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Quanto custa viajar pela Patagônia argentina e chilena, por Marina Echeverria - com roteiro completo

Quanto custa viajar pela Patagônia
A Marina fez uma viagem linda pela Patagônia no último mês de agosto (2015) - começando em Buenos Aires e passando por Ushuaia, El Calafate e Torres del Paine - com o marido e o filho Gabriel de 10 anos, e eu pedi a ela que contasse tudo para nós aqui no blog

Lendo o texto maravilhoso (e as fotos também!) que ela me mandou, cheio de detalhes, quase morri de saudades da nossa viagem para lá, até porque o roteiro dela foi super parecido com o nosso - e é sempre bom ter várias opiniões sobre o mesmo lugar, não é???

Obrigada, Marina, pelo post lindo, por me fazer viajar de novo com a tua família por esse lugar maravilhoso, e por tantas dicas mais do que atualizadas para os nossos leitores!

Com vocês, o relato completíssimo e imperdível da Marina Stoetzer Echeverria:


Desde muito nova, tudo referente à Patagônia me interessava. 

Na escola, eu ouvia o professor de Geografia falar sobre Ushuaia, a cidade mais austral do mundo e tentava imaginar o lugar. Assistia a documentários sobre a Patagônia, sobre seus ventos fortes e lugares inóspitos e ficava imaginando se algum dia teria a oportunidade de conhecer o fim do mundo. 

Não sei se você tem, mas eu tenho uma lista de 20 coisas a fazer antes de morrer, elaborada quando tinha aproximadamente 20 anos, e conhecer a Patagônia consta no topo dessa lista. 

Então, há alguns anos, quando meus pais voltaram de uma viagem de férias à Ushuaia e El Calafate, contando maravilhas dos lugares que conheceram, resolvi que estava na hora de fazer este sonho virar realidade. 

Pesquisa aqui, pequisa ali e me deparei com o relato de viagem à Patagônia da Claudia, que fez a viagem na mesma época em que eu queria fazer (final de Agosto/início de Setembro). 

Na mesma hora em que li o post da Claudia, me apaixonei pelo roteiro e decidimos levar junto nosso filho de 10 anos, o Gabriel. Tivemos bastante tempo para organizar tudo, juntar a grana necessária e, aos poucos, nosso roteiro foi tomando forma, como podem ver abaixo:



Mas, antes de contar os detalhes, algumas dicas:

Trocando dinheiro

Se você possui escala em Buenos Aires, vale muito, mas muito a pena mesmo, trocar reais ou dólares por pesos. 

Fizemos o câmbio com a Boston Cash (eles têm página no Facebook). Foram super atenciosos, nos atenderam no nosso hotel, no sábado à noite. No dia, trocaram 1 real por 3,95 pesos. 

Em Ushuaia, a cotação era 3,70 e em El Calafate, estava 3,50. Se soubesse disso antes, teria trocado todo dinheiro já em Buenos Aires.

Que roupas levar para a Patagônia?

Tudo na Patagônia é extremamente caro, sejam passeios, alimentação, hospedagem, compras. Se você está pensando em deixar para comprar roupas de inverno por lá, repense. Existem lojas enormes que vendem roupas lindas, das melhores marcas, mas os preços são mais altos do que no Brasil. 

Compramos nossas roupas e botas de neve na Decathlon por um bom preço e não passamos nenhum apuro. Existem lojas que locam roupas tanto em Ushuaia como em El Calafate, mas pelos preços da Decathlon, achei que não vale a pena.

Você ouviu falar que na Patagônia faz frio e venta muito? 

O frio é suportável, mas o vento...Nem em seus sonhos mais loucos, você deve ter sonhado com um vento desses, por isso, roupas apropriadas para neve e aquelas do tipo “corta-vento” são fundamentais. 

Na época em que fomos, usamos uma camada de segunda pele, calça jeans ou calça impermeável, blusa fleece e jaqueta impermeável, apropriada para neve por cima. Uma boa jaqueta é suficiente, não é necessário levar malas cheias de roupas. Por lá, a regra é conforto e não beleza (nem na hora de sair para jantar). 

Nos pés, duas meias e botas impermeáveis. Nem pense em fazer os passeios de tênis ou sapatos comuns. Além de molhar, seus pés irão congelar. Gorro, cachecol e luvas são imprescindíveis. 



Hospedagem

Somos adeptos de hospedagem em apartamentos, pela praticidade para preparar um lanche naqueles dias em que você está muito cansado para sair para almoçar ou jantar. Nunca ficamos em hotéis de luxo. Sempre escolhemos a melhor opção pela relação custo x benefício, procuramos ficar próximos do centro turístico das cidades que visitamos e priorizamos higiene e silêncio. 

Estes foram os lugares escolhidos para nossa hospedagem:

Buenos Aires: ficamos no Hotel Amérian Buenos Aires Park. É muito bem localizado, a duas quadras das Galerias Pacífico e próximo do Porto Madero

Ushuaia: é uma cidade que fica no pé das montanhas. Se você não estiver disposto a subir ladeiras íngremes, procure um hotel próximo ao centro. Em Ushuaia, locamos um apartamento pelo Airbnb, a umas quatro quadras do centro. O apartamento é muito bom, dá para 4 pessoas, o dono é muito simpático e nos ajudou com várias dicas da cidade. Possui excelente calefação e ducha, camas grandes e confortáveis. Pagamos R$ 1.420,00 para 4 dias de hospedagem. 

El Calafate: é uma cidade muito simpática e muito limpa. É bem mais plana do que Ushuaia, mas é recomendável ficar mais próximo do centro, que fica na Rua Libertador San Martin, para evitar caminhadas muito longas. Em El Calafate ficamos em um Apart Hotel chamado Altos de La Costanera e adoramos. O apartamento é uma mistura de apartamento com hotel: tem cozinha equipada, sala de estar, varanda com churrasqueira de frente para o Lago Argentino e serviços de arrumação de quarto, troca de toalhas e lavagem de louça todos os dias. Não é longe do centro, dá para ir a pé tranquilamente e tem um excelente custo-benefício. Fica bem perto de um supermercado e de uma panificadora. Não aceita cartão. Pagamos R$ 744,00 por 4 dias de hospedagem, o que é bem em conta comparado com outros hotéis da mesma categoria na cidade. 

Parque Nacional Torres del Paine: escolhemos o Hotel Pehoe, pois fica em frente às montanhas, numa ilha dentro do Lago Pehoe. O hotel não é tão novo e tem Wi-Fi apenas na área central, mas a vista e o charme da localização compensam qualquer ponto negativo. À noite servem jantar (custa US$ 30 por pessoa). O café da manhã é bem gostoso e staff muito atencioso. Pagamos R$ 561,00 para 1 noite em quarto triplo. 

Olhem a vista do hotel:




Para organizar melhor este post, dividi-o em partes: passeios, alimentação e transportes.

Passeios

Sábado - Buenos Aires: Chegamos a Buenos Aires, fizemos check-in no hotel, tomamos um banho rápido e fomos passear e jantar no Porto Madero

Domingo - Ushuaia: chegamos a Ushuaia por volta do meio-dia e estávamos bem em dúvida, se deveríamos contratar uma agência para fazer os passeios ou locar um carro e fazer os passeios por conta própria. 

Acabamos não reservando nenhum passeio pelo Brasil e quando chegamos à cidade no domingo, fomos ao centro para verificar as melhores opções. 

Logo na nossa chegada, começou uma nevasca fraca que foi ficando mais forte e, no início da noite, a cidade já estava começando a ficar branca de tanta neve. Ficamos com medo de locar um carro para o dia seguinte, já que não temos experiência para dirigir nesta condição. 

Passamos na agência Brasileiros em Ushuaia e compramos o pacote para fazer o passeio ao Parque Nacional no dia seguinte. 

 Neste mesmo dia, ainda visitamos o Museu do Presídio, que é bem interessante e conta a história da cidade e região. Fizemos tudo a pé, mesmo com neve caindo. Íamos parando aos poucos pelas praças para jogar bolinhas de neve uns nos outros e nos divertimos bastante. 


 placa famosa na cidade – parada obrigatória dos turistas

nevasca em Ushuaia

Valores pagos: 

Museu do presídio: abre das 10h às 20h, custou 150 pesos por adulto. O Gabriel não pagou. 

Segunda - Ushuaia: a van da agência nos buscou pela manhã para o passeio no Parque Nacional e para o Trem do Fim do Mundo. Ainda bem que não locamos um carro, pois tinha nevado muito durante a noite e a estrada estava cheia de neve. 

Durante o trajeto, um guia muito simpático contou toda a história da região, curiosidades sobre a fauna, flora, costumes, comidas. 

Fizemos o passeio com o trem do fim do mundo e fomos surpreendidos pela beleza do passeio. Durante o trajeto do trem, a história dos presos da região é contada em detalhes em várias línguas, incluindo português. O trem para em alguns mirantes, onde pode-se descer e tirar fotos. A paisagem toda coberta pela neve estava maravilhosa. 

No final, a van já estava nos esperando e ingressamos no Parque Nacional Tierra del Fuego, até o Lago Roca. O lago é bem cristalino (tomamos até água deste lago) e é circundado pela Cordilheira dos Andes (neste ponto, dá pra ver as montanhas do lado chileno). A paisagem é muito bonita. 

Depois, fomos pela Ruta 3 até o ponto onde ela termina (esta estrada começa no Alaska e termina em Ushuaia). Neste ponto, existe uma passarela que leva até a Bahia Lapataia, que oferece uma linda vista. 

Na volta, a van nos deixou no centro e fomos até o porto, comprar o passeio pelo Canal de Beagle, pela Canoeiro

Não tínhamos muito tempo para almoçar, por isso compramos algumas empanadas e já embarcamos. O dia estava lindo, céu azul e o passeio foi muito bonito. 

Vimos cormorões, leões marinhos, desembarcamos para uma exploração rápida em uma pequena ilha e fomos até o farol Les Eclaireurs

Por acaso você já leu algo a respeito do cheiro dos leões marinhos? Sinto muito informar, mas sim, o cheiro deles não é agradável. Dentro do barco tem calefação, mas do lado de fora, venta demais, por isso, vá muito bem agasalhado. Foi nossa primeira experiência com o vento patagônico, que chegou a assustar em alguns momentos em cima do barco. 


ingressando no trem do fim do mundo


paisagem durante o trajeto

 Lago Roca

Bahia Lapataia

 Farol Les Eclaireurs

Valores pagos:

Passeio ao Parque Nacional comprado com a agência Brasileiros em Ushuaia: 1485 pesos para nós 3, incluído transfer

Trem do Fim do Mundo: 500 pesos por adulto e o Gabriel não pagou. 

Passeio Canal de Beagle em catamarã, pela Canoeiro: 1300 pesos para nós 3.

Terça - Ushuaia: como vimos que as estradas estavam cheias de neve, resolvemos contratar novamente a agência Brasileiros em Ushuaia para o passeio Aventura e Neve

A van nos buscou no apartamento e nos levou até o Centro Invernal Las Cotorras, junto com outros brasileiros. Tinha muita neve e o passeio foi muito divertido, o guia era animado, assim como o grupo. 

Fizemos caminhada com raquetes de neve dentro de um bosque, vimos a criação de cachorros que puxam trenós de neve, almoçamos um delicioso cordeiro patagônico com direito a sorvete de calafate e café montanhês, fizemos passeio na moto de neve e esquibunda

Para finalizar, antes da volta, uma simples guerrinha de neve entre meu filho, meu marido e eu acabou se transformando em uma super guerra de neve entre todos os integrantes do grupo. 

Mais divertido impossível!! Voltamos exaustos para casa. 

 cães que puxam os trenós

motos de neve

Valores pagos:

Passeio Aventura e Neve comprado com a agência Brasileiros em Ushuaia: 3780 pesos para nós 3, incluído transfer e almoço.

Quarta - Ushuaia: decidimos locar um carro para conhecer outros centros invernais por conta própria, para fazer o passeio com trenós de cachorros, que não havíamos feito no dia anterior. 

Os centros invernais e o Cerro Castor ficam na Ruta 3, um ao lado do outro. 

Passamos primeiro no Centro Invernal Valle dos Lobos, mas achamos bem abandonado e mal cuidado. Os cães estavam com um cheiro horrível, bem pior que os lobos marinhos e, por isso, resolvemos seguir adiante. 

Fomos até o Centro Invernal Haruwen, que também estava abandonado. Esperamos algum tempo, ninguém nos atendeu e resolvemos ir embora. 

Passamos pelo Cerro Castor apenas para tirar algumas fotos (como não sabemos esquiar, havíamos nos programado para ir ao Glaciar Martial no dia seguinte, para tentar esquiar na pista de iniciantes). 

Na volta, acabamos parando no Centro Invernal Tierra Mayor para almoçar e descobrimos que eles possuem um esquibunda bem legal. Eles também oferecem passeio com trenó de cachorros, e resolvemos experimentar. 

O passeio com trenó de cachorros é legal, mas muito rápido (não sei se dá 10 minutos). Havia outro casal em outro trenó e fizemos campeonato para ver quais cães puxam mais rápido...foi bem divertido, mas achei caro por pouco tempo. 

Depois, locamos uma prancha e passamos um tempão nos divertindo no esquibunda

De volta à cidade, ainda aproveitamos o restante da tardezinha para conhecer um pouco da cidade e acabamos parando em uma pista artificial para patinação no gelo, onde o Gabriel se divertiu durante um bom tempo. 


 paradinha para tirar fotos com trenó e cães se refrescando na neve

diversão no esquibunda no Centro Invernal Tierra Mayor

Valores pagos:

Trenó de cachorros: 1300 pesos (500 pesos para adultos e 300 pesos para crianças).

Esquibunda: 50 pesos por hora, por pessoa.

Patinação no gelo: 25 pesos por hora, por pessoa.

Quinta - Ushuaia: resolvemos acordar bem cedo para ir até o Glaciar Martial. A intenção era subir até o topo para apreciar a vista, mas havia nevado bastante e o teleférico não estava funcionando. 

Subimos a pé afundando na neve e chegamos apenas até a metade. Apreciamos a vista dali mesmo e resolvemos descer. 

Na base do glaciar, há uma pista de esqui para iniciantes e locamos equipamentos de ski e snowboard para praticar um pouco, ou pelo menos tentar. Meu filho e marido logo pegaram o jeito...já eu...não teve jeito. 

Achei muito difícil, caí muito, não conseguia parar quando pegava embalo e, na metade do tempo, resolvi parar com a brincadeira antes de me machucar pra valer. 

A vista do Glaciar Martial é muito linda, pena que não havia muito tempo para subir até o topo. Estávamos com vôo marcado para as 15h e ainda tínhamos que devolver o carro e arrumar as malas. 

Não se deve esquecer que, em Ushuaia, no embarque do aeroporto, paga-se uma taxa de 28 pesos por pessoa. Esta taxa é paga apenas em pesos


vista do Glaciar Martial

Valores pagos:

Ski e snowboard (locação de equipamentos): 385 pesos no total, para 3 pessoas/1 hora, sem aula.

Quinta - El Calafate: chegamos a El Calafate no final do dia e fomos direto para a agência Solo Patagônia para comprar o Passeio Navegação Rios de Hielo

Tentei comprar pelo Brasil, mas eles apenas reservam, não dá para pagar com antecedência. Passeamos um pouco pelo centro da cidade, fizemos algumas compras no supermercado e voltamos ao apartamento. 

Sexta - El Calafate: a van nos buscou no Apart Hotel às 7:30 e fomos até Punta Bandera, onde embarcamos num catamarã para fazer o passeio Navegação Rios de HieloO passeio é imperdível. 

Vale muito a pena, e leva praticamente o dia todo com o traslado, por isso, leve lanche. 

O dia estava lindo, o céu azul e a água do Lago Argentino com aquela coloração azul turquesa, típica do degelo das montanhas. 

O barco é muito confortável e não estava tão cheio. Novamente sentimos o poder do vento patagônico quando estávamos fora do barco. Sabe aquele vento que espreme lágrimas do seus olhos? É bem desse...mas quer saber? Diante de tanta beleza, o vento e frio era o que menos importava. A paisagem é linda e quanto mais o barco se aproxima do Glaciar Upsala, mais icebergs consegue-se ver. Alguns são desprendimentos enormes, surpreendentes, das mais variadas formas. O barco chega bem perto deles e vai girando, para que todos possam ver e fotografar, por isso, não é necessário se desesperar e sair correndo toda vez que enxergar um iceberg

Nos sentimos crianças, sorrisos estampados no rosto diante da magnitude e beleza do passeio. Depois do Glaciar Upsala, o barco vai até o Glaciar Spegazzini, que é o mais alto do Parque Nacional Los Glaciares. É surpreendente e vai ficando cada vez maior à medida que o barco se aproxima. E, quando estamos próximos, a imensidão dele é inacreditável. Simplesmente lindo! 

Na volta, locamos um carro no centro da cidade. 


 iceberg enorme no Lago Argentino

Glaciar Spegazzini - lindo, com muito vento

Valores pagos:

Passeio Rios de Hielo: 2750 pesos para 3 pessoas + 625 pesos para 3 pessoas de transfer

Ingresso Parque Nacional: 200 pesos por adulto. Criança não paga.

Sábado - El Calafate: este foi sem dúvida o passeio mais bonito de toda a viagem.

Levantamos bem cedo e saímos às 8h do apartamento, em direção ao Parque Nacional dos Glaciares. Era o dia de conhecer o Glaciar Perito Moreno e fazer o minitrekking

O caminho até o parque é muito bonito. Entrando no parque, a estrada vai circundando o Lago Argentino e a vista é belíssima. 

Chegamos ao pequeno porto onde embarcamos em um barco que leva até uma base, de onde partem os trekkings. De lá, dá para ver o Perito Moreno o tempo todo, bem de perto. A cada momento, escuta-se o barulho do desprendimento de gelo e grandes blocos do glaciar caem na água. Como a geleira muda diariamente, recentemente um rio havia se aberto entre uma das passagens para se chegar à base da geleira e, por isso, tivemos que andar um bom trecho entre o bosque. Foi uma bela caminhada, mas a paisagem era tão linda, que nem ligamos. 

Antes de subir ao glaciar, cada pessoa recebe orientações de como caminhar e grampones são colocados nos seus sapatos. Por incrível que pareça, não estava tão frio. Iniciamos a subida ao glaciar, acompanhados de vários guias. 

No início, fiquei bem preocupada por causa do meu filho de 10 anos, que estava junto. Mas, quando percebi o cuidado que os guias possuem com todos, relaxei. 

O trekking é emocionante e o passeio todo extremamente bem organizado. Durante o trekking, os guias vão explicando tudo sobre a formação de um glaciar, como ele se modifica, sobre as fendas, vales, lagos...acho que ficamos quase 1h30min em cima do glaciar. É algo que você precisa fazer, porque por mais que eu tente descrever aqui, jamais vou conseguir expressar a grandiosidade e beleza da geleira. 

Na volta, foram servidos uísque e água com gelo do glaciar e alfajor para quem quisesse. 

Retornamos até a base, onde almoçamos e começou a chover. Depois, o barco nos levou de volta e fomos visitar a outra face do Perito Moreno, pelas passarelas

Com a chuva, esfriou muito e, mesmo bem agasalhados e com capa de chuva, passamos muito frio. Aliás, acho que nunca senti tanto frio na minha vida, mas mesmo assim, ficamos na passarela. As passarelas são muito bem cuidadas, totalmente adaptadas para cadeirantes ou carrinhos de bebê. Nesse momento fiquei com pena daqueles que contrataram o transfer da agência para fazer o minitrekking e passear pela passarela. O guia acabou dando 30 minutos para todos e foi um Deus nos acuda...por sorte estávamos de carro e pudemos aproveitar mais o lugar. Mesmo com frio e chuva, ver o Perito Moreno das passarelas é emocionante...

Voltamos para o hotel, tomamos banho e fomos fazer algumas compras no mercado, para nossa viagem até Torres del Paine no dia seguinte.

Valores pagos:

Minitrekking: 1200 pesos por adulto e 960 pesos para o Gabriel. Estes valores não incluem transfer, pois estávamos com carro locado. 

Ingresso Parque Nacional: 200 pesos por adulto. Criança não paga.


 Mirador de los Suspiros - estrada indo ao Glaciar Perito Moreno, já dentro do parque

 chegando pertinho do Perito Moreno, antes de iniciar o minitrekking

 fazendo minitrekking - vista de cima do Perito Moreno

vista do Perito Moreno das passarelas


Domingo e segunda - Torres del Paine: saímos às 7h, em direção ao Parque Nacional Torres del Paine. Resolvemos ir pela Ruta 40 e atravessar a fronteira em Cerro Castillo, pois encurtaria nossa viagem em 180km. Boa parte da estrada é de ripio, mas está em bom estado. Porém, como o trecho é muito longo, caso você não tenha experiência em dirigir em estrada de chão, sugiro ir pelo asfalto. 

A estrada passa pelo deserto e durante todo o trajeto consegue-se ver animais como ovelhas, patos, flamingos, emas, guanacos e até zorros, que atravessam constantemente a estrada. 

A alfândega foi bem tranquila, não havia ninguém além de nós. Revistaram o veículo à procura de frutas, vegetais, laticínios e tivemos que mostrar nossa permissão do automóvel para cruzar a fronteira. 

Seguimos viagem e paramos numa pequena cafeteria chamada El Ovejero para trocar reais por pesos chilenos, para pagar a entrada no parque. O dono da cafeteria é muito simpático e fez até um mapinha, com as melhores atrações do parque. 

Ingressamos ao parque nacional pela Laguna Amarga, pois escutamos que a vista é mais bonita e não nos arrependemos. A vista é de tirar o fôlego. O parque é muito grande, então reserve dois dias considerando o trajeto, para conhecer tudo com calma. E vá preparado para o vento...uma hora chegamos a ser derrubados com a força do vento. Foi assustador! 

As paisagens são muito bonitas, daquelas que fazem bem para a alma e para os olhos. Nos hospedamos no Hotel Pehoe e ficamos curtindo o visual, tomando um drink até cair a noite. No outro dia, ainda andamos um pouco pelo parque e retornamos a El Calafate

Vejam que lindas as paisagens do parque:






Valores pagos:

Ingresso Parque Nacional: 10.000 pesos chilenos por adulto. Crianças não pagam. Este valor é para baixa temporada. A partir de outubro, o valor por adulto passa a 18.000 pesos chilenos. 

Terça e quarta: foram os dias de retorno, de El Calafate para Buenos Aire e de Buenos Aires para Curitiba, então não vou entrar muito em detalhes. 

Refeições

Havíamos nos programado para gastar em média 600 pesos por dia com refeições, pois, como estávamos hospedados em apartamentos com cozinha, sempre passávamos em supermercados e padarias e preparávamos nossos próprios lanches. 

Posso dizer que a conta fechou bem certo, ou seja, se você não almoçar e jantar fora todos os dias, este valor é suficiente. Além disso, como estávamos com uma criança, priorizamos sempre opções que ele também gostasse. 

Alguns valores e opiniões sobre restaurantes que frequentamos:

Buenos Aires

Restaurante de La Fragata - chegamos ao Porto Madero por volta das 21h e, para nossa surpresa, os restaurantes estavam lotados. Os mais conhecidos estavam com filas de espera imensas. Acabamos optando por comer uma pizza, que, com refrigerante e 2 chopes, saiu por 302 pesos. Não posso dizer que foi a melhor pizza que já comi, mas o clima de sábado à noite, vendo o movimento dos turistas na Ponte da Mulher, valeu a pena.

KFC - no retorno de El Calafate estávamos cansados e fomos passear um pouco no Galerias Pacífico. Acabamos jantando por lá mesmo, no KFC. 3 sanduiches, com batata frita, refrigerante e sorvete de sobremesa custaram 363 pesos. 

Ushuaia

Tante Sara - fica na rua principal e é bem aconchegante. Fomos muito bem atendidos e comemos bem. Os dois pratos na foto abaixo foram suficientes para nós 3 e, com refrigerantes e gorjeta, saíram por 365 pesos.



La Estância - foi sugerido por várias pessoas que moram em Ushuaia como o melhor lugar para comer uma parrillada. O local é simples e estava cheio. Come-se à vontade, porém, achamos o buffet bem fraco. As carnes estavam macias, mas não fantásticas. O cordeiro estava seco. Pagamos 915 pesos para nós 3, incluindo bebidas (cerveja e refrigerante). Achamos caro, pela qualidade oferecida. 

Las Cotorras - compramos o pacote Aventura e Neve e o almoço estava incluído. Não estávamos esperando muita coisa, mas foi excelente. Saladas e acompanhamentos são servidos em um buffet e o cordeiro patagônico é trazido à mesa, com batatas. O cordeiro estava divino. Para entreter o público, um gaúcho cantava canções típicas. De sobremesa, foi servido um delicioso sorvete de calafate e café montanhês. Não sei o valor do almoço, pois estava incluído no pacote, mas estimo aproximadamente 300 pesos por pessoa com bebidas.


























Dieguito´s - é um restaurante simples e fica bem na esquina da quadra do nosso apartamento. Havia lido que as empanadas são as melhores da cidade e realmente são. Tem mais de 20 tipos de recheios e os atendentes são muito simpáticos. Eles também têm outros pratos, mas não chegamos a experimentar. 12 empanadas custaram 160 pesos. 


Laguna Negra - toda vez que você compra algum passeio, te oferecem um chocolate quente grátis nesta cafeteria, que também funciona como loja de chocolates. Comemos uma tortinha deliciosa e quase caímos da cadeira quando chegou a conta. A tal tortinha custou 140 pesos, mas estava de comer rezando.

Tierra Mayor - estavam servindo cordeiro patagônico, mas, como já havíamos comido duas vezes nos dias anteriores, pedimos hamburguesa (X-Burger), que estava bem gostosa. Custou 450 pesos para nós 3 com refrigerante. Infelizmente esqueci de tirar fotos. 

El Calafate

Los Amigos - foi a decepção da viagem. Queríamos comer frutos do mar e, no TripAdvisor, o restaurante estava bem classificado. A comida, além de não ter sabor e tempero, estava fria. Não indico este restaurante. Gastamos 630 pesos com bebidas e saímos de lá lamentando pelo dinheiro gasto.

La Letchuza Pizzas - é um restaurante bem localizado e bem amigável no centro da cidade. Resolvemos pedir uma pizza, que estava bem gostosa. O restaurante também funciona como uma casa de câmbio, com a melhor cotação da cidade. Com bebidas, gastamos 271 pesos.

Ovejitas de la Patagônia - é uma cafeteria e sorveteria, que também vende chocolates artesanais. O sorvete é uma delícia. Voltamos 3 ou 4 vezes para comer sorvete na loja que fica bem no centro da cidade. 3 bolas de sorvete custam 70 pesos. 

Sempre gostamos de passar no mercado para experimentar os produtos locais. Assim, no restante dos dias, passávamos nos mercados e panificadoras para comprar pão, queijo, salame, vinho, cerveja, refrigerante, doce de leite, etc e fazíamos lanches no apartamento. 

Transportes

Valores dos transportes que usamos no período:

- Transfer de táxi do aeroporto Aeroparque em Buenos Aires até o Hotel Amérian: 220 pesos;

- Transfer do Hotel Amérian para o Aeroporto de Ezeiza: 460 pesos;

- Transfer de táxi do Aeroporto de Ushuaia ao nosso apartamento, no centro: 70 pesos;

- Locação de carro em Ushuaia por 1 dia: 1200 pesos + 100 pesos de gasolina;

- Transfer com a Ves Patagonia do Aeroporto de El Calafate até o nosso hotel - já compramos ida e retorno, para 2 adultos e 1 criança - custou 340 pesos;

- Locação de carro em El Calafate pela Álamo para 3 dias: 2962 pesos + 818 pesos de gasolina, com ida a Torres del Paine. 

A Álamo da Argentina dá desconto para clientes das Aerolíneas Argentinas. Vale a pena pesquisar. 

Enfim, ficamos encantados com a Patagônia e com os lugares que conhecemos no fim do mundo, com a força da natureza representada pelo frio, ventos e gelo. É realmente um sonho... 

E falando em sonho, preciso ver qual é o próximo destino que consta na minha lista de 20 coisas para fazer nesta vida, afinal de contas, como diz Amyr Klink, “um homem precisa viajar, por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros e tv, precisa viajar, por si, com os olhos e pés, para entender o que é seu…”

Boas viagens a todos!!




Se você quiser ler mais sobre a Argentina aqui no blog, clique aqui.

Para ler sobre o Chile, veja aqui

Se você quiser ver todos os posts sobre a nossa viagem às Patagônias chilena e argentina, clique neste post índice, onde encontrará todos os links!

Para ler outros relatos de roadtrips na Argentina e no Chile, inclusive até Ushuaia, veja estes posts:


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Você também nos encontra aqui:


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Claudia Rodrigues Pegoraro

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4 comentários:

  1. Ola, gostei muito dos seus relatos. Estou planejando e adiando essa viagem por mais de 5 anos, mas pretendo logo tirar ela do papel. A única diferença e o maior problema, é que pretendo fazer a viagem toda de carro, com uma viagem de certa de 40 dias. Uma certa vez cheguei a cotar hospedagem, transportes e aluguel de carros para toda a viagem, mas alguns motivos nos fizeram adiar a viagem. Fiz um cálculo +- com seus gastos, mas gostaria de saber quanto lhe custou essa viagem. Também gostaria de saber, se na sua opinião, fazendo essa viagem mais para o estilo mochilão, a economia seria de grande relevância. Agradeço a atenção e parabéns pela viagem e pelo post.

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  2. Oi Fernando. Para 12 dias, 2 adultos e 1 criança de 10 anos, gastamos aprox. R$ 16.000 no total. Fazendo mochilão, você deve gastar menos em hospedagem. Porem, o que achamos caro na viagem foram os passeios, principalmente em El Calafate, que foi o lugar que mais gostamos. Talvez no verão, Ushuaia seja mais em conta, já que não tem os passeios na neve e ski.

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  3. Oi, Marina! Gostei do seu relato! Vou a Torres del Paine, a partir de El Calafate, no dia 24/08. Em El Calafate, chegaremos no dia 19/08. Eu chegando nesta data e reservando o carro para o dia 24, consigo a permissão para cruzar fronteira, na hora da negociação? Vc fez pré-reserva? Obrigada

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    1. Oi Roger, nós conseguimos, mas considero que tivemos sorte. Outras pessoas já me relataram que não conseguiram. Se puderes reservar com antecedência é mais garantido.
      Abraço,
      Claudia

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