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Você sabe o que é o curanto?

Como é o curanto da Colônia Suíça de Bariloche
Fomos provar o famoso curanto da família Goye.

Os irmãos Goye vieram da Suíça francesa para Bariloche, na Argentina, no final do século XIX, criando uma aldeia suíça na Patagônia, depois de passarem pelo Chile. A partir de 1902, quando a Argentina facilitou a vida dos imigrantes, outras famílias suíças se radicaram aos pés do Cerro López - os Cretton, os Mermoud e os Neu - todos eles trabalhadores incansáveis, que cultivavam cerejas, pêssegos, maçãs e peras. 

Na passagem por terras chilenas, os Goye haviam conhecido o curanto chileno, típico da Isla Chiloé, feito com mariscos (que também deve ser uma delícia!), e passaram a prepará-lo, na Colônia Suíça de Bariloche, com carnes e legumes.

Hoje em dia, essa comida é um dos maiores atrativos para os turistas que visitam a Colônia. Ele é preparado em um buraco pouco profundo; nele se coloca fogo e se aquecem pedras, para depois, retiradas as brasas e colocados sacos de estopa, serem posicionados os alimentos sobre as pedras quentes. Sobre os alimentos, são colocadas folhas de nalca ou de maqui, sacos de estopa e terra. 


Ao fim de duas horas, a comida fumegante é retirada debaixo da terra, estopa e folhas em uma cerimônia quase que religiosa, e está pronta para comer. 

O tempo de cozimento não pode ser apressado e nem retardado - esse é o segredo fundamental para que os ingredientes fiquem no ponto certo: batatas, cenouras, batatas-doces, abóboras com ervilhas e queijo derretido, cebolas, frango, carne de vaca, ovelha, veado, porco, linguiça e maçãs. 

A pequena aldeia suíça não tem grandes atrativos, mas o curanto de Victor Goye (telefone: 4448605) vale a visita. 

A melhor maneira para chegar lá é pegando um ônibus da empresa 3 de Mayo no centro de Bariloche (peça informações para descobrir qual a melhor parada do ônibus para você) - o ônibus custa algo em torno de U$ 1. A viagem de ônibus até lá é bem bonita (fica na Rota do Circuito Chico), e leva um bom tempo, porque são percorridos 25Km em estradas de asfalto e também de chão batido, nas imediações do Cerro López

Saiba que só tem um ônibus por dia de ida e outro de volta por uma boa razão: ele chega exatamente no horário em que a função começa (e deixa você bem pertinho do famoso restaurante) e parte logo depois que a comilança/show cultural terminam.

É importante ressaltar que o curanto de Victor Goye (nos garantiram que era o melhor!) é um evento, custa 100 pesos argentinos por pessoa (algo em torno de R$ 35,00), com sobremesa incluída (sorvete, para ajudar a baixar a comilança) e sem bebidas, e só ocorre 2 vezes por semana: nas quartas-feiras (miercoles) e aos domingos.

Prepare seu estômago, é de sair rolando - bom apetite!

como aperitivos, mate e tortas fritas à vontade



colocando as folhas de maqui



cenouras, batatas e carnes já no meio da fumaceira



posicionando os sacos de estopa



tapando tudo com terra

enquanto esperamos pelo cozimento do curanto, um passeio pela Colônia Suíça

tem feirinhas, mercadinhos, lojinhas, cervejas artesanais e muitos produtos feitos com rosa mosqueta!



o centrinho da aldeia, que fica pertinho do Cerro López



o famoso proprietário - Dom Victor Goye

e o animador, uma figura raríssima!

hora de "desenterrar" o almoço!



é impressionante como as batatas cozinham e ficam bem macias!

Dom Victor, feliz da vida, orgulhoso exibindo seu curanto

tudo regado a muitas Quilmes e vino





Mais informações aqui e aqui.  

Para ler mais, todas as nossas postagens sobre a Patagônia estão organizadas aqui





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Claudia Rodrigues Pegoraro

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