Sou muito fã da Martha Medeiros desde que me entendo por gente.
Até a semana passada, estava lendo Feliz por nada (dela), e nesta semana comprei Um lugar na janela - relatos de viagem (também dela), que já estou devorando.
Há um tempo atrás, ela disse que ia doar uns livros. Resolvi escrever e pedir que ela doasse os livros para o presídio onde eu trabalho. Ela escreveu de volta, muito simpática, dizendo que muita gente havia solicitado a doação e ela já tinha destinado a outro local. Mesmo assim, fiquei bem impressionada dela ter tido a paciência e atenção de responder o meu e-mail (que legal ver um e-mail da minha "ídala" na minha caixa de mensagens, kkkkk).
Ela escreve crônicas na ZH de domingo (jornal do RS), e eu leio todas, e guardo as que mais gosto. Por coincidência, estou de férias e trouxe comigo (sei que vai parecer meio bizarro, mas sou fã mesmo!) uma destas crônicas, publicada em 21 de janeiro de 2007!
É uma das minhas preferidas, o nome é Embarquei minha filha (e isso que, na época, eu nem cogitava ter filhos!). Ela conta como foi embarcar sua filha, que então tinha 15 anos, para a primeira grande aventura da vida dela, e aquele texto me marcou tanto que eu nunca mais esqueci.
Alguns trechos fantásticos, que eu me permito transcrever, já que não sei onde a crônica original pode ser encontrada:
A mãe incentivava a filha a viajar para conhecer o mundo com os próprios olhos, já que certas emoções são impossíveis de serem contadas. (...) Embarquei-a não num cais, e sim num aeroporto, de onde saem (com atrasos) os verdadeiros vôos, aqueles que pressupõem uma certa audácia. Lá foi ela rumo ao desconhecido. (...) Viajar promove a independência e a responsabilidade, amplia nossos limites, traz alegria e novidade pro cotidiano, reforça nossa bagagem cultural, dá parâmetro para comparações, nos desamarra de nossas teorias claustrofóbicas e aumenta nossa auto-estima: ora, estamos longe de casa e nos saindo bem! Havendo possibilidade, tanto melhor que se comece cedo. Que se tome gosto pela busca de conhecimento. Que se compreenda que a emoção não pode ser uma experiência passada de boca em boca, mas que deve ser vivenciada por cada um, exclusivamente.
Acho que é fácil de perceber porque sou tão fã, né? Ela consegue expressar em (lindas!) palavras tudo o que eu penso!
E ela terminava aquela crônica transcrevendo um poema que ela mesma escreveu para sua filha - exatamente o que eu escreveria para o Felipe, se tivesse talento:
Embarquei minha filha no navio
e disse, minha filha, vai
disse, minha filha vai descobrir
o que há do outro lado do mar
embarquei e disse, vai
minha filha, descobrir o que há
que não se pode contar
disse, vai e olha com teus olhos
o que amor nenhum pode detalhar
vai, minha filha, sonhar
e conhecer melhor o mundo para melhor navegar
disse, vai, minha filha
atravessar fronteiras e encontrar
o que existe do lado de lá, eu disse
vai, que eu fico te esperando aqui
minha filha, eu fico te aguardando,
eu disse, vai que eu guardo o teu lugar.
Essa mulher não é genial?
Até das ilustrações da coluna dela eu sou fã (mas não sei dizer quem faz!)...
Como eu disse, estou lendo o livro dela atualmente Um lugar na janela - relatos de viagem (foto acima), e achando sensacional. Me reconheço em cada linha.
Nos primeiros capítulos, quando ela conta das mochilagens que fez pela Europa, poderia ser eu escrevendo (de novo, se eu tivesse o talento dela, kkkkkk!): eu tinha a mesma cara de pau de chegar em Barcelona de madrugada e ligar para o amigo de um amigo que eu nunca tinha visto na frente ir me buscar na estação de trens, pedindo um colchão...
A única discordância minha com ela é sobre New York. Ela conta que já foi lá 3 vezes e ainda não se apaixonou. Eu já caí de amores na primeira visita...
Esse livro também tem trechos fantásticos. Sei que não vou me aguentar e vou ter que reproduzir alguns aqui no blog, num próximo post!
Se você ficou com água na boca, vai correndo comprar o livro!!!
Eu já sabia que ela passava as férias de verão em Punta del Este, porque li uma crônica dela há poucos dias numa revista cujo nome não lembro, falando disso. No livro também tem um capítulo sobre Punta (A Punta que não é Las Vegas), onde ela conta que caminha no calçadão à beira-mar.
Bueno, Martha, EU TAMBÉM passo as férias de verão em Punta desde sempre, e também caminho na orla da praia mansa! Então, foi muito engraçado quando, hoje de manhã, estávamos eu e o Peg caminhando pelo calçadão, aqui em Punta, e nos cruzamos com quem, com quem? Isto mesmo, com a Martha Medeiros!!
Foi muito engraçado porque ficamos os 2 olhando fixamente para a mulher, que estava cruzando por nós e, mal havia ela cruzado, o Peg me olha e diz "aquela era a Martha Medeiros!", ao que eu respondo "ela mesma!" - ficamos os 2 loucos para dizer "oi Martha!" - porque, quando a gente lê tudo o que uma pessoa escreve, a gente começa a se sentir íntimos dela - uma intimidade que, óbvio, ela não tem conosco! (lembro até que ela escreveu uma crônica justamente sobre isso, essa intimidade com que pessoas que ela nem conhece a cumprimentam na rua!)
Ainda bem que conseguimos segurar o impulso de ir correndo atrás dela chatear a pessoa que estava fazendo a sua caminhada, mas que foi legal vê-la ao vivo, ah isso foi!
PS. Olha que baita coincidência: acabo de escrever este post e fico sabendo que hoje ela vai estar lá no Conrad, num evento aberto ao público, às 21h30min! Não sei é palestra ou o quê, só sei que vou correndo lá conferir! Depois eu volto aqui para contar!
E você, já encontrou seu ídolo ao vivo alguma vez?
UPDATE
kkkkkkkk, estou rindo de mim mesma até agora!
Olha, já fizemos coisas doidas, tipo trocar um pneu bom e deixar o furado no lugar, ir pegar ônibus em estação de trem...mas trocar as Marthas foi demais!
Não é que lá fui eu para o Conrad, levando mãe, irmã, marido, todo mundo junto, todos unidos para ver a Martha e, lá chegando, fomos ver, não era a "nossa" Martha Medeiros, e sim a Martha (também com "th"!) Medeiros estilista, que ia fazer um desfile de moda chiquérrimo, com ingressos a R$ 120,00 por cabeça???
Foi engraçadíssimo, porque lembrei que já li uma reportagem em uma revista em que as próprias Marthas Medeiros (estilista e escritora) contam de episódios em que foram confundidas uma com a outra - pois bem, ontem foi a minha vez de confundi-las!
Mas também, eu vejo a mulher de manhã e fico sabendo que "Martha Medeiros estará hoje no Conrad", o que eu poderia pensar?!?
Não é coincidência demais estarem as 2 ao mesmo tempo em Punta del Este?? Acho que a minha confusão foi plenamente justificada!
Olha só o folheto do desfile:
He he...via a Martha comprando umas bebidinhas no chuí também não quis tietar kkk
ResponderExcluirMWM-Jaguarão
Parabéns, adorei! Olha vc tem talento sim!! Eu tb sou fã de carteirinha da Martha Medeiros, escritora, viu? E tem uma crônica dela que se chama Amor de fã que ela fala algo sobre isso. De nos sentir íntimos de nossos ídolos. Embora eu ache que a gente gosta admira porque ela escreve e descreve nossa almas. Se eu a encontrasse, não ia me segurar tietava mesmo. Tenho o recorte de jornal com Embarquei minha filha e estava procurando na net para mandar a uma amiga que está nesta situação e foi grata a surpresa de achar tuas postagens. Obrigada ! Felicidades!! por nada!!
ResponderExcluirObrigada, Vania! Que coincidência...
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