
Caminho Português de Santiago: relato de peregrinação do Porto a Compostela em 2 semanas, com uma esticadinha até Finisterre
Em maio de 2025, minha amiga Sil fez o Caminho Português de Santiago com o marido e mais um casal de amigos. Eu pentelhei ela mil vezes pedindo um relato completo da experiência para publicar aqui no blog, e finalmente o relato saiu!
Os 2 casais caminharam do Porto até Santiago de Compostela, numa peregrinação que durou 2 semanas e ainda incluiu um passeio de ônibus até o 'fim do mundo', em Finisterre.
Neste post, a Sil e a Laura nos contam como foi o Caminho delas, o roteiro que fizeram e as experiências que tiveram.
Com a palavra, Sil Marangon e Laura Giusti:
Planejamos a nossa viagem a Portugal e Espanha para o mês de maio de 2025.
Resolvemos mesclar a viagem com turismo e peregrinação. Pesquisamos e assistimos vários vídeos sobre os Caminhos de Santiago por Portugal e escolhemos fazer o Caminho Central Português.
Desta vez, eu (@silmarangon) e o Everson (@elmarangon) fizemos o Caminho junto com nossos amigos Laura (@lauracgiusti) e Fidelis (@fidelisgiusti).
Iniciamos a nossa viagem por Lisboa. Alugamos um carro e fizemos um pequeno roteiro antes de chegar à cidade do Porto, para iniciar a peregrinação.
Durante o nosso passeio na cidade de Braga, conhecendo a Catedral, aproveitamos para comprar as nossas Credenciais para o Caminho.
Cada Credencial custou € 4,00.
Braga também faz parte de um dos Caminhos de Santiago de Portugal - mais precisamente, é o ponto de partida do Caminho Minhoto Ribeiro, de 123Km, que passa mais ao norte de Portugal.
Por isso encontramos tantos peregrinos no local.
1º dia do Caminho: Porto até Vairão - Portugal - 29Km
Dia 11/05/2025 - Domingo
Estávamos hospedados em Vila Nova de Gaia, próximo à Ponte Luiz I, que atravessa o Rio Douro. Assim, acrescentou aproximadamente 2Km ao nosso percurso de hoje.
Saímos da Catedral da Sé do Porto às 8hs da manhã. Encontramos outros peregrinos que também estavam saindo neste horário. Alguns pelo Caminho da Costa e outros pelo Caminho Central, a nossa escolha.
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Secretaria da Sé, onde podem ser adquiridas as credencias na cidade do Porto |
No início da saída é um pouco confuso, porque há várias setas possíveis de seguir.
Seguimos as setas do Caminho da Costa.
Depois de percorrer algumas quadras, encontramos outros peregrinos em sentido contrário tentando encontrar o “caminho certo”, ou seja, não fomos os únicos a ter dúvidas!
Grande parte do percurso de hoje foi pela zona urbana do Porto.
Na saída da cidade do Porto, em Padrão da Légua, o caminho se divide em Caminho da Costa e Caminho Central.
Seguimos o Caminho Central, traçado em vermelho, conforme havíamos planejado.
O nosso destino era o Albergue de Peregrinos do Mosteiro de São Salvador de Vairão.
Depois de percorrer alguns quilômetros, ainda dentro da cidade do Porto, paramos em uma cafeteria de bairro para tomar um café, e aproveitamos para carimbar o nosso passaporte.
O almoço foi o nosso lanche, em frente ao Mira Maia Shopping.
Há um hipermercado Mercadona (R. Eng. Frederico Ulrich 3621, 4470-605 Moreira, Portugal) onde é possível comprar algo para comer, caso não tenha providenciado um lanche.
Alguns peregrinos sugeriram almoçar em Mosteiró. Necessariamente se passa por esse local, onde há bacalhau ou vitela que valem a pena.
Encontramos em Gião uma caixinha na rua com o carimbo para carimbar o passaporte.
O percurso de hoje foi bonito. Passamos por pequenos lugarejos e chegamos ao nosso destino por volta das 16 horas.
Dormimos no Mosteiro de São Salvador de Vairão.
Aqui escolhemos quartos privados - nos quartos privados há lençóis e o banheiro é coletivo.
Os nossos quartos estavam localizados no último andar do prédio milenar.
Lavamos nossas roupas e usamos o varal comunitário para tentar secá-las.
Como as nossas roupas não secaram muito bem, improvisamos no quarto outro varal...
No Mosteiro está disponível aos peregrinos a cozinha comunitária, onde pode ser preparado o jantar.
Nós optamos por jantar no Café Snack Bar D. Miguel, único restaurante que há na comunidade.
O café da manhã no Mosteiro é opcional, e pagamos 5 euros.
Essa é uma forma de contribuir com os hospitaleiros voluntários. Havia café, chá, pães, geleia, frutas, ovos...e a companhia de outros peregrinos.
2º dia do Caminho: Vairão até Pedra Furada - Portugal - 23Km
Dia 12/05/2025 - Segunda-feira
Na saída de Vairão o céu anunciava chuva e a previsão se cumpriu.
Algumas roupas não secaram totalmente, então improvisamos um varal ambulante...usamos “joaninhas” para prender as roupas na mochila.
O percurso é bem bonito, mas o tempo não colaborou. Dia de chuva e muita lama.
Os bastões ajudam em alguns momentos para manter o equilíbrio!
Entramos na região de Barcelos e encontramos o 1º Galo de Barcelos pelo Caminho.
O Galo é um símbolo icônico de Portugal.
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os peregrinos vão deixando alguns pertences pelo Caminho |
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essa é uma época de muito trabalho no preparo do solo para novo plantio |
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Ponte D. Zameiro em Macieira de Gaia, importante via medieval, de origem romana, que ligava Porto a Barcelos |
Durante o percurso, fizemos a nossa reserva no Albergue Casa Dona Maria.
Muitas reservas podem ser feitas por telefone, porém alguns albergues aceitam somente pelo Booking.
A caminho de nosso destino, passamos pelo Albergue de Peregrinos O Palhuço (um albergue novo, público, com ótimas recomendações).
O Albergue Casa Dona Maria (Rua de Santa Leocádia) é uma casa antiga que foi reformada e transformada em albergue.
Reservamos 2 quartos privados, excelentes. Neste albergue há outros tipos de acomodação também.
Há uma cozinha coletiva e uma área social comum.
Para aqueles que fazem o caminho no verão, há piscina.
Esse albergue aceita pagamento somente em dinheiro - importante ter uma quantia em espécie para pagar nestes locais.
Depois de um dia de chuvoso, um banho quente, roupas limpas, merecíamos um jantar caprichado. O nosso jantar foi no Café Restaurante Portela, e foi excelente!
3º dia do Caminho: Pedra Furada até Aborim - Portugal - 22Km
Dia 13/05/2025 - Terça-feira
Saímos do Albergue Casa Dona Maria e combinamos tomar café pelo caminho.
Neste albergue não havia ninguém para o check-out. Basta sair e fechar a porta.
Saímos preparados para a chuva, pois a previsão era de chuva!
Dia de chuvisqueiro, abre sombrinha, fecha...e abre de novo...
O sol apareceu durante a caminhada.
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os montes de feno pareciam “bonecas” conversando! |
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e começaram a aparecer as sacolas nas portas! |
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muitos moradores penduram em suas casas quadrinhos, ou símbolos do Caminho de Santiago em suas fachadas, muros, etc...como forma de sinalizar o percurso |
Fizemos a travessia da bela ponte romana sobre o Rio Cávado, que divide as cidades de Barcelinhos e Barcelos.
Nas 2 margens do rio há locais para a prática esportiva ou lazer.
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ponte romana sobre o Rio Cávado, que divide as cidades de Barcelinhos e Barcelos |
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Igreja Matriz de Santa Maria Maior de Barcelos |
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a cidade de Barcelos têm praças lindas |
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encontramos a estátua da “peregrina” |
Estávamos passando pela pequena Lijó e resolvemos entrar em um restaurante.
Almoçamos uma sopa maravilhosa por € 2,50 e os guris pediram o menu do peregrino por € 5,00.
Nossa 1ª cerveja no caminho!
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Fidelis esperando pelos companheiros atrasados |
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depois de uma longa e íngreme subida, o chão serve de banco e um pedaço de chocolate ajuda a repor as energias para os últimos quilômetros |
Fizemos a nossa reserva de hospedagem pelo Caminho, por telefone, no Albergue de Peregrinos Casa de Santiago.
Recebemos as instruções para tocar a campainha na casa vizinha. Fomos atendidas pela Bete, que nos recebeu e mostrou os nossos quartos e a cozinha. Lá também o pagamento foi em espécie, € 50.
Os quartos eram privados e os banheiros compartilhados. A cozinha era de uso comum. A limpeza dos quartos poderia ser melhorada.
No preço da hospedagem estavam inclusos vários produtos para consumo, pão, geleia, queijo, presunto, frutas, café, leite e alguns ingredientes possuíam etiquetas com os preços, como atum, comida congelada, vinho. Para o pagamento destes produtos, havia uma latinha para deixar o dinheiro.
Lavamos as roupas, e colocamos para secar do lado de fora. O tempo não estava ajudando, e terminamos secando as roupas no aquecedor da sala.
Preparamos o nosso jantar: uma massa com atum, e nossa chef caprichou no molho. Tomamos vinho.
Preparamos nosso café da manhã, com café, pão, queijo, geleia, laranjas. E também preparamos um sanduíche para nosso lanche.
Neste local, também não havia ninguém na portaria, bastava sair e fechar a porta.
4º dia do
Caminho: Aborim até Ponte de Lima - Portugal - 26Km
Dia 14/05/2025
- Quarta-feira

Nosso
destino era a cidade de Ponte de Lima.
Para a nossa
hospedagem, fizemos a reserva pelo Booking no Stay in Villa. Escolhemos um apartamento na entrada
da cidade.
Atravessamos a
histórica Ponte de Tábuas, construção medieval que está documentada desde o ano
de 1135. Acredita-se que a ponte primitiva fosse feita em madeira, por isso seu
nome.

Por sugestão
de um amigo, fomos conhecer o Santuário de Nossa Senhora Aparecida em Balugães - 1º Santuário Mariano de Portugal, edificado em 1720.
Visitamos a Capela onde está o túmulo do vidente João Mudo.
A história conta que o menino João era mudo e, por um milagre de Nossa Senhora Aparecida, começou a falar.
Saiba mais sobre essa história aqui.



O local é
muito belo, no alto da colina, visitado pelos devotos, especialmente
no dia 15 de agosto, quando se realiza uma grande peregrinação, que parte da
Capela de São Bento em direção ao Santuário de Nossa Senhora.
Nela participam,
de forma organizada, muitas comunidades limítrofes, pertencentes às Dioceses de
Braga e de Viana do Castelo.
Depois do
pequeno desvio, seguimos pelo Caminho de Santiago de Compostela.
Ao meio-dia, chegamos no pequeno vilarejo de Vitorino dos Piães.
O sol estava quente, e estávamos mais ou menos na metade do nosso percurso.


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Vitorino dos Piães |
Resolvemos
procurar um local para almoçar, e encontramos a
Taberna e Restaurante Viana.
Pedimos o menu do peregrino. Fomos atendidas pela
proprietária, que nos atendeu com simpatia. Excelente comida, carne de porco,
batatas fritas, salada e um refringente. Tudo por 15 euros.
Neste dia o
Everson estava indisposto. E ainda tínhamos muitos quilômetros à frente.
Resolvemos chamar um táxi e esperar pela Laura e pelo Fidelis em Ponte de Lima.

Laura e
Fidelis seguiram a pé. Eu e Everson esperamos pelo táxi.
Aproveitamos para
levar as mochilas dos nossos amigos.
O
taxista que nos atendeu conhecia o local onde iríamos pousar. Foi simpático e
prestativo.
Esperamos pelo horário do check-in.
O apartamento era gigante! Bem localizado.
Esperamos pelos nossos amigos peregrinos, tomamos
banho, roupas lavadas e fomos caminhar pela cidade.
Aproveitamos para
identificar onde deveríamos seguir as setas no dia seguinte.
A caminhada na
orla do Rio Lima foi uma bela surpresa! Passeamos pela avenida dos plátanos no
entardecer.
Há um pequeno centro histórico para um belo passeio em Ponte de Lima.
Resolvemos escolher um restaurante próximo da orla do Rio Lima e optamos por comer uma pizza.
A vista, à tardinha, na beira do Rio Lima e no entorno da ponte, rende lindas imagens!
Na volta para nossa casa estava bastante frio.
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avenida dos plátanos em Ponte de Lima |
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escolhemos um restaurante próximo da orla do Rio Lima e comemos uma pizza |
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a vista, à tardinha, na beira do Rio Lima e no entorno da ponte, rende lindas imagens! |
5º dia do
Caminho: Ponte de Lima até Rubiães - Portugal - 23Km
Dia 15/05/2025
- Quinta-feira
Hora de
partir, com a clássica foto diária na saída da caminhada.
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clássica foto diária na saída da caminhada em Ponte de Lima |
Fizemos a travessia da ponte sobre o Rio Lima.
A Ponte Romana, ou Ponte Medieval, ou Ponte de Lima, na realidade, é um conjunto formado por 2
pontes: uma parte medieval, de maior dimensão, que tem início na margem
esquerda e se estende até a Igreja de Santo Antônio da Torre Velha, e passa
ainda em 2 arcos. Depois, a parte que resta da ponte romana, com apenas
5 arcos, a partir do grande arco que está em leito seco.
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Ponte de Lima |



Passada a
ponte, encontramos a banca do folclórico “reformador”.
Paramos para
conversar um pouco e ele tocou o sino para nós.
Também pediu à Laura que
anotasse no “controle automático” o número de peregrinos que passam pelo local.


Ainda não
tínhamos tomado café da manhã, e o reformador nos indicou o Café Veiga em
Arcozelo.
Que bela surpresa! Fomos atendidos pelo proprietário.
Ele recebe o
pedido, prepara a refeição e ao final cobra pelo serviço.
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nos chamou a atenção as lindas xícaras com a clássica estampa portuguesa |


Nesse dia, tínhamos
que enfrentar a temida da Serra da LaBruja!
Considerada a etapa mais dura do
Caminho Português, de fato é uma parte difícil, que exige paciência e determinação.
Ali, o
pensamento é “um passinho por vez”...pouca quilometragem, mas bem íngreme.
Para nós, que vivemos na Serra Gaúcha e já tivemos outras experiências, como nos Caminhos de
Caravaggio, não foi tão difícil.


Neste
percurso, foi onde vimos a maior concentração de peregrinos em
grupinhos, que vão realizando paradas para recuperar as forças e seguir.

Encerrada a
subida...chegou a hora de iniciar a descida, que, por sinal, é bem acentuada.


A nossa
Pousada foi no Restaurante Constantino, local que está localizado na saída
de Rubiães.
Muitos peregrinos que estão hospedados em Rubiães (a mais ou menos 2Km de distância) costumam jantar neste restaurante.
Na parte
inferior, há o bar e restaurante Constantino, que é atendido pela família.
No
2º piso, estão os dormitórios. Escolhemos 2 quartos privados com
banheiro.
Jantamos no
restaurante o menu peregrino e estava excelente!
A dona Maria Irene, mãe dos
proprietários, é super simpática, e excelente cozinheira. Pedimos peixe e vitela! E comemos ali o melhor pudim da viagem.
O proprietário, super prestativo, prontamente providenciou um cabo para carregar o celular do Fidelis.
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no Restaurante Constantino comemos o melhor pudim da viagem |
6º dia do
Caminho: Rubiães até Valença - Portugal - 16Km
Dia 16/05/2025
- Sexta-feira
Esquecemos de
fazer a nossa tradicional foto da saída, mas, para marcar o dia, fizemos uma foto
de um totem bem próximo da pousada do Constantino, que indica que foi neste
local que, em princípio dos anos 90, nasceu a 1ª seta dos Caminhos de
Santiago, tal como a sua original cor amarela.

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mais subidas e descidas - os bastões sempre são uma excelente opção |

Combinamos de tomar café da manhã pelo Caminho, no 1º bar que encontrássemos aberto.
Entre Rubiães
e São Bento da Porta Aberta não encontramos nenhum bar. Paramos num local para
comer as nossas laranjas e alguns biscoitos.
Seguimos e, depois de uma caminhada boa, por uma subida acentuada, chegamos em São Bento da
Porta Aberta e encontramos um local maravilhoso para tomar o café - não tem
preço!

Que bela
surpresa!
Encontramos pasteis de nata, croissant, paninos de jámon, além de
outros lanches frescos saborosos.
Atendimento rápido e de uma gentileza
incrível.
Abastecidos e
prontos para seguir até Valença.
Chegamos mais cedo ao nosso destino, e
foi perfeito!
No caminho
para a nossa hospedagem, encontramos o Restaurante Caniço.
Pedimos o menu do peregrino, por 9 euros, com sopa, bife de peru, fígado ou peixe, vinho, cerveja ou refrigerante e
sobremesa, um luxo!
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cerveja no Restaurante Caniço em Valença |
Nossa reserva em Valença foi no Hotel Val Flores, simples, mas, muito bem localizado.
Fomos
atendidos por um brasileiro, carioca! Ele sugeriu visitarmos a Fortaleza de Valença durante a
tarde, para, no dia seguinte, seguirmos direto a partir da ponte internacional.
A Fortaleza de
Valença é uma das principais fortificações militares da Europa, com cerca de 5Km de perímetro amuralhado.
Tudo muito bem preservado, há incontáveis lojas
comerciais.
Chamou-nos atenção a quantidade de lojas que comercializam produtos
têxteis, como roupas de cama, mesa e banho.
Questionamos a uma vendedora, e a
explicação foi que esses produtos são produzidos em Portugal e, para os espanhóis, o valor destas mercadorias compensa a travessia da fronteira.
O Hostel Bulwark é outra opção de hospedagem em Valença do Minho.
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Valença do Minho |

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Bulwark Hostel é outra opção de hospedagem em Valença |


A sugestão do
pessoal do hotel foi perfeita.
Caminhamos pela Fortaleza, sentamos nos
muros para observar o Rio Minho, a Ponte Internacional, tudo tendo como pano
de fundo a cidade e a Catedral de Tui, na Espanha, do outro lado do rio - foi sensacional e rendeu belas fotos.
À noite, o nosso jantar foi no Restaurante Coroa Verde, onde provamos bacalhau e vinho verde.
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Fortaleza de Valença |
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do lado de cá, Valença, em Portugal; do lado de lá, Tui, na Espanha |
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a ponte que une os 2 países |
7º dia do Caminho: Valença até O Porriño - Portugal/Espanha - 21Km
Dia 17/05/2025 - Sábado
Seguimos as instruções do nosso amigo carioca e fomos direto em direção à Ponte Internacional, pois a parte de dentro da Fortaleza de Valença já havíamos conhecido na tarde anterior.
Fizemos a bela travessia da ponte entre Portugal e Espanha. De um lado, Valença; e do outro, Tui.
Ali deixamos Portugal e entramos em terras espanholas.
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a travessia sobre a ponte rende lindas fotos |
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deixamos Portugal e entramos em terras espanholas |
A cidade de Tui estava bastante deserta, não sei se por ser sábado, pelo horário ou pelo percurso passar por uma zona histórica.
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Tui, Espanha |
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ruas desertas em Tui |
Saímos sem tomar café da manhã, e acreditávamos que iríamos encontrar algum bar na cidade de Tui.
Perguntamos para algumas pessoas, mas teríamos que retornar um pouco, então resolvemos seguir e comer o nosso lanche até encontrar um bar.
Depois de caminhar em torno de 6Km...que alegria encontrar um local novinho, com jardim, para tomar o nosso café da manhã.
Encontramos o Bar Xardem (A Farrapa 64, Ribadelouro, Tui).
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Bar Xardem, em Ribadelouro |
Descansados e abastecidos, partimos para mais um trecho do Caminho.
O dia foi quente, e fomos “descascando” as roupas.
No horário do almoço, a cerveja amenizou o calor, e enganamos a fome com um bocadillo de jámon. |
no horário do almoço, a cerveja amenizou o calor, e enganamos a fome com um bocadillo de jámon |
Em
O Porriño não conseguimos nenhum albergue com acomodações privadas, hotel ou apartamento, e o nosso pouso foi no
Albergue Camino Santiago Porriño, com quartos e banheiro coletivos - uma experiência diferente.
O atendente do albergue foi super prestativo.
Organizou as nossas camas em um lado do quarto, para ficarmos próximos, e doou sabão para a máquina de lavar roupas.
O albergue é um prédio pequeno, de 3 andares.
Os quartos ficam situados nos pisos superiores e os banheiros e a área comum ficam no 1º piso.
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Albergue Camino Santiago Porriño |
Depois de tomar banho e organizar as roupas, saímos para passear pelo centrinho da cidade de O Porriño.
A rua central estava bem movimentada.
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O Porriño |
Escolhemos jantar no restaurante
Nómadas Word Food Porriño.
A escolha foi certeira, foi sem dúvida um dos melhores jantares da nossa viagem.
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jantar no restaurante Nómadas Word Food Porriño |
8º dia do Caminho: O Porriño até Redondela - Espanha - 17Km
Dia 18/05/2025 - Domingo
No domingo, deixamos O Porriño no nosso horário de costume e ainda não havia bares abertos no centrinho para tomarmos café da manhã.
Fomos deixando a cidade na esperança de encontrar algum comércio aberto.
Supermercados, lojas, tudo fechado.
Seguimos o Caminho e, em pouco tempo, encontramos aberto o Albergue Cafe Bar Pasiño a Pasiño, (Camiño Vello de Santiago, 14, 36419 O Porriño, Pontevedra) - que lugar simpático para descansar!
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Albergue Cafe Bar Pasiño a Pasiño |
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no café, um lindo mural nos dava ideia do que teríamos pela frente nos próximos dias de caminhada |
Os últimos quilômetros do percurso foram em declive, uma descida íngreme e longa!
À medida que descíamos, íamos entrando na cidade de Redondela.
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Redondela |
O Everson não estava se sentindo bem.
Dividimos as coisas da mochila dele em 3 partes e o deixamos caminhar sem peso, para que conseguisse chegar ao nosso destino.
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alguns peregrinos fazem o percurso a cavalo |
A pequena Redondela é cortada por 2 viadutos históricos - Viaduto de Madrid e Viaduto de Pontevedra - os quais são símbolos de Redondela.
O Viaduto de Madrid (de 1876) estende-se por 149m, através de Redondela, com estrutura de treliça de ferro, sustentada por pilares metálicos e arcos de pedra.
E o Viaduto de Pontevedra (de 1884), estende-se por 250m de comprimento e 3m de largura, atravessando o Rio Alvedosa, em Redondela.
Poderíamos cozinhar, mas não havia supermercado aberto para comprar os ingredientes.
Em razão da indisposição do Everson, provavelmente uma infecção urinária, perguntamos ao nosso anfitrião onde poderíamos procurar por um serviço médico.
Ele nos orientou a procurar o serviço público de emergência. Gentilmente, enviou um táxi para nos levar ao local.
Eu e o Everson fomos ao serviço médico. Fomos prontamente atendidos por uma enfermeira e, pouco depois, pelo médico.
O diagnóstico foi de infecção urinária. Prescreveu antibiótico e recomendou iniciar logo o tratamento.
O atendente chamou um táxi e orientou o taxista a nos levar na farmácia plantonista, em Chapela, distante uns 15Km, pois todas as farmácias em Redondela estavam fechadas.
O motorista do táxi foi muito prestativo, e nos esperou para retornar para casa.
Enquanto estávamos em atendimento médico, a Laura e o Fidelis foram ao centro procurar por um restaurante. Há poucos restaurantes abertos, e todos atendem somente com reserva. Trouxeram hamburgueres.
A nossa dica, aos domingos, é que você esteja preparado para as refeições. Compre com antecedência os ingredientes, ou faça reserva do local para comer. Especialmente se for em uma pequena cidade.
9º dia do Caminho: Redondela até Pontevedra - Espanha - 24Km
Dia 19/05/2025 - Segunda-feira
Neste dia a Laura e o Fidelis saíram sozinhos para fazer o percurso.
Pensamos que seria melhor o Everson parar um dia para dar tempo ao organismo de se recuperar.
Como iríamos de táxi, levamos as mochilas da Laura e do Fidelis.
Estava chovendo.
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os milheiros nos acompanham por todo o caminho |
Fomos tomar café da manhã no centrinho e voltamos ao apartamento para esperar o táxi que nos levaria até Pontevedra.
Aproveitamos o passeio para admirar os viadutos sobre a pequena cidade de Redondela.
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Redondela |
O Caminho ensina que a vida é assim - às vezes, precisamos fazer uma pausa, independente da nossa vontade. Recuperar as energias, para depois seguir.
Chegamos em Pontevedra cedinho, e aguardamos para entrar no nosso apartamento.
Acomodados, saímos para fazer as compras e esperar pelos nossos amigos com um jantar caprichado.
No final do dia, o nosso anfitrião de Redondela gentilmente nos chamou e quis saber como estava o Everson.
10º dia do Caminho: Pontevedra até Caldas de Reis - Espanha - 22Km
Dia 20/05/2025 - Terça-feira
O Everson estava bem melhor e resolveu caminhar. Caso não fosse possível, chamaríamos um táxi.
Pontevedra nos surpreendeu positivamente. Outra bela cidade espanhola para conhecer com mais tempo.
Ao sair da cidade, passamos pelas margens do Rio Lerez e avistamos a icônica Ponte do Burgo. Que belas fotos fizemos nesse lugar.
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Ponte do Burgo |
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nestes últimos dias, percebe-se nitidamente um aumento no número de peregrinos |
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nesta parte do percurso há matas, o que torna o caminho mais ameno nos dias de sol |
Fizemos nosso lanche na A Pousada do Peregrino (San Mauro, Portela, 39, 36692 Barro, Pontevedra, Espanha), outro lugar acolhedor e com ótimos pratos.
Apreciamos a 1ª fatia da tradicional torta de Santiago.
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torta de Santiago |
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A Pousada do Peregrino |
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avistamos uma placa de Santiago de Compostela sinalizando que faltavam 40Km! |
Resolvemos fazer uma paradinha para uma cerveja, e encontramos um prato diferente e resolvemos provar: uma linguiça assada em álcool, em um pote de barro apropriado para isso.
Quase chegando em Caldas de Reis, o percurso é mais plano, mas o sol estava muito quente.
A pequena cidade é cortada pelos rios Umia e Bermaña.
Caldas de Reis é conhecida por suas fontes termais (daí o nome 'Caldas'), famosas por suas propriedades terapêuticas.
Há um Lavadoiro Termal no centro da cidade, onde os peregrinos relaxam os pés ao final do dia de caminhada.
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Caldas de Reis |
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Lavadoiro Termal em Caldas de Reis |
O nosso anfitrião veio nos receber. Um apartamento novinho, chamado
Joaquín Potel.
Quatro quartos, 2 banheiros, sala e cozinha.
O nosso anfitrião deixou frutas, água, café, leite e bolinhos para o café da manhã.
Saímos para jantar, mas, ao passarmos na frente do Supermercado Frois, fomos “turistar” e mudamos de ideia. Resolvemos preparar o nosso jantar.
Fizemos alguns petiscos e nossa chef Silvana arrasou na massa à carbonara.
O acompanhamento de vinho também contribuiu para mais um dia inesquecível do nosso caminho.
11º dia do Caminho: Caldas de Reis até Padrón - Espanha - 20Km
Dia 21/05/2025 - Quarta-feira
Tomamos o nosso café da manhã no apartamento.
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e lá vamos nós para mais um dia de caminhada |
Atravessamos o centro histórico da cidade de Caldas de Reis, que está muito bem conservado.
A cada olhar um suspiro.
A arquitetura chama muito a atenção dos peregrinos.
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centro histórico da cidade de Caldas de Reis |
Ao sair da cidade, atravessamos a Ponte Romana sobre o Rio Bermaña.
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atravessamos a Ponte Romana sobre o Rio Bermaña |
Atravessamos bosques frondosos e pequenas aldeias rurais, e mais uma subida desafiadora neste trecho.
Depois de algumas horas de caminhada, o sol estava escaldante, e faltavam aproximadamente 8Km até Padrón.
Everson não estava se sentindo muito bem.
Resolvemos parar para um café e pedir um táxi para chegar até Padrón.
Laura e Fidelis seguiram a caminhada e eu e o Everson fomos de táxi e levamos todas as mochilas para facilitar a caminhada dos nossos amigos.
Padrón é um local especial para os peregrinos.
A história conta que ali chegou a embarcação com o corpo do Apóstolo Santiago, vindo da Terra Santa.
O nome 'Padrón' deriva de 'pedron', uma pedra que, segundo a lenda, serviu para ancorar o barco que transportava o apóstolo.
Fomos ao supermercado, compramos os ingredientes para o nosso jantar e café da manhã e esperamos pelos nossos amigos.
Para jantar, peito de frango empanado assado no forno, nhoque com molho de tomates com legumes.
12º dia do Caminho: Padrón até Milladoiro - Espanha - 19Km
Dia 22/05/2025 - Quinta-feira
Para o café da manhã, tínhamos café com leite, pão, geleia, bife que sobrou da noite anterior e laranjas.
Decidimos dividir a última etapa, e a nossa parada neste dia foi em Milladoiro.
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espigueiro |
Passamos por pequenos povoados, o trajeto é fácil, sem grandes dificuldades, mas o calor torna a caminhada mais penosa.
Os espigueiros (horreos) são construções rurais destinadas ao armazenamento de milho e outros alimentos. Podem ser de madeira ou de pedra, e distinguem-se por estarem elevados do solo para protegerem as colheiras da humidade e de animais.
Tivemos a certeza de que a decisão de dividir o último percurso foi acertada.
A grande maioria dos peregrinos faz o percurso final de Padrón até Santiago, que são aproximadamente 25Km.
Tudo limpo e organizado. Há uma cozinha compartilhada. E há uma máquina de lavar roupas à disposição dos hóspedes.
A anfitriã foi muito gentil.
Almoçamos no restaurante Camino Cafe - Taperia (Rúa do Xeixo, 8, BAJO, 15895 O Milladoiro, La Coruña), que oferece um variado e excelente menu peregrino.
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restaurante Camino Cafe - Taperia, Milladoiro |
O nosso jantar foi na cozinha do alojamento.
Compramos os ingredientes para fazer um bocadillo, cerejas e vinho.
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jantar na cozinha do alojamento, com cerejas e vinho |
13º dia do Caminho: Milladoiro até Santiago de Compostela - Espanha - 8Km
Dia 23/05/2025 - Sexta-feira
Saímos para caminhar mais tarde, pois tínhamos pouca quilometragem para percorrer.
Acho que, na verdade, queríamos caminhar devagarinho, pois estávamos chegando ao final da caminhada.
Comemos laranjas e tomamos café pelo caminho.
Quando nos aproximamos da entrada da cidade de Santiago de Compostela, paramos para conversar com um senhor, que sugeriu que encurtássemos o caminho, fazendo a rota original. Segundo ele, seriam uns 2Km a menos. Resolvemos seguir o conselho. Pensamos que o Caminho original foi modificado em razão da segurança dos peregrinos, para fazer a travessia da rodovia.
Como nada é por acaso...ao fazer o desvio do Caminho, passamos pelo Hospital Geral de Santiago. Neste dia, quem não estava muito bem era a Laura, que sentia desconforto urinário. Resolvemos procurar a emergência médica, antes de chegarmos à Catedral, e assim não precisaríamos voltar.
O complexo hospitalar é bem grande. Vimos onde era o setor de emergência. Em pouco tempo de espera, a Laura foi atendida e o médico prescreveu o uso de antibióticos.
Voltamos ao nosso Caminho, passamos na farmácia para comprar o remédio, e rumo à Catedral de Santiago!
Aos poucos, a cidade ficava mais cheia de peregrinos, o movimento estava intenso. Fomos serpenteando pelas ruas, nos guiando pelas torres da Catedral.
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fomos serpenteando pelas ruas, nos guiando pelas torres da Catedral |
E finalmente chegamos à Catedral de Santiago de Compostela!
Viva!
A mesma emoção da 1ª vez que chegamos à Praça do Obradoiro (quando fizemos o Caminho Francês).
Era exatamente meio-dia!
Os sinos dobravam para a missa do peregrino.
Havia uma fila imensa para acessar a porta A, onde é feita a revista (não pode entrar com as mochilas grandes) para o ingresso.
Nós planejamos ir à missa das 19hs.
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Praça do Obradoiro |
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Catedral de Santiago de Compostela |
Foi nosso momento de múltiplos sentimentos: desejo, companheirismo, compreensão, superação, reflexão e profunda gratidão!
Fomos fazer as nossas Compostelanas.
Quando você chega ao local, há uma pessoa orientando para qual setor se dirigir. Se for em grupo, é encaminhado para um local específico.
Há monitores para auxiliar a preencher online os dados do grupo.
Preenchemos os nomes e aguardamos o monitor para finalizar.
Compostelanas prontas, era hora de fazer mais algumas fotos com o “troféu”!
Hora de ir ao nosso albergue para tomar banho, descansar e retornar para a missa.
Era dia de missa especial - a Missa do Peregrino com o Botafumeiro.
As principais datas em que o Botafumeiro é usado são: 6 de janeiro (Epifania), Domingo de Ressurreição, 23 de maio (Aparição do Apóstolo em Clavijo), Pentecostes, 25 de julho (Santiago), 15 de agosto (Assunção), 1 de novembro (Todos os Santos), 8 de dezembro (Imaculada Conceição) e 25 de dezembro (Natal).
E, por coincidência, chegamos no dia 23 de maio, data comemorativa da Batalha de Clavijo.
Conta a lenda que o Apóstolo Santiago teria aparecido na Batalha de Clavijo montando um cavalo branco e ajudando as forças cristãs a derrotarem um exército muçulmano.
É um albergue gigante, bem organizado.
O taxista nos contou que era público, mas que hoje em dia há uma concessão para a exploração do local.
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Albergue Monte do Gozo |
Nós reservamos um quarto familiar com banho privado, com direito a lençóis e toalhas de banho, por € 100.
Em Santiago de Compostela, as hospedagens são mais caras, e por isso optamos por esse albergue.
Albergues e hotéis mais próximos à Catedral precisam ser reservados com bastante antecedência.
Descansados, retornamos à Catedral.
Fomos comprar as passagens para Finisterre e entramos na Catedral de Santiago de Compostela, para visitar o túmulo, abraçar o Apóstolo e aguardar pela missa.
A cerimônia com o Botafumeiro foi feita ao final da missa, e foi impressionante.
Depois da missa, fomos procurar um local para jantar. Jantamos e retornamos ao albergue de táxi.
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Catedral de Santiago de Compostela |
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ritual do botafumeiro |
O botafumeiro pesa 53Kg e mede 1,50m.
Move-se a partir da cúpula central da Catedral, onde está suspenso por um complexo sistema de polias, para as naves laterais.
São necessários 8 homens para deslocá-lo, os conhecidos como “tiraboleiros”.
Está suspenso a uma altura de 20m e pode alcançar 68Km/h.
Veja mais informações
aqui.
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Missa do Peregrino em Santiago de Compostela |
14º dia do Caminho: Santiago de Compostela até Finisterre - Espanha
Dia 24/05/2025 - Sábado
Deixamos o nosso albergue e solicitamos um táxi até o complexo rodoviário.
Tomamos café da manhã na rodoviária.
Há uma estrutura nova para ônibus e trens, que ainda estava em obras.
Já tínhamos as passagens de ônibus para Finisterre, compradas no dia anterior.
A viagem de ida demorou em torno de 3hs.
O ônibus contornou toda a ponta da península. Valeu a pena o passeio para apreciar os pequenos povoados na costa e a imensidão do mar azul.
O dia estava espetacular!
Quando chegamos a Finisterre, há um pequeno guichê, onde são vendidas as passagens.
Aproveitamos para comprar os bilhetes para a volta no dia seguinte.
Nos hospedamos no
Hotel Ancora, bem localizado, e o pessoal muito atencioso.
Saímos para almoçar. Há opções de restaurantes na orla.
O dia estava muito bonito, e fomos ao supermercado para comprar alguma coisa para jantar e beliscar.
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Finisterre |
Hora de ir ao Km 0.
Seguimos as placas em direção ao Farol.
Uma caminhada de 2Km mais ou menos do centrinho da cidade.
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marco do Km 0 em Finisterre |
As pessoas costumam ir ao local no final da tarde, para ver o pôr do sol.
Que lugar lindo para contemplar e agradecer por concluir a caminhada.
Nesse momento de contemplação da imensidão do mar, o sentimento de gratidão nos invade, e lembramos de vários momentos que marcaram as nossas vidas, lembramos das nossas famílias, dos amigos, das pessoas que cruzamos pelo caminho, dos aprendizados e da experiência transformadora que a caminhada proporcionou.
Fizemos as clássicas fotos com o Farol, com o totem do quilômetro zero e com a bota do peregrino.
Admiramos por algum tempo a imensidão do mar azul e retornamos ao nosso hotel.
Finisterre ou Fisterre (em Galego) é conhecida como o fim da terra.
Muitos peregrinos consideram o fim do caminho.
Reza a lenda que os peregrinos costumavam queimar as botas e a roupa como rito de renovação após a peregrinação.
Resolvemos tomar café da manhã no hotel (7 euros), pois a nossa volta seria cedo e, aos domingos, poucos bares e restaurantes funcionam.
O retorno a Santiago de Compostela foi mais rápido do que a ida. Em torno de uma hora, já estávamos de volta a Santiago.
Era hora de iniciarmos o nosso retorno a Lisboa.
Optamos por retornar de ônibus, fazendo 2 paradas até chegarmos a Lisboa.
Saímos de Santiago de Compostela até Tui de ônibus. Atravessamos a ponte internacional a pé e, em Valença, compramos as passagens para Vigo, onde ficamos por um dia.
De Vigo, fomos de ônibus até Aveiro, por 2 dias.
E, de Aveiro, retornamos a Lisboa, para o regresso ao Brasil.
E você, já fez ou está planejando percorrer algum dos Caminhos de Santiago de Compostela? Conta pra gente! Deixe as suas dicas ou dúvidas nos comentários!
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