Viajar, partir, é um reflexo do desejo de saber mais do que você já conhece sobre outra cultura. Hoje, com a multiplicação das imagens, você pode ter a ilusão de que é possível viajar pelo computador ou através da TV. Mas nada substitui a experiência de sentir a aridez de um deserto ou a temperatura de uma geleira. Da mesma forma, nada pode substituir o encontro que você poderá ter com pessoas que vivem em culturas distantes da sua. Você acaba descobrindo que, na verdade, elas riem pelas mesmas razões que você ri e choram pelas mesmas razões que você chora. É para isso que servem as viagens, para aproximar um pouquinho mais as pessoas. Walter Salles
Adorei a declaração acima. Para as pessoas que ficam viajando em sofás, lendo livros ou vendo televisão, existe até uma expressão, em inglês: armchair traveller.
As pessoas frequentemente nos dizem que "viajam" acompanhando o blog - claro que nós ficamos muito felizes com isso - mas a nossa verdadeira intenção não é essa, e sim fazer com que os nossos leitores se animem a levantar da poltrona, sair da frente do computador, e pegar a estrada de fato.
Porquê? Porque, como o Walter Salles, a gente sabe que não adianta comer um curry de frutos do mar no melhor restaurante tailandês de Porto Alegre, porque a experiência nunca vai chegar perto daquela de comer um curry num botequinho no Soi Rambutri, em Bangkok.
Mas, mesmo sendo assim, nós adoramos um road movie, como "Diários de Motocicleta", ou um "road book", sendo On the road o grande clássico do gênero.
Agora, fiquei sabendo que o cineasta está adaptando o clássico de Jack Kerouac para as telas do cinema, com o nome português "Na Estrada" - promete ser um filmão!
À quem nunca leu On the road, recomendo muito!
Sobre o filme, que tem estreia prevista para 13 de julho, disse o diretor:
Os filmes de estrada são quase sempre sobre personagens que se interessam mais pelo que eles ainda não conhecem do que pelo que lhes é familiar. Na estrada, à medida que você ganha distância do ponto de artida, é mais fácil entender de onde vem e quem você é.
Assino embaixo!
"Responsável por uma das maiores revoluções culturais do século XX, “On the Road”, traduzido por Eduardo Bueno, mantém intacta sua aura de transgressão, lirismo e loucura.
Como o gemido lancinante e dolorido de “Uivo”, de Allen Ginsberg, o brado irreverente e drogado de “Almoço Nu”, de William Burroughs, ou a lírica emocionada e emocionante de Lawrence Ferlinghetti, “On the Road” escancarou ao mundo o lado sombrio do sonho americano. A partir da trip de dois jovens – Sal Paradise e Dean Moriarty –, de Paterson, New Jersey, até a costa oeste dos Estados Unidos, atravessando literalmente o país inteiro a partir da lendária Rota 66, Jack Kerouac inaugurou uma nova forma de narrar.
Em abril de 1951, entorpecido por benzedrina e café, inspirado pelo jazz, Kerouac escreveu em três semanas a primeira versão do que viria a ser “On the Road”. Uma prosa espontânea, como ele mesmo chamava: uma técnica parecida com a do fluxo de consciência. Mas o manuscrito foi rejeitado por diversos editores e o livro foi publicado somente em 1957, após alterações exigidas pelos editores.
A obra-prima de Kerouac foi escrita fundindo ação, emoção, sonho, reflexão e ambiente. Nesta nova literatura, o autor procurou captar a sonoridade das ruas, das planícies e das estradas americanas para criar um livro que transformaria milhares de cabeças, influenciando definitivamente todos os movimentos de vanguarda, do be bop ao rock, o pop, os hippies, o movimento punk e tudo o mais que sacudiu a arte e o comportamento da juventude na segunda metade do século XX." Sobre o assunto, saiba mais aqui e aqui.
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