Luc Besson dirige o filme The Lady, que no Brasil ganhou o título "Além da Liberdade", baseado na história da resistência birmanesa, liderada por Aung San Suu Kyi, eleita primeira-ministra da Birmânia em 1990, sem nunca ter conseguido assumir o poder, impedida pela ditadura que até hoje reina em seu país.
Localizado próximo à Índia, ao Laos, Tailândia e à China, o país atualmente chamado de Mianmar (ou ainda Myanmar ou também Birmânia) é o cenário dessa história contemporânea de sofrimento, luta, paz, coragem e amor.
O filme mostra os acontecimentos na vida de Aung San Suu Kyi, premiada com o Nobel da Paz, narrando eventos como a morte de seu marido, com câncer, e a sua prisão domiciliar, que terminou em 2010.
O filme mostra os acontecimentos na vida de Aung San Suu Kyi, premiada com o Nobel da Paz, narrando eventos como a morte de seu marido, com câncer, e a sua prisão domiciliar, que terminou em 2010.
Casada com um estrangeiro, Michael Aris – um professor universitário britânico, passou a viver em Oxford e, longe de sua terra, teve 2 filhos. Em 1988, Suu, como é conhecida, deixou sua vida na Inglaterra para cuidar da mãe doente em Yangon, que passava por conflitos sangrentos em razão dos protestos contra a ditadura militar.
A viagem, que deveria durar no máximo 2 semanas, acabou se eternizando, pois Suu Kyi foi persuadida por partidários a permanecer na Birmânia e fundar a Liga Nacional pela Democracia. Essa decisão lhe custou o afastamento de seu marido e dos filhos, que tiveram o visto de permanência negado pelo governo ditatorial.
A viagem, que deveria durar no máximo 2 semanas, acabou se eternizando, pois Suu Kyi foi persuadida por partidários a permanecer na Birmânia e fundar a Liga Nacional pela Democracia. Essa decisão lhe custou o afastamento de seu marido e dos filhos, que tiveram o visto de permanência negado pelo governo ditatorial.
O filme, que tinha tudo para ser extremamente político, acabou virando um grande romance. A luta pela democracia birmanesa foi colocada em segundo plano por Luc Besson. O roteiro, que Rebecca Frayn levou 3 anos para escrever, narra, em flashback, a história dramática da vida desta mulher. Ao fim e ao cabo, o filme é um testemunho de coragem e sacrifício.
Embora se trate de um filme inegavelmente maravilhoso, tem sofrido muitas críticas, pois não abarcou muitas questões importantes da vida política e pessoal de Aung San Suu Kyi, relegando para segundo plano os acontecimentos que marcaram a histórica luta desta famosa ativista birmanesa contra a Junta Militar, que ainda controla de forma hostil e totalitária a Birmânia. A luta interminável de Aung San Suu Kyi contra a ditadura militar e as agressões aos direitos humanos em Mianmar realmente não é tão bem retratada quanto a sua vida familiar, pois ficaram de fora vários acontecimentos violentos e extremamente relevantes, como as 2 tentativas de assassinato de que foi vítima. Os muitos anos que ela passou em prisão domiciliar também foram retratados de maneira superficial pelo cineasta.
O conflito na Birmânia nunca chamou a atenção do mundo ocidental, o que talvez tenha feito com que Luc Besson tivesse decidido deixar um pouco de lado o drama político que o país atravessou (e ainda atravessa) e abordar com maior ênfase, e de forma comovente, o romance e os sacrifícios que Aung San Suu Kyi se obrigou a enfrentar, centrando o enredo na linda história de amor entre Aung San Suu Kyi e Michael Aris – mesmo enfrentando inúmeros desafios e atrocidades, eles deram um jeito de manter o seu amor até ao fim, travando uma dura batalha pela democratização de Mianmar.
Embora se trate de um filme inegavelmente maravilhoso, tem sofrido muitas críticas, pois não abarcou muitas questões importantes da vida política e pessoal de Aung San Suu Kyi, relegando para segundo plano os acontecimentos que marcaram a histórica luta desta famosa ativista birmanesa contra a Junta Militar, que ainda controla de forma hostil e totalitária a Birmânia. A luta interminável de Aung San Suu Kyi contra a ditadura militar e as agressões aos direitos humanos em Mianmar realmente não é tão bem retratada quanto a sua vida familiar, pois ficaram de fora vários acontecimentos violentos e extremamente relevantes, como as 2 tentativas de assassinato de que foi vítima. Os muitos anos que ela passou em prisão domiciliar também foram retratados de maneira superficial pelo cineasta.
O conflito na Birmânia nunca chamou a atenção do mundo ocidental, o que talvez tenha feito com que Luc Besson tivesse decidido deixar um pouco de lado o drama político que o país atravessou (e ainda atravessa) e abordar com maior ênfase, e de forma comovente, o romance e os sacrifícios que Aung San Suu Kyi se obrigou a enfrentar, centrando o enredo na linda história de amor entre Aung San Suu Kyi e Michael Aris – mesmo enfrentando inúmeros desafios e atrocidades, eles deram um jeito de manter o seu amor até ao fim, travando uma dura batalha pela democratização de Mianmar.
Posso afirmar que, em Mianmar, Suu Kyi ainda é vista como uma verdadeira divindade terrestre. Me recordo de que, nas poucas vezes em que os birmaneses se dispunham (ou tomavam coragem) a falar sobre política, sempre se referiam a ela como se fosse uma santa, e no filme a sua incrível dedicação à luta democrática fica patente em vários momentos.
Em resumo, "Além da Liberdade" mostra com sagacidade e astúcia a história familiar de Aung San Suu Kyi, oferecendo, infelizmente, uma abordagem escassa dos incríveis feitos desta mulher, e mostrando, enganosamente, uma visão muito menos conflituosa do que aquilo que realmente vem acontecendo na Birmânia, desde a década de oitenta.
você não pode separar a paz da liberdade,
porque ninguém consegue estar em paz a menos que tenha a sua liberdade
Malcolm X
Em novembro de 2010, Aung San Suu Kyi conseguiu enfim a sua tão almejada liberdade, mas a luta pela democracia em Mianmar está longe de ter um fim.
Em última análise, o filme serve também para mostrar ao mundo que atrocidades deste tipo ainda acontecem em várias partes do planeta, enquanto levamos as nossas vidinhas por aqui, tranquilos e serenos...
Em última análise, o filme serve também para mostrar ao mundo que atrocidades deste tipo ainda acontecem em várias partes do planeta, enquanto levamos as nossas vidinhas por aqui, tranquilos e serenos...
PS. Vou voltar ao tema em outra oportunidade, para contar das nossas (péssimas) experiências com a ditadura birmanesa, desde a censura na internet (lá, o pequeno viajante é censurado!!!), os problemas com a moeda, as dificuldades de locomoção através do país, a ridícula proibição aos cartões de crédito, a questão do boicote internacional ao turismo e o próprio temor que se nota na população quando o assunto é o governo.
use a sua liberdade para promover a nossa
Aung San Suu Kyi
Comente este Post:
0 comentários: