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dias na Birmânia

after all, natives were natives - 
interesting, no doubt, but finally...an inferior people

Durante a nossa passagem pela Birmânia, não foram raras as vezes em que as crianças vinham correndo na nossa direção, nas entradas dos templos, para nos vender qualquer coisa: desde cartões postais, estátuas de Budas, oferendas ou...livros!

Até aí, nada de estranho, isso acontece no Camboja, no Vietnã e também no Brasil. O que eu estranhei era o livro que elas tinham para vender: Burmese Days, do George Orwell.

Explico: uma piada de humor negro de que escuta nas ruas de Yangon, antiga capital do país, é que Orwell escreveu não apenas um livro sobre Mianmar, mas sim três - Dias na Birmânia, A Revolução dos Bichos e 1984. Quem leu a obra de Orwell entende a ironia. A piada seria até engraçada, se não fosse tão verdadeira...infelizmente, o que nós vimos em Burma tava mais para Revolução dos Bichos do que Dias na Birmânia!!!

Para quem se interessar, segue o resumo do livro:

John Flory não esconde sua impaciência para com a vida de madeireiro na Birmânia (atual Mianmar) dos anos 1920, quando o remoto país asiático era uma colônia britânica. No clube de brancos racistas e bêbados que freqüenta, Flory é considerado um bolchevique por ser amigo dos "negros", isto é, os nativos do lugar.

"Expressar-se livremente é impensável", diz Flory, sobre a miserável existência na colônia. "Você é livre para virar um bêbado, ocioso, covarde, maledicente, fornicador; mas não é livre para pensar por si mesmo." Apesar de não esconder sua estreita amizade com o médico local, um indiano honesto e dedicado, Flory demonstra relutância em defendê-lo abertamente, junto aos membros do clube europeu, contra as calúnias de U Po Kyin, magistrado nativo corrupto e ambicioso.

A chegada de Elizabeth, uma jovem inglesa casadoira, faz o calejado administrador enxergar sua única chance de construir uma vida digna e feliz. Mas o angustiado Flory, um dos mais complexos e apaixonantes personagens modelados pelo gênio de George Orwell, parece não ter o poder de mudar o rumo dos acontecimentos.

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Claudia Rodrigues Pegoraro

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