/ditador iugoslavo, Josip Broz Tito. 

Ele engloba o Memorial Tito e o Museu da Revolução das Nações da Iugoslávia, revolução que que culminou com a dissolução do país entre os anos de 1991 e 1992 e 10 anos de guerra desde então.

O museu é pura história e detalha tudo isto, desde as nações que compunham a Iugoslávia e que hoje existem soberanamente (Sérvia, Croácia, Montenegro, Macedônia do Norte, Bósnia-Herzegovina e Eslovênia), até seus costumes, suas diferenças e sua história.

Já Tito, figura polêmica, governou o país por 35 anos após emergir como herói da resistência aos nazistas. Além de líder populista, era visto como o “grande unificador” das diversas nações eslavas.

Falecido em 1980, seu corpo jaz em um mausoléu na Casa das Flores (onde era sua antiga residência), ao lado do túmulo de sua última esposa.

Muita gente visitando, fotografando, uma história realmente interessante.

Na saída, mais um “perrenguezinho” pra conseguir um táxi, e chegamos ao parque que dá acesso à Fortaleza de Belgrado ou Kalemegdan.

Ela é a antiga cidadela de Belgrado, uma fortaleza que, no passado, servia de moradia para a população da cidade. Fica nas confluências dos rios Sava e Danúbio. Nela, além do parque, também ficam uma capela, St. Petka´s Chapel, e o Museu Militar, além de ruínas.

Achei tudo meio abandonado e precisando de recuperação.

Daí, a partir da fortaleza fomos caminhando pela rua Knez Mihaila/Mihailova, uma rua de pedestres, cheia de bares, restaurantes e lojas, entre outros. Nela, a Marina e o Claudio pararam no Starbucks, junto ao Rajiceva Shopping. Já eu e a Manu, mais adiante e em uma rua ali perto, fomos tomar sorvete na Crna Ovca. Muito bom, mas nenhum sabor inusitado como tinha ouvido falar.

Dali, caminhando, voltamos ao calçadão, paramos em uma Kiko pra comprar maquiagem, pois ninguém é de ferro, e chegamos ao Museu Nacional da Sérvia (Narodni Muzej), o maior e mais antigo museu sérvio.

Nele é possível ver coleções de relíquias que foram juntadas desde sua abertura, em 1844: são mais de 4 mil objetos desde a pré-história ao século XX. Também conta detalhes da antiga Iugoslávia. Abre de terça a domingo, sendo que aos domingos, a entrada é gratuita.

Depois do Museu, e ainda caminhando, chegamos à região da rua Skadarlija, a famosa rua boêmia de Belgrado.

O lugar é encantador: acho que foi a parte que mais gostei da cidade. Muitos restaurantes e bares, tudo muito ajeitado.

Paramos no Sesir Moj, para almoçar tardiamente, mais para aproveitar o local do que qualquer outra coisa. Comida local e cerveja preta local, o que era difícil de encontrar por ali no verão, a Zajercarsko.

Antes de pegar um táxi para o hotel, reservamos o jantar em outro restaurante que parecia lindo para a noite.

Banho e descanso no hotel (descanso do calor, acima de tudo), o Claudio se enrolou e aí tudo desandou.

Queria sair cedo pra pegar um táxi, com a antecedência necessária, e aproveitar a região do restaurante...mas meu marido deixou tudo pra última hora. Além de não conseguirmos táxi, sequer no hotel, onde tudo é deixado nas mãos dos mensageiros que não dão conta e nem tem tanto interesse assim, simplesmente nenhum táxi vazio passava por ali.

Pra completar, depois de mais de 40min tentando, começou um temporal. Resultado? Acabamos jantando novamente no péssimo restaurante do hotel, sem qualquer chance de encarar a tempestade.

Quanto à reserva, eles avisaram uma tolerância de 15min, pelo que não foi preocupante deixá-los na mão, até mesmo porque com a tempestade, as coisas devem ter ficado bem tumultuadas por lá, onde havia muita coisa ao ar livre.

Sremska Mitrovica e Novi Sad

20/07/2023 – saímos do hotel às 9hs, passamos pelo pedágio (putaria, em sérvio) e chegamos em Sremska Mitrovica cerca de 1h depois.

A cidade já foi uma das 4 cidades capitais do Império Romano, quando ele dominou a região, sendo então conhecida como SIRMIO. Só que parece que o turismo é inexistente por ali...

Nenhuma placa ou informação. Fomos estacionar e nem ideia de como pagar. Por sorte estávamos na Sérvia e não na Bulgária, e uma atendente saiu da farmácia onde trabalhava para colocar, por celular, o nosso parquímetro, digamos assim.

Com um pouco de esforço, conseguimos descobrir onde era o Museu Srem, o museu que conta a história da cidade e sua etnologia. Praticamente engatinhando, muita coisa “jogada” ainda, um menino não mais velho que a Ana Luiza e tremendo dos pés à cabeça, foi sendo nosso guia, desculpando-se o tempo todo por seu fraco inglês.

Ele ainda conseguiu nos explicar como achar o Palácio Sirmium, uma antiga vila histórica onde se encontrava o Palácio Imperial Romano.

Ele fica dentro de uma construção, para ficar protegido do tempo, sem nenhuma indicação por fora. Não dá pra imaginar que esteja ali. O palácio nada mais é que ruínas e uma maquete, além de um pouco de história.

Realmente, uma cidade e atrações dispensáveis.

Dali rumamos para a região de Sremski Karlovici, um pequeno vilarejo colado a Novi Sad (15Km), muito famoso por seus vinhedos e vinícolas.

Aqui, paramos na Vinícola e Apiário Zivanovic, para fazer degustação de vinho e mel, este último a razão de termos escolhido esta vinícola.

Vinhos locais muito fracos, parecendo de fundo de quintal, da época dos meus avós, tanto que nem merecem menção.

O que merece menção é o atendimento atencioso, do começo ao fim; o fato de servirem queijos e pão junto com o vinho; a degustação de mel, não por ser “uau”, mas por ser algo diferente e o fato de servirem o vinho Bermet, o mais famoso vinho sérvio, tanto que chegou a ser servido no Titanic.

É um vinho do tipo sobremesa, exclusivo desta região, aromático, com forte teor alcoólico e que pode ser tinto ou branco (provamos os dois e isto valeu a pena).

Ao final, ainda fomos acompanhados por nossa simpática interlocutora para conhecer o pequeno Museu da Apicultura que funciona ali. No local, fotos de vários visitantes ilustres, incluindo a atual rainha da Inglaterra, Camilla.

Na saída, pagando pela visita, levamos duas garrafas pequenas do Bermet: um branco e um tinto. Não dava para levar garrafas grandes, pois o calor era insano e, no carro, só estragariam. Mas duas pequenas, de algo tão inusitado, para tomar durante a viagem, não deveria ter problemas.

Já no encantador vilarejo, lindinho mesmo, fomos até a Bailo Winery/Podrum Bajilo. Ela fica junto ao centro da cidade e atua desde o século XIX. Talvez por isso, pela localização e história, quem nos atendeu não se mostrou muito preocupado em agradar.

Disse que degustação ali só com agendamento. Que fazem muitas degustações diárias, que teria uma em 10min e que só tinha horário para 03 dias adiante.

Só nos restou ir almoçar no Bermet Villa. Cheio de gente, mas atendimento atencioso.

Surpreendeu-me a quantidade de turistas na cidade.

Antes de partir, passamos na Igreja Ortodoxa de São Nicolau, bonitinha, e na frente da Bailo Winery, que estava vazia...

Às 15h30 chegamos em Novi Sad, a cerca de 100Km da capital, cidade que é a segunda maior cidade do país.

Foi muito bombardeada durante a guerra do Kosovo e hoje é tida como uma das cidades mais bonitas do país. Fica ao norte do país, é banhada pelo Danúbio e é um grande centro cultural e industrial.

O centro é bonitinho, mais nada: foi difícil achar as cidades sérvias bonitas.

Chegamos com um trânsito pesado e já fomos direto para a Fortaleza de Petrovaradin.

Dá para subir de carro, mas é extremamente difícil encontrar um lugar para estacionar.

O local é patrimônio histórico e cultural da região, sendo que conta inclusive com uma galeria de arte. Foi construída em 1692 e foi usada para guardar tesouros austríacos em seus túneis subterrâneos.

Ali, além de um hotel e restaurantes, um museu e muitas “lojinhas”, se posso chamar assim: são portas para as antigas celas da fortaleza, onde se encontra de tudo, desde residências até comércio. Nunca vi algo assim. Parece um cortiço térreo.

Andamos por ali mais para ter uma ampla vista da cidade e da região e fomos para o nosso hotel, o Hotel Pupin.

Bom hotel, bem localizado, mas bem local, tanto que seu nome está escrito em cirílico: quem não souber ler neste alfabeto ficará perdido.

Quartos ótimos e grandes, aproveitamos a proximidade, largamos as malas e rumamos para rua de pedestres no centro, a rua Zmaj Jovina, uma das mais antigas ruas da cidade.

Ela vai da Praça da Liberdade ao Palácio do Bispo. No seu final, em frente à casa do bispo, desde 1984 existe um monumento a Jovan Jovanovic Zmaj, o famoso poeta infantil sérvio.

Nela, vistamos a bonita e chamativa Catedral Ortodoxa São George. Ela fica ao lado do palácio do bispo, sendo que o que se vê hoje é a igreja restaurada de 1853.

Também tentamos visitar a catedral católica, mas estava fechada para turismo.

Vários restaurantes, bares e cafés nesta rua, paramos junto à Pizzeria Adrijana para beber algo e dali, eu e as meninas, passamos em uma H&M para comprar mais alguma coisa para ajudar nossa mala de mão a suportar este calor insuportável: camiseta pra Manu, vestido pra Marina e shorts pra mim.

De volta ao hotel, o Claudio já tinha reservado nosso jantar ali mesmo, pois segundo ele o restaurante estava entre os melhores da cidade.

Restaurante Kalem by Zak, realmente muito bom. Cardápio extenso, preços não tão bons, mas atendimento, bebidas e comida excelentes. Uma ótima escolha.

Uma constatação do dia: Novi Sad comporta perfeitamente um bate e volta de Belgrado. Não há necessidade de pernoitar na cidade. A cidade é bonita, comparada a Belgrado, mas nada assim que encante e dê a vontade de passar uma noite.

Golubac, no caminho de volta para a Romênia

21/07/2023 – saímos às 8h10min do hotel para um longo dia de viagem, após um bom, nada mais que isso, café da manhã.

Logo na saída de Novi Sad, um grande outlet com marcas americanas, no melhor estilo Premium Outlet.

Nossa 1ª parada foi às 10h50min, na cidade de Golubac, uma praia do rio Danúbio.

Primeiramente, fomos conhecer o Monastério Tuman, o mosteiro ortodoxo do século XIV, onde é possível visitar a Igreja de São Arcanjo Gabriel, entre outras coisas.

Cheio de peregrinos, é um local muito visitado: foi a 1ª vez que pegamos fila para entrar em uma igreja ou mosteiro.

Código de vestimenta severo e 2 corpos/relíquias cobertos com panos ricamente ornamentados, mas expostos para os fiéis beijarem os túmulos de vidros e se curvarem.

Este é um monastério com mulheres também, como alguns que vimos na nossa viagem. Não é comum, mas acontece.

Monastério Tuman
último monastério que visitamos na Sérvia

Monastério Tuman
Monastério Tuman

Monastério Tuman

A cerca de 4Km dali, a belíssima Fortaleza de Golubac

Debruçada sobre o rio Danúbio, era uma cidade medieval que foi governada por diversos impérios (búlgaro, húngaro, otomano, sérvio e austríaco) e ainda hoje é imponente.

O lugar onde fica é maravilhoso e a fortaleza é linda e bem conservada. 

Na hora de comprar ingresso, deve-se optar entre o verde, comum, ou o azul, se você quiser percorrer uma área de mais difícil acesso e “perigosa”.

O Claudio e a Manu compraram o azul e eu me arrependi: nada tão difícil ou perigoso. Dava pra eu e a Marina termos feito tranquilamente.

Margeada pelo Danúbio, há cruzeiros pelo rio que passam pela fortaleza.

Na saída da fortaleza, um café, onde “almoçamos” bolo e sorvete.

Fortaleza de Golubac
Fortaleza de Golubac

Fortaleza de Golubac
Fortaleza de Golubac

Fortaleza de Golubac
Fortaleza de Golubac

A partir dali, costeamos o Danúbio por muitos quilômetros: é uma estrada muito linda. E dali, avista-se a Romênia do outro lado do rio.

No meio do caminho, avistamos um dos principais pontos de parada dos cruzeiros por ali, do outro lado do rio: a Estátua de Decebal, uma colossal escultura rupestre do rosto de Decebal/Decebalus, o último rei da Dácia que lutou contra os imperadores Domiciano e Trajano, para garantir a independência de seu país, hoje Romênia.

De longe, a imagem na pedra impressiona, mas concluímos que de perto é algo que não merecia o desvio e a parada, mesmo porque, quando voltássemos para a Romênia, perderíamos 1h de fuso.

Algo curioso: para ver a estátua, paramos em um local de descanso do outro lado da estrada (mão inversa da que estávamos na estrada). Ali, dois policiais de fronteira estavam sentados, conversando. Quando fomos sair, o Claudio perguntou onde poderíamos fazer o retorno. Sem qualquer problema, nos mandaram contornar a saída dali, na estrada mesmo...sabe quando em algum país sério os policiais mandariam fazer isso? Nunca, ainda mais perto de uma curva, onde estávamos.

Às 15h40min estávamos passando pela fronteira para retornar à Romênia, horário local. Poucos guichês, mas não demorou muito.

Já aqui, um policial, com meu passaporte brasileiro em mãos, começou a falar em romeno comigo. Eu disse que não falava, era brasileira, ao que ele me respondeu: “Como é possível? Seu nome é 100% romeno!”

Junto à fronteira, já na Romênia, paramos no Museu das Portas de Ferro (Muzeul Hidrocentralei Portile de Fier I), junto às comportas do Danúbio entre os dois países.

Na entrada, um pequeno museu com muito da história da região e das comportas, tudo escrito em romeno.

Mas o negócio ali é esperar para descer às comportas do Danúbio, o que acontece de hora em hora. Só que o “tour” é em romeno e lá embaixo faz um calor infernal.

O melhor exemplo possível de PI (programa de índio). Só para muito apaixonados por engenharia.

Graças a tudo isso, já eram 20hs quando chegamos a Timisoara, a cidade onde começou a Revolução Romena em 1989.
Timisoara é considerada a mais elegante das cidades romenas e frequentemente chamada “pequena Viena” - outra pequena Viena em nosso caminho...é a 3ª maior cidade do país e conta com um centro histórico bonito e pequeno.
Aqui ficamos hospedados na entrada do centro histórico, se posso falar assim, no Atlas Hotel, com uma enorme estátua do deus grego no seu saguão, como que sustentando o pilar principal do hotel.

Largamos as malas no hotel e fomos caminhando até a Piata (praça) Unirii, a 2min do hotel. Nela se concentram muitos dos principais monumentos de destaque na cidade, além de muitos bares, cafés e restaurantes, todos com mesinhas para fora.

Depois de fotografar, e muito, por ali, pois tudo era absolutamente encantador, paramos para jantar no Restaurante Miorita (pronuncia-se Mioritsa, já que este “t” leva uma cedilha).

Mesas ao ar livre, comida farta e local. Atendimento atencioso e excelentes vinhos. Excelente opção na Piata Unirii.

O vinho da Moldávia que provamos aqui, o mais que especial Academia Pucari Feteasca Neagra, merece ser provado pelo menos uma vez na vida.

Excelente maneira de terminar um dia tão longo e cansativo.

Timisoara
Timisoara

Timisoara
Timisoara

Timisoara, na Romênia

22/07/2023 – tinha chovido à noite, pelo que amanheceu mais fresco, com 23ºC.

Tomamos um bom café da manhã no hotel, nada memorável, mas bom, e saímos para explorar Timisoara, um pouco mais tarde que o habitual.

Recomeçamos pela Praça Unirii, onde visitamos a Catedral Católica de São Jorge, que foi erguida em estilo barroco austríaco e cujo grande destaque é seu órgão austríaco, e a Catedral Ortodoxa Sérvia, ao lado do Palácio do Bispo Ortodoxo Sérvio, ambos concebidos em estilo bizantino e com um bonito exterior.

Em seguida, rumamos para Praça da Vitória, no coração da cidade. 

Foi aqui que a cidade de Timisoara se autoproclamou a 1ª região romena livre do comunismo. Nela, fica situada a lindíssima Catedral Ortodoxa Romena, que mais parece um castelo da Disney.

Ela domina a paisagem por ali. Foi construída entre 1936/1941 e sua arquitetura é em estilo moldavo. Em sua cripta há uma grande coleção de arte religiosa.

Catedral de Timisoara
Catedral Ortodoxa Romena, que mais parece um castelo da Disney

Catedral de Timisoara
Catedral de Timisoara

Caminhamos mais um pouco até o Parque das Rosas, projetado para a Exposição Universal em 1891, quando o imperador Francisco José era o visitante.

Destruído na Primeira Guerra Mundial, foi reaberto como o maior rosário da Europa em 1934. É bonito, mas não imperdível.

Dali, voltamos para a região das praças e fomos visitar o VR Museum Guerra da Ucrânia, uma pequena exposição contando alguns fatos e detalhes da guerra Rússia-Ucrânia, feita por locais com a ajuda de ucranianos.

Na praça Unirii, almoçamos no In Thyme, coisa rápida só para aguentar até o final do dia, até mesmo porque em que pese o trocadilho (thyme = tomilho, mas com o mesmo som de time = tempo) e o ambiente mais ajeitado, digamos assim, não se equipara ao Miorita, tanto em atendimento, quanto em qualidade e opções.

O destaque aqui ficou para a cerveja romena Scorilo, muito boa e amber, algo que sempre procuro.

Continuamos:
  • Museu da Revolução Romena – ao norte da cidade velha, conta com uma exposição memorial à Revolução de 1989. Muito detalhado e completo, vale muito a pena para conhecer mais da história recente do país;
  • Museu Banat Village – museu étnico e a céu aberto, nos arredores da cidade, pelo que fomos de carro. Mostra as casas dos romenos antigos. Achei maçante e muito, muito repetitivo;
  • Muzeul de Arta (Museu de Arte) – bonito museu instalado no glorioso palácio barroco número 1 na Piata Unirii, é conhecido por sua coleção de 90 obras do retratista e ilustrador do século XX, Corneliu Baba, além de inúmeras obras de artistas romenos. No verão, fecha às 21hs.
Retornamos ao hotel para relaxar um pouco, coisa rápida, e saímos para jantar. Na verdade, para procurar um lugar onde pudéssemos tomar os vinhos romenos.

Os vinhos desta parte da Europa ainda são desconhecidos para grande parte dos brasileiros, mas têm história e tradição. Como já tínhamos tido a oportunidade de conhecer um pouco sobre eles pelo Brasil mesmo, a intenção, lá, era conhecer ainda mais.

Andando pelas ruas desta mesma região central, descobrimos o Vinto – Gastro Wine Bar. Pequeno e ainda vazio, seria uma boa opção.

Comida boa e bem elaborada, tudo foi bem, até a chegada do pessoal da mesa grande reservada. A partir daí, nossa garçonete se perdeu. Por sorte já estávamos no meio do jantar e sem pressa.

Provamos alguns vinhos, na maioria muito bons. Vinícolas diferentes, mas quase sempre com uvas locais, como o ótimo tinto da uva Feteasca Neagara, e o excelente branco da uva Aligoté.

Ah, aqui, as meninas optaram por um menu harmonizado de entrada mais prato principal. Já na sobremesa, escolhemos as “pareações” indicadas.

Eles não têm menu de 3 pratos harmonizados. Só entrada e prato principal. Na sobremesa, são sugestões de “pareação”.

Timisoara
Timisoara

Castelo de Corvino, a caminho de Alba Iulia e Sibiu, na Transilvânia

23/07/2023 – saímos antes das 9hs do hotel. Só não saímos antes porque o café da manhã atrasou um pouco para ser servido.

Às 10h45 chegamos à cidade de Hunedoara, para visitar um verdadeiro castelo de conto de fadas, o lindíssimo Castelo de Corvino.

O lugar é super turístico e a cidadezinha vive em torno dele: barraquinhas, restaurantes e hotéis, além de estacionamentos bem em frente.

O castelo é enorme, rende lindas fotos e tem muito para se ver. 

O Castelo de Corvino foi construído em cima de uma antiga fortaleza do século XIV, por ordem de Ioan de Hunedoara (João Corvino), futuro governante do reino da Hungria. Sim, uma região da Romênia já fez parte da Hungria.

É um típico castelo medieval, com uma ponte de pedras em sua entrada. Absolutamente imperdível.

Castelo de Corvino
Castelo de Corvino

Castelo de Corvino

Castelo de Corvino

Na saída, compramos um kurtos kalacs, o trdlo deles, aquele rolo de massa doce que eu amei na República Tcheca. Só que o deles é mais duro e com um sabor mais para o azedo, por incrível que pareça. Claudio e Marina gostaram, eu não.

Perto das 13hs estávamos chegando a Alba Iulia, já na histórica e famosa região da Transilvânia.

Sua importância histórica é enorme, pois foi em Alba Iulia que, ao final da Primeira Grande Guerra, representantes das duas partes se reuniram para proclamar a união da Transilvânia com o Reino da Romênia.

A sua cidadela, imponente palco deste encontro, é muito bem preservada. Grande, bonita e bem preservada, além de um verdadeiro museu ao ar livre.

Neste dia, um domingo, estava repleta de barraquinhas com comidinhas e bebidas.

Na cidadela, ainda, igrejas (inclusive católica) e museus para serem visitados. No dia, aliás, alguns casamentos estavam acontecendo dentro daquele cenário, que é o que me pareceu a cidadela.

Paramos rapidamente para um cachorro-quente e visitamos a Catedral da Coroação, ortodoxa, criada para celebrar a união da Transilvânia com a Romênia, sendo o local de coroação de Fernando I e Maria de Edinburgo, monarcas da grande Romênia; a Catedral de São Miguel, católica, a maior e mais antiga do país e que foi reconstruída em meados do século XVIII e o Museu Nacional da União, museu de história e arqueologia, erguido no lugar onde a união da Transilvânia e da Romênia foi votada.

No mais, foi caminhar por ali, mesmo com muito calor, e tirar belas fotos.
Como mencionei acima, estávamos na Transilvânia, a lendária região do país, imortalizada pelas lendas de dráculas, onde abundam pequenas aldeias, monumentos e onde estão as paisagens mais bonitas do país. Era por aqui que ficaríamos nos próximos dias.
Alba Iulia, Transilvânia
Alba Iulia, na histórica e famosa região da Transilvânia

Alba Iulia

Alba Iulia, Transilvânia

Às 15hs chegávamos à nossa 1ª cidade de parada, a encantadora e única Sibiu.

Sibiu é a maior cidade do sul da Transilvânia e um dos melhores pontos de partida, ou chegada, para quem vai cruzar a famosa estrada Transfaragasan.
A cidade de Sibiu é uma das mais badaladas da Romênia e foi eleita, pela revista Forbes, como um dos 10 lugares mais idílicos da Europa para viver.
Seu centro histórico, de enorme herança saxônica, é emoldurado pelas montanhas dos Cárpatos ao fundo.

A cidade é um encanto: parece cenário de filme. E nela, em que pese super bem localizados, bem no centro histórico, ficamos no pior hotel da viagem, o fraco e simples Artisan Boutique Villa.

Terceiro andar, sem elevador, estávamos em um apartamento de 2 quartos e dois banheiros. Tudo ajeitado, mas muito simples, com ar condicionado e frigobar barulhentos. 

Realmente, esperava algo mais charmoso, no estilo da cidade.

Largamos as malas e fomos explorar a cidade conhecida por suas casas com olhos: as pequenas janelas nos telhados, principalmente ao redor da Piata Mica ou Praça Menor, que parecem sempre estar nos vigiando. 

É incrível como parecem ser olhos mesmo.

Esta praça está delimitada por casas de mercadores dos séculos XIV a XVI. É tudo muito colorido e vibrante, parecendo, repito, cenário de filme.

Fomos direto para o Museu Nacional Brukenthal, localizado na Praça Maior ou Piata Mare, a principal praça da cidade, enorme e linda, cercada de restaurantes.

O museu apresenta uma Galeria de Arte Europeia que mostra diferentes formas de arte desenvolvidas ao longo dos séculos. Seria o primeiro museu da Romênia, aberto em 1817. 

Simon von Brukenthal é um ex-governador da Transilvânia e o museu está erguido no Palácio Brukenthal.

Ingresso caro, em torno de 60 reais, é repleto de belas obras em um prédio de época.

Em seguida, fomos até a Catedral Luterana de Sibiu, uma das maiores igrejas góticas do país e onde, do alto de seu campanário de 73 metros, se vê toda a cidade. Lógico que subimos na torre, né?

Na catedral, dentre outras figuras ilustres, está enterrado um dos filhos do Drácula, ou seja, um dos filhos do príncipe Vlad Dracul.

Seu órgão, instalado em 1915, é um dos maiores desta região da Europa.

A influência alemã na região é muito grande, o que pode ser visto pela população que fala frequentemente o alemão e não fala o inglês.

Continuamos encantados, tirando muitas fotos pela cidade até passarmos pela Ponte das Mentiras, a ponte de ferro mais antiga do país e o local mais fotografável da cidade.

Há várias lendas sobre o porquê do nome. Uma delas diz que os soldados se encontravam ali com as filhas dos camponeses e lhes faziam (mentirosas) juras de amor.

De volta à Praça Menor, jantamos cedo no Crama Sibiul Vechi, escondido em uma antiga cave e com algumas mesas ao ar livre. É um restaurante bem típico e que serve pratos locais da Transilvânia.

Comida simples, farta e muito barata. Provei o fasole (pasta de feijão branca servida como patê), com cebolas carameladas e chucrute, e gostei bastante.

Após, fomos para a Praça Maior, onde aconteceria a última noite do Classics for Pleasure, um festival de verão que estava acontecendo em um palco ali montado.

Gente famosa (pra eles) apresentando, começou às 20hs e durou 2hs. Foi um show de excelente música clássica, tanto pela orquestra quanto pelos cantores de ópera.

Pela 1ª vez na viagem, mais ao final da noite, senti um friozinho...na Transilvânia o clima era mais ameno, digamos assim, nem chegando aos 30ºC.

casas com olhos ao redor da Piata Mica de Sibiu
casas com olhos ao redor da Piata Mica de Sibiu 

casas com olhos ao redor da Piata Mica de Sibiu

casas com olhos ao redor da Piata Mica de Sibiu

casas com olhos ao redor da Piata Mica de Sibiu

casas com olhos ao redor da Piata Mica de Sibiu

casas com olhos ao redor da Piata Mica de Sibiu

Transfaragasan Road e os ursos

24/07/2023 – segunda-feira, mais um dia de sair pra passear de carro.

Não tínhamos café no hotel, assim comemos junto ao posto em que paramos para abastecer o carro: folhados e “enroladinhos” típicos, no Luca, uma rede local que vende estes saborosos lanches para levar.

Este era um dia muito esperado por mim, o dia em que cruzaríamos a famosa e única Transfaragasan Road.
Esta é a estrada mais icônica do país e uma das mais icônicas do mundo. Ela liga a Transilvânia à província de Valáquia por uma série de 5 túneis, 27 viadutos e 831 pequenas pontes.
A estrada tem cerca de 100Km de comprimento, atinge uma altitude de 2.042m e seu ziguezague é que faz dela tão famosa: do alto, a foto da estrada que vai acontecendo em ziguezagues é única!

Ela só fica aberta de maio a outubro e, mesmo nesta época, é bom confirmar antes, junto ao posto de turismo de Sibiu, por exemplo, se ela está realmente aberta, pois qualquer coisinha pode fechá-la.

Em cerca de 1h30, chegamos ao teleférico, local cheio de gente, com estacionamento, restaurante, barraquinhas com comidas de todos os tipos e de onde, após uma pequena trilha, chega-se ao mirante com o melhor ponto de foto da estrada.

Muita gente chega aí e retorna, só que aí está o erro: a estrada é muito mais que esta vista e o mais interessante acontece a partir daí.

A partir dali, começamos a ver ursos pela estrada

Um atrás do outro, como nunca tinha visto na vida: pardo, marrom, grande, pequeno, com marca branca ao redor do pescoço, velho, jovem, mãe com filhotes... de todos os tipos!

E eles não se assustavam a ponto de fugir: ficavam na deles, ali do nosso ladinho, na estrada, pra ver o que acontecia. Era só nenhuma parte incomodar a outra que o negócio fluía naturalmente. Algo incrível, como nunca vi na vida.

A nossa surpresa com esta situação só foi suplantada pelo grande número de pessoas caminhando, andando de bicicleta e até fazendo piquenique ao longo desta mesma estrada.

E assim seguimos até chegar ao famoso e único Castelo de Poenario, avistado brevemente ao longe, pela estrada, mas sem local de parada para fotos.

Este castelo é o lugar onde o histórico Drácula, o Príncipe Vlad Tepes, morava. Está localizado no Condado de Arges, mas atualmente está em ruínas, em que pese a parte externa impressionar de longe.

Em razão disso, ele se encontra fechado temporariamente, o que foi frustrante para nós. É um dos locais mais assombrados da Romênia e foi nele que a esposa de Vlad se suicidou.

Fica bem no alto das Montanhas Fagaras, sendo acessado após 1480 degraus e já foi uma das mais importantes fortalezas da Romênia.

Já no caminho de volta e avistando ursos ainda, paramos para almoçar tardiamente no restaurante junto ao Hotel Posada Vidraru.

Mesas na parte da frente onde estavam servindo a comida, em que pese a placa para manter a porta de entrada do hotel fechada, em razão dos ursos.

Pra manter o clima, tomei uma cerveja frutada sem álcool, a cerveja Ursus.

Dali, foram ursos e o retorno.

No hotel, a surpresa: em que pese o aviso na porta pedindo para fazer o quarto, ele não foi feito.

Jantamos bem pertinho do hotel, na entrada da Praça Menor, no restaurante Tango. Aqui, o destaque ficou para o ótimo vinho rosé sole roze. Não sou muito fã de vinho de rosé, mas este estava excepcional.

Ah, um detalhe que esqueci de mencionar em Sibiu, encontrado em outros lugares da Romênia, mas mais evidente aqui: muitas casas e estabelecimentos, com placas na frente, os identificando como “monumento histórico” e o século referente (XIII, XIV, XV...).

Transfaragasan Road
Transfaragasan Road

Transfaragasan Road

Transfaragasan Road
ursos na Transfaragasan Road

Transfaragasan Road

Transfaragasan Road

Transfaragasan Road
Transfaragasan Road

Sighisoara

25/07/2023 – saímos do hotel e fomos visitar a Catedral Ortodoxa Sfânta Treime di Sibiu – Catedral da Santíssima Trindade, linda e enorme, seria uma “cópia” da Haga Sophia de Istanbul, apesar de ser 4 vezes menor que a original.

Rápida parada junto ao Starbucks para um café, check-out e estrada.

Não nos cobraram pelas águas consumidas, face à não limpeza do quarto no dia anterior. Foi bom, já que contrariamente a todos os hotéis onde ficáramos, este não oferecia águas de cortesia.

Estrada e em cerca de 1 hora chegávamos à pequenina Sighisoara, cujo centro histórico medieval (cidadela) mais parece uma cidade de brinquedo.
Sighisoara é conhecida como uma das cidades mais apaixonantes de toda a Romênia e terra natal de Vlad, o Empalador. É uma das cidadelas medievais mais bem preservadas de toda a Europa, com características de uma cidade fortificada, e absolutamente linda.
Para entrar na cidadela de carro, só dando o nome do hotel em que vai ficar hospedado e, ainda assim, só para deixar as malas. Para estacionar, somente fora da cidade.

Por sorte, nosso hotel tem um carro que te acompanha até o estacionamento fora da cidade e te traz de volta, mesmo as distâncias não sendo grandes.

Aqui, ficamos no ótimo e bem localizado hotel Casa Georgius Krauss, erguido em um prédio (casa) histórico, assim designado pela Unesco, datado de 1513, onde Georgius Krauss, famoso escritor e historiador daquela época, viveu e escreveu a história da cidade e da Transilvânia.

Pouquíssimos quartos, eu e o Claudio ficamos, talvez, no quarto mais “especial” do local, único mesmo, o “Fresco Room”, de frente para a igreja. Este é o quarto onde o escritor viveu.

O quarto data do ano de 1600 aproximadamente, foi restaurado, mas preserva os desenhos originais nas paredes e o seu teto de madeira foi reconstruído conforme o original. É algo único na Europa e no mundo, já que quem ali se hospeda o faz em um quarto original de época.

Para preservar os afrescos e a originalidade, um banheiro de vidro foi montado em um canto do quarto, perfeito, e não há ar condicionado, apenas um enorme ventilador que dá muito bem conta do recado. Algo memorável.

O quarto das meninas, em frente ao nosso, tinha ar condicionado, banheiro normal, com banheira, e dossel na cama, tudo lembrando, desde a decoração até os detalhes nas cortinas e roupa de cama, o seu período original, ou seja, a Idade Média.

Instalados, fomos almoçar na Casa Natal de Vlad (há controvérsias quanto a este fato), onde hoje funciona um restaurante.

Mesmo com dúvidas, valeu a experiência, seja pela boa comida e pelas boas instalações, seja pelo bom atendimento e pela decoração do local e, ainda, pela visita ao quarto que seria dele (10 leis para entrar) e que hoje é tido como mal assombrado.

A cidade é pequena e facilmente explorada em poucas horas. Não havia necessidade de ficarmos hospedados ali. Mas o charme de poder se perder pelas ruas e ruelas de época e passar a noite ali indicavam o contrário.

Com tempo de sobra, pudemos escolher o que fazer por ali:
  1. Turnul Fierarilor – pequeno museu sobre a cidade e com um filminho sobre a história de Vlad Tepes, sendo um bom ponto de início para passear por ali;
  2. Escadaria Coberta – uma escada-túnel que te leva do centrinho antigo, onde, na praça principal, há uma estátua que atesta que Vlad nasceu ali em 1431, até a igreja da colina e um cemitério. São 176 degraus, cobertos;
  3. Igreja da Colina – ou Biserica Den Deal, data de 1345 e é luterana. Para visitá-la, até folheto em português tinha;
  4. Torre do Relógio – proporciona bela vista da cidade, mas estava fechada para reformas.
Em seguida, passamos no La Teo, um cantinho escondido, anexo a uma pousadinha, para degustar algumas “pingas” locais à base de frutas: ameixa, frutas vermelhas, maçã e pêra, entre outras, além de alguns vinhos sem muito destaque, salvo os Feteasca Regale (top) e Feteasca Alba (branco).

O destaque ficou por conta do simpático atendimento do senhorzinho que nos serviu.

Ainda tomamos sorvete, pois eu estava com desejo, andamos por todo canto que pudemos e passamos na igreja católica em frente ao nosso hotel.

À noite, jantamos no restaurante do nosso hotel, previamente reservado na chegada e muito bem recomendado.

O atendimento era muito fraco, o garçom mal falava um inglês decente e tudo foi extremamente demorado. O garçom sequer conseguiu nos indicar um vinho que valesse a pena.

O ponto positivo ficou para a ótima comida: polenta (sempre presente na Romênia) e carnes de caça.

Após o jantar, eu e o Claudio ainda fomos passear pela praça principal, e a cidade estava praticamente deserta, algo inusitado até então. Quase uma cidade fantasma de contos de Drácula...

Sighisoara
Sighisoara

Sighisoara

Sighisoara

Sighisoara

Sighisoara

Sighisoara

Sighisoara
Sighisoara

Brasov

26/07/2023 – café da manhã no hotel, à la carte, check out e o carro do hotel nos levou pra fora da cidadela para pegarmos nosso carro.

Passamos ainda para conhecer a Biserica Sfanta Treime - Igreja da Santíssima Trindade, fora do centro histórico. 

Linda, fica na beira do rio, quando chegamos estava tendo missa - os padres ortodoxos rezam as missas de costas, como faziam os católicos antigamente - razão pela qual esperamos a missa terminar, para entrar.

Às 10h15 estávamos saindo da cidade e cerca de 1h30 depois chegávamos a Feldioara, para conhecer a recém-recuperada fortaleza teutônica de Marienburg

Construída há 900 anos, é a fortificação mais importante construída pelos cavaleiros teutônicos na Transilvânia.

Não tem muita coisa para ser vista e o que tem está em romeno, mas é uma parada interessante para quem estiver passando na região.

Chegamos na região de Brasov logo após o meio dia, mas não entramos na cidade. 

Aproveitamos o carro para conhecer as atrações ao redor, as Igrejas fortificadas de Prejmer e Harman, nesta ordem. Ambas são Patrimônio da UNESCO.

Estas igrejas eram protegidas por espessas muralhas circulares, com muitas divisões, onde eram guardados mantimentos e onde viviam os habitantes em tempos de cerco. Em ambas pode-se andar por dentro das espessas paredes fortificadas.

A igreja de Prejmer está menos conservada, mais abandonada mesmo, mas guarda uma preciosidade: em seu altar, a pintura mais antiga da Romênia, em destaque.

Já a igreja de Harman é bem mais bonita e conservada, com maiores detalhes a serem explorados.

Na entrada, folhetos em várias línguas, até hebraico, menos português.

Igreja fortificada de Harman em Brasov
Igreja fortificada de Harman em Brasov

Igreja fortificada de Harman em Brasov

Já passava das 14hs quando chegamos efetivamente a Brasov, nosso próximo pouso. Cidade grande, bonita e bem estruturada. Gostei mais de Brasov do que de Bucareste.

Conta também com uma parte medieval em seu bonito centro histórico: é conhecida pelas muralhas e baluartes saxônicos medievais e seus coloridos edifícios em estilo barroco.

Aqui ficamos hospedados no ótimo Brasov Radisson Blu Aurum

Quartos grandes, bem equipados, banheiros ótimos, recepção atenciosa, bar, restaurante e excelente localização, na “entrada” do centro histórico. Por sorte, conseguimos estacionar em uma das 04 vagas disponíveis ao lado do hotel, e pagas.

Demoramos um pouco no check-in e rumamos para a Piata (Praça) Sfatului e suas coloridas ruas e ruelas, ao ladinho do hotel. Vibrante, cheia de opções de bares, restaurantes, cafés e lojas, acabamos ali para almoçar na La Brasserie.

Comida boa e uma enorme opção de drinks.

Depois do almoço continuamos na região da praça, aproveitando para ver tudo por ali, e fomos visitar o fraco Museu de História de Brasov, onde inclusive se paga para tirar fotos.

Depois, e nesta mesma área ao redor da praça, foi a vez da imponente Catedral Negra, cujas torres se destacam na paisagem da cidade.

Ela é a maior igreja em estilo gótico da Romênia, cujas paredes escureceram por causa de um incêndio no século XVII. Com influência alemão, como quase tudo por ali, ainda conta com a maior coleção de tapetes orientais fora da Turquia. Linda e enorme. Deve-se comprar o ingresso logo em frente.

Começou a ventar muito e voltamos ao hotel. 

A chuva e o bom hotel nos fizeram decidir por jantar por ali mesmo, junto ao seu restaurante.

Em que pese as boas opções do cardápio, atendimento fraco e serviço extremamente demorado.

Brasov
Brasov

Brasov
Brasov

Brasov
Brasov

Castelo de Bran

27/07/2023 – ótimo café da manhã no hotel e rumamos para conhecer o famoso Castelo de Bran, a cerca de 40min de Brasov.
É provavelmente a maior atração da região da Transilvânia, conhecido como o Castelo do Drácula, já que foi nele que Bram Stoker se inspirou para criar o assustador lar do vampiro mais famoso do mundo.
Tinha chovido e esfriado: o tempo continuava fechado, um pouco chuvoso, e temperaturas em torno de 12/14 graus.

O local estava “entupido” de gente. Com certeza, a atração mais famosa de todas que tínhamos visitado até então.

Ao chegar na pequena Bran, muita gente e muitos lugares para estacionar ao redor do castelo, mas muito difícil de encontrar um lugar vazio.

Depois de estacionarmos, rumamos para o castelo: maquininhas, logo na entrada, para comprar os ingressos (normal e extras, escolhidos no ato da compra).

O castelo é lindo, majestoso e assustador: realmente, um castelo do Drácula das estórias e o primeiro dia nublado da viagem, para completar o cenário.

Ali, começamos conhecendo um pouco sobre o castelo e, na sequência, sobre as lendas e mitos romenos que ajudaram a criar a imagem do imortal conde vampiro. Tudo com certa dificuldade, tamanha a quantidade de gente em todo lugar. Era difícil se locomover por ali.

Uma dica: chegue cedo, na abertura do castelo, ou mais no final da tarde, cerca de 1h/1h30 antes de fechar.

Ele foi ocupado inicialmente por Luís I da Hungria, nos anos 1300 (sua construção data de 1211, como fortaleza militar), depois foi usado como fortificação contra os otomanos e, ainda, foi usado como posto aduaneiro no passo de montanha entre a Transilvânia e a Valáquia.

A partir de 1920, o castelo tornou-se residência dos reis da Romênia, até ser ocupado pelos nazistas durante a Segunda Grande Guerra, transformando-se em museu.

Não há registros do Príncipe Vlad Tepes (ou Vlad Dracul), o Empalador, figura na qual Bram Stoker se baseou para criar o conde Drácula, ter residido ali. 

Na verdade, há dúvidas de que sequer tenha pisado ali, em que pese haver indícios de que depois de ter sido capturado pelo rei húngaro Matei Corvin, tenha sido prisioneiro ali por cerca de 2 anos (em um dos quartos do castelo, com alguns trajes de época, há uma roupa vermelha que teria pertencido a ele).

Vlad III viveu de 1431 a 1476 e foi figura essencial na luta contra os turcos. 

Sua fama vem da forma como punia qualquer tipo de ofensa e todos os crimes: a morte. Na maioria das vezes, com o empalamento. Durante o regime de Vlad III, estima-se que cerca de 20 mil pessoas, entre turcos e búlgaros, foram empalados.

Já o nome Dracul é derivado da Ordem do Dragão, da qual Vlad Tepes e seu pai pertenceram. Drácula vem de Dracul e significa “filho do dragão”. Já no romeno atual a palavre significa “diabo”.

Misture-se a isso as lendas locais romenas sobre a figura dos strigoi e descobre-se de onde Bram Stoker tirou sua estória, mesmo sem nunca ter visitado o castelo, baseando-se apenas em relatos.
Os 'strigoi' são figuras sobrenaturais do folclore romeno. Seriam almas atormentadas que saíram da sepultura ou pessoas ainda vivas que detêm o conhecimento de magia negra e que são conhecidos como vampiros imortais. Além disso, poderiam tomar a forma de animais soturnos, como os morcegos, lobos ou ratos, entre outros, e poderiam até ficar invisíveis. Alimentavam-se da energia vital das pessoas, sugando seu sangue para sobreviver, e não conseguiam aguentar a luz, passando os dias em tumbas, cavernas ou lugares fechados.
O local é interessante, o que se vê ali é interessante e o que se aprende ali é ainda mais interessante. É o número 1 da Romênia, com certeza.

No momento de comprar os ingressos, compramos com os extras: tortura e túnel.

A tortura é uma parte do castelo dedicada a mostrar as diversas formas de tortura usadas durante os anos. Nada diferente do que se vê em qualquer museu de tortura pelo mundo, mas uma área com menos gente e que permitia a fácil circulação.

Já o túnel, seria algo para ser assustador, ao final do passeio, mas é totalmente dispensável: algo para ganhar dinheiro.

Castelo de Bran
Castelo de Bran

Castelo de Bran
Castelo de Bran

Castelo de Bran
Castelo de Bran

Castelo de Bran
Castelo de Bran

Saindo dali, após caminhar por barraquinhas de lembranças e comida, pegamos o carro e acabamos parando logo em seguida no Restaurante Hanul Bran. Comida local, atendimento mediano, nada memorável, mas serviu para um almoço.

Sopa era algo onipresente nesta região da Europa. Romênia, Bulgária e Sérvia sempre contavam com sopa no cardápio e o pessoal mesmo em um calor de quase 40ºC estava tomando sopa.

Neste dia friozinho, aproveitei pra, finalmente, tomar sopa.

No caminho de volta, passamos em Rasnov, a cerca de 15 minutinhos, nem isso, cuja principal atração é a colina onde estão o letreiro Rasnov e a Fortaleza de Rasnov.

A fortaleza foi construída no século XIII, época em que os Cavaleiros da Ordem Teutônica dominavam esta área e, atualmente, está fechada para visitação (com certeza o problema, ali, é falta de manutenção).

Chegamos, pagamos o estacionamento e fomos pegar o trenzinho (pago) que leva até à fortaleza. Pode-se ir a pé, mas é subida e o dia estava chuvoso.

No meio do caminho, um parque, ou seja, o trenzinho faz duas paradas.

Como a fortaleza estava fechada, achei o passeio dispensável. O tempo nublado não ajudou na vista e não há praticamente nada para se ver por ali. Descemos a pé.

Estávamos no hotel às 16hs e ainda estavam arrumando o quarto das meninas. A falta de arrumação de quartos ou a arrumação tardia pareceu muito comum nesta parte da Europa.

Ainda tivemos fôlego para caminhar do hotel até a estação do Teleférico que sube o Monte Tampa, onde fica o letreiro de Brasov. Por sorte, nesta hora, o sol apareceu, mesmo que timidamente.

O teleférico fecha às 17hs para subir (quase não conseguimos) e às 18hs para descer.

De volta ao centro, passamos no Juno Wine Garden, um lugar diferente e charmoso, decorado com barricas de vinho, mas onde só se podia beber e não comer, uma vez que o chef não estava.

Com só a sopinha do almoço, optamos por procurar outro lugar e jantamos cedo no ótimo Restaurant Barrique Garden, “escondido” em uma passagem sem saída, e que tem uma loja de vinhos com mesmo nome, a cerca de 02 minutos dali.

Atendimento primoroso, excelente comida e muitas opções de vinhos.

Castelo de Peles e Sinaia

28/07/2023 - partimos após às 9h30, para um destino próximo. Até poderíamos ter ficado em Brasov como cidade-base, mas a ideia, aqui, era aproveitar ao máximo tudo o que as belas cidades históricas da Transilvânia poderiam nos oferecer.

Ah, um detalhe que merece menção, é a oferta de pães, salgados e doces em portinhas na rua: tudo em vidro, pro cliente ver sem entrar. E tudo para levar.

Estávamos entrando em uma região de montanhas e esqui e, portanto, mais fria, em que pese a curta distância de Brasov e até mesmo de Bucareste. Muita gente na estrada, já que é uma região super turística.

Em torno das 10h30 chegamos ao magnífico Castelo de Peles, um dos palácios mais maravilhosos que conheci na vida, e olha que não foram poucos.
O Castelo de Peles é um impressionante palácio neorrenascentista situado nas idílicas montanhas dos Cárpatos, tendo sido residência de verão da família real romena.
São 160 cômodos decorados e ornamentados com esculturas, pinturas e obras de arte. Conta com um belo jardim também.

O assombro começa quando chegamos: por fora é lindo e imponente. 

Fotos e mais fotos antes de chegar na entrada do castelo, rodeado por barraquinhas, restaurantes e até um hotel. E, em que pese muitos turistas, nada igual ao que encontramos no Castelo de Bran.

Dentro, o assombro só continua: os detalhes, os entalhes, as obras de arte, os vitrais, a decoração, tudo é absolutamente maravilhoso. Difícil descrever em palavras, pois estas não farão jus.

Note-se que para visitar os aposentos reais, deve ser comprado um ingresso mais caro, mas não tem como entrar ali e ver só uma parte. 

Só fica a observação: a parte mais linda do castelo não são os aposentos reais; estes, por assim dizer, são bem interessantes, mas sem grandes destaques.

Quase ao lado, na mesma propriedade, ainda fica o Castelo de Pelisor, construído entre 1899 e 1902 para ser residência do rei Ferdinand e da rainha Maria. 

Já o Castelo de Peles foi construído para ser a residência de verão dos tios de Ferdinand, o rei Carol I e a rainha consorte, Isabel.

Bem menor e mais simples que o primeiro, não deixa de ser interessante. Enquanto o primeiro é um luxo só, o segundo é bem mais modesto, se esta é a palavra certa...

Ambos só abrem de quarta a domingo.

Castelo de Peles
Castelo de Peles

Castelo de Peles

Castelo de Peles

Castelo de Peles

Castelo de Peles

Castelo de Peles

Castelo de Peles

Castelo de Peles

Castelo de Peles

Castelo de Peles

Castelo de Peles
Castelo de Peles

Saindo dali, almoçamos em um dos restaurantes que ficam na propriedade, o Carol Gastro Bierhaus, quase ao lado do Pelisor.

O complexo de Peles, em que pese nos arredores, já fica na pequena cidade de Sinaia, uma cidade ao melhor estilo Gramado/Campos do Jordão.

Cidade de montanha e, por isso mesmo, com temperaturas mais amenas e muito charme, é pequenina e se resume a basicamente uma rua principal e outras ruelas repletas de casas e hotéis.

Antes de irmos para o hotel, paramos para conhecer o bonito Monastério de Sinaia, já dentro da cidade.

Fundado em 1695 pelo príncipe Mihail Cantacuzino, foi aí que a cidade se originou. É formado por 2 igrejas ortodoxas, a Velha (Biserica Veche) e a Nova (Biserica Mare), mas é pequeno e a visita é rápida.

Dali, fomos direto para o nosso hotel, o Ioana Hotel, um hotel 5 estrelas, junto às montanhas (o que não quer dizer muita coisa, pois a cidade não é nada plana, encaixada entre montanhas).

O estacionamento é na rua, em espaços disponibilizados ao redor do hotel.

Nosso quarto era um apartamento, no melhor estilo quarto de hotel de estação de esqui: sala e banheiro no 1º andar; quarto de casal e banheiro no 2º andar e quarto com 02 camas de solteiro no 3º andar.

Por mais que fosse um bom hotel, achei 5 estrelas demais, ainda mais porque nossas luzes e tomadas de cabeceira não estavam funcionando. Havia um fio por todo o quarto de casal que terminava com as tomadas múltiplas colocadas no chão, apenas de um dos lados da nossa cama, para que pudéssemos carregar os eletrônicos.

Fomos falar na recepção, ficaram de ver e não nos deram retorno.

Instalados, saímos, a pé, para o Sinaia Cable Car, o teleférico/as gôndolas que te levam às estações de esqui no inverno e que, no verão, servem para podermos ver a cidade do alto das Montanhas Bucegi

Chega a 2.050m. São 2 trechos com diferentes altitudes e fomos no trecho mais alto, com a estação mais perto do hotel, menos de 15min de caminhada.

Mais tarde, de carro, fomos conhecer o centrinho e procurar um lugar para jantar. Outro senão do nosso hotel: distante do centro, não tendo como ir a pé.

A cidade é bem pequena e o centro ainda menor. Charmoso, mas só se consegue estacionar em estacionamento público. Nas ruas é praticamente impossível.

Entre tantas opções por ali, acabamos no fraco Irish House. Grandão e sem charme, atendimento fraco e comida básica. Com certeza há melhores lugares por ali.

Dica de hotel que vi no centro e que me pareceu bem bom: Alexandrion Experience. Novo e localização perfeita.

Parque Nacional Bucegi

29/08/2023 – saímos um pouco mais tarde que o usual e fomos direto para o Museu de Sinaia.

Tem que estacionar o carro na rua e pagar para isto, com um senhor bem mal-humorado que fica controlando tudo por ali.

A casa que hoje abriga o museu é a construção mais antiga de Sinaia. Foi a residência de verão da família Stirbey e conta com 13 salas temáticas contando a história de Sinaia. Abre de quarta a domingo.

A casa é interessante, há algumas informações igualmente interessantes no museu, mas é muito mal explorado. Não gostei muito não.

Como não tínhamos tomado café, paramos junto a uma rede que existe na Romênia, a Tucano Coffee, na entrada do shopping da cidade, na rua principal.

Bolos variados deliciosos e bebidas quentes e geladas.

A partir daí foi pegar a estrada sinuosa em direção ao Parque Nacional Bucegi, o grande parque nacional romeno.
Uma parte dele também é servida por cable car, mas nosso objetivo ali era um só, chegar até a área do Mosteiro das Cavernas de Ialomita.
O parque é uma área protegida situada ao sul dos Cárpatos e está nos territórios administrativos de Brasov, Dambovita e Prahova.

Nosso ponto de partida foi justamente no alto, depois de mais de 1h de carro, em Dambovita.

Parece que estamos no meio do nada, mas o local é cheio de gente. 

Há um estacionamento aberto, mas cheio de carros e, dali, a pé, caminha-se por uma estradinha de terra, com 2 ou 3 córregos no caminho, cuja passagem é feita por troncos; uma área repleta de barraquinhas de comida e bebidas e até uma subida íngreme final, mas super rápida.

No início da caminhada, um guarda cobra a entrada de 10 leis por pessoa.

São mais ou menos 15min caminhando para se chegar ao Mosteiro das Cavernas de Ialomita.

O mosteiro ortodoxo está localizado na entrada da caverna Ialomita. É pequeno, mas muito bonito por dentro.

A caverna segue adentro: deve-se pagar novo ingresso e pegar os capacetes “largados” na entrada.

Organização zero, capacetes cheirando mal, todo mundo se acotovelando, ninguém respeitando nada, 20min de stress para andar em uma caverna (com passarelas).

Programinha totalmente dispensável, ainda mais porque não tem banheiro em lugar nenhum! Todas aquelas barraquinhas de comida e nenhum banheiro...eca!!!

Na saída, eu e a Marina precisávamos de banheiro e perguntamos pro guardinha que cobrava a entrada onde eram os banheiros. Entre o sem-graça e a vontade de rir ele nos disse “sorry” é a floresta...

Mosteiro das Cavernas de Ialomita
Mosteiro das Cavernas de Ialomita

Mosteiro das Cavernas de Ialomita
Mosteiro das Cavernas de Ialomita

Na volta, caiu uma tremenda chuva do nada, o que tornou o retorno ainda mais lento.

Perto das 15hs estávamos no centro de Sinaia para almoçar/lanchar no Après. Comida variada, desde lanches a saladas e pratos locais.
Depois pegamos o carro e fomos à vizinha Busteni, para visitar o castelo que serviu de cenário para a série Wandinha/Wednesday da Netflix: o Castelo de Cantacuzino, cenário para a Nevermore Academy.
Chegamos tarde e estava tendo um casamento, razão pela qual só pudemos visitar o exterior, ainda assim pagando 20 leis. Diariamente há tours guiados às 14hs.

O local e o castelo em si são muito bonitos, pena que não deu pra ver por dentro.

De volta ao hotel, drinks no bar - tomei um excelente Passion Fruit Vanilla Spritz - e, mais tarde, jantar no seu restaurante, também muito bom: excelente culinária e pratos bem servidos.

Castelo de Cantacuzino, cenário para a Nevermore Academy da série Wandinha da Netflix
Castelo de Cantacuzino, cenário para a Nevermore Academy da série Wandinha da Netflix

Castelo de Cantacuzino, cenário para a Nevermore Academy da série Wandinha da Netflix

Castelo de Cantacuzino, cenário para a Nevermore Academy da série Wandinha da Netflix
Castelo da Wandinha

De volta à Bulgária, em Sozopol

30/07/2023 – check out às 8hs da manhã, sem a recepcionista que ainda não tinha chegado...

Dia de voltar para Bulgária e para o alfabeto cirílico. 

Às 13h30, almoçamos já na área da província litorânea de Burgas, em um restaurante de estrada bem local e, às 15h30, chegamos a Sozopol, junto ao Mar Negro.
Sozopol é uma cidade litorânea com uma zona histórica linda e praias de água clara e sem ondas, além de serem praias de areia e não de pedras.
A zona beira mar é rodeada por encostas de pedras onde se apinham restaurantes e alguns hotéis. Tudo muito turístico, mas muito bonito também.

Nossa estadia ali só não foi perfeita em razão do hotel, Hotel Antea.

Não, o hotel não era ruim e era muito bem localizado, debruçado sobre o mar, bem no canto da praia, o que proporcionava uma visão de toda a região de praia até o outro lado.

O negócio aqui é que ficamos em um quarto, na verdade, 2 quartos juntos com apenas um banheiro, o que é péssimo pra quem está em uma praia, além de ser meia pensão, ou seja, mesmo com a enorme oferta de restaurantes e lugares fofos, à noite, tínhamos que jantar no hotel.

E, em que pese o atendimento cordial na recepção, no restaurante eles eram muito demorados e perdidos.

Quartos sem grandes luxos, no melhor estilo praiano, mas um hotel 4 estrelas e com uma estrutura muito boa. Outro ponto negativo: sem tomadas ao lado das camas.

As vistas e a varanda do nosso quarto, entretanto, compensaram qualquer “senão”.

Instalados, saímos para conhecer a encantadora cidade, o encantador balneário.

Começamos tomando o onipresente picolé Nui, em uma das lojinhas quase em frente ao hotel: macadâmia, avelã e baunilha.

Poucos passos e já descemos para a beira-mar e, assim, fomos costeando a praia, passando por diversos restaurantes, bares, alguns hotéis (bem poucos, na verdade), praças e 1 ou 2 clubes de praia.

Em menos de 30 minutos demos toda a volta, desde o canto do nosso hotel até praticamente o final do outro canto, fazendo o U ao redor da praia. E, quanto mais nos aproximávamos do fim, mais restaurantes encantadores, no melhor estilo Costa Amalfitana ou Ilhas Gregas, encontrávamos. 

“Doeu” só de pensar que não poderíamos voltar mais tarde para jantar ali...DETESTO isso de meia pensão em hotéis que não são isolados. Mas, segundo o Claudio, não teve opção: foi o que conseguiu na alta temporada.

Sozopol ainda é uma “joia inexplorada”. Há muitos turistas, mas nada insuportável ou intolerável, e é tudo absolutamente encantador, no melhor estilo das praias do Mediterrâneo.

E não, o Mar Negro não é gelado, pelo menos não ali e não naquele verão escaldante.

Depois de darmos a volta, subimos outra escadaria, ali do outro lado, para sair da praia, passear um pouquinho em meio às casas e restaurantes da cidade medieval, até chegarmos ao outro lado da praia, junto ao marco da cidade, onde era o antigo forte e hoje é um sítio arqueológico.

Nada de importante para ver ali, só vale pela caminhada mesmo e pelas vistas.

Já no caminho de volta para o hotel, mas agora “por dentro” digamos assim, passamos na Praça Principal do centrinho histórico, repleta de lojas, barraquinhas, restaurantes e alguns hotéis apenas. Realmente, o negócio ali não são hotéis, mas casas e quartos para locação.

Na praça, entramos para conhecer a Igreja de São Jorge e encontramos uma preciosidade: ali estão as relíquias (fragmentos de ossos da mão, do antebraço e do crânio, além de um pedaço do molar e da costela) de São João Batista. 

Foram encontradas em 2010, ali perto, e há grandes indícios de serem verdadeiras.

A igreja é pequena, mas típica ortodoxa, com a sempre presente pintura de Maria sendo velada sobre a entrada principal.

Mais tarde e já de volta ao hotel, descemos para o bar para tomar nossos espumantes de cortesia. O bar fica ao lado da recepção e a vista ali é lindíssima.

Dali, rumamos para o jantar em estilo buffet. Saladas, poucos pratos quentes (e apenas 01 opção de frutos do mar) e sobremesas. Comida boa, mas sem cara de praia. A única vantagem, aqui, eram as mesinhas ao ar livre pra pouca gente.

Depois, voltamos a passear pela orla, pra eu ficar ainda com mais vontade de fugir desse jantar do hotel, e bebemos alguns drinks no The Bottle, um local com coquetéis, bem perto do hotel. Não posso chamar de bar, face à estrutura aberta e com poucas mesas, por isso posso dizer que era um lugarzinho mesmo.

E tudo, absolutamente tudo, funcionando até tarde.

Sozopol, na Bulgária
Sozopol, na Bulgária

Sozopol, na Bulgária

Sozopol, na Bulgária

Sozopol, na Bulgária

Sozopol, na Bulgária

Sozopol, na Bulgária

Sozopol, na Bulgária
Sozopol, na Bulgária

31/07/2023 – tomamos mais tarde o café da manhã no hotel, onde os damascos frescos foram a atração pra mim, e saímos de carro para conhecer um pouco da região.

Antes das 11hs, estávamos chegando ao Castelo Rovadinovo.

É um castelo novo (começou a ser construído em 1997) que foi erguido para o turismo, no melhor estilo Disney.

Seu interior não estava aberto para visitas. Por fora, um exuberante jardim, fonte, gazebos, aves e até um salão medieval.

Conta ainda com restaurante e uma adega do proprietário. O local rende belas fotos, mas é bem “palhinha” e caro: 30 levs por pessoa para visitar.

Castelo Rovadinovo
Castelo Rovadinovo

Castelo Rovadinovo
Castelo Rovadinovo

Depois, passamos por muitas praias na região: alguns hotéis maiores, areia, água tranquila, áreas para trailers, mas sem grande infraestrutura junto às praias, salvo uma ou outra exceção.

De volta ao hotel, trocamos de roupa e fomos para a praia: 35 levs para 3 cadeiras e 2 guarda-sóis, cerca de 100 reais. Com este valor, poderíamos ficar o dia todo, mas a intenção era passar cerca de 1 hora apenas.

Até entrei no mar, algo que não é comum pra mim: água fria, se comparada às águas do nosso litoral, mas nada impossível.

O tempo começou a virar, escurecer e ventar. Voltamos para o hotel para tomar banho e, caminhando, fomos até quase a outra ponta para almoçar no Restaurante Del Muro, quando a chuva já estava caindo.

Com a chuva, não consegui sentar nas mesinhas ao lado do mar por ali...

Se não é o melhor restaurante nesta área, está entre os melhores, com certeza. Comi muito. Tudo que tinha vontade, já que amo frutos do mar, coisa que nosso hotel mal oferecia.

Os destaques ficaram para o seafood trio e a torta de pistache e framboesas.

Já de volta ao hotel, esqueci de mencionar que não tivemos o serviço de quarto feito: ao retornarmos da praia, enquanto tomávamos banho, perto das 14h30, tentaram fazer nosso quarto.

Pedimos só toalhas e pra trocarem os lixos. Com o pessoal tomando banho, estavam mais é atrapalhando.

Com o tempo fechado, voltei para o hotel e dormi. Dormi muito e relaxada, como há muito não fazia. Tiveram que me acordar para eu não perder o sono pra noite.

Jantamos mais tarde, se é que posso dizer que comi alguma coisa depois daquele almoço, mas fiquei por ali com eles, apreciando o sol se pondo no horizonte. Lindo demais.

Burgas, Nessebar e Varna

1º/08/2023 - saímos tarde do hotel, lá pelas 10hs, e fomos passeando de carro pela região das praias até o nosso próximo destino.

Logo paramos em Burgas, capital da província de Burgas. 4ª maior cidade da Bulgária, é uma cidade de praia grande e bonita.

Caminhamos rapidamente pelo calçadão e pelo Sea Garden, o principal parque ali, junto às praias de areia.

Em seguida, a cidade de Pomorie, onde fomos para conhecer uma Tumba Tracia.

Maior e mais bonita que a que conhecemos em Shipka, foi erguida entre os séculos II e III e serviu de mausoléu para a família Anhialo. Ali, a história é contada.

Não é algo imperdível, mas se se está passando nesta região, vale conhecer.

Pomorie também é uma conhecida cidade termal, famosa por seus banhos de lama. Não, não fizemos a experiência, mas passamos e vimos muita gente fazendo.

Nossa próxima parada, a cidade que se mostrou uma maravilhosa surpresa: Nessebar.
Nessebar é praticamente uma cidade-museu, conta com mais de 3 mil anos de história, sendo listada como Patrimônio da Unesco. Também chamada a “Dubrovnik da Bulgária”, assemelha-se a esta por ser uma cidade murada, e linda, banhada pelo mar, com muitos encantos em todo lugar. Ainda não, mas no futuro quem sabe, uma nova Dubrovnik.
A Old Town, ou cidade antiga, é murada. Estacionamos o carro fora da muralha (o que é obrigatório) e, caminhando, entramos na cidade murada. 

Logo paramos em um dos restaurantes na beira da muralha, com vista para o mar, o Kiparis. Mas me arrependi: há muitos outros mais fofos, interessantes e com vista ainda melhor. Continue andando um pouco mais e não se arrependerá.

Surpreendi-me com a quantidade de carros da Ucrânia transitando nesta região.

Passeando pelas suas ruas de paralelepípedos, vê-se vestígios arqueológicos em todo lugar (termas e anfiteatros, por exemplo), igrejas desde o século IV e casas de madeira antigas. 

Aliás, igrejas não faltavam por ali: é mais uma daquelas cidades conhecidas por terem uma igreja para cada dia do ano.

Restaurantes de frutos do mar com vista para o mar, lojas, cafés, bares a alguns hotéis. 

Arrependi-me de não ter ficado ali, por mais que tenha gostado de Sozopol. Se servir de consolo, era bem mais cheia de gente que Sozopol, por óbvio, já que é o principal destino de praia no Mar Negro.

Nessebar
Nessebar

Nessebar
Nessebar

Nessebar
Nessebar

Nessebar
Nessebar

Nessebar
Nessebar

Nessebar
Nessebar

Nessebar
Nessebar

Chegamos a Varna, nossa próxima parada, perto das 17hs. 

3ª maior cidade do país, está localizada às margens do Mar Negro, onde muitos resorts se proliferam.

Foi fundada pelos milésios, em princípios do século VI a.C, e sempre sofreu influência dos povos vizinhos da Trácia.

Antes de mais nada, paramos para conhecer a Floresta Petrificada, nos arredores da cidade. 

São várias pedras altas no meio do campo e que parecem árvores secas. O destaque fica para o senhor, culto e poliglota, que atende a todos no centro de visitantes. A floresta, em si, não é nada demais.

Em Varna, ficamos no bom Rosslyn Dymiat Hotel Varna. Instalações e quartos muito bons, faltava alma...cuidado e atenção.

Pra começar, nos colocaram em dois quartos super distantes: até o elevador era outro, mesmo havendo o pedido, no ato da reserva, para quartos próximos. O estacionamento estava lotado e o Claudio teve problemas para conseguir estacionar nele.

Instalados, fomos caminhando para a região central.

Ali, na região da praça central, jantamos no ótimo restaurante Stariya Chinar

Viemos a descobrir que a cidade ainda tem outro dele junto ao porto. Além da comida, o destaque para o vinho mavrut Santa Sarah. Maravilhoso!

Depois do jantar, fomos andando até a praia. Esta região até a praia estava cheia de gente curtindo suas férias de verão. Abundam bares, restaurantes, cafés e opções de entretenimento... até um pequeno parque de diversões há por ali.

Caminhando, chegamos ao The Sea Terrace, um lounge de praia com restaurante, cadeiras pela praia, um lugar bem charmoso, especialmente para o final de tarde.

O Claudio e a Manu ainda tomaram sorvete e as meninas quiseram ficar jogando mini golfe.

O Claudio me acompanhou até o hotel, na verdade, até perto do hotel. Eu poderia voltar sozinha e preferi que ele ficasse com as meninas, pra ver como estavam.

Ele voltou e as viu regressando: ficou à distância e viu que dois homens que as viram passar começaram a segui-las. Foi só ele se aproximar que eles seguiram outro caminho.

Cuidado e precaução nunca são demais. Podia ser só uma cantada, mas...

Varna

02/08/2023 – como eu falei, o hotel não tinha “alma”.

Cobertor pequeno para o tamanho da cama, café da manhã simples e sem graça, com demora para repor os itens insuficientes para o número de pessoas que estavam se servindo.

Começamos o dia caminhando. Primeira parada, a Catedral Ortodoxa da Assunção da Virgem, ou Dormition of the Theotokos Cathedral.

É uma construção em estilo búlgaro-ortodoxo e impressiona pela grandeza, riqueza de detalhes nos murais e esculturas de madeira. Foi erguida em homenagem à libertação dos otomanos. É famosa pelo seu belo coro masculino que pode ser ouvido em dias festivos e domingos.

É a maior igreja de Varna e a 3ª maior da Bulgária e nela estão relíquias de vários santos.

Em seguida, fomos conhecer o excelente Museu Arqueológico de Varna, com certeza um dos melhores museus de história que já fui na minha vida, ele é também um dos maiores museus da Bulgária.

Um de seus itens mais importantes é o conhecido “Ouro de Varna”, o maior tesouro do mundo encontrado em uma escavação (1972) e datado de 4600-4200 a.C.
Só para não esquecer: os povos Dácios eram da região onde hoje é a Romênia; já o Trácios, da Bulgária.
Voltamos ao hotel e, de carro, tentamos visitar o Chateau Euxinograd, já nos arredores da cidade. Ele é o antigo palácio de verão da família real búlgara, a 8Km de Varna.

É um enorme complexo que inclui o palácio ornamentado, um enorme jardim botânico e uma vinícola boutique.

Acontece que para visitar o local, só com agendamento prévio por telefone, ou seja, ficamos na vontade.

A cerca de 17Km de Varna, fomos conhecer Mosteiro de Aladzha, um complexo medieval de cavernas cristãs ortodoxas, em uma área de floresta protegida ao lado do Parque Natural de Golden Sands

O complexo é dedicado à Santíssima Trindade e foi ativo durante o Segundo Império Búlgaro.

Grande, interessante, conta com um pequeno museu anexo.

Mosteiro de Aladzha
Mosteiro de Aladzha

Mosteiro de Aladzha

Mosteiro de Aladzha
Mosteiro de Aladzha

Por fim, paramos para conhecer o Palácio Balchik, a cerca de 40Km de Varna.

Localizado no balneário búlgaro de mesmo nome, estaciona-se o carro em um estacionamento público de um lado da rua para descer, a pé, do outro lado, entre lojinhas e restaurantes, até comprar ingresso para o palácio. E aí vem a pegadinha: no 1º guichê, você compra o ingresso para o castelo.

Na hora de entrar, você descobre que para conhecer o palácio você tem que passar pelos jardins do palácio e, para isto, você tem que comprar um novo ingresso, ali do lado da entrada.

Sacanagem é pouco! E ainda foram super grossos com a gente por questionarmos. Búlgaros sendo búlgaros.

É um palácio na costa do Mar Negro que foi construído entre as décadas de 1920/1930, durante o controle romeno na região, para uso da rainha Maria da Romênia.

Tudo muito fraco em que pese a bela localização do palácio, com vista para o mar.

Na saída, paramos para um almoço rápido junto ao Restaurante Ariciu, com comida local, lanches e frutos do mar. 

Detalhe que só percebemos depois, na hora de pagar o estacionamento: junto ao tíquete do estacionamento, tinham nos dado uma pequena propaganda deste restaurante. Se a apresentássemos, ganharíamos 20% de desconto na conta.

Só percebemos depois...

De carro, passeamos pela região: muitas praias, termas e até snail farms, ou seja, fazendas de cultivo de caracóis.

De volta ao hotel, descansamos um pouco para já sair caminhando. Jantamos ali perto no local Restaurante Merceda.

Dá pra ver que funciona na casa onde moram. O atendimento é atencioso, mas é fraco. A Manu estava terminando seu prato e eu e a Marina não tínhamos comido ainda. Alguns pratos do cardápio sequer estavam disponíveis.

Por mais que tenha sido uma boa comida, achei fraco e não indico.

Dali, fomos comer a sobremesa na Cherry by Mary, a doceria perto do hotel que nos atraía sempre que por ali passávamos. Excelente, com opções veganas e sem açúcar.

Por fim, voltamos para a região da muvuca, se posso dizer assim, onde tínhamos passeado no dia anterior, para assistir a um show de danças folclóricas no teatro ao lado do parque de diversões.

Nesta noite, 3 países apresentaram-se ali: Bulgária, Turquia e Colômbia.

Voltando a Bucareste

03/08/2023 – aniversário da Manu. Após os parabéns e o café da manhã, saímos em direção a Bucareste...estávamos iniciando a nossa volta.

Um detalhe que quase esqueço de mencionar: como os búlgaros e os romenos são péssimos motoristas! Não existem regras nem respeito no trânsito.

Em torno das 10h30min estávamos chegando à Fortaleza de Kaliakra, junto ao Cabo Kaliakra.

O cabo fica ao norte da Bulgária, como que se equilibrando entre a terra e o mar e, nele, debruçada sobre o Mar Negro, encontra-se a fortaleza, além de uma pequena igreja e um museu.

É um dos mais belos cabos da Europa e fica perto da fronteira com a Romênia. 

Segundo a lenda, teria sido local onde os tesouros de Lyzimah, sucessor de Alexandre, o Grande, teriam sido guardados.

Estaciona-se na entrada da fortaleza e caminha-se até a beira mar, ao final da fortaleza, onde há um bonito restaurante também. Vale o passeio.

Às 12h30 estávamos atravessando novamente a fronteira para a Romênia, e pegamos fila. Ficamos cerca de 30min na fila e o guarda ainda nos fez perguntas: onde ficaríamos? quando iríamos embora? entre outras.

Às 14hs estávamos chegando à cidade de Constanta, cidade beira-mar e o maior porto da Romênia, tem este nome por ter sido fundada por Constantino, o Grande.

É também um balneário famoso entre os locais. Para nós, brasileiros, nada demais, apenas mais uma praia.

Paramos para almoçar junto ao La Balansoar, mas o restaurante era muito fraco: muito demorado, carbonara que não era carbonara e sem azeite de oliva para temperar a salada.

Às 18h estávamos chegando em Bucareste, no bom Grand Hotel Continental

Erguido em prédio antigo totalmente renovado, bem central e atendimento atencioso. As ressalvas ficaram por conta da péssima internet e do calor absurdo que estava fazendo na Romênia: início da noite e os termômetros estavam em 36ºC!

Para comemorar o aniversário da Manu, fomos jantar bem pertinho do hotel, no Excalibur, um restaurante com temática medieval, onde talheres são ausentes (à exceção das facas) e as bebidas têm nomes sugestivos como “Sex at the Castle” e “Milady Orgasm”.

Predominância de carnes de caça e pratos de época, se posso chamar assim.

Para comemorar o aniversário, a Manu ganhou um tiramissu com velinha (ela odeia café...) e um parabéns da nossa simpática garçonete, fã declarada da jogadora Marta.

A Marina ainda quis passar na Candy Cat, uma loja de balas e doces ao lado do nosso hotel.

Fortaleza de Kaliakra, a última que visitamos na Bulgária

Bucareste

04/08/2023 – infelizmente, a cortina super clara do hotel me fez acordar antes do pretendido.

Como o café da manhã no hotel era caríssimo, optamos por tomá-lo ali pertinho, no ótimo Boutique du Pain.

Algo que me chamou a atenção, novamente: muitos carros com placa da Ucrânia circulando por ali.

O dia estava muito quente: talvez o maior calor da viagem até então.

Começamos o dia passando rapidamente pela bonita Igreja da Assunção de Nossa Senhora e pelo Teatro Nacional, que pudemos entrar para conhecer, uma parte pelo menos.

Dali, fomos para o Palácio e Galeria de Arte da Romênia, que, na verdade, engloba 3 espaços: 
  • a Galeria Nacional (o último espaço do complexo e onde se compram os ingressos), 
  • o Palácio Real de Bucareste e 
  • o Museu Nacional de Arte da Romênia.
É tudo parte de um mesmo complexo e o ingresso dá direito a visitar os 3.

Além do palácio (que infelizmente mal pode ser explorado), os demais abrigam coleções de arte romena medieval e moderna, além de uma coleção de arte europeia.

Tudo é tão interessante que, mesmo fazendo rápido, passamos mais de 2hs por ali.

Caminhando, fomos até o Parque Cismigiu, localizado em pleno coração da cidade. É o seu parque mais antigo e parecia bem abandonado.

Ali, eles alugaram patinetes para andar pelo parque e eu fui caminhando até à Carturesti Carusel, a famosa livraria que nos encantara na chegada e onde as meninas queriam voltar parar comprar seus livros. Nela, aproveitei para comprar meu novo moleskine de viagem.

Eles me encontraram ali e por ali, nesta agradável região da cidade, paramos para um lanche no St. Patrick´s.

Já passava das 14hs e o calor estava infernal: 45ºC com sensação térmica de 49ºC.

Como viajaríamos de madrugada, voltamos para o hotel, para descansarmos e fugirmos do calor.

No quarto das meninas, uma surpresa: uma cesta com frutas, vinho, bolachas e água.

Às 17h30 descemos para comer algo rápido no restaurante do hotel e voltamos para os quartos para tentar dormir um pouco.


05/08/2023 – saímos às 2h15 da manhã do hotel para abastecer e devolver o carro (locadora fechada, só estacionamos e deixamos a chave no local indicado). 

Vale observar que há vários postos de gasolina no caminho para o aeroporto.

Voo para Paris às 6h15min, com a mesma Air France da vinda.

Romênia, Bulgária e Sérvia: roteiro

O que eu achei: simplesmente uma viagem perfeita! Lugares, costumes, comidas e hotéis.

Tudo funcionou, tudo foi mais bonito do que o esperado, tudo foi realmente muito bom, mesmo com o calor escaldante.

Lugares e culturas maravilhosos de se conhecer.

Para ler mais sobre os Bálcãs, a Sérvia e o Kosovo

Romênia, Bulgária e Sérvia: roteiro de 30 dias

Romênia, Bulgária e Sérvia: roteiro de 30 dias

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Claudia Rodrigues Pegoraro

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