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Roteiro viagem Alagoas - Sertão - Sergipe em 8 dias, com Cânions do Xingó

Roteiro de viagem Alagoas - Sertão - Rio São Francisco - Sergipe em 8 dias, com Cânions do Xingó

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Roteiro de viagem Alagoas - Sertão - Rio São Francisco - Sergipe em 8 dias, com Cânions do Xingó

* Texto e fotos de Ana Cristina Dias Netto Alves

980Km rodados, 4 pessoas, 4 hotéis, 1000 momentos felizes!!

Antes de começar meu relato, preciso dar um recado para os pais dos adolescentes...

A chatice vai passar! A cara de tédio, as reviradas de olhos, os resmungos, o sono exacerbado, a preguiça, o tédio, as bufadas VÃO passar!

Essa road trip foi feita por mim, com 54 anos, meu maridão Samuel de 55 anos, nosso filho Pedro de 21 anos e nosso sobrinho João de 21 anos também. E foi tudo perfeito!!! Os meninos super parceiros, divertidos, participando 100% da viagem e até revezando na direção do carro alugado!

Saímos de São Paulo - Aeroporto Internacional de Guarulhos - no dia 12/01/2025 no voo da LATAM das 23h45min, mas antes passamos pela sala vip da Visa para jantar.

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roteiro de viagem Alagoas - Sertão - Rio São Francisco - Sergipe em 8 dias, com Cânions do Xingó

Maceió, Alagoas

Chegamos em Maceió, Alagoas, às 4hs da manhã. 

Alugamos pela Localiza um Creta Hyundai - lindo e mega confortável...

Precisávamos de um carro espaçoso que coubesse as 4 malas de mão no porta-malas e as pernas dos moleques - um com 1,88m e outro com 1,85m!

Nos hospedamos no Hotel Ritz Plaza Mar na Praia de Ponta Verde em Maceió e não gostamos - não recomendo! Foi o hotel mais caro da nossa viagem e com o pior custo-benefício. 

No dia seguinte, fomos para a Praia de Pajuçara e contratamos, na própria praia, um passeio de jangada para as piscinas naturais. 

Mar verde-esmeralda, mesmo com o dia meio nublado. 

Antes de chegar nas piscinas, vimos 2 tainhas pulando fora do mar. Nas piscinas, muitos peixes, fizemos snorkel, risadas e perrengue para subir de volta na jangada com a maré mais alta. 

Na volta vimos uma arraia pintada pulando do mar junto com um peixe. Foi impressionante! 

Pajuçara é uma praia praticamente no centro de Maceió, nunca imaginei um mar tão limpo e com essa riqueza de espécies!

Almoçamos num restaurante em frente à praia, entramos novamente no mar morno e calmo e, desta vez, além dos cardumes que passavam por nós, até uma tartaruga apareceu! 

À noite, passeio de carro pela orla: Praia Pajuçara, Ponta Verde e Jacarecica.

No dia seguinte, após o café da manhã, fizemos check-out e pé na estrada!

Amamos Maceió, um dia só foi bem pouco! Cidade linda, limpa, moderna. Mar verde como nunca vi. Natureza marinha muito preservada. Orla com vários lugares Instagramáveis, volto ainda pra curtir com mais calma.

Paramos na Praia do Francês, que fica numa vila pequena com muitas construções.

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Praia de Pajuçara

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Maceió, Alagoas

Barra de São Miguel e Praia do Gunga

Praia LOTADA de guarda-sóis. Não gostamos e logo fomos embora para Barra de São Miguel, nosso próximo ponto de parada no roteiro. 

Deixamos as malas na Pousada Sete Mares e fomos para a Praia do Gunga. 

Recomendo a pousada, limpa, aconchegante, café da manhã bem gostoso.

A Praia do Gunga vale super a pena conhecer. 

Lá mesmo contratamos 2 passeios, de lancha tipo voadora e quadriciclo. 

A lancha voadora ia muito rápido espirrando água e pulando sobre as ondas. Paramos num recife com muitos peixinhos, os meninos andaram sobre as rochas e acharam anêmonas, ouriço e outros bichinhos. Depois passamos por uma marisqueira, paramos numa ilha que tinha mangue com direito a muitos siris e caranguejos, e no final paramos numa praia com falésias. 

Saímos do barco e já fomos pro passeio de quadriciclo. 

Eu e Samuel em um quadriciclo e Pedro e João em outro. O passeio é feito por uma trilha com plantação de coqueiros de um lado e o mar verde-esmeralda do outro. Fomos até as falésias - lugar lindíssimo, colorido, com areia laranja, coral, vermelha e branca. Ao lado das falésias, há uma praia de tombo com recomendação expressa para não entrar no mar. Praia deserta, vento forte, tudo lindo e especial. Rezei e agradeci!

No final da tarde, voltamos para Barra de São Miguel. 

Jantamos num restaurante super charmoso na frente da pousada. Importante saber que Barra de São Miguel é uma vila minúscula e aconchegante, na beira da praia. 

Acordamos cedo, tomamos café da manhã na pousada e fizemos check-out.

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Praia do Gunga

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passeio de lancha voadora

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passeio de quadriciclo

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praia com falésias

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mangue com direito a muitos siris e caranguejos

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Barra de São Miguel

Pão de Açúcar - Rio São Francisco - Ilha do Ferro

O grande dia chegou: íamos conhecer o sertão!!! 

Pegamos estrada rumo a Piranhas  - que seria nossa cidade-base para conhecer os Cânions do Rio São Francisco

Estrada boa, perto de São Miguel é só canavial, depois lavoura de mandioca, abacaxi e depois entramos no sertão propriamente dito - palma, cactos e árvores secas e retorcidas. 

Passamos por vários vilarejos bem pobres, praticamente só pasto, e o Pedro impressionado com a magreza do gado. 

Passamos por uma cidadezinha chamada Pão de Açúcar, paramos o carro, passeamos e, pela 1ª vez, vimos a majestade do Rio São Francisco.

Saindo de lá, quis conhecer um vilarejo chamado Ilha do Ferro, que é uma vila minúscula (menor que Barra de São Miguel), às margens do Velho Chico, onde só moram artesãos, com todas as casas de portas abertas, povo receptivo, sensível. 

Para chegar na Ilha do Ferro, temos que sair da estrada de asfalto e pegar um trecho pequeno de terra, tudo bem sinalizado. 

Fui no museu da cidade, e uma recepcionista muito simpática me mostrou obras dos artistas locais. Há uma cooperativa de bordadeiras com trabalhos lindos. Ao lado do museu, fica a casa da artesã mais velha da ilha - a Bonequeira (uma senhora que faz bonecas de pano)  - que tem 98 anos e costura sem óculos. Cheguei na janela de sua casa e ela estava sentada numa poltrona trabalhando. Bem surda, tive que repetir várias vezes minha pergunta:

- Qual é o nome dessa boneca que a senhora está fazendo?

- Ainda não sonhei, não. Ela me respondeu 💓

Sabedoria, simplicidade do sertanejo.

Estava MUITO calor, demos uma volta de carro pela cidade, tirei fotos de algumas casinhas de artesãos, fomos até a margem do São Francisco e decidimos ir embora.

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entrando no Sertão de Alagoas

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Rio São Francisco

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Pão de Açúcar

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Ilha do Ferro

Colocamos no Waze o endereço do hotel em Piranhas e seguimos pela mesma estrada de terra que chegamos. Depois entramos numa bifurcação e continuamos pela terra (seguindo instruções do Waze). Sertão raiz! Sertão de verdade! Pastos, casas isoladas, cruzamos com pouquíssimas pessoas de moto e à cavalo. NENHUM CARRO. 

No sertão tem muitas aves, muitas espécies de cactos, árvores secas e outras verdinhas, mas pequenas e com galhos retorcidos. Gado, galinha, calangos, cabras. Passamos por um assentamento do MST e mais em frente vimos um homem saindo de uma casa, de shorts, sem camisa, chinelo no pé e com uma super espingarda na mão. Uma loucura! Surreal! 

Algumas vezes tínhamos que passar por riachos que cruzavam a estrada. Achamos divertido. Ouvindo música, rindo, admirando a paisagem - que era nova para todos nós - comentávamos do que minha mãe e meu pai diriam dessa aventura, como encarariam o sertão nu e cru. Era como se eles estivessem ali conosco. Sem percebermos, já tinha se passado mais de uma hora e nada da estrada de asfalto aparecer...

Samuel começou a se sentir incomodado, pois na estrada não havia marcas de carros. Eu, convencida, falava que eu tinha feito o roteiro sozinha. Ideia minha. Não peguei de nenhum lugar, estava tranquila, confiando no Waze e curtindo ser 'a desbravadora'.

Aí chegamos num riacho que tinha mais água do que os outros que havíamos passado. Ficamos meio tensos, rindo de nervoso e comecei a filmar, na saída da água o carro atolou na areia. A risada de aventura se transformou em risada de nervoso e depois o clima foi de desespero. 

Os meninos tiraram os sapatos e entraram na lama para pegar pedras e colocar embaixo da roda do carro para tentar desatolar, mas não deu certo. Começamos a ficar preocupados, pois a estrada era absolutamente deserta e já eram 5hs da tarde. 

Felizmente apareceu um cara numa moto carregando um butijão de gás. Desceu da moto, entrou na lama, pegou pedras, ajeitou na roda do carro, colocou os meninos atrás do carro para empurrar e...desatolamos. Desci do carro e fui apertar sua mão. Ele meio sem jeito, pois estava com a mão toda suja, disse que a mão estava cheia de barro e eu falei que sua mão estava era cheia de amor! 

Falamos onde estávamos indo e ele falou que pegamos o caminho errado. O aplicativo Waze não reconhece estrada de terra. Demos a maior volta! Mostrei o caminho que estávamos seguindo e ele disse que havia chovido muito na região (não pegamos uma gota de chuva) e que, pelo caminho indicado pelo Waze, mais à frente não passaríamos nem de canoa!

O jeito foi voltar, passar novamente pelo riacho onde tínhamos atolado. Ele entrou no rio para mostrar qual lugar era mais raso, pediu para o seguirmos até sua casa, onde faria um mapa num papel com "esferográfica" para conseguirmos chegar até a "pista". Ele morava num assentamento do MST e, quando chegamos em sua casa, todos os parentes estavam sentados na varanda, olhando pra gente com cara de "mas esses caipiras da cidade não entendem nada mesmo".

Logo chegou um caminhãozinho fazendo a entrega de 6253637838 caixas de cerveja e refrigerante para o casamento da irmã dele, que seria no domingo. Decidiram que seguiríamos o caminhão até o asfalto - ainda tínhamos mais 15Km de estrada de terra. 

Agradecemos muito o anjo que nos salvou chamado Sandoval!

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aventura no sertão nordestino

Piranhas, Alagoas

Chegamos no hotel em Piranhas às 18h30min.

Hotel maravilhoso em Piranhas, o melhor de toda a viagem: Hotel Aconchego do Velho Chico.

Deixamos as nossas coisas, e na recepção do hotel mesmo contratei o passeio de lancha exclusiva pra gente para conhecer os Cânions do Xingó no dia seguinte. 

Depois corremos pro único supermercado da cidade - que fechava às 19hs - pra comprarmos bebidas e comidas para o dia seguinte. 

Fomos jantar no centro histórico - um lugar muito pitoresco. Vários restaurantes e lojinhas.

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Hotel Aconchego do Velho Chico em Piranhas

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Piranhas, Alagoas

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centro histórico de Piranhas, em Alagoas

Cânions do Xingó e Olho D'Água do Casado

Acordamos cedo, tomamos café da manhã no hotel e fomos pra cidade de Olho D'Água do Casado.

São 30min de carro até lá, numa estrada simples, bem sinalizada, com asfalto bom, para pegar a lancha para fazer o passeio nos cânions. 

Lancha nova, limpa, piloto jovem, educado. 

Saímos de um porto na parte represada do rio e fomos até a Gruta do Talhado. Lá tem um pier com uma área cercada, formando uma piscina onde os meninos ficaram e eu e Samuel pegamos uma canoa a remo e fomos até a Gruta do Talhado

Aparentemente, a represa e construção da hidrelétrica do Xingó fez bem para o rio e para a população local, pois o que é cânion navegável hoje, antes eram só montanhas. 

O nível da água nessa parte é estável e controlado pela usina. 

Chegamos de volta na piscina e já tinha um cara tocando violão no deck. Calor imenso. Pulei pela primeira vez no Velho Chico quando ele estava cantando aquela música do Gonzaguinha "...ele tomou um banho de água fresca no lindo lago do amor...". Momento mágico. 

Água deliciosa, fresca, ficamos boiando com macarrão (profundidade de 20m) na piscina praticamente só pra gente. 

Depois, seguimos com a lancha para a parte do rio que não está represada. Imensidão de água. 

Chegamos no ponto da divisa entre Sergipe, Alagoas e Bahia

Paramos num restaurante com estrutura boa. Fizeram um cercado no rio com profundidade de meio metro e ficamos ali, só jacarezando. 

Voltamos pro hotel no final da tarde e ainda aproveitamos a piscina. 

À noite, fomos de novo jantar no centro histórico, em outro restaurante. E, como era quinta-feira, tinha música ao vivo com um trio super animado de forró

No outro dia, depois do café da manhã, passeamos um pouco pela cidade de Piranhas, tiramos fotos do rio, das casinhas coloridas. Tudo muito caprichado. Cidade limpa e bem cuidada, preparada para receber turistas.

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nadando no Velho Chico

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Cânions do Xingó

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passeio de lancha exclusiva nos Cânions do Xingó

Aracaju, Sergipe

Ao meio-dia, pegamos a estrada até Aracaju, em Sergipe. 

A estrada entre Piranhas e Aracaju não é ruim, mas não dá para deslanchar - tem vilarejos praticamente grudados um no outro e, como a estrada passa no meio deles, tem muitas lombadas. Fizemos apenas 210Km em mais de 4hs. 

Chegamos em Aracaju no final da tarde. 

À noite, fomos jantar num restaurante na Praia do Atalaia, que, na beira-mar, tem vários bares e restaurantes, para todos os gostos e bolsos. 

Em Aracaju, ficamos no hotel NB Hoteis e gostamos.

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estrada entre Piranhas e Aracaju

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Aracaju, Sergipe

Praia do Saco, Sergipe

No dia seguinte, fomos de carro até a Praia do Saco - considerada por uma revista francesa a praia mais bonita do Brasil. 

Na entrada da praia, contratamos passeio de bugue pelas dunas, e ele nos levou num lugar na praia onde tem mar aberto (quentinho), que forma piscinas na areia, formadas quando a maré está baixa. 

Depois passamos pelo centrinho da Praia do Saco, onde tinha muitos bares e restaurantes com música ao vivo, e seguimos até o final da praia, de onde se avistava, do outro lado, a Bahia - Mangue Seco.

Neste trecho da praia, o ponto de apoio era a Barraca da Rainha

Nos apaixonamos pela Rainha (mulher porreta) e por esse lugar especial - mar manso, morno, praia praticamente deserta. Decidimos dispensar o bugueiro e contratar outro para nos levar de volta no final do dia - avisaram que seria arriscado pegar nosso carro e atolar na areia. 

Muito melhor ficar na Barraca da Rainha só com a diretoria, como ela mesmo disse, do que encarar os bares muvucados da Praia do Saco.

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Praia do Saco, Sergipe

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Barraca da Rainha e a própria, sempre de peixeira na cintura!

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preferimos ficar na Barraca da Rainha do que encarar os bares muvucados da Praia do Saco

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Praia do Saco

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vila da Praia do Saco

À noite, os meninos pediram hamburguer do Burger King (eles crescem, mas continuam gostando de hamburguer). 

Na volta, passeamos de carro pela orla, e paramos na frente do Museu da Gente Sergipana para tirar fotos das estátuas.

Último dia de viagem. Todo mundo cansado. Os meninos foram no Projeto Tamar e eu e Samuel ficamos andando pela orla, tirando fotos. 

Fizemos um almoço de 3hs na República do Camarão, e depois passeamos na feirinha de artesanato.

Nosso voo de volta para São Paulo saía na manhã seguinte, 20/01/2025. 

Entregamos o carro que havíamos alugado em Maceió na Localiza do Aeroporto de Aracaju, e voltamos para casa bronzeados, cheios de histórias para contar, felizes, encantados com esse pedacinho lindo do Brasil e, principalmente, com o povo nordestino!

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meninos em Sergipe e a melhor notícia do post: a rabugice da adolescência vai passar!

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Claudia Rodrigues Pegoraro

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